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História 2 Weeks [Namjin] - Rolling in the Deep


Escrita por: _Kasai_

Notas do Autor


Primeiramente, sim, o título do capítulo é um trocadilho asdfghjhgfdsa

Segundamente, esse capítulo saiu bem grande, mas não dava pra cortar. É pra compensar o anterior, que foi curtinho.

Terceiramente (aiaisjdf) eu queria agradecer a todas as pessoas que favoritaram e comentaram. Principalmente aquelas que comentam mais de uma vez. Elas me ajudam muito e me motivam ainda mais! Amo vcs já ~VampireGabs, ~Alics, ~LittleMandyG <3

GIF editado por mim. NÃO REPOSTEM.

Isso é tudo pra já, boa leitura!

Capítulo 8 - Rolling in the Deep


Fanfic / Fanfiction 2 Weeks [Namjin] - Rolling in the Deep

Jungkook e Taehyung observavam a cena por detrás das bancadas. Era bem longe, então não sabiam 100% o que estava acontecendo. Namjoon e Yoongi estavam de costas para eles, mas pareciam estar a conversar pacificamente. Vez ou outra, Yoongi fazia gestos exagerados de frustração.

- Hyung. – Jungkook chamou. – Você acha que isso vai dar ruim? É que sei lá, tô com um mau pressentimento…

Taehyung ficou apreensivo por um momento. Quando Jungkook sentia que algo ruim ia acontecer, por norma, acontecia mesmo. Fora assim desde que se tornaram amigos. Era estranho.

- Bem, por muito que a gente queira ajudar, isso é algo que só o Nam-hyung pode resolver.

Jungkook soltou um suspiro e assentiu.

Continuaram observando a cena, até que Taehyung lembrou-se de algo intrigante que Jungkook dissera à uns dois dias. Usaria isso para afastar o ambiente repentinamente pesado.

- Hey! Kookie, sobre aquela pessoa que estava te chamando a atenção… – Um sorriso ladino surgiu em Tae, era hora da verdade. – Me diz, quem é ela? Você nunca presta atenção em ninguém, é igualzinho o Nam-hyung antes de conhecer o tal Seokjin, talvez até pior.

Jungkook rolou os olhos. Sabia que mais cedo ou mais tarde Taehyung iria se lembrar desse assunto e sabia o que ele estava insinuando. Dissera aquilo sem pensar e agora estava arrependido de o fazer. Taehyung era muito insistente quando queria. Fugira magistralmente do assunto da última vez, mas agora não tinha como. Soltou um suspiro cansado.

- Tae, eu já te disse, milhões de vezes, que apenas notei a pessoa por acaso. Não foi nada demais. Ela apenas tinha algo… inusual, que me chamou a atenção.

Taehyung mantinha seu quadrado sorriso sacana no rosto, com a língua na bochecha. Não acreditava em nada da ladainha que Jungkook dizia. O muleque era tão denso como o irmão. Meu Deus…

- Aham, Tá bom. E eu sou o tio patinhas…

- Essa frase é uma bosta, Taehyung.

Os dois começaram a rir, até que começou a haver movimentação demais lá abaixo. Seokjin, do nada, brotou de um monte de caixas e em poucos segundos, saiu correndo. Yoongi disse algo à Namjoon e esse saiu correndo atrás dele.

- Oloko, o que tá acontecendo lá em baixo? – Tae perguntou surpreso. – Nossa mano, aposto que o Nam assustou o rapaz com aquela cara de cachorro raivoso.

Jungkook franziu o cenho. A sensação ruim voltou e deu um nó em sua garganta. Taehyung logo notou e pôs uma mão reconfortante no ombro do amigo.

- Kookie, vai tudo correr bem. No pior dos casos eles se batem de novo.

Nem Taehyung conseguiu se convencer a si próprio e o maknae notou. Sabia que tinha dito isso apenas para tranquiliza-lo. O mau tempo também não contribuía para ajudar a desfazer a sua consciência nublada.

- Acho que vai começar a chover daqui a pouco. A gente devia ir pro ônibus, senão vamos ter de esperar meia hora para o próximo. – Taehyung disse enquanto observava o céu com uma expressão desconfiada.

Kook assentiu. Taehyung saiu do seu “esconderijo” e puxou Jungkook pelo braço tirando-o dali. Os dois já estavam no fim das escadas das bancadas quando um ponto colorido apareceu na visão periférica de Jungkook, chamando sua atenção.

Chamando sua atenção.

Antes mesmo de se virar para olhar, já sabia o que, ou melhor, quem, era. Afinal, fora a única pessoa que tomou sua atenção sem sequer tentar desde que se lembra. Isso só aconteceu uma vez antes, exatamente pelo mesmo motivo, então era bastante nostálgica a sensação.

Lá no fundo do campo, erguendo do seu recanto e arrumando seu sempre companheiro livro na mochila, a sua mais recente distração se preparava para sair.

Taehyung tagarelava algo sobre comida que Jungkook realmente não ouviu. Sendo o mais discreto que pôde, manteve toda a sua atenção direcionada à aquele ser pequenino, de cabelos sedosos e coloridos ao vento. Dando passinhos apressados em direção à saída, fazendo um biquinho fofo, com os óculos redondos na ponta do nariz.

“Ah~ O que é isto?”

- O que você acha, Kookie? – De repente a voz de Tae soou mais alta, tirando Jungkook do seu transe.

- Ah, o que? – Jungkook repreendeu-se mentalmente por se deixar perder.

- Você não ouviu porra nenhuma do que eu te disse, né? – Um sorriso debochado surgiu em Tae e Jungkook desviou o olhar para o lado apertando os lábios. – Eu APOSTO que a tal pessoa está em algum lugar por aqui. – Tae pôs uma mão no queixo enquanto mantinha o indicador da outra levantado, apontando em volta. – Mas tem muita gente indo para a saída, então, pra tua sorte, eu ainda não sei quem é. – Estreitou os olhos e apontou para o rosto do mais novo, como se o desafiasse.

Jungkook agradeceu mentalmente. Tinha de ter mais cuidado, mas era tão difícil não ficar olhando aquele ser tão fofo onde quer que ele fosse. Jungkook, ao contrário de Namjoon que demorou décadas, sabia o que estava acontecendo, tinha até aceite a situação, mas era algo demasiado novo e demasiado rápido e sem contar que não teria qualquer chance, não é mesmo? Era tímido demais, normal demais. Só conversara com a tal pessoa uma vez, e fora suficiente para ficar sem fôlego aí. E além do mais, a situação tinha um pequeno porém, que graças a situação de Namjoon, o maknae sentia-se menos aflito, dado ao tipo de situação semelhante.

O rapaz, que era novo em sua turma, foi colocado na mesa ao seu lado, perto da janela. A sua primeira impressão foi que ele era muito pequeno mesmo sendo, conforme a professora explicara, um ano mais velho. Mas o que mais chamou sua atenção na altura, foi o seu cabelo colorido. Embora a cidade tivesse a Demian Academy, ainda era uma cidade pequena, então pessoas mais alternativas não eram algo comum de se ver. Não que fosse algo de outro mundo, mas para além dos jovens que frequentavam sua escola, e as outras quatro escolas da cidade em si, grande parte da população era composta por gente mais velha.

Depois de ser apresentado e se apresentar, houve o habitual burburinho pela sala, afinal, era irritantemente bonito. O rapaz foi se sentar perto de Jungkook, e fez o caminho sempre de cabeça baixa. Ele estava visivelmente perdido na matéria, e Jungkook, sendo a boa alma que é, se ofereceu para ajudar. As aulas foram todas assim, Jungkook apenas ajudando-o. O rapaz pequeno era muito educado e quase tão tímido quanto Jungkook. Trocaram poucas palavras, mas aprendeu que o rapaz novo se sentia um pouco deslocado por ser um ano mais velho – que por questões de saúde e pessoais, ficou um ano para trás na escola. Jungkook então se ofereceu para ser seu amigo sem pensar duas vezes, e foi aí que colocou a corda no próprio pescoço.

O infeliz sorriu.

Sorriu o sorriso mais lindo que Jungkook alguma vez viu em toda sua existência.

Suas bochechas cheinhas tomaram um tom rosado e o rapaz encolheu-se todo de forma extremamento fofa. Tinha um sorriso caloroso, em que não só os seus lábios, mas também seus olhos sorriam, tornando-se apenas duas pequenas linhas. Jungkook morreu interiormente aí. Foi tão instantâneo que nem ousou negar o que acabara de acontecer. A sensação maravilhosa e ao mesmo tempo odiosa de frio na barriga tomou conta de si, e podia jurar que estava tão vermelho como o cabelo do rapaz a sua frente.

Desde então, se cumprimentavam todos os dias, mas raramente conversavam, mesmo se considerando amigos. Jungkook era muito tímido, ele era muito tímido. Respeitavam demais o espaço um do outro com medo de incomodarem-se.

Jungkook suspirou e se amaldiçoou por isso. Queria falar com ele, sair com ele, fazer coisas que amigos realmente faziam, mas nem sequer conseguia olhar para ele sem querer correr a escola toda aos berros tal era a emoção.

E lá ia ele, com passinhos pequenos e apertados, correndo em direção ao ônibus. O rapaz ruivo que em quatro dias fez o mais novo ter mais emoções do que talvez nos últimos 7 anos juntos.

 

*****

 

O coração de Namjoon estava tão acelerado que achava que estava prestes a ter uma ataque cardíaco. Sem pensar duas vezes, correu em direção ao lugar onde Seokjin havia desaparecido.

Seokjin escorregara para uma ravina extremamente íngreme que adentrava a sombria floresta. Por conta da densa névoa, Namjoon não conseguia ver mais que 2 metros abaixo do precipício. Não sabia quão fundo era, rezou para todos os Deuses e mais alguns para que não fosse fundo o suficiente para ser mortal. Não conseguia ver Seokjin e o pânico tomou conta de si.

- JIIIIIIN!!!!!!! – Gritou o mais alto que conseguiu, enquanto estava agachado na borda da estrada, apoiado sobre suas mãos enquanto encarava o buraco enevoado a sua frente. Seu coração doía, a imagem de Jin sorrindo inundou sua cabeça e seus olhos se encheram de água.

Um trovão repentino iluminou os céus, fazendo tudo ficar extremamente claro e extremamente escuro numa fração de segundos, mas foi o suficiente para que Namjoon notasse uma silhueta uns 6 metros abaixo, caído sobre uma pedra sobressalente, graças ao contraste criado pela luz repentina. A chuva fina logo começou a cair, deixando tudo ainda mais escorregadio.

“Merda!”

Namjoon voltou a chamar por Seokjin várias vezes, mas este deveria estar inconsciente. Pensou nas possibilidades que tinha. Poderia tentar descer e buscá-lo, mas não conseguia ver quase nada, e agora que estava tudo molhado, mal conseguiria subir sozinho, quanto mais com outra pessoa consigo. Também poderia ir pedir ajuda, mas isso implicaria a expulsão dos dois, e Namjoon sabia quão Seokjin havia se esforçado para entrar.

Estava ficar desesperado, estava a ficar sem soluções, e Seokjin poderia escorregar ainda mais para baixo se a chuva aumentasse. Não havia escolha, tinha de ir pedir ajuda. Relutantemente, começou a levantar-se quando ouviu um barulho mais ao fundo, fazendo-o agachar-se rapidamente e inclinar-se o máximo que conseguiu para a borda do caminho.

- JIN?? SEOKJIN?!

- Ahhhrh – A voz de Jin soou mais abaixo, era um resmungo de dor.

- Jin! Consegue me ouvir??!! – Namjoon chamou pelo mais velho com a voz transbordando de ansiedade.

Logo Jin abriu os olhos. Não sabia o que estava fazendo ali, mas ao ouvir Namjoon, imediatamente se lembrou. Havia caído numa ravina. Levantou-se depressa mais prontamente se arrependeu, pois a pedra onde tinha caído mexeu-se com o movimento brusco. Deu um arquejo alto com o susto.

- Na- Namjoon – Sua voz estava chorosa. – Namjoon, você está aí? – Olhou para cima, via, muito subtilmente, a silhueta da cabeça de Namjoon graças a luminosidade. Se estivesse um pouco mais escuro, Seokjin nada veria, a névoa era muito densa e a chuva atrapalhava ainda mais a visão, que já não estava boa.

- Estou aqui sim, Jin!!! Eu vou tirar você daí!

Namjoon suspirou em alívio. Começou a pensar numa maneira de tirar Jin dali. Ele estava uns 5~6 metros mais abaixo, mesmo que se esticasse ao máximo, só cobriria cerca de pouco mais de 1 metro. Seokjin era alto, todo esticado deveria cobrir mais 2 metros pelo menos, mas ainda faltavam 3.

- Namjoon – A sua voz soou muito chorosa e isso cortou o coração de Namjoon. – Eu estou com medo.

Namjoon apertou os olhos com força. “Mas que merda de situação!”

- Eu sei, Jin. Mas tente se acalmar, me diga, você consegue ver aqui pra cima?

Jin fungou forte e limpou o melhor que pôde os olhos. Olhou para cima. Seus óculos sumiram durante a queda, então enxergava muito mal.

- Mais ou menos. Eu perdi meus óculos. Eu não vejo muito bem. – Estreitou mais os olhos. – Mas consigo ver a forma da sua cabeça por causa da claridade.

- Ok, eu não consigo ver você daqui, a neblina é muito forte. – Arrependeu-se no mesmo instante de dizer isso ao ouvir o início de um choro mais abaixo. – Jin, eu preciso que você me explique o que você vê aí de baixo, vamos ter de ser os olhos um do outro, ok?

- O-ok. Namjoon, v-você não pode ligar pra alguém?

Namjoon ficou entre a espada e a parede de novo. Mas isso não cabia a si, Jin teria de decidir por si próprio.

- Não há rede aqui, eu poderia correr até a escola, mas …. – Hesitou por um instante. – Assim que souberem que estamos nesse lugar, vamos ser permanentemente expulsos da academia.

Jin arregalou os olhos. Expulsos? Porque? Encontrara o caminho por acaso a mais ou menos uma semana atrás, achava-o muito bonito, mas nunca chegou a entrar nele. Apenas ficava na entrada contemplando-o. De repente, lembrou-se de uma história que sua tia—avó contou sobre sua cidade natal quando era criança. Uma lenda sobre um génio louco que vivia numa mansão escondida na floresta.

Não podia ser isso, podia?

- P-porque seríamos expulsos? – Seokjin perguntou gaguejando. Estava gelado. Tinha uma mão a tapar a chuva que entrava nos seus olhos quando olhava para cima.

Namjoon suspirou.

- É uma longa história, esse é uma caminho proibido por causa de certos eventos que aconteceram nessa cidade à alguns anos.

Seokjin estremeceu. Afinal o conto era verdade. Um frio na espinha subiu em si, e logo se virou de costas, em direção a floresta sombria. O medo tomou conta de si. Tinha de sair dali.

- O conto de Demian?

Namjoon parou por um momento. “Como ele sabe?” Muitas perguntas circularam sua cabeça, mas logo afastou-as, agora não era o momento.

- S-sim. Seokjin, eu preciso que você me diga o que você quer. Se quer que eu chame alguém ou se quer que tentemos te tirar daí sozinhos. Se você quiser tentar, tem de me dizer o que vê. Se você acha que consegue escalar, a quantos metros está, tudo.

Seokjin assentiu, mas para si próprio do que para Namjoon, que não o via. Definitivamente não queria ser expulso, então iria pelo menos tentar antes. Se não conseguissem, pediria para Namjoon chamar ajuda. Começou a analisar as coisas a sua volta, não podia se mexer muito, pois a pedra em que estava parecia solta.

- Estou à uns 6 metros aí de cima, talvez um pouco menos. Não vejo muito bem, mas para eu ver a tua cabeça sem óculos é porque não é tão fundo assim. – Fungou forte. – A pedra em que estou é grande, mas ela se mexe se eu fizer movimentos bruscos. – Engoliu em seco. – Há uma pedra sobressalente uns dois metros acima, acho que consigo subir, mas eu machuquei o tornozelo. Só posso usar a perna direita.

Namjoon ouvia tudo atentamente. A parte da pedra se mexer deixou-o especialmente nervoso, mas saber que Seokjin poderia escalar um pouco já foi um pequeno alívio.

- Eu tenho braços compridos, devo cobrir cerca de 1 metro. – Ao dizer isso, Namjoon lembrou-se que por debaixo do uniforme trazia um moletom bem grosso. Poderia usa-lo como corda. Seokjin não deveria pesar muito. – Eu posso usar o moletom que estou usando agora como corda também, ele é bem grosso.

- O-ok. – Seokjin inspirou fundo. – Eu vou tentar subir agora.

- Ok, tenha cuidado. – A voz de Namjoon soara mais suave do que Seokjin alguma vez ouvira. Isso até lhe preencheu com um pouco de coragem.

Jin arregaçou as mangas e apalpou a parede a sua frente. Puxou alguma vegetação com força para ver o que era seguro agarrar, colocou o pé em lugares que lhe pareceram seguros e içou-se para cima, a pedra balançou um pouco, mas foi apenas isso. Agradeceu aos céus por ter sido uma espécie de "delinquente" no passado, pois isso lhe garantira a força que tem hoje, embora seja um desastre com pernas. Içou-se facilmente com a perna direita, mas foi mais complicado usar a esquerda. Antes de subir para cima da pedra, que era bastante menor do que a que estava, pendurou-se na mesma e fez força para baixo, com a outra mão segurando  num galho. Não balançava, poderia subir tranquilamente.

Namjoon olhava para baixo, e no meio da névoa, começou a ver movimentação. Seokjin havia subido o suficiente para o platinado conseguir perceber sua presença, embora fosse apenas uma silhueta fosca. Permitiu-se sorrir um pouco. Assim que Seokjin se pôs de pé em cima da pedra, já dava para ver bem sua cabeça, embora ainda estivesse névoa e a chuva deixava ainda mais difícil de ver.

- Nam. – Arfou alto devido ao esforço. – Consegui subir para pedra de cima.

- Eu sei, eu já consigo perceber que você está aí em baixo, embora ainda só veja uma sombra mexendo. Menos sua cabeça, consigo perceber que é você. – O tom ligeiramente alegre era perceptível, e isso tranquilizou bastante Seokjin.

- Mas eu não vejo mais onde me agarrar. Eu devo estar à uns 2 metros do topo agora. Eu já consigo ver você.

“Você.”

Aquilo soou doce como o mel para Namjoon, que não conseguiu segurar um sorriso. Do seu ponto de vista, também não havia muito onde agarrar, retirou o moleton que vestia e tirou o casaco do uniforme para ter mais mobilidade com os braços. Havia uma árvore perto de si, então amarrou o uniforme a volta mesma, e prendeu seu pé aí. Fez bastante força para testar o nó. Era seguro. Deitou de barriga no chão molhado, o mais próximo possível da ravina, deixando seu corpo pendurado a partir do peito, esticando seus braços o máximo que podia e segurando o moletom por uma manga, deixando o resto pendurado

- Jin. – Namjoon chamou. – Você consegue pegar a ponta do moletom?

Seokjin olhou para cima, conseguia vê-lo. Mas estava um pouco alto, não muito. Se não tivesse o tornozelo machucado facilmente chegaria no casaco. Mas não conseguia saltar. E mesmo que conseguisse, não seria uma boa ideia. A pedra onde estava era escorregadia, e a chuva não ajudava. Tentou procurar algo onde se içar primeiro.

- Nam, está um pouco alto, em situações normais eu alcançaria facilmente, mas não posso saltar porque essa pedra escorrega.

Namjoon suspirou em ansiedade. Não podia se esticar mais, ou corria o risco de escorregar também ou deixar o casaco escorregar de suas mãos com o peso de Jin.

- Espera! Acho que encontrei algo para me erguer!

- Jin! – Tinha receio na voz. – Veja se isso é seguro antes de agarrar.

Seokjin esticou-se ao máximo e segurou na raiz. Como estava sem óculos, não conseguia vê-la antes, estava camuflada, mas ao se mexer, notou algo sobressalente na rocha e ao tocar concluiu que era um galho. Ao puxa-la ela cedeu um pouco no início, não parecia muito segura, mas era isso ou nada.

- Eu vou agarrar e saltar para o moletom, ok? Você aguenta comigo? – Jin não parecia muito seguro.

- Sim. – Hesitou por um momento. – Se você cair, eu cairei com você.

Jin não conseguiu evitar um pequeno riso.

- Se você estava tentando ser romântico, acho que esse não foi o melhor exemplo para usar no momento. – Tinha um tom brincalhão na voz. Pôde notar Namjoon escondendo o rosto no braço. – Eu realmente não quero cair, nem quero que você caia.

- Desculpa. Eu vou me calar. – A confissão de a pouco veio a mente de Namjoon, fazendo-o corar. “Nossa Namjoon, você só fala bosta!”

Jin suspirou alto e acenou com a cabeça para Namjoon, que devolveu o gesto. Agarrou o galho e rezou para que esse não cedesse antes de chegar ao casaco. Num único impulso, içou-se usando toda a força de sua perna boa para alcançar o mais alto possível o moletom. Jin conseguiu içar-se bem alto, mas o galho então cedeu, fazendo-o cair alguns centímetros e bater o joelho com força na parede, mas conseguiu agarrar o moletom. Por causa do peso repentino, Namjoon sentiu um esticão muito forte nos braços e quase deixou a blusa escapar, ouviu um resmungo de dor de Seokjin depois de o ouvir um baque forte, mas o peso lhe dizia que estava agarrado.

- Jin!

- Aiiii. – Gemeu de dor. – Nam, estou agarrado, mas as minhas pernas já eram. – Tinha uma ar preocupado na voz. – Bati a perna boa com o joelho, ele tá todo arregaçado.

Namjoom bufou preocupado. Conseguia ouvir as pequenas costuras do casaco rebentarem. Mas da posição que estava não tinha forças para puxar Seokjin para cima.

- Jin, não tenho força pra te puxar da posição em que estou, você tem de subir até aos meus braços, pelo menos. – O tom de esforço na voz era notável. Seus braços deveriam estar a doer bastante, principalmente depois do puxão que levou.

- O-ok.

Jin tentou ignorar a dor lancinante nas suas pernas e usou toda a força possível em seus braços para subir. Sentiu tocar algo quente. “Namjoon.”

- Nam- – Jin chamou-o, mas foi interrompido.

- Tente subir até o meu pescoço e se agarre a volta dele. Você consegue?

 Jin olhou para o platinado por um instante. Finalmente conseguiam ver o rosto um do outro, mesmo um pouco embaçado pela névoa. Era visível que ambos choraram bastante. Jin sentiu um calor no peito. Tinha sido tão idiota em fugir daquela maneira. Iria com certeza, encher Namjoom de carinhos depois dessa se conseguisse sair dessa situação horrível.

Fez um “huh” afirmativo e içou mais um pouco, usando os braços de Namjoon como apoio. O mais novo estava escorregadio pela chuva, então Jin escorregou algumas vezes até conseguir alcançar os ombros de Namjoon. Depois de muito esforço, Seokjin finalmente agarrou-se ao pescoço do mesmo, abraçando o mais apertado possível a volta dos ombros de Namjoon.

Foi quando Jin olhou para ele. Namjoon tinha os olhos arregalados e estava totalmente vermelho. Seus rostos estavam perto. Muito perto. Jin podia sentir a respiração pesada de Namjoon bater em seu rosto. Tinham as testas praticamente coladas. Os corações de ambos estavam a mil. Mas um estalo vindo de trás de Namjoon os trouxe de volta a realidade.

O uniforme de Namjoon preso à árvore ameaçava ceder, pois estava fazendo muita força ali.

- Se segure firme. E não solte, por nada neste mundo, ouviu, Jin-hyung?

“Jin-hyung.”

Seokjin morreu interiormente. Apenas aceitou. Acenou lentamente, sem nunca quebrar o contato visual com Namjoon, e depois escondeu o rosto no pescoço do mesmo, fazendo uma coceguinha gostosa em Namjoon.

Esse contato foi o suficiente para encher Namjoon de uma energia desconhecida que nem o próprio sabia de onde vinha. Com Jin tendo quase todo seu peso pendurado em seu pescoço, apenas sendo ajudado por uma perna debilmente apoiada numa saliência, Namjoon puxou os braços para cima, trazendo o moletom consigo, e depois de algum esforço, conseguiu trazê-los para cima do chão, pousando-os mas sem nunca deixar de segurar Jin. Esperou a dormência passar e colocou as mãos no chão, em posição de flexão, e com todo o esforço do mundo, foi erguendo lentamente o tronco e puxando-se para trás ao mesmo tempo. Rosnava com o esforço, mas quando estava alto o suficiente para Seokjin ver o chão, este colocou uma mão sobre a mesma e ajudou a içar-se. Sua barriga raspava contra a quina da borda, machucando-a, mas não se importou com isso. Queria apenas sair dali.

Quando Namjoon já estava ereto o suficiente em cima dos próprios joelhos, tirou as mãos do chão e abraçou Seokjin, puxou-o com toda a força para si, enquanto Seokjin que já havia posto um joelho em cima da estrada também se empurrou para frente. A força dos dois, combinadas, fizeram que Namjoon se desequilibrasse para trás e caísse estatelado no chão, com Jin por cima de si.

Nunca desfizeram o abraço. Namjoon abraçava Jin com tanta força, como se tivesse medo que ele fugisse de si. Irônico. A chuva caía, e os dois, ofegantes, apenas ficaram ali. Deitados, um sobre o outro, recuperando o fôlego e a alma, ah sim, porque essa com certeza sumiu a certa altura. Namjoon tinha os lábios encostados no cabelo de Jin e esse tinha o rosto escondido no pescoço do platinado. Namjoon ouviu um soluço, seguido de um choro baixinho.

- Hyung? Está tudo bem?

“Hyung.”

- E-eu estava… - Jin soluçou. – Com tanto medo. – E começou aos prantos, apertando Namjoon ainda mais e fazendo com que ele devolvesse o gesto.

- Shhh. Está tudo bem agora. Tome o seu tempo a-

Namjoon fora interrompido. Interrompido da melhor maneira possível. Antes de acabar o seu consolo, Jin levantou a cabeça e selou os lábios fartos com os de Namjoon.

Namjoon sentiu o tempo parar. Nunca sua imaginação faria jus a sensação que era beijar Kim Seokjin. Uma corrente elétrica percorreu todo seu corpo, deixando-o anestesiado. Até deixou de sentir dor nos braços. Ainda tinha os olhos abertos do choque, mas logo fechou-os, colocando suas mãos sobre as bochechas de seu hyung e fazendo um carinho ali.

Nem podia acreditar.

Estava beijando Kim Seokjin. Na boca. Com ele deitado em cima de si, todo ensopado.

Repreendeu-se mentalmente por ter tais pensamentos no momento, depois de tal situação ainda por cima, mas como poderia evitar? Impossível. Estávamos falando de Kim Seokjin. Não dá para resistir à essa divindade, que se dane a inconveniência!

O beijo foi intenso, mas casto. Cheio de sentimentos que nenhum dos dois conseguiria alguma vez descrever.

Seokjin estremecia ao sentir os lábios de Namjoon. Não queria se separar daqueles lábios nunca mais, mas o oxigénio fez-se necessário, forçando-os, relutantemente, a se separaram. Ao fazerem, abriram os olhos lentamente e se encararam por longos minutos.

Seokjin sentiu o sangue correr para o seu rosto, e Namjoon ao notar teve a mesma reação. Jin rapidamente voltou a esconder seu rosto corado no pescoço do mais novo, e esse apenas pousou sua mão carinhosamente na cabeça de seu hyung, enquanto olhava com uma expressão de choque para o céu acinzentado, tentando inutilmente segurar um sorriso bobo.

Ficaram assim, até acalmarem seus corações agitados.


Notas Finais


AAAAAAAAHH O QUE EU SOFRI ESCREVENDO ESSE CAP AHHHH.
Acho que tá muito óbvio quem é o crush do Kookie né :v Besta igualzinho o irmão, pelo menos é mais rápido de pensamento.
O Tae nos representando como sempre. Melhor amigo.

Mas finalmente houve beijo! Jin pelo menos concertou a própria burrada.
Nooooooooooosa como eu sofri escrevendo isso. A ansiedade tá a mil.

Pegaram referências hoje meu povo?
Mais uma coisa, dá para notar pelas views que tem gente lendo, por isso dêem um oi ae só pra eu ter uma ideia de quantas pessoas estão lendo. To curios@ :v

Título: Rolling in the Deep - Adele
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