História 27 Penas - A Segunda Pena: Manicômio

Bonecos,

Carros,

Posters.

Branco.

Branco.

Branco.

Ele não sabe onde está, 

Para ser franco. 

Ele acha que um dia se libertará,

Que a maldita melancolia o deixará. 

Branco.

Branco.

Branco.

Os uniformes deles são brancos,

A roupa que veste é branca,

As pílulas que o forçam a engolir,

São brancas.

Mas ele não as toma,

Guarda em baixo da língua como souvenires.

Bonecos,

Carros,

Posters.

É com o que enfeitam o quarto 

Para ele se sentir melhor,

Mas isso apenas o deixa pior.

Pai,

Mãe,

Irmã,

Avó.

Eles o abandonaram,

Ao léu,

Mesmo dizendo que o amavam.

E, por o amar,

Resolveram ele no inferno branco deixar.

Aqui ele paga por seus pecados, 

"Por quê!?"

Ele pergunta aos deuses irados,

Não obtém resposta.

Consigo mesmo faz apostas 

De que não durará mais um dia.

Mas veja só que ironia,

Já fazem dez anos 

Que ele reside no inferno

Onde o que predomina é o branco,

Que guarda seu pranto. 

Mas logo ele irá manchar o branco de vermelho.

Das vozes irá seguir o conselho.

Transformará o branco em vermelho.