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História 3 Years (Jikook, Kookmin) - Capítulo 46


Escrita por: Lover_Jeikei_ e soopjm

Notas do Autor


Diabéticos fujam, porque a docinho chegou! :)

Tá bom, jsnsnxnsnd muitos querem me m**ar, mas olhe, fiquem relaxados porque eu tenho tudo em mente, não pretendo f**er com essa fanfic. Não mais uma vez..

Hum.. não irei mudar o final, isso sempre esteve planejado, desde que eu comecei a reescrever essa fanfic. ESTA SENDO COMPLETAMENTE diferente da original, peço desculpas por isso, mas é assim mesmo que é para ser.

Sobre a doença que Jimin tem, ele não suporta alguns tipos de toque. Quase nenhum, mas.. vocês irão entender nesse capítulo. Hãm, aqui eu coloquei os sintomas QUE EU CRIEI e INVENTEI, porque acredito que cada caso é um caso, e na estória, o Jimin PRECISA ter esse tipo de sintomas. Talvez não corresponda com o real problema, mas é tudo fictício e a estória precisa desse rumo e desses sintomas. Obrigada pela compreensão!

Ignorem os erros, ótima leitura! ❤️

Capítulo 46 - Capítulo 46


Anteriormente..

Antes de ver mais sinais ou conversas, virei de costas e saí porta a fora. Respirei fundo, recuperando o ar que eu havia trancado durante esse tempo, e assim, seguindo em direção ao quintal.

Agora..

Soobin: Então eles basicamente te chamaram para ir lá, você recusou e saiu porta a fora como se nada tivesse acontecido? Como se eles não fossem importantes para você? - Soobin deu uma mordida em seu lanche, enquanto o meu, estava pela metade já embrulhado novamente. Minha fome havia de esvaído quando tocamos nesse assunto, e se tem uma coisa que eu sei, é que forçar a comer só me deixará mal.

- Você queria que eu me aproximasse e sentasse com eles como se nada houvesse acontecido? Soobin, essa época em que éramos próximos já passou, tudo mudou agora. Eu mudei. - Falei e escorei minha cabeça na árvore atrás de mim.

Estávamos no gramado da faculdade, escorados em árvores diferentes porém próximas. Ali era calmo, não tinham muitas pessoas e era melhor assim, eu e Soobin gostávamos de ficar sozinhos.

Soobin: Sim, Jimin, você mudou e eu acredito que tenha mudado pra caralho, porque se afastar de pessoas que estiveram com você pela vida toda, não é nada fácil. - Suspirei e fechei os olhos, sabia que Soobin estava certo, mas jamais admitiria. - Tudo isso por conta de um único alguém?

- Não vamos falar sobre isso, ok? - Fui direto, Soobin acabou por embrulhar seu lanche também, se rastejando em minha direção para se sentar de frente para mim.

Soobin: Você sempre foge do assunto, caralho, porque toda vez é a mesma coisa? - Abri os olhos novamente, e na verdade, Soobin não estava bravo. Ele queria ajudar de alguma forma, eu sentia isso.. - Nos conhecemos faz muito pouco tempo, dois meses para ser exato. Não sei se você percebeu, mas a única pessoa a qual eu realmente gosto daqui é você. Você é a única pessoa a qual eu conto tudo que ocorre comigo, e mesmo assim, só sei seu nome e sua idade. - Deu leves tapinhas em suas próprias coxas. - Eu sinto que você só se aproximou de mim porque estava sozinho, e isso é sufocante, Minnie. Isso é chato, por mais que eu queira ignorar, é ruim.

- Eu sei e eu te entendo, tudo bem? Eu só não vejo necessidades em sair espalhando coisas, eu mudei, Soo. Você chegou aqui já ouvindo as coisas que os outros denominavam sobre mim, você conheceu um Jimin totalmente diferente do que eu realmente sou. As coisas mudaram tão de repente que o meu subconsciente criou barreiras para me defender.. eu não pretendo quebrá-las agora.

Soobin: O Jungkook é uma das barreiras?.- Insistiu no assunto, e minha mente embrulhou, minha boca secou e minhas mãos apertaram a grama.

- Que—

Taehyung: Jimin, meu anjo.. - Taehyung chegou de mansinho lá, se agachando ao lado de nós dois que encerramos o assunto no mesmo momento.

Soobin sorriu para Taehyung, o mesmo que retribuiu na mesma intensidade e se sentou ali, juntamente aos dois.

- Oi, Taehyung. - Olhei para o moreno, sem saber qual reação ter ou coisas assim. Não conhecia mais Taehyung, não sabia como era seu jeito agora.

Taehyung: Como você está? - Soou preocupação, fechando um pouco a cara, cujo sua face ficou um pouco tristonha.

- Eu estou diferente, e vocês, como vão? - Assenti algumas vezes. - Estou bem, por fim.

Taehyung: Nós estamos bem, também. - Falou e sorriu meio envergonhado, ninguém ali sabia o que falar ou fazer, era estranho. Não era como meses atrás.. era um clima pesado, um momento desconfortável.

Soobin: Me chamo Soobin, parça'. - Soobin brincou, esticando a mão para o outro cumprimentar, claro que logo foi retribuído.

Taehyung: Me chamo Taehyung, parceiro. - Riram fraquinho, apertando as mãos e logo soltando-as.

- Então..? - Perguntei confuso, olhando para minhas mãos que, no momento, estavam pousadas sobre a grama.

Taehyung: Vamos sair qualquer dia desses? - Taehyung soltou como tiros, parecia nervoso com a minha presença ali, e claro que comigo era a mesma coisa.

- Eu não sei, Taehyung, talvez sim, talvez não. - Fui sincero. - Você acha que consegue aceitar as mudanças que o tempo fez? - Perguntei meio baixo, mas certamente esperava por respostas.

Taehyung: Eu que te pergunto, é difícil se acostumar com a realidade? - Perguntou sério, fazendo minha atenção ir no maior. Ele estava com as pernas cruzadas, tentando se distrair olhando para frente, não para mim.

- Não, não é difícil. Mas é doloroso e angustiante, e se dói em mim, eu prefiro descartar. - Talvez, só talvez, isso parecessem códigos. Mas Taehyung estava entendendo, e estava entendendo muito bem.

Taehyung: E você o descartou? - Perguntou cauteloso, agora olhando diretamente nos meus olhos. Não obteve sequer um "não" ou "sim" como resposta, apenas sorriu pequeno e olhou para baixo. - Eu ainda te conheço muito bem..

- Você pode pensar como quiser. - Fui, mais uma vez, sincero. Não queria ser rude, mas era inevitável quando o assunto era tão involuntário assim. - Sabe o porquê de eu não ter ido com vocês antes?

Taehyung: Se você disser que se sente deslocado, eu vou te matar. - Brincou e soltou um risinho, apenas sorri e neguei com a cabeça.

- Na verdade eu sinto um vazio. - Novamente estávamos nos encarando. - Taehyung, porra, não esta nada normal, vocês sabem disso e mesmo assim agem como se estivesse tudo bem. Eu não vou voltar a falar com vocês, nem mesmo a me encontrar com vocês.. eu não vou fazer isso comigo mesmo. - Ditei rapidamente, vendo-o assentir e pensar em algo. - Eu não queria, Tae, eu realmente não queria que as coisas tivessem tomado esse rumo.

Soobin seguia quieto, estava apenas olhando para o nada e fingindo que nenhuma conversa rolava ali. Era compreensivo de sua parte, mas no momento, eu queria que ele falasse algo.

Seria bom mudar o clima, ao menos por breves segundos.

Taehyung: Tomaram esse rumo porque você quis, e continua nessa merda de rumo porque ninguém, nem mesmo os meninos, estão insistindo em você. Sabe o que eu pergunto todos os dias quando coloco os pés aqui dentro? - Neguei com a cabeça, fechando os olhos mais uma vez. - Iremos falar com o Jimin hoje?

Isso doeu, doeu muito. Foi como um tiro em meu estômago, um aperto no coração e uma dor chata na garganta. Não era para ser assim..

Taehyung: Os garotos sempre respondem a mesma coisa, e sempre, sem excesso algum, encerramos o assunto alí. É doloroso para mim também, mas pelo jeito ninguém está percebendo, nem mesmo você. Sua dor, sua mudança, a falta de um cara que sequer ligou para nós, isso tudo é a única coisa que importa para você. Já percebeu? - Taehyung soltou tudo de uma vez, abri os olhos e percebi seus olhos marejados. Aquilo estava me afetando, meu subconsciente pedia para eu sair dali, porque eu não o tocaria. Jamais faria isso.

- O que eles sempre falam? - Foquei no começo de sua fala, ouvindo-o suspirar.

Taehyung: Ele precisa de um tempo para pensar, e se ele quer isso, vamos fazê-lo. Você não disse que queria o bem dele? - Fez uma voz diferente, mais grossa e grave. Talvez tentando imitar o Namjoon?

- Um tempo de dois meses.. - Murmurei e sorri sem ânimo. - Porque resolveu os enfrentar hoje?

Taehyung: Porque—

- Deveria tê-los ouvido. - Fui direto e Taehyung ficou quieto, eu sei, estava sendo ridículo. - Me perdoe.

Taehyung: É a sua vida, Jimin, vou fazer o que você tanto quer então. - Taehyung deu dois tapinhas no ombro de Soobin e se levantou com calma, mas não desgrudou os pés do chão, parecia querer falar algo.

- Sábado às quatro, na cafeteria que sempre íamos. - Fui breve e um sorriso cresceu nos lábios do moreno, me fazendo automaticamente sorrir também.

Taehyung: Obrigado por isso.. eu sinto sua falta.

- Eu sei, também me amo muito e sentiria minha falta caso tirasse férias de mim mesmo. - Brinquei e ele me mostrou a língua, repeti o ato e soltei um risinho. - Será só nós dois, certo? Eu quero estar com você, mas apenas com você.

Taehyung: Sim e.. Jimin. - Me chamou, colocando as mãos nos bolsos. - Eu sei que você o colocou em um cantinho de seu coração, pode ser um cantinho escuro, mas deixou-o guardado aí. - Mencionou possivelmente Jungkook. - E eu espero que você o tire daí, que não o deixe de lado, isso só te trará mal e lembranças ruins. Vocês foram maravilhosos juntos, e tiveram mais momentos bons do que ruins, então lembre-se dele como o cara cujo roubou seu coração, e não como o cara o qual o quebrou. - Foi breve em suas palavras. - Você não o esqueceu, apenas o colocou em um cantinho aí, e isso está te fazendo mal. Espero que tudo isso passe logo.

- Nos vemos sábado? - Troquei bruscamente de assunto, vendo-o revirar os olhos com fraqueza, logo assentindo e sorrindo novamente.

Taehyung: Iremos nos divertir. - Sorriu mais largo ainda. - Iria te dar um abraço, mas fiquei sabendo que não gosta de toques, então.. - Fez um biquinho com os lábios. - Um abraço distante para você, hum? - Fofo!

- Um abraço distante para você também. - Ri enquanto fazia um coração em direção ao mesmo.

Taehyung: Até mais! - E assim, o moreno deu as costas e saiu caminhando.

Sem esperar desfiz o coração que permaneciam em minhas mãos, e meu sorriso se desmanchou. Puxei ar com força e o soltei lentamente, fechando os olhos e escorando a cabeça no tronco de árvore atrás de mim.

Soobin: Que porra foi essa? - Se pronunciou em um tom baixo, aproximando o rosto de mim apenas para não chamar atenção.

- Uma conversa de ex melhores amigos. - Conclui e abri os olhos, olhando para o lado com uma feição seria. - Eu não consigo o tratar mal.. que saco!

Soobin: E porque você o trataria mal? - Rapidamente olhei para Soobin, tentando até mesmo procurar por uma resposta no olhar confuso do mais velho. - Não foi culpa dele, nem mesmo dos outros garotos o fato de Jungkook ter ido embora. Ele foi porque quis, e se nem você conseguiu o impedir, quem são eles para isso?

- Ele é o amigo do Jungkook cujo o conhece há mais de quinze anos. - Soobin suspirou frustrado. - Eu sei que não é culpa deles, assim como sei que não é minha culpa também. Mas para mim Jungkook morreu, Soo, para mim ele não existe mais.. ao menos não existia. Se eu voltar a falar com eles, o Jungkook vai voltar em minha mente, a imagem dele vai voltar a me atazanar.

Soobin: E o Taehyung tinha razão no que falou, não é? Ao invés de você esquecer o Jungkook de uma vez por todas, você o deixou de lado, você o guardou em um cantinho aí dentro. Isso não é esquecer, isso é como se fosse um objeto o qual você guarda para não perder. Você já o perdeu, Ji, você já deveria ter esquecido e superado há muito tempo. Se ele te esqueceu em menos de um dia, você já deveria ter mandado esse filho da puta para a Nárnia, tudo que envolve ele não deveria mais envolver você. - Soobin ditou firme.

- Vá para a sua sala e eu vou para a minha, não quero me atrasar. - Ditei já querendo me levantar, mas Soobin tocou meu braço, fazendo eu congelar e meus olhos lacrimejarem.

Minha mão automaticamente se puxou com força, mas Soobin não soltou nem mesmo amenizou o aperto, apenas de levantou e fez com que eu me levantasse também.

- Soobin.. - Murmurei assustado, olhando para meu pulso que continuava com o aperto. Minha respiração começou a falhar, faltava muito mais do que apenas ar: havia um vazio dentro de mim. - Por favor.. - Uma lágrima escorreu por minha bochecha, minhas mãos começaram a soar e tremer, o que fez Soobin me olhar sério.

Ele sabia que eu não conseguia sentir toques.. não assim, não dessa forma.

Soobin: É sempre assim, Jimin, você sempre foge quando se trata da porra daquele cara! Qual o seu problema com ele, em? - Soobin começou a me empurrar para trás, fazendo eu bater as costas na árvore. E logo, uma de suas mãos tardou a pousar em meu ombro esquerdo, e a outra apertou ainda mais meu pulso, esperando por uma resposta. - Ele se foi, supera essa merda antes que alguém te ensine a superar. Você tem a mim aqui, você tem os garotos e mesmo assim você não faz questão, você não quer ajuda. Se eu estou aqui por você, me diz, porque você está aqui? Para servir de enfeite? Porra, eu não sei nem o nome de sua mãe, Jimin, não sei sua cor favorita, sua comida predileta, o que você gosta de fazer ou o que você faz. - Nesse nível, as lágrimas continuava escorrendo e minha boca estava um pouco aberta para a passagem de ar. Parecia que Soobin segurava meu pescoço, me sufocava, estava me matando aos poucos. Meus olhos se fecharam e automaticamente lágrimas e mais lágrimas escorreram, de fato, eu iria ou estava prestes a desmaiar.

Soobin: Vai continuar com essa merda de teatrinho? - Perguntou e apertou um pouco meu ombro, eu sequer conseguia me mover para o distanciar, quem dirá falar algo. Eu estava paralisado, uma sensação horrível tomava meu corpo. - Eu sou seu amigo ou não, porra? - Aumentou um pouco o tom de voz, e a única coisa que eu pude sentir foi as mãos se distanciando de mim.

Taehyung: Que porra você pensa que está fazendo? - Ouvi a voz grave do outro falando alto, possivelmente com Soobin.

Yoongi: O que você pensa que estava fazendo? - Abri meus olhos lentamente, ainda com problemas para respirar. Assim que vi tudo embaçado, notei Yoongi partindo para cima de Soobin e depositando um soco no mesmo, esse mesmo que caiu no chão.

Logo, Jin e Namjoon seguraram o outro para que, Soobin não apanhasse mais ainda.

Eu não conseguia me mover, estava em um transe absoluto, um congelamento tanto de corpo quanto de consciência. Minhas mãos continuavam tremendo, assim como meus lábios que não paravam por um único segundo. Eu estava começando a ficar com um frio indecifrável de se dizer, apenas era um sentimento, parecia com um sentimento: um sentimento obscuro, solitário e gélido.

Hoseok: Jimin, tudo bem? - Jung se aproximou, hesitando em saber se me tocava ou não. - Gente, acho que.. - E foi por breves segundos que minhas pernas fraquejaram e eu caí de joelhos no chão. - Jimin, porra! - Rapidamente se agachou, mas antes de tocar em meus ombros e me erguer, Soobin o interrompeu.

Soobin: Não toque nele! - Falou alto, bem alto na verdade. - Por favor, não toque nele. - Deu para ouvir daqui o Yoongi se contorcendo para ir até o rapaz mais uma vez, seu corpo pequeno estava coberto de ódio, e esse ódio tinha nome, era Soobin.

- Taehyung.. - Murmurei baixinho quando mais lágrimas escorreram por meus olhos e eu me pus a sentar sobre meus pés. - Ta-Taehyung.. - Murmurei mais uma vez entre soluços, agora as lágrimas já desciam sem permissão, e os choramingos estavam baixinhos assim como minha voz.

Taehyung: Hey, Jiminnie. - Caminhou em passos ligeiros até minha direção, se agachando em minha frente e ainda sem tocar em mim, em poucos milímetros de distância, gesticulou para que eu erguesse o queixo e o olhasse. - O que foi, pequeno? Hum? Não chore! - Falou baixinho, tentando me confortar.

Soobin: Taehyung, eu o conheço e sei o que acontece, então por favor, não o toque. Não toque no Jimin, Kim! - Soobin estava desesperado, Taehyung parecia nem dar importância para o que ele dizia, não até antes ele dizer: - Não toque nele se você não quer que esse drama aconteça novamente. - E foi nesse momento que Taehyung se afastou um pouco de mim e se levantou, colocando as mãos nos bolsos e se virando para olhar Soobin, o mesmo que seguia caído no chão.

Taehyung: Você sabe o que acontece e ainda assim tocou nele? - Perguntou com cinismo. - Que péssimo conhecimento esse, que sequer sabe que Jimin ainda tem amigos para o defender. Que péssimo conhecimento esse que, você pensou em continuar encostando nele enquanto ele suplicava por liberdade. QUE PÉSSIMO conhecimento esse que, você pensa que amizade se transforma na base de conhecer alguém. Você é um merda, cara, se você conhece tão bem Jimin, você também sabe que deve sair daqui antes que um dos reais amigos dele te dêem uma mão na sua cara, de brinde. - Taehyung voltou sua atenção para mim ao que, Soobin, se levantou e saiu caminhando do local.

Taehyung: Meu amor.. - Se aproximou novamente, se curvando apenas para me olhar de forma melhor. - Você está bem? - Perguntou, hesitando mais uma vez em fazer ou não fazer algo.

- Me ajuda.. - Choraminguei, deixando apenas com que as lágrimas escorressem por minhas bochechas. - Me ajude a levantar.. - Murmurei, ouvindo os passos leves de Taehyung para se aproximar de mim e se agachar em minha frente.

Taehyung: Se você quiser, pessa para eu parar que eu paro, tudo bem? Não se obrigue a nada, não irei fazer nada, apenas te ajudar e logo sairei de perto. Ok? - Falou cuidadoso, com medo talvez. - Olha.. - Tocou sua mão quentinha em meu rosto, e um choque percorreu pelo local, fazendo eu tremer. - Você está gelado feito gelo.. - Murmurou. - Está tudo bem, não estou te machucando? - Perguntou sem tirar a mão de meu rosto, e então, eu neguei com a cabeça.

Logo, o maior esticou os braços e tocou suas mãos em minha cintura, arrodiando seus braços alí, fazendo meu corpo se impulsionar para frente e bater contra o seu. Não me movi, não era incômodo assim como com outras pessoas, era apenas desconfortável e.. vazio.

Taehyung se ajeitou e começou a se levantar, automaticamente me levantando junto. Logo, estávamos de pé e o maior começou a se afastar, me escorando naquela mesma árvore de antes.

- Obrigado.. - Falei baixinho, mas aúdivel para todos ali. - Obrigado por estarem aqui. - Olhei para baixo, nada envergonhado, apenas estava com frio. Aquele sentimento ruim continuava, eu estava com um vazio enorme, uma escuridão se habitava em mim.

Namjoon: Quer meu casaco? - Perguntou já o tirando do próprio corpo enquanto eu negava com a cabeça, negava freneticamente se consta.

Quando eu pensei que o maior se aproximaria totalmente de meu corpo, algo que já me fez entrar em pânico, o mesmo entregou o casaco para Taehyung e deu tapinhas em suas costas.

Taehyung por outro lado, se aproximou com delicadeza e tocou minha mão, entrelaçando na sua antes de me puxar com sutileza para frente. Logo, soltou minha mão por breves segundos e passou o casaco por meus ombros, ajeitando sob meu corpo, algo que ficou gigante em mim, porém agradável.

- Obrigado novamente.. - Falei baixinho, sem delongas Taehyung passou sua mão por meu rosto, secando por completo aquelas lágrimas que continuavam alí.

Não demorou para que Taehyung novamente entrelaçasse nossas mãos, e por algum motivo desconhecido, eu não tinha nenhum tipo de crise com o toque dele. Era um toque sutil, com muito carinho, delicadeza e saudades, dava para sentir isso.

Quando Soobin me tocava de vez em quando — não como hoje, em outras vezes que eram acidentais —, eu começava a entrar em desespero, sempre ocorria a mesma coisa, sempre eram os mesmos pensamentos e o mesmo sentimento. É algo que eu não desejo para ninguém, é algo impossível de se sentir bem, impossível de se acalmar e impossível de aceitar. Um algo tão ruim quanto.. perder alguém, ou todos os alguéns do mundo. É um vazio, uma solidão profunda, uma escuridão que vai te consumindo, e não tem como você fugir, porque quanto mais toques você tem para tirar a solidão de si, mais a sombra te engole.

Yoongi: Eu vou matá-lo, Seok-Jin! - Yoongi embravejou, e só não foi para dentro da faculdade novamente, por conta de Jin que o segurava com força no braço. - Esse bosta vai queimar no inferno, e se não for no inferno, vai queimar aqui mesmo. - Jin apenas negou com a cabeça, parecia estar preocupado demais para focar em Yoongi.

Jin: Não, você não vai matá-lo, está louco? - Apertou o braço do outro ainda mais. - Não tem ninguém aqui fora, já é uma sorte enorme para você. As aulas já começaram, se você ousar entrar lá dentro e arrumar confusão, você será expulso. - Falou calmo, olhando o platinado que não parava quieto, queria se soltar.

Namjoon: Que tal irmos dar uma volta? - Rapidamente olhei para o mesmo, esse que me lançou um sorriso grande, acolhedor.

Não tive expressão nenhuma, não sabia se me faria bem ir para a faculdade, porém nunca quis me acalmar com pessoas por perto.

Hoseok: Vamos comer algo em uma cafeteria aqui perto, que tal? - Hoseok sugeriu e Yoongi foi o único que concordou.

Jin: Eu vou se vocês forem, sinceramente não estou afim de ir para essa bosta hoje, um total de zero paciência para aquele Jackson lá. - O mais velho revirou os olhos, fazendo uma careta engraçada em seguida.

Taehyung: Vamos? - Balançou um pouco minha mão, fazendo a pergunta diretamente para mim enquanto me olhava.

- Eu não quero incomodar vocês.. - Falei baixo, ainda naquele tom.

Yoongi: E desde quando você incomoda? - Perguntou diretamente. - Eu não gosto de ninguém nesse mundo, mas de você eu gosto, Jimin, então não ouse recusar. - Falou de uma maneira seria, e a única coisa que eu fiz foi sorrir pequeno.

- Tudo bem, então.. - Concordei e Taehyung sorriu juntamente aos outros, que tinham sorrisos grandes nos lábios.

Jennie: Jimin, anjo. - Jennie surgiu caminhando de dentro da faculdade, vindo com pressa até nós. A mesma corria, e assim que se parou ali, pousou as mãos nos joelhos e sorriu, cansada. - Eu fugi da sala, por isso que estou assim.. se o professor me pegar, ele come meu cú. - Falou e respirou fundo, recuperando o fôlego perdido.

- Oi, Jennie. - Olhei de relance para a mesma, não era um de meus melhores momentos, e forçar algo não é comigo.

Jennie: Oi garotos, oi anjo. - Sorriu e se recompôs, ninguém a cumprimentou, e claro, eu já esperava por isso. Todos a olhavam sem entender, chegava a ser engraçado. - Podemos conversar? - Olhou para mim e sorriu pequeno.

- Jennie..

Taehyung: Não! - Taehyung respondeu por mim, e falando a verdade, ele não parecia estar brincando.

Jin: Taehyung, por favor, eles são amigos. - Jin o repreendeu de maneira baixa, mas aúdivel para nós. Jennie riu baixinho e murmurou um "tudo bem".

Hoseok: Que? Eles são o que? - Hoseok estava perdido, mas ninguém respondeu, apenas voltaram suas atenções para Jennie.

Jennie: Nós podemos marcar um dia para conversarmos lá em casa, que tal? - Perguntou com sutileza, dando passinhos fracos em minha direção.

- "Nós" quem? - A olhei se aproximar.

Jennie: Eu, você e Soobin. - Receio, era isso que ela sentia em pronunciar o nome de Soobin. Ou seja, ele já contou para ela, o que significa que, assim como das outras vezes, ela queria que nós dois nos resolvessemos.

- Não, não mesmo. - Fui direto, falava com certa fraqueza, não gostava de me esforçar para certas coisas. - Vocês podem conversar, eu não preciso disso, não mais uma vez.

Jennie: Anjo.. - Murmurou com uma feição preocupada. - É assim como das outras vezes, meu amor..

- E eu estou cansado disso, Jennie, ele sabe que eu não consigo com toques, e mesmo assim sempre faz. Ele sabe o que acontece, sempre soube e mesmo assim não para. Dessa vez ele foi longe demais, e eu não quero que você resolva isso, não dessa vez. - Falei baixo, lentamente, e a cada palavra a face de Jennie era mais tranquila, mais sincera.

Jennie: Tudo bem, você não precisa disso, eu entendo e espero que eles consigam te fazer bem. - Sorriu e olhou para os outros garotos, logo voltando sua atenção para mim. - Mas como que isso vai ficar agora?

- Isso..? - Perguntei sem entender.

Jennie: Ele é novo aqui, anjinho, ele só está aqui há dois meses, e nesses dois meses ele teve você. Ele estará sozinho, acha que aguentará? - Não havia cinismo, sarcasmo, deboche ou algo ruim em sua fala, era apenas preocupação e cuidado.

- Você tem ideia de como eu me sinto quanto tocam em mim? - Soltei a mão de Taehyung, me aproximando um pouquinho mais de Jennie. - Você tem ideia do que é ser consumido por solidão, angústia, escuridão e repleto vazio? - Questionei, tentando fazê-la entender ao menos um por cento do que eu sentia. - Pense no quádruplo disso, é assim que eu me sinto caso encostem sequer um dedo em mim. E então você vem e me pergunta se ele irá aguentar ficar sozinho em um lugar que, possivelmente, irá fazer novos amigos?

Jennie: Hey, hey, calma anjo. Não é isso, você não está entendendo, eu sei que você se sente péssimo, eu não entendo muito bem, mas eu tenho sim uma noção de como pode ser. Você sabe que eu me preocupo tanto com você, quanto com ele, vocês são muito próximos e eu sou basicamente uma intrusa, mas ainda sim amo vocês e quero que fique tudo bem. Só estou aqui porque quero ajudar.. não para falar merda e te deixar pior. - Explicou-se. - Você lembra, foi por minha culpa que você teve isso, eu só quero que, de alguma forma, eu possa te ajudar.

- Não é culpa sua, eu só.. senti com você, você só estava junto. - Murmurei. - Esse não é o foco, Jennie.

Jennie: Então só me diga que você está bem, e eu vou embora. - Me olhou com esperança, sem obter respostas. - Então.. você vai ficar bem? - Confusa, perguntou outra vez. Novamente não falei nada, na verdade, eu não sabia. - Vocês vão tentar deixá-lo bem? - Ela olhou para os garotos, e como nenhum se pronunciou, Jin resolveu quebrar o clima.

Jin: Sim, prometemos cuidar muito bem do nosso amigo. - Falou com carinho, sorrindo em seguida. - Cuide do Soobin também.

Yoongi: Cuide dele com gasolina e fósforo, isso irá fazer meu ódio por você diminuir. - Yoongi falou um pouco baixo, mas Jennie acabou por soltar um riso fraco.

Jennie: Me desculpem, pessoal, preciso ir agora. - Se curvou e sorriu, mandando um beijo no ar para mim, e saindo caminhando em seguida. - Ah.. - Falou e se virou repentinamente. - Qualquer coisa me liguem, o Jimin tem meu número, estou disposta à cuidar desse bebê.

E com com um tchauzinho dado pelos garotos, ela sorriu e deus às costas, entrando na faculdade às pressas.

Yoongi: Está bem.. - Yoongi se pronunciou, meu olhar foi diretamente para o chão. - É sua amiga? - Perguntou receoso.

Jin: Yoongi.. - Repreendeu o outro.

- Acabamos nos dando bem há uns meses atrás.. - Expliquei-me. - Não somos muito próximos, mas ainda nos falamos e estamos dispostos a ajudar um ao outro. - Toquei minhas mãos uma na outra, entrelaçando-as na frente de meu corpo.

Namjoon: Que fofos. - Ditou em um tom carinhoso. - Fico feliz que estejam se dando bem.

Hoseok: Não nos leve a mal, foi apenas um grande choque de realidade.

Taehyung: Muita coisa mudou. - Taehyung falou meio baixo, ainda parado ao meu lado.

- É, muita coisa mudou. - Repeti a frase, e eu aposto que haviam olhares confusos sobre mim.

Jin: Vamos? - Perguntou, quebrando certo clima que estava criando. - Vamos lá, tem um café aqui perto.

Yoongi: Nunca fui muito de faltar aulas para essas coisas, mas me diz, quem recusa comida? - Falou brincalhão, arrancando sorrisos de praticamente todos.

Não era algo confortável ter todos reunidos, e é por isso que eu sempre evitei isso. Não é como se tivéssemos proximidade, intimidade ou uma amizade. Não, na verdade, falta tudo isso, a proximidade acabou, a intimidade se esvaiu e a amizade se desgastou.

E foi com esses pensamentos — que eu creio ser o único a carregá-los na mente —, que saímos caminhando da faculdade, indo em direção à rua pouco movimentada.

Sobre os poucos materiais e mochilas que sempre trouxemos, não sei a dos garotos, mas a minha está dentro do armário. O mesmo está trancado, ou seja, ninguém consegue mexer.

Namjoon: Jimin.. - Murmurou, nesse momento, já estávamos na calçada. - Você sabe que não estamos te obrigando a ir, não sabe? Não queremos que você se sinta pressionado ou desconfortável. - Falou calmo.

- Eu fiquei com algo em mente.. - Acabei por falar, recebendo toda a atenção de todos presentes alí. Estávamos caminhando, de fato não paramos por conta de uma simples frase. - A Jennie disse que ela se sentia uma intrusa na minha amizade com Soobin, certo? - Eles concordaram meio confusos. - É assim que eu me sinto, um intruso na amizade de vocês.

Hoseok: E porque você se sente assim, sendo que não é? - Foi uma pergunta que sequer havia resposta. - Jimin, você é tão amigo de nós quanto qualquer um aqui.

- Nos distanciamos, vocês sabem disso.. - Falei normalmente.

Taehyung: Foda-se, tá legal? - Se intrometeu. - Foda-se se nos afastamos, se deixamos as coisas ruins por tanto tempo. Agora estamos aqui, com você, e se você se sente um intruso, é melhor tentar tirar esse sentimento ruim de dentro de si, porque é exatamente o contrário.

Jin: Você pensa mesmo que iríamos te chamar para tomar um café se não gostassemos de você ou de sua companhia?

Yoongi: Nós somos amigos, Jimin, eu e Taehyung te conhecemos há pouco tempo, mas os outros garotos estiveram com você desde sempre. No meu ponto de vista, isso já ultrapassou o limite, e olhe que eu sequer era próximo de você assim como os outros.

Namjoon: O que o Yoongi quis dizer, é que você se afetou com isso na mesma quantidade que nós todos nos afetamos.

Hoseok: Foi uma coisa que aconteceu naturalmente, nosso distanciamento foi tão natural, sem conversas, brigas ou discussões. E se isso foi tão rápido de se acontecer, nós também conseguimos nos reaproximar. - Hoseok soltou um suspiro, dessa vez, andávamos devagarinho.

- Me desculpem. - Parei de caminhar, e como Taehyung estava andando em certa distância ao meu lado, logo percebeu e parou também. E assim por diante, até todos estarem parados no meio da calçada nada movimentada, virados em minha direção. Estavam curiosos e confusos.

Taehyung: Não peça desculpas. - Negou com a cabeça.

- Sabe o que acontece quando alguém encosta em mim? - Perguntei sem olhar para nenhum dos garotos, apenas observei um vidro de uma vitrine.

Yoongi: Você se sente no escuro, com isso te consumindo cada vez mais. Se sente sozinho em um lugar horrível, e não deixa o fato de estar carente ser a pior coisa. O toque deveria ter sido mais longo, ou talvez não precisava ter ocorrido, e isso fica em sua mente, te deixando mais confuso ainda. O choro começa a se fazer presente, e as lágrimas parecem vidros, que cada vez que descem, cortam o canto de seus olhos. Porque você quer fechá-los, mas se você os fecha, você se corroe até entrar em transe absoluto. - Falou com certa rapidez, aposto que olhava diretamente para mim. - Mas cada caso é um caso, você sente isso, mas não é apenas isso. É algo a mais, não é?

Todos os garotos estavam surpresos por Yoongi saber disso tudo, mas eu não, isso não era nem metade.

- E então você sente o toque se afundar em você, pode ser em sua mão, mas isso vai te fazer ficar sem ar, como se fosse em seu pescoço. Os pulmões ficam fracos devido ao nervosismo e agitação que seu corpo entra, seu corpo treme internamente e ao mesmo tempo, congela. Você não se move, fica assim, parado feito uma estátua. Não tem como se defender, respirar, não chorar, e não pensar. É um quarto escuro, cheio de pensamentos ridículos e um vazio absoluto. É um freezer que, ao invés de gelo, cada cubo é um vazio que te preenche, ou então um escuro que te corroe aos poucos. - Ainda sem os olhar, uma lágrima escorreu por minha bochecha, eu não me sentia seguro, eu ainda estava em transe.

Yoongi: Por favor, pequeno, se acalme.. - Yoongi falou manso, dando passos leves em minha direção. Não se aproximou muito, mas ficou parado em minha frente. - Olhe para mim. - Virei lentamente meu rosto em sua direção, sentindo minhas mãos tremerem apenas com o contato visual. - Eu sinto muito por isso, muito mesmo, você não merece isso e não deveria estar passando por coisas terríveis assim. Eu espero que você melhore logo, porque.. eu quero que você saiba que pode contar comigo para tudo. - Yoongi sorriu de maneira fofa, porém preocupada.

- É um estado psicológico louco que eu criei para me defender. - Limpei a lágrima. - Tem momentos que as pessoas encostam em mim e não ocorre nada, mas, tem momentos que eu sinto que vou desmaiar. E.. isso não é algo real, é uma coisa que meu psicológico criou. - Tentei explicar resumidamente, estava meio desconfortável, mas não queria que tivessem olhares de pena para cima de mim. - O Taehyung, por exemplo, eu queria que ele me ajudasse, e então ele ajudou e não ocorreu absolutamente nada. O Soobin me dava beijos horas ou outras, não ocorria nada, mas era desconfortável. E.. eu não quero que vocês pensem que eu sou louco, nem que tenham pena de mim por isso, eu só preciso cuidar de mim mesmo, sozinho. - Yoongi assentiu freneticamente.

Yoongi: Você pode contar comigo para tudo, pequeno, eu irei te ajudar em tudo que for necessário. Eu entendo um pouco sobre assunto, mesmo que cada caso seja um caso diferente, eu acho que consigo te ajudar. - Continuou sorrindo. - Nós todos estamos aqui com você, e se essa crise não passar, você não estará sozinho.

- Mas eu preciso estar sozinho. - Fui direto e Taehyung foi quem se pronunciou dessa vez.

Taehyung: Você não precisa estar sozinho. - De fato, precisava sim. - Nós vamos te ajudar.

- Vocês podem me ajudar.. - Fechei minhas mãos, respirando fundo calmamente. - Mas não hoje.

Hoseok: Você está bem? - Perguntou preocupado.

- Eu preciso de um tempo sozinho para organizar meus pensamentos, para conseguir me organizar por completo. Eu estou uma bagunça já fazem dois meses, não tem necessidade alguma disso. Não tem mais nenhum motivo. - Tentei me convencer daquilo.

Namjoon: Então.. você não quer ir tomar um café, relaxar e quem sabe comer algo? - Neguei com a cabeça, sorrindo pequeno em seguida.

- Me desculpem por isso, espero que nada volte a ser como eram há dois meses atrás. Eu quero meus amigos de volta, mas não quero a discórdia, a mentira e a confusão, eu só quero que vocês façam parte da minha vida novamente. - Todos sorriram, pareciam satisfeitos. - Eu vou ir embora, me desculpem por isso, espero que vocês se divirtam. - Me curvei lentamente, tanto por desculpas, quanto por tchau.

Jin: Jimin, o Jun.. - O interrompi antes mesmo que o nome fosse mencionado.

- Para mim ele morreu, Jin. - Sorri assim que voltei a minha pose normal. Era um sorriso meio forçado, sem graça alguma, mas era um sorriso. - Ele está morto.

Taehyung: É.. ele está morto. - Negou, passando a mão sobre a sua própria testa e murmurando um "merda" em seguida. Algo estava errado..

- Até amanhã? - Perguntei, todos concordaram e logo se despediram com acenos, beijos no ar e gestos de amor.

[...]

Estava caminhando pelas ruas normalmente, estava começando a escurecer, admito que fiquei boa parte do meu tempo livre vagando por aí. Me acalmou digamos-se cem por cento, eu me sentia mais leve, parecia flutuar sobre as nuvens. Mas ainda assim tinha coisas para resolver..

Caminhei com mais pressa quando avistei minha casa, estava longe ainda, mas não tão distante quanto caminhar pela cidade inteira. Meu carro havia ficado no estacionamento da faculdade, não me importei com isso, nem mesmo me importarei se alguém o guinchar.

Não demorou para que meu corpo virasse um cosplay de poste novamente, sem movimentos, sem reações.

Era uma mão, a mesma tocou meu ombro com sutileza. Minha respiração se tornou descompassa, e eu sabia que quanto mais duradouro o toque fosse, pior seriam as consequências.

Respirei fundo, mas não consegui soltar o ar, porque no momento que eu faria isso, no momento em que eu estufei o peito por puro nervosismo, uma voz bem conhecida se fez presente.

Jungkook: Jimin. - Jungkook, era Jungkook.. era Jungkook?

- Por favor, não toque em mim. - Eu não conseguia o ver, a única coisa que dava-se para se sentir e saber que ele estava ali, era sua mão. O meu pulmão começou a apertar, estava começando a me sufocar..

Jungkook: É o Jungkook.. - Falou meio confuso, talvez não fosse essa a reação que ele esperou que eu tivesse.

Uma lágrima escorreu por meus olhos, e nesse mesmo momento, minha mão se abriu e meu celular caiu com tudo no chão.

- Me solta.. - Supliquei, sentindo mais e mais lágrimas escorrendo, sequer conseguia respirar mais uma vez. Novamente tudo isso estava se repetindo.

Mas eu seguiria em frente.

Eu consigo, vai, Jimin, você consegue!

Jungkook: Jimin, por favor.. - Afastou sua mão de meu ombro, e lentamente, meus olhos se fecharam e minha cabeça tombou para frente.

Era um alívio enorme, por mais que doloroso e vazio, era melhor do que o toque.

- Nunca mais encoste em mim novamente. - Minha voz estava falhada devido a falta de ar que continuava presente, mas não fiz muita coisa além de me agachar com as pernas completamente bambas e mãos tremulas, para assim, pegar meu celular.

Jungkook: Me desculpe.. - Não me virei ou tentei dar ouvidos, apenas senti meu coração apertar, minha mente embrulhar e mais lágrimas escorreram. - Por favor, me desculpe. - Mais uma vez o outro falou, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo.

Eu precisava, mais uma vez, me recuperar de um possível pré-transe. Se eu não me recuperasse disso, eu possivelmente desmaiaria assim como das outras vezes — já tentei ficar assim sem desviar os pensamentos, o que resultou em cansaço extremo, e então, desmaio.

Jungkook: Todos podem ficar contra mim, Jimin, todos mesmo, mas eu só vou conseguir ficar se você me perdoar. Eu não me importo com os outros, eu só preciso que você me desculpe, que você consiga de alguma forma, me desculpar por tudo. - Meu coração se apertou, era como um nó que se formava em minha garganta.

Quando finalmente consegui tirar meus pés do chão, saí caminhando, não com pressa, apenas como caminhava antes.

Não demorou para que os passos do mais velho estivessem presentes novamente, e logo o mesmo se parou em minha frente.

Continuei olhando para frente, mas a única coisa que eu via era seu pescoço. Claro que eu havia parado de caminhar, óbvio que sim.

- Por favor, me deixe ir. - Havia medo em minha voz, estava mais do que evidente. Não olhei para seu rosto ou corpo, nem mesmo fixei o olhar nele. Algumas lágrimas escorreram novamente, e foi nesse momento que o maior tocou meu rosto, passando os dedos gélidos por minha face, limpando as lágrimas.

Não foi um toque bom..

Não foi algo vazio, escuro e torturante. Não foi algo que eu quis correr, foi apenas um toque que fez eu sentir mais aperto em meu coração. Chegava a doer..

Jungkook: Não chore.. - Falou baixinho, tirando a mão de meu rosto. Foi um alívio, só não posso explicar, porque ao mesmo tempo que eu não me importava com o toque, eu me importava. - Não chore por minha causa.

- Eu te conheço? - Perguntei, engolindo em seco quando o moreno afastou-se lentamente de mim. Não estávamos próximos antes, agora pior ainda.

Jungkook: Que?

- Quem é você? - Olhei para baixo, e mais lágrimas escorreram. Minha voz e minhas mãos estavam trêmulas, mas isso era por conta do toque, e o toque passou a ser algo ruim, por mais que não existisse mais. - Me deixe ir embora, por favor.. - Fingi estar com medo e Jungkook, ao que eu sei, ficou confuso.

Jungkook: Você não lembra? Mas isso não é possível.. - Falou consigo mesmo. - Você sofreu algum tipo de acidente?

- Deixe-me ir.. - Murmurei, quase que implorando. E assim que percebi o maior saindo de minha frente por completo, caminhei com pressa em direção até minha casa.

Nós dois fomos em direções opostas, eu com meu coração doendo, falta de ar, solidão e tremedeira, e ele com confusão. Apenas confusão.

Porque não é Jeon Jungkook que passou por tudo isso, por culpa de um alguém. Um alguém que, agora, está apenas fazendo-o sentir um vazio imenso.

É esse sentimento que Jeon Jungkook me lembra, e é com esse pensamento, que ele morreu para mim.

[...]


Notas Finais


Jungkook voltou, meus amores, e.. ele está morto para Jimin, é essa a situação.

Sobre a doença que Jimin tem, ele não suporta alguns tipos de toque. Quase nenhum, mas.. vocês irão entender nesse capítulo. Hãm, aqui eu coloquei os sintomas QUE EU CRIEI e INVENTEI, porque acredito que cada caso é um caso, e na estória, o Jimin PRECISA ter esse tipo de sintomas. Talvez não corresponda com o real problema, mas é tudo fictício e a estória precisa desse rumo e desses sintomas. Obrigada pela compreensão!


Amo vocês, beijocas! ❤️


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