História 2323: Falha no Sistema - Fora de Rotina (Samantha)

EU ESTAVA CANSADA de falar com Jasmin, parece que ela não entende o que você diz mesmo se você soletrar. 

— Entregamos amanhã? — ela pergunta.

— Você entrega o seu amanhã, eu vou entregar o meu trabalho — digo já sem paciência, ela percebe. 

— Claro, desculpe — Ela fala, olhando para o lado direito da tela. 

— Obrigado por me ajudar Samantha — ela continua. — Eu estava perdida, não sabia quem podia me ajudar..

Eu me assusto com uma batida na porta.

— Samantha, meu amor? 

— Só um momento — digo, aliviada e me dirijo até a porta.

Minha tia estava sorridente.

— Preciso que você venha lá embaixo comigo, é rápido, você vai gostar — ela pronuncia a última frase de uma maneira estranhamente maliciosa.

— Preciso ir Jasmin, pode me ligar amanhã? — eu falo, sem sair da porta.

— Claro, até mais Samantha — ela encerra a chamada rapidamente.

— Até que enfim — sussurro para mim mesma. — Obrigado por me livrar dela — falo me virando para minha tia.

— Vamos deixar os agradecimentos para o seu presente. 

Presente?

Descemos pelas escadas do segundo andar, ansiosas, eu para saber porque ganhei um presente 3 mêses antes do meu aniversário, e minha tia, pela minha reação. 

— Não acredito! — dou um abraço forte nela, ela recua um pouco, mas retribui. 

— É aquela que você estava querendo, ela não é rápida mas você pode...

— É perfeita — digo olhando para a bicicleta.

Ela sorri novamente, e toca no meu rosto, eu me viro.

— Era para o seu aniversário, mas ela chegou muito cedo, e não consegui evitar.

— Muito obrigada mesmo — digo, e olha novamente para a bicicleta, não conseguindo conter a euforia.

— Ela merece um nome, o que você acha? — pergunto.

— Que tal Bibi? 

— Perfeito!, Vamos Bibi, você vai conhecer seu novo lar — digo, subindo nela. Aperto um botão vermelho que não sabia para que servia, e a bicicleta emite um som estridente e então sou levada por um impulso para frente, e eu caio. Minha tia corre para me ajudar.

— Você está bem? — ela diz, quase em desespero.

— Bom.. — digo, me levantando. — Ela é mesmo rápida.

Talvez seja melhor eu não tocar mais nela até saber usá-la. 

Meu pai aparece na porta, preocupado.

— O que houve? Ouvi um Barulho.

— Ela está bem — diz minha tia, já tranquila. — Estava testando o seu presente.

Ele então olha pra mim como que procurando alguma confirmação, eu assenti com a cabeça. 

— Bem, preciso colocar ela na garagem, quem vai me ajudar? 

Eles se movem, mas não me ajudam, meu pai leva a bicicleta que estava caída bem na frente da calçada para a garagem, e minha tia se aproxima do meu braço, que está arranhado por causa da batida e eu não havia percebido. 

— Vem meu amor, vamos passar uma pomada aqui.

Nós entramos e nos dirigimos até o armário aonde minha tia guarda remédios, ela pega um pequeno recipiente de vidro e o chacoalha.

— Ela arde — eu recuo.

— Vai ajudar com isso — diz ela, enquanto passa um pouco da pomada no meu braço. - e você não vai subir naquela coisa novamente até ler as instruções. 

— Está bem — digo me levantando. 

Ela toca meu ombro carinhosamente acariciando-o, e vai para a sala.

Eu subo para meu quarto, e me jogo na cama. Olho fixamente para o teto e depois verifico se tenho novas mensagens, haviam 10 novas, mas ignoro, e olho novamente para o teto.

— Preciso descansar — sussurro para mim mesma. 

Será que eu deveria sair? Quais as probabilidades de dar errado? 

Calculei que, sair seria melhor para mim do que ficar ali deitada, já que não conseguiria dormir mesmo. Visto uma camiseta preta, com rosas estampadas em vermelho, achei apropriada para a ocasião, uma jaqueta marrom que estava louca para usar, e então desço.

— Vou sair — grito, e espero algum som de desaprovação.

— Leve seu celular, e não demore — a voz de meu pai ecoa da sala. 

— Está bem — respondo.

E então eu saí.