História 22 Cartas - Décima Terceira Carta

Agora eu estou aqui pensando na infância. Sabe, quando somos crianças sempre tem alguém que pergunta o que queremos ser. Minhas respostas já mudaram muito ao longo do tempo. Eu já quis ser padeira, estilista, médica, médica veterinária e no final de tudo até engenheira nuclear, mesmo com um total de zero habilidades para isso e eu provavelmente estaria no primeiro período até hoje. Mas o que eu quero dizer com essa carta é como a nossa versão pode ser a melhor versão de nós e a gente não percebe. Com tanta inocência para lidar com as coisas, tanto graça, tantos planos e tudo parecia mais fácil. Se você pudesse ter um papo com a sua versão infantil, o que gostaria de dizer para ela? Ou o que você acha que ela falaria para você? Será que mudamos tanto assim ou ainda temos nem que seja um cadinho do que já fomos um dia? Sendo bem sincera, eu sinto falta de não ter tantos problemas na cabeça ou meu maior problema ser esquecer que comprei a cartolina numa meia noite de um domingo. Essa carta pode nem ter sentido algum, mas vindo de mim que possuo zero sentindo para vida até que faz sentido o não ter sentido.

            E, de repente eu fiquei pensando como seria se tivéssemos nos conhecido desde criança, será que teríamos construído um elo que temos hoje ou que seriamos simplesmente duas pessoas que se conhecem e nada mais que isso? É estranho pensar em tudo isso, porque tudo começa no “e se” e não final não tem resposta alguma. É engraçado como o destino prepara as coisas de um jeito tão incrível, mas isso é assunto para outra carta.