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História 30 Dias - Terceiro dia - Detalhes


Escrita por: trishakarin

Capítulo 10 - Terceiro dia - Detalhes


Fanfic / Fanfiction 30 Dias - Terceiro dia - Detalhes

O pequeno lago era lindo, de água cristalina, podia ver os pequenos peixes passarem de um lado ao outro, imaginando como poderia pegá-los. Seria quase impossível tamanha velocidade que eles nadavam de um lado ao outro. Sentei perto da água, coloquei meus pés dentro e sentia o vento suave soprar. Era uma manhã diferente, era bonita. Os pássaros cantavam de um lado ao outro cumprimentando o novo dia. Esbocei um sorriso, não entendi nem mesmo por qual razão, mas sem compreender, eu me sentia feliz em estar ali. Era o terceiro dia e eu ainda não estava surtando por estar no meio do nada com uma mulher insuportável. Talvez surtasse mais a frente, mas por hora, tudo seguia em paz.

Olhei para o alto, claro que a tenente não me seguiu, estranho seria se o fizesse. Pedir desculpas? Não era algo que pudesse esperar acontecer, ela jamais o faria. Me levantei, tirei toda a roupa, mantendo-me, como anteriormente, de calcinha e sutiã e saltei dentro da água. Estava gelada, mas me senti renovada ao emergir na superfície. Sempre gostei de água, sempre me senti a vontade dentro dela e se não me engano, foi a prova na qual conquistei pontos e mérito próprio.

Fomos lançados de um helicóptero dentro de um grande rio, bem no centro. Tinha cerca de quinze a vinte metros de profundidade e a água parecia até ser mais densa. Tínhamos que em poucos minutos, nadar para a beira, onde ficaríamos por alguns dias. Aquele momento que olhei para a água, estando cerca de oito metros de altura, foi difícil. Eu não conseguia pular, eu senti vertigem, um arrepio percorrer a espinha e as pernas travarem ali. Não precisei pensar muito, pois senti um mão em minhas costas e fui lançada para fora da aeronave. Por conta da bota, meus pés não arderam com o impacto e assim que afundei, abri os braços e as pernas com o intuito de voltar a superfície.

Mergulhei no lago e nadei até o outro lado. Ergui-me para fora da água e sentei na pedra, fechando os olhos em seguida. A imagem do sonho que tive durante a noite invadiu minha mente, me causando um certo desconforto. Abri os olhos novamente, voltando a fechá-los. Parecia tão real que podia ainda sentir o toque dos seus dedos em minha pele e aquilo me envolvia de tal forma, que o desejo aflorava por entre minha pernas e me consumia por inteira. Eu podia sentir seus lábios tocarem o meu suavemente, me envolvendo em um beijo diferente, delicado e ao mesmo tempo feroz, assim como ela era.

Senti meu corpo pesar sobre a pedra, como se aqueles pensamentos fossem cair sobre mim, pressionando meu corpo contra a pedra. Respirei fundo, tentando pensar em outra coisa, mas aquele sonho mexeu bastante comigo, me envolvendo, me deixando louca.

- Policial?

A voz dela soou e eu quase caí na água. Abri os olhos assustada, me segurando na pedra ao lado para não despencar. Olhei reto, para o outro lado do lago e a tenente estava em pé, olhando-me fixamente, curiosa. Se segurava em um tronco e segurava uma pequena toalha nas mãos.

- Se preparar para seguirmos em frente.

- E sua perna?

- Já disse – ela respondeu friamente – Vamos seguir.

Eu tinha vontade de gritar e mandar a tenente a merda. Olhei para ela furiosa e ela claramente parecia gostar daquilo. Sentei me segurando para não fazer besteira, ela virou de costas e ia subir, eu me levantei e mergulhei na área funda em um pulo perfeito, quando voltei a superfície vi que ela ainda estava ali e me olhava, não mais daquele jeito desdém, mas de outro jeito. Outro jeito que não saberia explicar, mas quando viu que eu a olhei, ela deu de ombros e subiu pela mata.

Eu não entendia aquela mulher, qual razão ela tinha de ser tão irritante como permanecia sendo. Alcancei o outro lado, agarrei minhas roupas e vesti de qualquer jeito, caminhando de volta onde tínhamos montado acampamento. Quando cheguei ela dava um longo gole no óleo, segurando uma careta antes de fechar a garrafa e jogar dentro da bolsa antes de seguir até a barraca e começar a desmontar.

Percebi a dificuldade dela e fui em sua direção. Não, eu não deveria, mas não conseguia não fazer isso. Era como se vendo alguém em condições piores que a minha, me via na obrigação de ajudar. Fui para o outro lado e puxei o cabo, ela me olhava de canto de olho, podia perceber, mas não daria o braço a torcer. Tirei o pano da barraca e dobrei, jogando em um canto enquanto ela dobrava os ferros e colocava dentro da sacola. Era a única coisa que perdia-se um pouco de tempo, apesar de não ser nada difícil.

Joguei o restante das coisas de qualquer jeito na mochila, enchi duas garrafas de água e estávamos pronta para seguirmos. A tenente jogou a sacola nas costas e seguiu na frente, descendo até a lagoa. Aquela descida era complicada, porque era reta, mesmo que se segurasse nos galhos e troncos, corria o risco de acontecer o que aconteceu mais atrás. Ela mancava bastante, ia lentamente, mas estava determinada a avançar. Ainda havia codorna do dia anterior, que comeríamos no almoço.

A tenente carrega uma pequena sacola plástica nas mãos e quando a trilha voltou a se tornar reta, mais fácil de seguir, ela me entregou. Peguei, assim como ela, sem dizer uma palavra e para minha surpresa os pedaços de manga estavam ali. Ela havia guardado, separado para mim. Por um segundo parei de caminhar e a olhei se distanciar lentamente. Voltei a andar, correndo um pouco para alcançá-la.

Eu não fazia a menor ideia de quanto faltava para chegarmos ao destino, e como não era novidade, o silêncio reinava entre as duas. Seguíamos desviando de árvores que caíram, de troncos quebrados e que suas pontas afiadas poderiam causar um novo acidente, de buracos cobertos com folhas secas. Era definitivamente uma trilha não muito habitada por outros. Jogaram a gente realmente no meio do mato e disseram adeus.

Aquilo começou a me incomodar. Estávamos no terceiro dia e eu ainda não compreendia o que diabos estava fazendo ali. Apesar de saber que ambas só poderiam contar com a companhia uma da outra, senti uma estranha sensação de haver uma terceira pessoa. Descemos por uma pequena vala, apoiando-se entre os galhos, raízes e pedras, quando do canto do olho, pude perceber algo se mover. Claro que poderia e deveria ser um animal, mas aquela sensação de haver algo mais, me deixou um pouco incomodada.

Após algumas horas de caminhada, a tenente parou em um canto e olhou em volta. Era como sempre fazia em paradas, olhava em volta. Como se todas aquelas plantas, todos aqueles pássaros ou qualquer coisa que estivesse ao nosso redor, fossem ameaçadoras. Mas por um lado, me sentia confortável em vê-la fazer aquilo, já que senti durante aquela última caminhada, algo que não havia sentido até então.

A tenente, rígida como somente ela conseguia ser, sentou em um canto e claramente não era apenas para ficar ali, ela não parecia querer ficar ali. Mas pude notar, pelo seu semblante, que a perna machucada pedia por descanso e para que não houvesse complicações maiores, foi estritamente necessário que parasse. Ela pegou a codorna e colocou uma parte na pedra, para que eu pegasse levou a outra a boca, comendo delicadamente.

Toda grossa e ignorante, parecia um homem fantasiado de uma mulher linda, com um corpo extremamente atraente, um rosto misterioso, que dava uma instiga enorme de querer conhecer, saber mais e aos poucos conseguir abrir aquele cadeado da sua vida e poder sobreviver o resto dos 27 dias em paz. Respirei fundo, peguei a codorna e sentei na pedra ao seu lado.

- Ficaremos aqui? - perguntei curiosa.

- Não - disse friamente.

- Por que?

- Não é um bom lugar e ainda temos pelo menos duas horas para seguir. Perdemos muito tempo.

- Muito tempo? Quão longe é o final disso a ponto de 27 dias não serem suficientes?

- Acho melhor não questionar, policial. Você está aqui para ser treinada e há muito a ser feito ainda.

- Como o que?

- Que parte do não questionar, você não consegue entender?

- O que há de errado aqui?

- Quieta, policial. Coma logo para podermos continuar seguindo.

Eu juro que a vontade de socar seu rosto foi tão grande a ponto de quase fazê-lo. Mas engoli a carne com força, terminei para que pudéssemos seguir e foi o que fizemos, em silêncio. Aquilo estava me estressando mais do que deveria e pensar que 27 dias ainda seriam necessários, superando e convivendo daquele jeito. 

 


Notas Finais


Meus amores, as vezes pode acontecer de eu não conseguir postar um capítulo, mas eu sei que vocês percebem que faço o MÁXIMO que eu posso. Estou sempre procurando trabalhar na história, focar nela, mas as vezes me vêm um problema em CONSEGUIR escrever para postar aqui.
Quando eu não conseguir, eu peço a compreensão que vocês sempre tiveram, e adoro vocês por causa disso, mas farei o possível para não deixar vocês sem capítulos e vocês sabem que faço!
Obrigada pelos comentários, fico feliz da Fic estar até o momento, agradando, e espero que continue assim.
Essa provavelmente terá seus 50 ou mais capítulos, porque só pelo cronograma que fiz, tem MUITA coisa que vai acontecer!
Um beijo enorme para vocês e até o próximo capítulo :*


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