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História 30 days to save a love. (Newtmas) - Einstein was right!


Escrita por: ByALady_

Notas do Autor


Toc toc! Ainda tem alguém por aqui? 🤗

Eu poderia prometer que não mais demorarei tanto assim... Mas a gente só promete o que cumpre, certo? No entanto, prometo dar o meu melhor. Obrigada pela paciência!

Boa leitura! 🤓💛

Capítulo 16 - Einstein was right!


Fanfic / Fanfiction 30 days to save a love. (Newtmas) - Einstein was right!

Nowhere, USA

July, 01 2019

P.O.V. Thomas

Einstein tinha razão: o tempo se move em velocidades diferentes.

Dez dias. Dez maravilhosos dias se passaram. Passaram depressa, como se a rotação da Terra levasse apenas doze horas. Ou menos.

Que vida injusta.

Sei que parece estranho ler isso, principalmente vindo de alguém como eu, o homem conhecido por suas filosofias positivas, o jeito apaixonado e otimista de enxergar a vida, as coisas, as pessoas. De fato, eu mesmo me sinto estranho em ter chegado a essa conclusão derradeira. Mas veja bem, eu vi dias passarem esmagadoramente. Dias medianos, com coisas boas, mas em sua maioria ruins. Vi minha agonia divagando por horas de silêncio, desprezo e até hostilidade vindo dele. Dias que pude ver oscilações constantes do meu plano ruir, dias que pensei inclusive que fosse acordar e não mais encontrá-lo em nossa companhia. Foram dias longos e cheios de sentimentos conflituosos, uma verdadeira montanha russa.

E agora, olhe só! Os últimos se passaram tão depressa, apenas porque foram os dez dias mais felizes dos meus últimos... Bem, dez anos, eu acho.

Desde que se abriu para mim naquela noite à beira mar, minha relação com Newt tem sido muito plena e respeitosa. Ele tem se mostrado amável, doce, tem estado tranquilo e soltando-se mais a cada dia que se passa, conseguindo aproveitar melhor não apenas a minha companhia, mas de todos nós. Até mesmo a do Minho. Posso perceber em cada gesto, cada fala, comportamento, que ele livrou-se de um peso em suas costas (ou em sua garganta) ao contar-me sua história. Sua... Triste história, diga-se de passagem.

Em dias mais serenos, nos quais ele mostrava-se mais a vontade em estar sozinho comigo, tentei por muitas vezes voltar ao assunto. Ele havia dado um passo gigantesco ao conseguir se abrir daquela maneira e, embora ele tenha feito a coisa certa, eu me preocupava que aquilo pudesse trazer-lhe mais conflitos futuros se não fosse trabalhado devidamente. É claro que eu não estou tentando ser um psicólogo para ele, longe disso, nem ao menos tenho formação básica para isso e mesmo que tivesse, é antiético tentar analisar um amigo. Mas entenda, eu apenas queria que ele conseguisse falar sobre tudo aquilo de forma branda, conseguisse ter uma resolução mínima da situação para que aquilo não o incomodasse mais. Talvez eu conseguisse convencê-lo pelo menos a buscar ajuda profissional assim que fosse possível. Mas, ainda que de forma muito polida, ele se recusava a tocar no assunto.

Certo. Tudo em seu tempo.

Passamos os últimos dez dias fazendo umas belas loucuras, na verdade. Eu adoro o interior, adoro cidades pequenas. Principalmente quando se tem uma grande área preservada de florestas, bosques, natureza. E o estado de New Hampshire era cheio de cidadezinhas pacatas assim. Consequentemente dá para se fazer muitas coisas, digamos, não convencionais.

Como eu disse, Newt vinha melhorando cada dia mais, e boa parte dessas experiências inusitadas vieram de ideias dele. Minho também não ficava para trás, é claro. Nos apresentamos novamente como um cover fajuto dos Beatles em um bar local (inclusive tiramos uma foto clássica atravessando uma faixa de pedestres quando estávamos bêbados), fui DJ por uma noite numa festa estudantil que entramos de penetras (não se preocupem, Minho não investiu em nenhuma garota menor de idade), jogamos rock band, frequentamos o mesmo karaokê por duas noites seguidas, fizemos piqueniques no meio da floresta correndo o risco de sermos atacados por um lobo, nadamos pelados novamente em um lago impróprio para banho, participamos de um rodeio (não, não estou brincando), emolduramos uma foto nossa e expusemos clandestinamente em um pequeno museu de obras de arte, tatuamos “Forever Young” nos pulsos numa galeria tosca, fomos voluntários na coleta seletiva no dia mundial do meio ambiente, descemos uma ladeira numa caçamba de lixo (o que nos rendeu uma noite no pronto socorro enfaixando machucados, e não, Annabeth não participou, mas filmou), fizemos um balanço numa árvore com o pneu de um carro abandonado, ganhamos um dinheiro passeando com os cães da vizinhança, ajudamos muitos idosos a carregarem as compras e ganhamos docinhos por isso, participamos de uma passeata de jovens de uma igreja católica distribuindo abraços gratuitos, conseguimos um lar para um gatinho que ajudamos a descer de uma árvore... E ainda dizem que não tem nada para se fazer no interior.

Como um professor e adulto responsável que sou, preciso deixar aqui um adendo: façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.

Ainda que estejamos nos divertindo todos juntos, não posso deixar de registrar que meu alto índice de satisfação com os últimos dias se dá por motivações muito claras. E não estou aqui sendo repetitivo em dizer o quanto Newt está mudado. Mas quero acrescentar que nossa relação não está sendo de pura amizade e só.

Fizemos amor todos os dias depois daquela noite. Às vezes, durante a madrugada, ele invade a minha barraca. Se estivermos em um hotel, ele invade meu quarto ou nos escondemos no banheiro. À luz do dia, acabamos por escapar juntos por diversas vezes, muitas das quais nos aventuramos e nos amamos pela floresta, pelos lagos, por qualquer lugar onde haja paz, silêncio, tranquilidade e muita libido acumulada.

Eu não sei dizer se Newt faz amor ou sexo comigo. Nem gosto de pensar muito a respeito, para ser bem honesto. Quem pensa demais, se entristece. E eu não desperdiçaria esses momentos dourados ao lado dele com minhas confabulações egoicas.

Annabeth não me pontua coisas muito diferentes.

“Aproveite o momento, Thomas. O mais difícil já passou. Agora tem que se permitir viver isso com ele e deixar as coisas acontecerem.”

Ela me diz quase sempre a mesma coisa quando sento para conversar com ela e desabafar minhas angústias, as que ainda restam. Que são muitas, afinal. Sempre passa longos períodos dizendo coisas sábias sobre a virtude da paciência, mas nunca deixa de acrescentar no final:

“Viva esse sonho, mas mantenha os pés no chão.”

Eu não sei como alguém pode sonhar sem deixar-se flutuar na mais alta nuvem. Gosto de pensar que os sonhos são um universo paralelo, completamente nosso e secreto. Apesar de ser muito versado na arte de filosofar e por ser tão sensível às coisas da vida, não consigo compreender como é viver um sonho e manter-se no chão ao mesmo tempo. Mas gosto da ideia, gosto de como soa. Eu só não sei se consigo.

Fico pensando se Annabeth talvez saiba mais sobre Newt do que eu sei. Não cheguei a lhe confidenciar nada do que ele antes confidenciou a mim. Eu não tenho esse direito. Quando contei à Percy e Annabeth o que havia acontecido entre nós dois, apenas disse que ele havia me procurado antes, e que me contou muitas coisas sobre si. Isso bastou, é claro, são sensatos o suficiente para não me importunarem pedindo mais do que eu deveria dizer. Mas sei que Newt tem uma relação tão forte com Annie quanto eu, e por vezes penso que ele confidencia a ela muito sobre si e sobre nós dois. Pensar assim me assusta muito. Porque isso torna as declarações de Annabeth ainda mais enigmáticas. Quando ela me diz para manter os pés no chão, talvez ela saiba de algo que eu não saiba. Isso me incomoda. Mas estou tentando manter minha cabeça fria afinal, pois não há preocupação que possa suprir o imensurável prazer de estar vivendo dias inebriantes com quem se ama.

- T-Tommy... – ele ofegou em meio a um gemido, no exato momento em que desmanchou-se em branco nos meus lábios. – Bloody hell...

Repuxou meus cabelos, gemeu alto, jorrou tudo o que tinha guardado ao longo da manhã, dentro da minha boca. Eu sorri, um sorriso de um perfeito canalha que há pouco gozara dentro dele, fazendo uma bela anarquia dentro do carro. Roupas arrancadas às pressas e espalhadas pelo banco de couro, vidros fechados embaçados e cheios de marcas de dedos, o ar abafado e opressor, o suor e o cansaço, as faces rubras, cabelos desgrenhados, parecia que havia acontecido uma guerra ali dentro.

Acho que fazer amor é sempre uma guerra.

Me afastei dele apenas depois de ter lambido seu pau inteirinho, tomando para mim todo e qualquer resquício daquele leite precioso (pensei em uma anedota, acho que Percy Jackson o chamaria de néctar dos deuses), e então me levantei do chão do carro e sentei-me ao seu lado no banco. Newt parecia exausto, tanto quanto eu, diga-se de passagem, e seu sorriso de pós-gozo quase me fez ficar duro novamente. Ele virou-se para mim, enlaçou meu pescoço com seus braços esguios e montou no meu colo, metendo sua língua faminta dentro da minha boca.

- Eu quero... denovo... – murmurou contra meus lábios, a voz rouca e lânguida arrepiando-me dos pés à cabeça. – Me fode denovo, Tommy... – e já se movimentava insinuante no meu colo, minhas mãos presas em sua cintura o ajudavam a rebolar encima de mim, eu estava pronto para perder completamente minha sanidade novamente.

No banco da frente, as caixas do almoço pra viagem, caprichosamente embrulhadas pelo restaurante, e que Newt e eu estávamos levando até nosso mini acampamento numa clareira no meio das árvores, não muito longe dali.

Acho que vamos todos comer comida fria.


...


Me senti como se estivesse gravando o filme mais clichê de todos os tempos!

Aquele parque de diversões local, estilo anos 60, com direito a carrossel, roda gigante e carrinhos de pipoca doce. Comprei uma maçã do amor para cada um dos meus amigos, porque se é para ser clichê, então que seja com respeito.

- Que romântico! – exclamou Minho, pegando sua maçã e jogando-me um olhar que ele achou ser sedutor – Agora você precisa me levar para dar uma voltinha na roda gigante, pra gente dar umas boas beijocas lá do alto!

Que grande ideia!

Deixei que Annabeth e Percy distraíssem o asiático galante numa barraca de jogos e convidei Newt para dar uma volta na roda gigante comigo. Confesso que pensei que ele fosse recusar, que diria não ter mais quinze anos, ou que ele não estava estrelando um filme adolescente dos anos 90. Mas, para a minha feliz surpresa, ele aceitou com um aceno de cabeça sutil, embora seus olhos brilhassem intensamente ao fazer isso. Contei pelo menos sete cores vivas oscilando em sua íris, reflexo das muitas luzes multicoloridas do parque: vermelho, azul, verde, amarelo, turqueza, cor de rosa, laranja. Todas dançando no brilho do seu olhar. Mas nenhuma delas era mais ofuscante e bela do que o castanho inebriante dos seus próprios olhos.

Caminhei ombro a ombro com ele até a pequena fila de pessoas que esperava para entrar na roda gigante. Senti sua mão direita resvalando na minha mão esquerda. Newt não disse nada. Continuou caminhando pelo parque, olhando distraído para tudo a sua volta e comendo sua maçã do amor. Mas a mão continuou ali, roçando na minha. Já estávamos longe o bastante dos amigos deixados para trás. Agarrei delicadamente sua mão, entrelaçando nossos dedos timidamente. Ele correspondeu e apertou minha mão com força. Sorri largo com isso. Acho que poucas coisas no mundo são tão simples e sinceras como andar de mãos dadas com quem a gente ama. É simples porque é um pequenino gesto. Mas é sincero porque, apesar de pequenino gesto, só se faz isso com a pessoa certa.

Já experimentou essa sensação estranha de andar de mãos dadas com a pessoa errada? Não soa incoerente? Não parece que algo ali não funciona como deveria? Simplesmente não se encaixa? Você pode deitar-se com muitas pessoas que não ama, mas nada será mais incômodo do que entrelaçar dedos com a pessoa errada.

Não sei dizer se foi isso o que Newt sentiu, mas não demorou muito para que desfizesse nosso nó. Soltou minha mão com a mesma sutileza que flertava com ela, e logo estávamos novamente apenas caminhando ombro a ombro. Arrisquei o dedo mindinho. Ele aceitou. Parecia uma promessa de criança. Uma promessa de que, estando emocionalmente perto ou longe, ele estaria ali, mesmo que fosse para andar apenas de dedinhos dados.

Entramos na cabine e Newt acomodou-se mais empolgado do que eu imaginava que estivesse.

- Sabe quanto tempo faz que eu não dou uma volta numa roda gigante? – perguntou em tom pleno, embora sua expressão fosse de encantamento.

- Não. – respondi simplista, aguardando uma devolutiva.

- Nem eu! – e tamborilou os dedos na trava de segurança, um pouco absorto em pensamentos, esperando o passeio começar.

Interessante.

Começamos a flutuar lentamente em direção ao céu. Sei que estou sendo muito romântico descrevendo nossa simples subida dentro da cabine de uma roda gigante, mas você já tirou os pés do chão ao lado de alguém especial? Ora, não discuta comigo, se não!

A altura do ponto mais alto era suficiente para conseguirmos ver todo o parque, completamente apinhado de coloridas luzes piscantes. Conseguia sentir o agradável aroma mélico do algodão doce misturando-se com o ar fresco, o que me fez ter uma deliciosa nostalgia.

- Na verdade eu sei quando foi a última vez que andou numa roda gigante. – retomei sua pergunta depois desse tempo em silêncio contemplativo. – Foi quando...

- Sim... – ele me interrompeu, apoiando seu queixo na trava e admirando a altura em que estávamos. – Foi quando o parque itinerante chegou ao nosso bairro há uns...

- Doze anos. – afirmei.

- É. – ele não tinha dúvidas. Ele sabia exatamente quanto tempo fazia. Estaria ele me testando?

- Por que então perguntou se eu sabia ou não? – indaguei, tentando pegá-lo no pulo.

- Por perguntar, eu acho... – deu de ombros.

Como se faz de difícil!

- Você andou comigo a última vez, Newt. E lembro inclusive que estava vestindo uma camisa xadrez parecida com a que está usando agora mesmo. E claro que não vou deixar passar em branco o fato de que havíamos acabado de comer uma maçã do amor.

Thomas 1 x 0 Newt.

- Uau! Dessa eu não lembrava.

- Mentira.

- Sim, mentira.

Vi seu rosto enrubescer-se e ele não desviou o olhar lá de baixo nem por reza. Não pude evitar um sorriso.

- E aqui estamos nós, doze anos depois... – recomecei num tom romântico – Repetindo a mesma cena...

- É... – percebi que ele brincava inquieto batucando seus pés. Balançou-os em seguida parecendo desconfortável. – Por que é tão difícil, Thomas?

A pergunta me pegou completamente desprevenido. Não escondi minha expressão confusa e demorei muito a responder, tentando considerar do que exatamente ele pudesse estar falando e, principalmente, porque diabos me chamou de Thomas.

- Desculpe, mas... Do que estamos falando?

- De nós dois, é claro. De nós dois... – apoiou o queixo em sua mão e continuou observando qualquer coisa lá fora. – Por que é tão difícil conversar sobre o passado com você, sobre como éramos, sobre como tudo era? Não deveria ser assim tão difícil. Eu gozei na sua boca hoje mais cedo, mas não consigo se quer olhar para você enquanto falamos sobre nós.

A naturalidade com que ele disse “gozei na sua boca” deveria ter me feito rir, deveria ter sido um alívio cômico para a ocasião. Mas foi essa mesma naturalidade que me fez entender o quanto ele estava sendo honesto com o que dizia. Não havia motivos para anedotas.

Eu gostaria muito de ter uma resposta esclarecedora e bonita para essa pergunta, mas não consegui engendrar nada. Acho que falar sobre sentimentos e tempo num mesmo contexto é delicado e particular demais para se apoiar em teorias.

Na prática então, eu só consegui dizer:

- Eu acho que pensar no passado é doloroso de forma geral. Principalmente quando pensamos na infância, na adolescência... Tudo é muito simples e fácil quando se é criança, a inocência nos permite isso. E mesmo perdendo parte dessa inocência ao crescer um pouquinho, ganhamos outro tipo de inocência quando se é adolescente: A crença de que os sonhos são alcançáveis, de que o mundo existe para ser explorado, ah como é lindo ser jovem e um tanto quanto ignorante! É bonito, é inspirador. Mas a vida adulta chega antes mesmo de deixarmos essa ignorância para trás. Um ciclo de nossa vida se inicia antes que outro termine. E quando nos damos conta, um dia saímos para brincar na rua sem sabermos que era a última vez. Ser adulto é ver uma enorme quantidade de sonhos mortos. E eu sei que você deve estar se perguntando por quê então sou sempre tão otimista e sonhador, já que tenho plena consciência de que nada nunca será como antes. Acho que a resposta é meio óbvia: se o passado machuca, então é masoquismo apegar-se a ele. Apego-me então ao presente, vivo intensamente cada segundo e gosto de imaginar como será o futuro, porque me parece formidável, e não triste, que as coisas não mais serão como já foram. É isso o que torna tudo especial, eu acho. Saber que vai ser daquele jeito só uma única vez, te faz perceber que deve aproveitar essa oportunidade efêmera o máximo possível. E quem sabe assim, construindo lembranças verdadeiramente belas e felizes, ou enfrentando as adversidades com sabedoria e aprendizado, se torne menos difícil olhar para trás. Acho, se me permite a ousadia de dizer, que a felicidade seja exatamente isso. Fazer a experiência da vida uma coisa simples de se viver e bonita de se lembrar.

Só quando terminei de falar foi que percebi que Newt me encarava fixamente, os olhos vidrados e profundos nos meus. O novo Newt não era do tipo que falava muito ou olhava nos olhos com freqüência. Era mais do tipo que diz tudo o que precisa através de expressões faciais e pequeninos gestos. Ainda que ele tenha se mostrado muito mais comunicativo e libertino nos últimos dias, foi aqui e agora, nesse olhar profundo que lança sobre mim, que percebi o quanto ele estava mudado, o quanto voltava aos poucos a ser o Newt que conheci anos atrás, e que há muito não tive o prazer de desfrutar.

Ele permaneceu sustentando aquele olhar por uma volta toda da roda gigante, e então de repente, abriu a boca para dizer:

- Que diabos de discurso, Tommy! Me beije!

Nunca ele precisaria pedir-me aquilo por duas vezes, mas também não esperou que o beijasse. Ele mesmo agarrou minha nuca com as duas mãos e me puxou ao encontro dos seus lábios, sempre tão sedentos, e nos perdemos apaixonadamente na boca um do outro.

Nas nuvens. Eu estava nas nuvens.

Quando voltamos a nos juntar com os outros, Minho estava irado por ter perdido dinheiro nas barracas de jogos, Annabeth esforçava-se em dizer palavras de consolo sobre perder fazer parte da vida, e Percy, aparentemente aquém, comia um algodão doce azul. Parecia que havíamos voltado no tempo e que tínhamos catorze, quinze anos novamente. Eu sabia que isso era impossível, que não passava às vezes de uma feliz ilusão achar que tudo havia voltado a ser como era antes. Sabia que os dias passariam ainda mais depressa daqui pra frente e que era uma questão de tempo para que tudo voltasse ao normal. E veja bem, nessa hora nem estou pensando somente em Newt e eu. Estou pensando em nossos amigos, em nossa amizade, penso nos momentos vividos nessa viagem descabida, penso no quanto poderá ser uma experiência prazerosa a ser recordada, mesmo que daqui pouco mais de uma semana voltemos aos monótonos e regrados vinte e cinco anos.

- Ah não! Ouçam o que está tocando! – Newt exclamou, tão empolgado quanto me lembrava de ser dez anos atrás.

Era “Charlie Brown” do Coldplay e nós cinco saímos correndo juntos como os adolescentes que outrora deixamos para trás, gritando e nos perdendo entre as pessoas até chegarmos num espaço grande o suficiente para abrirmos, nós mesmos, uma pista de dança, e começarmos a pular e cantar juntos. Algumas pessoas nos olhavam rindo, outras juntaram-se a nós nessa folia, e ficamos dançando e nos divertindo como se não existisse o ontem nem o amanhã, somente o hoje, essa única e deslumbrante noite.

Sim, eu sei que nada disso vai acontecer denovo do jeito que está acontecendo agora. Portanto, talvez seja melhor que eu aproveite cada segundo para que, quando eu olhar para trás, só consiga ver memórias bonitas de serem lembradas.


Notas Finais


Espero voltar em breve! Não abandono isso aqui nem por reza!

Um beijão e obg pelo carinho nos comentários 💛


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