Parte 1:
Poderia dizer que não estou apaixonado
Ou que não quero ninguém ao meu lado
Mas seriam apenas mentiras
Mentiras com fervor e desespero ditas
Palavras dispersas ao vento
Cegas ao que poderia ser o advento
De um estranho, misterioso e nobre sentimento
Que, por medo, o coração continua escondendo
Sentimento perigoso e sem compaixão
Sorrateiro, ocultando-se nas curvas belas da paixão
por muitas vezes causador de excessiva dor
De nome amaldiçoado, nome maldito "Amor"
Foi o que trouxestes para mim
Embrulhado em delicada manta carmesim
Guardado pelas reluzentes espadas dos querubins
E a mim anunciado pelas trombetas celestiais dos serafins
Com a forma de um broto de uma begônia
Para ser plantado em nossos próprios jardins suspensos da babilônia
E invadir-me por completo, sem qualquer gentileza ou cerimônia
Causando intensa inquietação e insônia
Seguindo o curso do rio
Me encontro com a vida por um único e tênue fio
As águas do teu rio a me levar
Num ato de desespero me ponho a nadar
Apenas para me ver nadando em rios de noradrenalina
E sorvendo quantidades absurdas de dopamina
Sentindo toda a pressão e excitação da adrenalina
E, ao mesmo tempo, a calma e a estabilidade da ocitocina
Parte 2:
Maktub
Talvez realmente estivesse escrito
Jurado e empoderado por poderoso grito
Advindo da alma, que talvez tu não tenhas escutado
Talvez, em algum momento de nossa passada história
Eu tenha jurado, em tua glória
Procurar-te em mil mundos e em mil vidas
E manter nossas almas pela eternidade unidas
Eternidade...
Assim como dissestes em uma carta repleta de doces palavras
E as letras cheias de lágrimas.
Parece ser tudo verdade.
Deixas imperar a serenidade da chuva e de suas gotas
E as ouve em teu telhado de vidro
Onde atirei uma pedra
Embrulhada em um papel, onde há um mantra
Mantra que entoamos por eras
Contra vilões, reinos e feras
Transformando a água no vinho com que brindamos
Abre meu embrulho e sorri ao ver nosso precioso mantra
Com os dizeres "Eu te amo".
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