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História 2 Pieces - CAPÍTULOVII - Masmorras


Escrita por: chrisamur

Capítulo 7 - CAPÍTULOVII - Masmorras


Fanfic / Fanfiction 2 Pieces - CAPÍTULOVII - Masmorras

Quando despertei, senti as minhas costas arderem como brasa, e assim que movi meus braços para tocar meu rosto na altura dos olhos e maxilar que me doíam muito, senti como se meus ombros fossem se deslocar, estavam inchados, ombros, pulsos e rosto. Enquanto estive desacordada, deviam ter me dado uma bela surra. Ao menos, achava que tivesse sido apenas isso.

Quando olhei em volta, enquanto tentava me sentar com dificuldade, me vi em uma cela tal qual uma masmorra. Era horripilante. Escura, úmida e possuía o cheiro de morte e um esqueleto jogado em um canto dela, lembrava bem a presença desta.

Ao meu lado, eu vi a navegadora e historiadora desacordadas ao chão. O curioso fora que eu era a única não acorrentada à parede por espessos grilhões. Talvez, pelo fato de acharem que eu não representaria uma ameaça tão cedo, não após a surra que havia levado.

Aparentemente, as tripulantes estavam bem e respirando. Estavam apenas fora de ação por um tempo. Não as acordei e decidi vasculhar a cela a procura de algum ponto fraco em suas grades. Não havia nenhum. Só me restava aguardar.

Não esperei muito para que nossos captores mostrassem suas caras feias. A luz do corredor à frente da cela fora aumentando de intensidade como se alguém se aproximasse com uma tocha. Ouvi passos. Ao que parecia mais de dois pares de pés percorriam o corredor na direção de nossa cela e conversavam despreocupados.

- Parece que hoje temos atrações o bastante. – Dissera um homem de voz esganiçada.

- As apostas serão altas. Ao que parece, o próprio Draken irá se expor na arena. – Dissera outra voz, mais gutural.

- Vamos logo com isso, sabe como Draken detesta atrasos, a mulher vai ser a primeira. Tire ela de lá. – Dissera a terceira voz, em um tom mais rouco, como o de um velho.

Haviam chegado às portas da cela, e sem cerimônias, a abriram.

- Qual das três? – perguntara um homem franzino de nariz pontiagudo e de voz gutural.

- Qualquer uma... – Respondera com desprezo o homem corpulento de voz esganiçada.

- O Draken disse “quero a morena de cabelos curtos”. – Dissera o que parecia ser mais novo, com a voz de velho e a cara esburacada de espinhas.

- Ao menos não temos que entrar e a acordar com chutes, menos um trabalho. – Dissera com um sorriso torto ao me ver de pé.

Os três pareciam-se como um esboço do cão. Assim como não houve cerimônia por partes deles em abrir a grade de minha cela, vir em minha direção e me agarrar pelo braço, me puxando para fora desta de forma displicente, também não houve cerimonia de minha parte, em começar ali, um embate de um, contra três, coisa que pareceu os surpreender.

Com um direto de direita bem no nariz do mais franzino que me puxou pelo braço, o fiz ir ao chão engasgando com o próprio sangue de seu nariz quebrado e afundado em sua cara feia. Antes que este caísse, me apoiei em suas costas saltando por cima delas e acertei o espinhento bem no meio dos peitos com meus pés, fazendo-o ir de joelhos ao chão buscando ar.

Aquele esforço fez todas as partes de meu corpo que estavam machucadas arderem e doerem de forma colossal, e foi logo no salto que senti minhas costelas doerem, para que na aterrisagem, elas praticamente pulsassem em dor me fazendo gritar em agonia.

Minha vista escureceu diante da fraqueza e dor, então, só me restou me escorar de lado na parede e me encolher, ordenando vorazmente que meu corpo não desmoronasse. O mais corpulento veio na minha direção recuperando-se da surpresa de ver o companheiro ao chão, morto, afogado no próprio sangue.

Ele me atacou com três admiráveis socos ágeis para alguém do tamanho dele, e instintivamente, me esquivei dos três, me agachando, e na terceira esquiva, subi com um upercut de esquerda que o fez cambalear para trás.

Tomei proveito de seu desequilíbrio e com um golpe de ombro forte, o empurrei contra a parede o fazendo bater com a cabeça, coisa que o deixara ainda mais desnorteado para então, acertar um potente soco de direita no meio da garganta dele, o apagando de vez, e pouco me importei se tivesse sido para todo o sempre.

- Cuidado!

Era a voz da historiadora a me alertar. Havia me esquecido do espinhento, que recuperara o ar e se aproveitando de meu deslize, tentou me golpear com um punhal. O alerta da historiadora salvara meu pulmão direito, mas em minhas costelas, ficaria a cicatriz de um corte profundo. Segurei um gemido de dor abafado entre os dentes.

- Desgraçada, você n....

Antes que ele pudesse terminar a frase, chutei a mão na qual ele segurava a adaga o desarmando, para em seguida, o chutar com vontade no meio daquela cara de rascunho do cão. Parei um instante ofegante olhando em minha volta. Os três estavam apagados.

- As chaves! – Dissera a historiadora. – Procure as chaves dessas algemas.

Falar era fácil. A minha vontade era de me jogar no chão e me contorcer em dor. Gemendo e arfante, eu fiz o que ela me pedira.

- Os grilhões são feitos de Kairoseki. Isso inibe minhas habilidades – dissera a historiadora.

Habilidades? Ninguém conseguiria de fato lutar direito sustentando o peso daqueles grilhões, talvez ela falasse disso. Procurei a chave nos corpos e achei um molho com sete delas, mas nenhuma delas correspondia aos grilhões que prendiam a historiadora.

 Quando tudo estava terminado, a navegadora acordara. De alguma forma, desconfiei que ela já estava acordada antes de tudo acontecer.

- Isso é tudo culpa sua. Fomos capturados por sua culpa. Onde estamos? – Perguntou ela se inflando para meu lado.

- Eu.... Não sei.... – Respondi, com a voz abatida deixando me ser pega pela culpa que ela lançara a mim.

- Não importa, temos que achar os outros e sair daqui. – dissera a historiadora.

Ouvi passos e vozes no corredor, e então, tive o reflexo de encostar a porta da cela na qual as duas estavam e disse:

- Eu vou atraí-los, aproveitem para fugir, procurem um abrigo, enquanto isso, eu vou procurar os outros e as chaves de seus grilhões.

- É bom mesmo que consiga tudo o que diz... – Sibilou a navegadora.

Não gostava muito dela, mas tive que acatar suas palavras, pois, todos estavam em apuros por minha causa. Foram capturados por um homem que dissera me conhecer e me chamara de assassina. Tinha que resolver aquilo de alguma forma.

Segui meu plano. Assim que os homens que se aproximavam dobraram o corredor, eu chamei a atenção de todos e corri. Haviam mordido a isca.

- Por ali, a prisioneira escapou!

- Pare onde está, maldita!

Enquanto me arrastava tentando simular uma corrida, carregava comigo o molho de chaves e um punhal. Aquele lugar era um labirinto de corredores estreitos feitos de pedra. A sorte era que alguns eram escuros como o breu e em um deles eu consegui me esconder, vendo meus perseguidores passarem por mim no corredor paralelo.

Foi como se o alívio por tê-los despistado fizesse meu corpo cansado e maltratado pesar mais do que o normal. Era como se o chão me puxasse. “Só um pouquinho. Vou deitar só um pouquinho”, pensei por um instante até me lembrar de todos eles, da tripulação que me resgatara de meu naufrágio. Segurei a dor e o cansaço e segui por um corredor escuro por alguns passos, e logo me deparei com os degraus de uma escada estreita e em espiral de pedra que parecia descer. Algo me disse para segui-la, e assim o fiz. Seus degraus pareciam infinitos.

Ao final desta, vi uma luz laranja, provinda talvez de uma tocha. Sorrateira, me aproximei do final da escadaria e analisei o espaço que se abria em seu fim.

Era um salão circular, mediano e muito abafado. Havia três gaiolas penduradas, e em duas delas, o esqueleto de duas pessoas. Pela visão do todo e das ferramentas ali existentes, logo percebi que se tratava de uma sala de tortura.

Além das gaiolas, havia ainda três celas menores onde em cada uma havia um corpo em decomposição. O odor de sangue e putrefação impregnava o ar do local.

Em um canto da masmorra, tive uma visão que me chocou. Senti meu coração se comprimir e meu peito havia se esquecido de como respirar. Amarrado em uma cruz, com o corpo todo açoitado e desacordado, eu vi o senhor espadachim

Seu sangue ainda pingava ao chão. Seus maus tratos foram recentes. Procurei em volta pelos pertences dele, e no canto oposto a ele as vi. Suas três katanas.

Peguei as katanas e as coloquei aos pés dele, e chequei seus sinais vitais. Ele respirava. Desembainhei uma katana para poder cortar as cordas que o prendiam. Soltei seu braço direito primeiro e mesmo com todo o cuidado que tive, a lâmina da espada pareceu pesar de forma colossal como se ela e a carne dele fossem imãs de polos opostos que se atraem. A lâmina cortou leve e superficialmente a carne de seu antebraço.

- Desculpe... – Sussurrei sem graça pelo pequeno acidente.

- O que pensa que está fazendo? - Uma voz soara atrás de mim.

Quando me virei, observei mais seis homens sacando de adagas a espadas, se preparando para me atacar. Virei-me para o espadachim a minha frente e disse:

- Zoro, eu sinto muito, mas vou ter que usar uma das suas estimadas katanas.

Então, para meu espanto, ele acordou, e com a voz arrastada retrucou:

- Não...

- Estou desarmada, não há outro jeito. Tenho que derrubá-los e te tirar daqui.

-Não... não use essa...

Não entendi muito bem seu zelo para com a espada que eu empunhava em um momento como aquele, mas jurei ter entendido que eu deveria usar uma das duas que ao chão estava, e não a que eu empunhava. Não havia tempo para pequenos detalhes.

Os seis partiram para cima de mim de forma desordenada em um ataque afoito. Ruim para eles, melhor para mim.

Após meu pensamento, escutei uma risada irônica em minha mente, era como se estivesse perdendo a razão. Então, tudo a minha volta pareceu se comprimir em uma pressão esmagadora. Senti um formigamento na mão que segurava o cabo da espada. Gemi de dor. Tentei largar aquela espada maldita, mas já era tarde demais.

Em meio a minha confusão, uma coragem súbita tomou os dois que acuados a minha frente outrora estavam. Eu via os dois virem em minha direção segurando punhais, mas não conseguia me mover, era como se meus pés estivessem enraizados e mãos detivessem meus braços.

Eu mal conseguia respirar, mas, havia entendido, olhando para aquela maldita espada que agora emanava uma vaga luz roxa, que tudo o que acontecia, era proveniente dela. Era como se ela me proibisse de usa-la, e pelo simples fato de empunha-la sem sua permissão, eu iria perder minha vida.

Meus inimigos se aproximavam e a luminosidade oscilava como se aquela maldita arma estivesse rindo de minha aflição e se deleitando dos meus últimos momentos a empunha-la.

Foi então que, uma voz ressoou em minha cabeça. Era uma voz conhecida de alguém a quem eu não conseguia lembrar nem do rosto ou nome, mas ainda assim, soara confortante e calma:

- É só uma espada. Sua vontade de viver é tão fraca assim para se entregar aos caprichos de uma arma tão fútil e mimada?

No fim, escutei uma risada sarcástica que serviu de gatilho para minha ira. Eu já havia escutado aquela risada antes. Era sempre provocativa.

E para aquele tom, eu sempre tentava abafa-lo, tirando de mim o que havia de melhor. Aquele tom me instigava a pôr a prova tudo o que eu tinha. Observei a espada por um breve instante e em minha mente disse:

“Eu sou sua senhora, e você deve obediência a mim.”

Meu corpo então, ficara leve tal qual a espada que eu empunhava, e sem muito esforço, eu detive o ataque de meus adversários.

A lâmina daquela espada parecia ter vontade própria. Tinha dúvidas de quem usava a quem. Se os trajetos de seu corte eram lançados por mim, ou por ela.

Ela atingia os inimigos implacavelmente contra todas as artérias de seus corpos, o que fazia sempre um espesso jorro de sangue ser expelido, sendo lançados contra o chão e paredes do local.

Houve uma sensação de êxtase. Meu coração se manteve calmo, mas batia forte e sorri satisfeita em ver que a minha frente ainda havia mais cinco.

Eles me cercaram. Achei engraçado e ri. Acho que eles entenderam minha atitude como sendo um deboche, mas eu estava apenas feliz, feliz em poder cortá-los e vê-los sangrar.

 Era lindo, cada movimento e esguicho que o sangue fazia ao ter seu fluir interrompido por um corte. Quando uma artéria era cortada, havia no mínimo três esguichos fortes antes do moribundo ficar cinza e morrer.

Porque morriam tão rápido? Não tinha graça...

Dos cinco, restara apenas dois. Estavam recuando a cada passo que dava em sua direção. Então, olhei a minha volta e para os corpos brutalmente mortos, e mais uma vez, lancei minha atenção para frente. Aquelas imagens que via e o corpo que se movia, aquilo não era eu.

Sim, é você...

Escutei uma voz em minha cabeça que me instigava em continuar, e senti um pulsar que reverberou de minha mão até meu antebraço, quando olhei para lá, percebi que a pulsação vinha da espada a qual empunhava emanava uma luz esfumaçada roxa.

Gostei mais de você. É lindo, não é? O que fazemos, é pura arte.

Então, escutei a voz conhecida de outrora e desta vez, desdenhou de mim:

- Vai mesmo deixar que ela te controle? Que patético! - riu de forma escarnecedora.

- Quem é você? – Vociferei irritada.

Nós somos um só ser.

A espada estava viva?

Eu não conseguia mais raciocinar dentro da situação na qual estava. Aquelas vozes estavam me deixando louca, e com elas, vi uma imagem como se fosse uma fotografia que alguém me dava como uma recordação. Era a foto de três pessoas em uma imagem fragmentada, e eu havia me reconhecido dentre elas.

 

- Olhe para lá e sorriam como pessoas normais. Vamos guardar essa recordação já que as antigas foram queimadas.

- Quem você está chamando de anormal aqui?

- Parem com isso vocês dois.

- Sorria Jay.

- Ai, pare com isso!

Então, a outra voz, interrompeu as lembranças destilando palavras e desejos insanos:

Você não precisa disso, é tolice.

Juntos, vamos construir memórias melhores, você e eu.

Juntos, vamos criar uma nova era, onde nossos nomes serão conhecidos e temidos.

- Devolva minhas lembranças! – Gritei em ira.

Meu grito pareceu me libertar para um destino inevitável. Praticamente sobre mim, já caia o ataque dos captores de outrora. Eles me atacaram sem pensar duas vezes e quando estavam prestes a atingir, alguém passara por mim derrubando os dois a minha frente em uma velocidade e precisão descomunais. Era ele, Zoro.

Apesar de seus ferimentos, ele estava de pé e me pareceu ainda aguentar algumas lutas a mais. Os dois homens que restavam jaziam ao chão, mas em suas faces não havia traços de sofrimento.

Era como se tivessem morrido sem nem ao menos saber o que os atingira, diferente dos demais corpos espalhados pela masmorra, cujo semblantes refletiam o mais pleno sofrimento.

Vê-lo ali, fez a adrenalina correr em meu corpo. Ele era forte e daria um excelente desafio. Estava sendo tomada por uma súbita euforia que sabia não ser minha.

A espada me induzia a atacá-lo, a ele, que era seu verdadeiro mestre. E quando este se virou para me encarar, senti como se me provocasse para um embate me encarando em silêncio.

Por mais uma vez, vi a luz roxa emergir daquela lâmina maldita cujo cabo parecia estar grudado na palma de minha mão. Ele me impelia a atacá-lo e minha resistência quanto a isso me causara muita dor. Uma dor aguda que percorreu de minha mão tomando todo lado direito de meu corpo.

Vai ser bom, ataque-o antes que ele o faça...

Eu já havia o visto a empunhar antes e não compreendia como ela não o influenciava da mesma forma que me influenciou. Aquele homem deveria ter uma foça de vontade sobrenatural.

Ele deu um passo em minha direção, e em meio a minha confusão e indecisão de o atacar ou não, eu disse:

- Não venha... saia daqui...

Então, ele me apontou a espada e com voz autoritária dissera:

- Solte-a.

Senti o ar que outrora me comprimia se extinguir, e só então, entendi que ele se dirigira a espada, e não a mim. Era como se a lâmina respondesse a ele. Ela havia ficado mais leve e seu estranho brilho cessara. Eu a larguei imediatamente.

Eu o vi se abaixar calmamente e pegar a espada que outrora eu havia empunhado, e a embainhara. Eu estava prestes a o atacar e me envergonhei por aquilo. Aquela espada amaldiçoada havia sobrepujado a minha vontade.

 - Sinto muito, eu não havia entendido o que tentou dizer... – Dissera um tanto que constrangida.

- Não sinta...- ele me encarou seriamente e pareceu que iria me dar algum tipo de esporro.

Achei que ele fosse me dizer algo a mais a respeito daquela espada claramente amaldiçoada e não somente um “não sinta”. Essa característica dele de ficar em silêncio, era perturbadora. Às vezes, era como se quisesse dizer algo, mas guardava apenas para si. Então, ele perguntou:

- Tem forças para continuar?

- Até eu tirar seus companheiros da situação na qual os joguei, sim – Respondi.

Ele esboçou um sorriso de canto e dissera:

- Sei para onde os levaram.

O vi empunhar a espada maldita e me perguntava como ele tinha coragem de empunhar aquilo? Como ele resistia?

Ele se abaixou buscando ao chão duas espadas dos inimigos tombados, e as deu para mim. Saímos da masmorra e eu o segui. 

Segundo o espadachim, ele sabia onde os outros estavam, o que em um certo momento comecei a duvidar.

O lugar inteiro parecera ser um labirinto, mas tinha quase certeza de que o caminho que fazíamos era sempre igual. Passamos pelo mesmo corredor umas três vezes. Da primeira achei que fosse engano meu. Na segunda vez, achei estranho, e na terceira vez, tive certeza de que ele estava perdido.

 Não consegui me segurar, então, eu disse:

- Acho que já passamos por aqui...

- Tenho certeza que é nesta direção. – Dissera o espadachim com segurança.

- Ok...

Respondera tendo convicção de que ele estava completamente perdido e não me sentia à vontade para chamar-lhe a atenção. Em uma hora oportuna, o chamaria para vir por outro caminho.

Continuamos a correr pelos corredores sem fim, e quando tinha certeza que dobraríamos no mesmo canto pela quarta vez, o puxei pelo cós de sua calça o direcionando para o canto oposto.

- Por aqui, escutei algo - dissera a ele.

E havia realmente escutado algo. Era como um aglomerado de vozes eufóricas e uma outra voz, que se sobressaia dentre todas como se usasse um megafone. Pareceu que narrava algo.

- Eu me lembro, é logo ali! – Dissera o espadachim acelerando o passo, passando por mim.

- Espere! – Algo não estava certo. Algo em mim gritou em alarde, mas ele já havia tomado uma boa dianteira. O segui.

O fim do corredor dava acesso a um salão monstruoso e muito claro que a princípio nos ofuscara. O espaço talvez fosse tão grande quanto um navio. Ouvimos vozes que gritaram eufóricas, algo como, “vai começar!”.

- Zoro! Espadachim sem memória! – Escutamos a voz do capitão de nosso navio em meio aquele alto e estranho burburinho.

- Ali! – alertara Zoro. – Eles estão ali!

Enquanto corríamos em direção de onde vimos os cinco, Franky o carpinteiro, Ussop, o atirador, Sanji, o Cozinheiro, Chopper, o Dr. e Luffy, o Capitão, que apesar da situação, nos recebera com um enorme sorriso despreocupado.

      Percebi que todos estavam presos e acorrentados aos pés por grilhões no que parecia ser uma cela com espessas grades de ferro encrustadas na parede de pedra daquele salão.

Analisando a minha frente enquanto corria ao lado de Zoro, notei que o lugar mais se parecia com uma arena na forma de uma elipse. Escutamos a voz que outrora se sobressaiu dentre as demais.

- Façam suas apostas senhoras e senhores. Qual dos dois espadachins vencera o embate. O robusto espadachim com três espadas ou, a singela, e frágil donzela espadachim e suas katanas mortais?

- O que este idiota está dizendo? – Vociferou Zoro enquanto corria.

- Acho que ele quer que lutemos. – Respondera enquanto corria ao seu lado.

- Que imbecil... – Praguejara irritado.

– Vocês aí, Luffy, Ussop, Franky, Chopper e sobrancelhinha do amor, afastem-se das grades! – Alertara o espadachim aos seus companheiros.

Vi Sanji praguejar algo, talvez, quanto à forma com a qual fora chamado, mas as vozes do local abafaram seus queixumes, deixando apenas que gestos irritados se expressassem por ele.

E diga-se de passagem, ele soube se expressar muito bem...

Mesmo em horas como aquelas, eles implicavam um com o outro. Então, escutei o espadachim me alertar para parar de correr, enquanto parava sua corrida e se posicionava em uma postura ofensiva.

Uma voz ressoara ao nosso lado em um tom tranquilo, mas, ameaçador:

- Faça mais um gesto, e seus nakamas vão virar peneira.

Observei Zoro desistir de seu ataque contra as grades. Não duvidei em nenhum momento que ele não pudesse as derrubar com suas espadas, não depois do que presenciara na praia enquanto este treinava.

E observei atônita seu comportamento desistente diante de toda aquela situação. Ele simplesmente havia parado diante das ameaças daquele louco.

Ele saiu de sua base ofensiva e ficou imóvel fitando para cela enquanto mordia em frustração o cabo da espada que carregava entre os dentes.

- O que foi? – Perguntei angustiada.

- Olhe dentro da cela – Respondera quase em um rugir.

Apertei os olhos e vi pequenos orifícios acabando de se abrir nas paredes, e canos de rifles saírem por eles. Caso o espadachim continuasse seu ataque, seus companheiros seriam cravados por balas.

- Embainhe suas katanas e as jogue para cá. –Dissera a voz ao nosso lado dirigindo-se ao espadachim.

Não havia outra opção, ele tinha que obedecer para o bem de seus companheiros, só não havia entendido porque apenas ele tinha que se desarmar, mas mesmo ainda mantendo minhas espadas, não ousei um ataque com receio dos outros virem a se machucar. Aguardei o desfecho de tudo aquilo.

- Agora, seja um bom menino e junte-se aos seus nakamas naquela cela acolhedora. – Dissera a voz com uma risada desdenhosa.

- O que está fazendo, cabeça de brócolis? – Gritou Sanji.

- Olhe para as paredes, seu cozinheiro de merda, e me diga o que quer que eu faça?! – Esbravejara Zoro.

- São rifles! – Exclamara Chopper horrorizado se agarrando a perna de Luffy.

- Ande logo, deixe de moleza. – Obrigou ao espadachim com um tom autoritário, e a contra a vontade, este teve que obedecer. – Você fica – apontou para mim. - Vou adorar acabar com você.



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