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História 23 noites de PRAZER - A sétima noite


Escrita por: Ana_Reinhart_S

Notas do Autor


BOA LEITURA💙

Capítulo 8 - A sétima noite


“Porque quando eu chegar, vou trazer o fogo. Vou te fazer gozar… a vida.”
                                   -Let it Rock, Kevin Rudolf


É difícil não gostar de Veronica. Ela é a pessoa mais agradável, solícita e simpática do departamento. Acho que é por isso que acabamos desenvolvendo um bom nível de amizade. Ela é uma das poucas pessoas – se não a única – por aqui que sempre reconheceu meu trabalho.

– Você devia tirar férias de vez em quando, Bee! – ela exclamou, empolgada e bronzeada. – Você vive por essa editora e ninguém te dá valor.

Estreitei os olhos para ela em um olhar brincalhão.

– Ah! Não me olhe assim! Você sabe que é verdade. É um santo remédio.Você esquece tudo do trabalho. Até as senhas! – ela riu. – Tive que solicitar todas de novo. É um inferno esse novo procedimento. Era tão mais fácil antes.

– Você recebe tudo no celular, Vee! Qual a dificuldade? – ri.

– Seja como for, você devia experimentar umas férias de vez em quando.

Dei de ombros.

– Acho que vou tirar umas férias compulsivas daqui a um dia ou dois, então não há com o que se preocupar.

Ela se sentou ao meu lado.

– Férias compulsivas?

– Eu gritei com o sr. Danin e disse que, ou eu recebia um aumento, ou eu ia embora.

O queixo dela caiu e continuou caindo.

– Betty Cooper! Aleluia!

Repassei a minha lista de checagem para ver se não tinha esquecido nada.

– Mas podemos conversar sobre isso depois, Vee? O lançamento é amanhã e…

– … e você já está com tudo pronto há semanas. Você é a pessoa mais responsável desse lugar. Você é a pessoa mais responsável do planeta! –exagerou. – Agora, conta como foi essa história do grito.

Fiz uma careta de reprovação.

– Bom dia, meninas – Breet se aproximou.

– Betty! Como vai?

– Tudo bem, Breet, e você? – eu estava sorrindo com minhas patéticas bochechas vermelhas.

– Também – ele sorriu calorosamente. – Mal pudemos conversar ontem. Mas,se me permite, achei tudo que você falou para o Travis muito bem dito. Você é uma das pessoas mais dedicadas que eu conheço, não merecia ser excluída do projeto por causa de uma bobagem.

Talvez Jug estivesse certo. Talvez acabasse tudo bem.

– Obrigada, Breet.

Veronica olhava de Breet para mim e de volta para Breet.

– E se tem alguém aqui que merece um aumento, esse alguém é você – ele apontou um indicador para mim e piscou o olho direito.Minha boca estava sorrindo deslumbrada. Ele concordava comigo! Ele achavaque eu estava certa!– Bem… – ele continuou. – Acho melhor eu voltar ao trabalho. O lançamento amanhã vai ser bem trabalhoso, não é?

Veronica respondeu que sim, mas Breet ainda estava olhando para mim. Eu confirmei com um gesto e ele se virou para sair.

Não deu dois passos e se virou de volta.

– Olha, se você quiser, podemos ir juntos para o lançamento. Caso você precise de ajuda com a organização do evento ou algo assim – ele balançou os ombros de um jeito lindo e casual.

Será que eu tinha entendido errado? Ele estava me convidando para sair, não estava?

Certo, era um evento do trabalho. Mas ainda assim!Algo dentro de mim estava vagamente consciente de uma Veronica boquiaberta ao meu lado.

Respirei fundo com meu sorriso imbecil, meu coração batendo tão alto que eu mal conseguia escutar qualquer outra coisa. O “sim, claro” chegou aos meus lábios.

Mas um pensamento gritou em meus ouvidos bem mais alto que o meu coração. “Mas não acho que eu deveria ir com você.” Não era Amadeo, era Jug me dizendo que eu não precisava me esconder atrás de ninguém.

Eu tinha que ir sozinha para provar para mim mesma que estava tudo bem, que não havia problema algum em estar sozinha.Amadeo também tinha me dado seu conselho.

Fechei a boca e estreitei os olhos, pensativa. Você precisa aprender a ficar sozinha por opção, e ficar bem com isso. Ficar sozinha por opção.

Não sei se teria outra chance como essa. E se Breet nunca mais me convidasse para sair?Então você nunca vai sair com ele. Amadeo sussurrou. E vai ser por uma opção sua.

– Sinto muito, Breet… – eu… eu estava realmente dizendo isso? – Mas acho que prefiro ir sozinha.

– Oh! – ele emitiu um som de frustração e incompreensão e engoliu em seco.

– Não leve a mal – eu sorri, dessa vez muito mais sobriamente. – É só porque como é uma ocasião de trabalho e tem muito a ser feito, acho que vai ser mais produtivo se eu for sozinha – expliquei.

– Ah! – ele sorriu, visivelmente mais descontraído. – Então outro dia, talvez?

– Outro dia, talvez – repeti.

Ele se foi e o queixo de Veronica estava no chão.

– Breet Weston te chamou pra sair – ela falava com um claro tom de descrença.– E você disse “não” – ela me deu tapinhas no braço. – Você é doidinha por esse cara desde o começo dos tempos e disse “não”!

– Não quero sair com ele amanhã – falei com um tom fingido de confiança que soou surpreendentemente real.

– Betty! – Veronica não parava de andar de um lado para o outro ao meu redor.– Seja lá o que você está tomando, eu quero também!

Eu gesticulei para que ela se afastasse e me deixasse trabalhar. Vee se foi ainda balançando os braços e me oferecendo caras e bocas.

***

– Senhorita Cooper, não é isso? – a voz grave de Igor Bolt me pegou desprevenida e eu levantei a cabeça rápido demais. – Perdão, não quis assustá-la– apressou-se.

– Não, de modo algum – exibi o mais profissional dos sorrisos.

– Só quis passar para falar com a senhorita e dizer que estou à disposição para quaisquer detalhes que precise resolver sobre o evento. Creio que tenha meu número pessoal.

– Sim, temos no registro – ele tinha acabado de passar dos quarenta anos.

Seus olhos eram escuros e seu cabelo e barba começavam a ficar grisalhos. Ele tinhauma sensualidade intelectual exalando de seus óculos quadrados e uma voz intensa.

– Não hesite em ligar, então – ele acenou brevemente. – Estou feliz de ter uma pessoa da sua… intensidade cuidando de tudo para mim. Esse livro é uma de minhas criações mais especiais.

– Tenha certeza de que é muito especial para nós também, senhor Bolt.

– Igor, por favor.

– Igor – sorri.

***

– Eu saio de férias e quando volto, minha melhor amiga foi abduzida e substituída por uma versão aprimorada dela mesma.

Eu ri enquanto empurrava a porta da copa. Precisava de uns quinze minutos de intervalo e Vee resolveu me acompanhar.

Tenho certeza de que ela tinha todo um interrogatório preparado, mas suas expectativas foram frustradas quando entramos no cômodo e demos de cara com seis colegas espalhados pelo ambiente.

Três estagiários estavam sentados em uma das mesas conversando.sobre algo chamado gsl, e bebendo café próximos ao balcão estavam Chuck,Breet e Donna. Por Deus… Essa gente não trabalha?

Assim que entramos, os presentes se calaram de um jeito estranho, e poucos segundos depois os estagiários saíram abafando risinhos e dirigindo olhares desconfiados em minha direção.

Veronica tinha a confusão estampada no rosto.Mas eu sabia muito bem qual era o motivo da piada.

– O que foi que houve aqui? – Veronica perguntou.

– Ah, é esse rumor ridículo de que Betty teria passado a noite com uma mulher – riu Donna. – Espalhou bem rápido e agora metade do departamento jura que é verdade – ela riu um pouco mais alto.

Algo na sua descrença me ofendeu. Veronica estava rindo junto com ela.

– Como é? – exclamou. – A Betty? – riu. – Passando a noite com uma mulher? – ela olhou para mim e me encontrou séria. – Ahm… – acalmou-se. –Não é verdade, é?

– Qual o problema? – eu dei de ombros.

– Calma aí! – Chuck se manifestou. – Então, é verdade?

– Eu te falei – Breet murmurou baixinho.

Eu queria fechar os olhos e pensar em Jug. Pensar em sua segurança, em sua naturalidade. Se fosse ele que estivesse ali, naquela sala, com pessoas questionando se ele tinha ou não experimentado sexo com alguém do mesmo sexo, o que ele faria?

Abri a boca e ouvi as palavras do meu vizinho escorrerem deliciosamente pela.minha boca.

– E qual o problema?

Os outros quatro ficaram em silêncio me observando. Breet passava a língua nos lábios, Chuck estava boquiaberto, Donna tinha uma careta de nojo ou inveja, era difícil saber, e Veronica estava ao meu lado e não me virei para ver sua expressão.

Não fiquei com vergonha. Pelo contrário, achei a variedade de reações ao meu redor bastante peculiar e cômica.

– Com todo o respeito, pessoal – fui até a cafeteira. – Mas minha vida sexual não é da conta de nenhum de vocês.

– Acho que isso explica muita coisa – Donna saiu do seu estado de torpor. –Você ser gay, quero dizer.

– É – continuou Chuck. – Descobriu faz pouco tempo, Betty? Ou sabia desde sempre e não assumia por vergonha?

Servi o café em um copo de papel. Como era mesmo que Jug tinha dito?

– Se eu fosse gay, não teria nenhum problema com isso, Chuck. E sendo hétero, também não tenho problema se alguém achar que sou gay – senti vontade de sorrir. – Só quis experimentar algo diferente. Mas, como já disse, com todo o respeito, mas não é da conta de vocês.

Já estava saindo da copa quando ouvi a voz adocicada de Donna atrás demim.

– O que essas mulherzinhas não fazem pra chamar atenção…

O que é que a vagabunda estava dizendo? Que eu estava mentindo? Para chamar atenção?

Usei toda a minha força de vontade para me afastar daquela copa sem voltar e gritar umas verdades para aquela ousada.

Sentei de volta na minha cadeira quase espumando.

Ela ia dizer para o Breet que eu tinha inventado aquilo tudo só para chamar atenção. Ia dizer que eu era algum tipo de desesperada ou louca. Droga…

Eu devia ter aceitado o convitedele quando tive chance.Veronica estava dizendo alguma coisa ao meu lado, mas eu não estava prestando atenção.

Amadeo estava lá. Na minha cabeça. Ele estava me parabenizado.

Demorei alguns segundos para perceber que, pela primeira vez na minha vida, meu instinto tinha sido brigar, e que eu tive que me controlar para não falar o que queria. Há poucos dias atrás, eu teria saído daquela copa muda e envergonhada.Aliás, há alguns dias atrás, eu não teria nem entrado.

***

Orgulho é uma coisa difícil de descrever, e algo espetacular de sentir. Foi assim que cheguei em casa: orgulhosa. Muito!

Tomei um banho relaxante, vestio robe, preparei um chá e me sentei.

Alguns minutos depois, vi Jug chegando em casa. Tirou o casaco e acenou para mim. Eu levantei minha caneca em um brinde em sua direção.

Ele levantou o polegar com a pergunta no rosto. Sim,Jug, está tudo bem.

Levantei o polegar para ele, indicando que estava tudo certo,e voltei a beber meu chá.

Ele sumiu por algum tempo e eu não notei quando ele voltou. Fiquei observando o céu, os quadros do meu apartamento, a toalha da minha mesa.Estava perdida em pensamentos. Descansando minha mente.

O dia seguinte seria longo e, se tudo desse certo, bastante satisfatório.Quando levantei os olhos de novo, Jug estava sentado em sua mesa. Pareciaestar trabalhando em algo e me observava em intervalos regulares. Sentei mais na ponta da cadeira e tentei enxergá-lo melhor.

Será que ele estava me desenhando?Fiquei me divertindo com a ideia por algum tempo, mas, eventualmente,deixei para lá e voltei ao meu chá. Dei um “tchau” para Jug antes de fechar as cortinas e vi em seus lábios as palavras “boa noite”.

Deitei na cama.Não estava com sono.O que era que Amadeo tinha dito?

Que havia métodos mais tecnológicos de masturbação? O que diabos ele queria dizer com isso?Levantei da cama e liguei o computador.Digitei “métodos tecnológicos de masturbação” no Google e vi um monte de páginas falando sobre masturbação feminina.

Era impressionante como em um ou outro momento da minha vida eu já tinha tentando quase todas as opções que apareciam.

Os sites eram descritivos e davam várias ideias interessantes para serem testadas com o meu vibrador novo em um futuro próximo.

Mas hoje não.Pelo jeito que Amadeo tinha falado, não parecia que ele queria que eu me repetisse. Continuei estudando os resultados da pesquisa.

Com toda aquela leitura sobre masturbação, acabei pegando meu vibrador porque… bem… nunca se sabe.

O que diabos você quis dizer com “métodos mais tecnológicos”, Amadeo?Parte de mim queria abrir as cortinas e perguntar a Jug. Mas os assuntos “sexo”e “Jughead” estavam muito entrelaçados na minha vida, e senti que precisava separá-los.

Não muito, mas ainda assim.O que eu sei que há sobre sexo na internet? Vídeos… contos eróticos…

Certo.Vamos lá.Comecei com alguns sites pornográficos mais conhecidos. Sabe o que é chato? Filme pornô. Sério. Nunca consegui me masturbar vendo ou lendo algo.

Vídeos e imagens serviam para me estimular e excitar, mas quando chegava a hora do algo mais, eu sempre abandonava o que quer que fosse, fechava os olhos e me entregava à minha fantasia particular.Acho que com boa parte das mulheres é assim.

Ao contrário dos homens, que só precisam de uma foto de uma mulher nua, nós somos criaturas mais delicadas quando o assunto é sexo.

O problema de filmes pornôs é que, ou a história é boba a ponto de ser risível e nada excitante, ou o vídeo mostra só a cena de um cara em cima de uma mulher, comendo ela. O que também não é particularmente sensual.

Outra coisa:boa parte dessa indústria é, obviamente, voltada para o público masculino. Você encontra vídeos e mais vídeos do “ponto de vista do homem”.

Pode me chamar de fresca, mas eu não fico molhada com um vídeo de cinco minutos que sómostra um homem filmando o próprio pênis entrando em uma vagina genérica,enquanto uma mulher geme e diz que aquele é o maior pau que ela já viu na vida. Ela está mentindo, meu bem! Não, não é o maior pau que ela já viu. Não énem o maior pau que eu já vi… e olha que minha experiência deve ser consideravelmente menor que a dela.

Certo, vídeos não deram certo. Vamos para os contos.Contos eróticos exigem uma verdadeira mineração. A impressão que dá é que a pessoa que escreveu aquilo nunca teve uma aula de gramática na vida. A profissional editorial dentro de mim fica contando os erros de conjugação e concordância, e o resultado é desagradável.

Outros contos narram histórias tão absurdas que, na segunda linha, você já imagina que aquilo foi tudo invenção de um moleque de quinze anos de idade. Nada contra fantasia, claro. Mas se eu quiser ler uma história erótica de ficção, vou procurar Henry Miller e Georges Bataille, não PauGostoso_32.

Enfiei o queixo nas mãos entrelaçadas. Estava prestes a desistir e voltar para cama com meu vibrador quando um banner chamou minha atenção. Ele piscava e mostrava casais se beijando e transando. As palavras apareciam em letras garrafais, indagando “Você quer um pouco de sexo agora?”.Cliquei no link e entrei em um site de salas de sexo online.

Tive vontade de dar um tapa na minha testa.Ah, Amadeo… Entendi.

As informações no alto da página explicavam que você deveria ser maior de dezoito anos e que o chat era gratuito.

Uma tabela mostrava as opções de salas.Entrei em uma que era descrita como “sexo heterossexual”, e um pop-up pediu que eu escolhesse um apelido.De jeito nenhum eu ia colocar meu nome de verdade. Digitei “Lucy”, sem pensar, e dei enter.

A sala estava repleta de indivíduos muito criativos. Era perceptível pela listade apelidos visível do lado direito da tela. Noventa por cento eram misturas de alguma parte do corpo humano com algum adjetivo sensual ou claramente vulgar.

Sério… Parabéns pela criatividade, pessoal da Sala Sexo Heterossexual…

Assim que entrei na sala, mensagens surgiram no chat principal. Algumas pessoas estavam conversando entre si, outras me cumprimentaram diretamente e outras ainda usaram um artifício disponível chamado “sussurrar”.

Identifiquei rapidamente o botão “sussurro” acima da caixa branca onde eu deveria digitar o que quisesse dizer. Caso ativado, esse botão mandava a mensagem exclusivamente para a pessoa da sua escolha.

Fui abordada por vários “cavalheiros”, que me chamaram para uma conferência privada de voz e vídeo.

Não, obrigada. Não quero aparecer em nenhum vídeo de sexo caseiro,amanhã, no YouTube.Disse isso aos rapazes que cordialmente me convidavam e, depois de ler a oitava mensagem, extremamente rude, mandando que eu saísse da sala,chamando-me de viado e outra variantes igualmente desrespeitosas e acusando-me de me passar por mulher para fazer sexo online com um homem hétero,desisti e considerei minhas opções.

Eu podia me recusar a usar a webcam e ir dormir. Ou eu podia usar a webcame fazer sexo online.Coragem, Betty.

Coloquei o laptop em uma posição que não mostrasse muito da minha casa e.olhei umas dezoito vezes para ter certeza de que não havia nada no plano de fundo da filmagem que identificasse minha residência.

Depois, regulei o ângulo da câmera para que meu corpo aparecesse, mas meu rosto não.

Agora começa a parte divertida. Tirei tudo, menos a roupa íntima, e vi meu sutiã preto da Victoria’s Secret na imagem do laptop. Certo, acho que está tudo pronto.Aceitei um dos convites que apareceram no chat.

A tela piscou e a imagem de um homem apareceu na minha tela. Ele parecia um adolescente. O site exigiaque você tivesse mais de dezoito anos, mas como ter certeza?

Fechei a imagem. Não… criança, não.Só faria aquilo se fosse com um homem que eu tinha certeza de que era um homem.

O próximo convite que aceitei também fez a tela piscar. A imagem que apareceu agora mostrava um homem que deveria ter uns trinta anos. Certo, agora tudo bem.

Ele estava sem camisa e não teve a mesma preocupação que eu em esconder o rosto.O seu peitoral era levemente definido e ele tinha pelos espalhados pelo tórax e descendo pelo abdômen. Estava sentado, tinha uma das mãos no teclado e a outra no meio das pernas, fora do meu campo de visão.

Esperei alguma coisa acontecer. Ele moveu os lábios e eu escutei sua voz nos meus fones de ouvido.

– Oi, delícia! Tira esse sutiã pra eu dar uma olhada nesses peitinhos.

Ele não era nenhum Don Juan. Mas, às vezes, é exatamente disso que uma mulher precisa para ficar completamente molhada: safadeza. Pura e simplesmente.

Mordi o lábio e me certifiquei de que meu rosto não estava à vista, antes de responder:

– Assim, de graça? E o que você vai fazer por mim?

Ele se ajeitou na cadeira e sorriu. Sua mão fora do meu campo de visão semmovia suavemente.

– Ah, se você estivesse aqui, eu lambia esse corpinho todinho. Levanta,gostosa, deixa eu ver esse corpo.

Eu queria brincar.

– Eu mostro se você mostrar.

Ele empurrou a cadeira um pouco para trás e moveu a webcam mudando o ângulo de visão. Ouvi um gemido e vi sua mão acariciando o pênis ereto.Promessa é dívida.Abaixei a webcam para que ele pudesse ver o resto do meu corpo, e depois coloquei-a de volta na posição original.

– E esse rostinho? Eu posso ver?

– Hoje não – respondi simplesmente.

Nem hoje, nem nunca.

Ele continuou se acariciando suavemente. Eu queria dizer alguma coisa sensual. Mas o quê? Não fazia a menor ideia. Estava perdida. Esperei que ele soubesse o que fazer.

– É a primeira vez que experimento isso – confessei.

– Ah, então eu vou fazer ser especial pra você. Vou fazer ser bem gostoso. Faz assim, linda, coloca esses dedinhos por dentro dessa calcinha gostosa que você tá usando e faz um carinho em você, por mim.

Sorri e obedeci.

Aquilo era estranho, mas eu já estava tão molhada que não me importei.
Escorreguei um dedo por dentro da calcinha e comecei a acariciar meu clitóris.

– Isso. Tá fazendo, linda? Mostra pra mim.

Abaixei a webcam e deixei o foco no meu quadril.

– Ai, que gostoso. Eu queria tá aí enfiando meu dedo nessa delícia. Diz pra mim, tá gostoso? Bem quentinha e molhada?

– Bem quentinha e molhada – repeti.

Não acreditava que estava dizendo aquelas palavras. Tive que parar e olhar ao redor para ter certeza de que não tinha ninguém me observando.

Amadeo resolveu aparecer: Betty, você está proibida de ficar com vergonha.proibida, me ouviu? Você está sozinha em casa, agora fale com o homem do outro lado, se masturbe e goze. É uma ordem.

– Oh, amor. Tira essa calcinha do caminho? Por favor, já tô ficando louco aqui. Deixa eu te ver.

Tirei a calcinha com uma das mãos enquanto continuava me masturbando com a outra.

– Agora sim. Mostra tudo, meu bem. Quero ver você todinha.

Ajeitei a webcam de modo que aparecesse meu corpo todo e eu não tivesse que ficar mexendo nela. Foi uma tarefa que exigiu alguns segundos e minhas duas mãos, o que deu uma esfriada na excitação do momento e foi um tanto desagradável.

Mas lá estava eu, com meus dedos massageando minha parte íntima mais uma vez, esperando as instruções do meu amigo do outro lado da linha.

– Isso… Olha o que você tá fazendo comigo! Olha pra isso… Nossa, meu pau tá latejando de tão duro. Tudo por sua causa.

Sinceramente, eu não ligava para o pau dele: estava muito longe.

Queria que ele voltasse a dizer o que eu deveria fazer. Mas resolvi esperar.Ele gemeu e se acariciou um pouco.

– Diz pra mim como é que você gosta, linda. Você gosta que eu meta meu pau na sua boca pra você chupar gostosinho, primeiro? Ou gosta que eu enfie ele todinho de uma vez e te rasgue até você não conseguir mais andar?

Ai… ele e esse pau dele.

– Prefiro que você me chupe bem devagar e depois meta com força – não sei de onde estavam vindo as palavras, mas elas estavam vindo. Pois então que fossem ditas!

– Então é assim que vai ser. Vai, esfrega esses dedos aí, já tô conseguindo sentir até o teu gosto.

Peguei o vibrador e liguei.

– Ah, assim você me mata, linda! Vai, enfia essa merda aí. Enfia toda. Mas tira esse sutiã antes que eu não aguento mais.

Coloquei o vibrador de lado até conseguir me livrar do sutiã.

– Nossa! Você é gostosa demais! Brinca com esses peitinhos pra mim, vai,brinca.

Passei uma das mãos pelos mamilos e comecei a beliscá-los. Com a outra mão, guiei o vibrador.

– Só coloca quando eu mandar, tá? Primeiro, quero ver ele vibrando nas tuas coxas. Assim, isso… Agora vai subindo, bem devagar… Aumenta a velocidade,linda. Mais um pouco. Dança com ele no teu grelinho. Isso, devagar. Ai, como eu queria tá aí pra chupar você todinha. Vai, gostosa, mete esse pau com força.Isso, de novo. De novo. Vai, linda. Junto comigo.

Ele tinha o pau nas mãos em um movimento forte e rítmico que eu tentava imitar com o vibrador. Os gemidos e instruções no meu ouvido não paravam. Atensão se acumulou e explodiu.

Eu gemi alto e gostoso e ele riu.

– Isso, minha gostosa. Goza bem alto que eu quero ouvir. Isso. Mais alto.

Eu tirei o vibrador e larguei-o no chão. Joguei o corpo para trás e relaxei acabeça, sempre preocupada em não aparecer no monitor.

Não sabia qual era a etiqueta da situação. Será que eu tinha que agradecer ou me despedir?Desisti de tentar descobrir o protocolo e fechei a janela da conversa.Estava cansada demais para protocolos.

***

Amadeo ria como se tivesse ouvido a piada da sua vida!

Mas sua gargalhada não me incomodou tanto quanto o visual que ele tinha escolhido para aquela noite. Seu cabelos e barba começavam a ficar grisalhos.Os olhos escuros e a voz grave eram muito familiares.

– Perfeito, Betty. Perfeito! Acho que você está preparada para ir mais longe,mais rápido!

– Eu não vou transar com Igor Bolt, Amadeo.

Ele sorriu e se aproximou.

– Você não acha ele sensual? – senti sua respiração na minha orelha e seus braços na minha cintura.

– Isso não vai funcionar – mantive os braços cruzados.

– Não vai funcionar porque você acabou de gozar e está bastante satisfeita –ele tinha uma das mãos entre as minhas coxas. – Mas amanhã é um novo dia.

– Amanhã é o lançamento do livro dele. Mesmo que Igor Bolt estivesse interessado por mim, ainda assim, amanhã ele não vai ter tempo para prestar atenção em mais nada.

– O lançamento vai acabar em algum momento, não vai?

– E você quer que eu faça o quê, Amadeo? Pegue Igor Bolt para uma rapidinha no banheiro da galeria?

– Sabe, Betty… – aquele sorriso safado na face de Bolt era peculiarmente excitante. – Acho que eu não poderia ter dito melhor do que isso.



Notas Finais


3/3 amanhã tem mais, eu acho


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