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História 25 com você - Capítulo 12: Amsterdam - 10 com você.


Escrita por: whatlarys

Notas do Autor


Me atrapalhei um pouco com o carnaval e com a faculdade mas antes tarde do que nunca, né?
Boa leitura pra vocês!

Capítulo 14 - Capítulo 12: Amsterdam - 10 com você.


Fanfic / Fanfiction 25 com você - Capítulo 12: Amsterdam - 10 com você.

Já te pedi pra não pirar

a minha cabeça tanto assim. 

Menina - Onze:20

Terça-feira, 02 de Dezembro, 10º dia. 

Amsterdam, 22:50. 

O garçom estava trazendo a quarta rodada de Heineken e uma banda de indie rock estava tocando em um pequeno palco a menos de três metros de distância da nossa mesa. 

Mais cedo Jansen havia nos convidado para ter uma "noite só de homens" já que ele achava que nós estávamos passando tempo demais com as garotas e perdendo o melhor que a cidade tinha a oferecer. 

- A melhor parte de trabalhar para mim mesmo é que eu posso sair numa terça-feira a noite e beber todas sem ter que me preocupar com a hora que eu vou acordar amanhã! - Jansen disse em meio a música alta e levantou sua longneck de cerveja para um brinde. Guilherme e eu fizemos o mesmo e as três garrafas se chocaram no ar.

Eu dei um gole na bebida e passei o olho por todo o local que minutos antes estava consideravelmente vazio e agora parecia não caber mais nenhuma pessoa por metro quadrado. Algumas mulheres estavam dançando em frente ao palco, todas com alguma bebida na mão e usando roupas tão curtas que era difícil acreditar que elas não estavam morrendo de frio. Eu estava morrendo de frio. 

Elas estavam rebolando de um jeito sensual para caralho e, por Deus, eu tive que piscar várias vezes para conseguir desviar o olhar. 

- As mulheres dessa cidade são uma tortura! - Guilherme disse e eu percebi que ele estava olhando para o mesmo lugar que eu olhava segundos antes - Sorte minha Pietro Hiver estar fora de jogada, eu sempre acabo perdendo mulheres para esse filho da puta!- ele me lançou um olhar cortante - Ah, se eu tivesse os olhos verdes... 

Eu sorri e bebi mais um pouco da minha cerveja. 

- Como assim o Hiver está fora de jogada? - Jansen quis saber. 

- Eu não estou fora de jogada. Pelo menos não oficialmente.

- Cara, você tá pegando a Valentine! 

- Você tá pegando a Valentine??? - Jansen quase engasgou. 

Eu me recostei na cadeira enquanto os dois me fitavam atentamente. Gui estava com um sorrisinho no rosto e Jansen estava boquiaberto esperando minha resposta. 

- Estou - tentei não estender mais o assunto.

Eu não queria falar sobre isso numa mesa de bar com dois marmanjos que com certeza estavam mais bêbados do que eu. 

- Uau, não sabia que estava rolando alguma coisa entre vocês! Até achava que vocês não se gostavam muito... 

- Eles se odeiam - Guilherme debochou.

Jansen deu uma risadinha, mal sabia ele que aquilo nem era totalmente uma piada.

- Acho que você está muito bem então, moleque. Ela é linda. 

- É - Gui assentiu entre um gole de bebida - Ela vale por umas cinco daqui. 

- Certo. Acho melhor a gente trocar de assunto.

- Tudo bem - ele levantou as mãos em sinal de rendição - Você é quem manda bonitão.

Eu já havia tomada mais duas longnecks de cerveja depois daquela conversa; Guilherme estava no meio de pessoas que eu nunca tinha visto na vida (já falei sobre o quanto esse filho da puta faz amizade rápido?) e Jansen estava em um relacionamento sério com o seu smartphone (vida de empresário). 

A cerveja já não estava fazendo mais efeito algum no meu organismo e eu senti que estava precisando de algo mais forte.

- Uma dose de vodca, pura, por favor - pedi ao bartender antes de me sentar em um dos banquinhos de frente para on mini-bar. 

- Duas doses por favor! Vou querer o mesmo.

Me virei para a voz e me deparei com um mulher sentada no banco ao meu lado. Ela sorriu para mim quando percebeu que eu estava a analisando. 

As duas doses foram colocadas lado a lado no balcão e nós bebemos o conteúdo dos copinhos praticamente juntos. Ela começou a rir e passou a mão pelo cabelo curto platinado, deixando-o mais bagunçado do que já estava e então apoiou o rosto nas mãos e se virou para mim.

- Pode deixar que essa foi por minha conta! - disse com o sorrisinho ainda no rosto. 

- Não vou deixar você pagar isso, menina. Mas obrigado - sorri de volta por educação e ao contrário do que eu imaginava o sorriso no rosto dela aumentou ainda mais.

- Então você é do tipo que acha que mulher não deve pagar pra um homem?

- Sou do tipo que acha que você não tem que pagar nada para agradar qualquer homem por aí.

- Uau! Você se acha um homem qualquer?! - ela riu - Porque, céus! Não é possível!

Eu estava perplexo.

Ela não estava simplesmente dando em cima de mim, ela estava se jogando, de cabeça. 

E eu não sabia o que fazer. 

Eu não sabia o que fazer.

Dias antes eu simplesmente perguntaria o nome dela, pegaria na mão, diria qualquer sacanagem no pé do ouvido e nós sairíamos juntos menos de dez minutos depois.

Mas agora havia alguma parte de mim dizendo que era errado, gritando que eu não devia e eu nunca tinha me sentido tão estranho em toda a minha vida.

- Obrigado de novo, vou sair daqui com o ego enorme por sua causa. 

- Isso não vai ser problema algum se eu puder sair junto com você. 

Por Deus...

Foi a minha vez de rir. 

Eu quase fiquei boquiaberto. 

Não conseguia decidir se pensava com a cabeça de cima ou com a cabeça de baixo.

Ela era linda, esse é um fato inegável. E além de tudo tinha atitude. Mulheres com atitude tem um lugarzinho reservado ao lado de Jesus Cristo no céu, tenho certeza. 

- Acho que você merece um prêmio por ter conseguido me deixar tão sem graça.

- Mereço? - os olhos pretos dela brilharam, dando contraste com o cabelo quase branco. 

Eu estava tão acostumado e isto que até quando eu não estava flertando eu falava coisas como se estivesse flertando.

- E qual prêmio eu mereço?

Merda. 

- Vou pagar essa dose de vodca, linda - tirei uma nota do bolso e coloquei sobre o balcão já fazendo sinal para o bartender se aproximar - Mas você pode me pagar outras coisas se quiser e pode ter certeza que eu vou cobrar. E vai ser bem melhor do que isso aqui - falei cada palavra o mais devagar possível, meus olhos estavam nos dela e os dela nos meus, dei um sorriso de verdade desta vez e a garota praticamente se derreteu sobre o balcão - Só tenho que dispensar meus amigos e volto pra gente poder conversar com calma.

Ela balançou a cabeça afirmativamente várias vezes sem conseguir quebrar o contato visual comigo. Eu estendi a nota ao bartender e dei um último sorrisinho para a garota antes de dar meia volta. 

Eu não voltaria ali nem fodendo.

Quando voltei para a mesa Guilherme já estava sentado em seu lugar novamente e ele e Jansen se levantaram quando perceberam que eu estava me aproximando. 

- Estávamos esperando você voltar. Nós vamos pro Red Lights*. Você vem?

(*Red Lights District é um bairro de prostituição legalizada em Amsterdam)

- Meu Deus, Jansen! Como assim você está levando o meu bebezinho para o mal caminho?

Guilherme rolou os olhos. 

- Você vai ou não, caralho? 

- Você ensinou ele a falar palavrão também? - olhei para Jansen e ele parecia estar se diventindo com a situação - Estou chocado. 

Guilherme começou a andar para fora do pub e nós o acompanhamos. 

- Não vou com vocês. Mas se divirtam bastante lá por mim - eu disse quando chegamos à calçada. 

Os dois ficaram um pouco confusos mas não fizeram muitas perguntas e então eu apenas perguntei para Jansen se eu poderia ligar para ele me buscar quando eu quisesse ir pra casa já que eu não estava com nenhum carro, tinha bebido demais e provavelmente iria acabar na rua como um sem teto. 

Caminhei sozinho pelas ruas até encontrar um táxi e tive que forçar minha mente de alcoólatra e lembrar o endereço que eu queria. Torci para que estivesse certo porque eu não tinha mais dinheiro para pagar outra corrida. 

Desci quando o motorista avisou que aquele era o lugar que eu havia indicado e fiquei um tempo apenas olhando para os prédios colados uns nos outros e para o rio que cortava toda a cidade. Era possível ver todas as luzes da rua refletidas na água. 

Respirei fundo e comecei a andar em direção ao prédio que eu queria, se eu tivesse que fazer isso teria que ser agora, quando ainda me restava um pouco de coragem. 

Entrei no hall do hotel e o lugar estava completamente vazio a não ser por duas mulheres que estavam atrás do balcão. Uma delas parecia ter uns vinte e poucos anos, tinha os cabelos pretos na alturas dos ombros. A outra parecia ser bem mais velha e tinha o cabelo quase mais curto que o meu. Me aproximei e  a que aparentava ser mais velha começou a falar. 

- Boa noite - ela checou o relógio de pulso - Sinto informar, senhor, mas apenas recebemos hóspedes femininas. 

Eu demorei algum tempo para entender o que ela quis dizer e devo ter olhado para ela com a mesma cara de espanto que elas olhavam para mim. 

- Ah! Não... Quer dizer, sim! - balancei a cabeça e as duas franziram a testa, completamente confusas. Merda, eu não devia ter bebido tanto. - Eu sei disso. Eu só... queria ver uma pessoa. Que está hospedada aqui. 

As duas se entreolharam, com certeza achando que eu era um louco que tinha acabado de fugir do hospício mais próximo. 

Depois de longos segundos de um silêncio constrangedor a mulher voltou a falar. 

- Certo. Você pode ligar para esta pessoa e esperar aqui até que ela desça. 

Eu assenti.

- Temos café quentinho! Você pode beber enquanto espera, parece que você está precisando! - a mais nova finalmente abriu a boca e eu pousei meus olhos nela; por um momento achei que ela estivesse corando - Posso te mostrar onde é.

Deus, por que é que você me manda todas essas tentações?

É só para ter certeza de que eu sou merecedor do reino dos céus?!

- Não, obrigado. Eu não pretendo demorar muito - retribuí o sorriso e dei meia volta em direção aos sofás. 

Liguei para a Valentine uma vez.

Duas vezes.

Três vezes.

E quando eu já estava pensando em desistir ela atendeu.

- Você pode descer aqui, por favor? - pedi calmamente depois de ter que explicar porque eu tinha ligado tantas vezes e o que eu estava fazendo sentado no hall de entrada do hotel dela. 

Esperei mais quinze minutos até que a porta do elevador se abriu e ela apareceu. Valentine estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, calça jeans e um moletom preto. Ela caminhou até onde eu estava com a expressão muito séria e eu me levantei para encontrá-la no meio do caminho.

- O que você tá fazendo aqui? - ela sussurrou quando ficamos cara a cara.

- Achei que você fosse me deixar esperando aqui pra sempre.

- Você tá bêbado - não foi uma pergunta. Mesmo assim eu neguei com a cabeça.

- Não. Quer dizer... Só um pouquinho, talvez. Isso realmente importa?

Ela soltou o ar pesadamente e olhou de soslaio para as duas mulheres no balcão. Elas estavam olhando para nós como se fôssemos uma novela mexicana muito interessante.

- Vem. Vamos conversar lá fora - ela pegou minha mão e começou a andar para fora do hall. Eu usei minha mão livre para dar um tchauzinho para as duas recepcionistas enquanto era arrastado pela porta. 

- O que você quer, Pietro?

Eu me recostei na parede e ela cruzou os braços sobre o peito. 

E aí eu percebi que eu não sabia o que eu queria e nem porque eu tinha ido até ali. Eu não tinha parado para pensar, apenas estava seguindo minhas vontades e naquele momento não havia vontade maior dentro de mim do que querer vê-la, nem que fosse por só um minutinho.

- Eu queria te ver. 

- A essa hora?

- Não sabia que existia hora certa para ver alguém. 

- Lá na Itália eu não sei, mas no Brasil a gente não acorda alguém do nada na madrugada de um dia de semana. 

- Se não queria me ver então não precisava nem ter descido. 

Ela abriu a boca sem saber o que dizer e descruzou os braços. 

- Não é isso! É que eu não consigo lidar com este Pietro - apontou para mim.

- Do que você tá falando?

- Não sei o que fazer quando me deparo com essa versão frágil de você. Parece que se eu fizer alguma coisa errada você pode simplesmente quebrar. 

Ela ficou olhando para mim e eu não sabia o que responder. Ficamos em silêncio pelo que me pareceu horas. 

O rosto de Valentine estava um pouco avermelhado por causa do frio, era a primeira vez que eu a via tão de perto sem nenhuma maquiagem e era possível ver perfeitamente as poucas sardas perto do nariz. Ela era ainda mais linda sem nada. 

Sem nenhum aviso prévio ela me abraçou pela cintura e deitou a cabeça no meu peito e eu fiquei surpreso demais para conseguir retribuir o abraço na mesma hora. 

A sensação do corpo dela contra o meu era algo indescritível. 

- Você é intenso demais, extremo demais. As vezes você parece a pessoa mais equilibrada do mundo inteiro, tão seguro de si. E as vezes, do nada, você aparece só pra dizer que queria me ver, no meio da noite. Não consigo lidar direito com isso. 

- Eu te avisei que era um problema. 

- Você não é um problema, Hiver - ele levantou a cabeça apenas o suficiente para que nós pudéssemos olhar olho no olho - Você precisa parar de pensar que é um problema, porque você não é. Você é incrível

E aí ele sorriu e beijou meu pescoço e por um momento eu realmente pensei que eu fosse incrível, por um momento eu esqueci de todos os meus problemas, me esqueci do meu pai e tudo que estava a minha volta e percebi que a minha guarda estava mais do abaixada. 

- Espero que você já tenho arrumado sua mala para Londres.

- Gosto de arrumar na última hora, é bem mais emocionante - brinquei e ele jogou a peso do corpo contra o meu. 

- Se você não estiver pronto vamos ter que te deixar pra trás. 

- Vocês não ousariam! 

- É - Valentine sorriu - Não ousaríamos mesmo. 

E então eu beijei o topo da cabeça dela e a abracei o mais forte que pude e eu percebi que não me importava se iriam aparecer outras loiras platinadas de olhos pretos em boates. Eu percebi que eu não tinha olhos para qualquer outra pessoa, não naquele momento. 

E o que quer que fosse essa coisa louca que estava acontecendo dentro da minha cabeça, eu percebi que não teria mais volta. 


Notas Finais


Comentem o que vocês estão achando pra eu poder saber, ok?
Espero que tenham gostado!
Beijos e se cuidem. <3


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