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História 30 Dias - Sétimo dia


Escrita por: trishakarin

Capítulo 24 - Sétimo dia


Fanfic / Fanfiction 30 Dias - Sétimo dia

O som de um helicóptero sobrevoando a área que estávamos chamou nossa atenção. Acordamos ao mesmo tempo, a rede improvisada balançou e eu poderia ter caído lá do alto, porque havia esquecido completamente onde estava. O sol estava começando a nascer, mas ainda estava escuro. Sarah estava inclinada, tentando ver onde estava a aeronave e pelo que pude ver, ela não pousou em lugar algum, mas podia perceber uma corda ser lançada e algumas pessoas descerem por ela, tão rápido quanto um cenário de guerra.

Sarah saiu da rede, se equilibrou no galho e foi soltando o pano. Ainda olhando na direção do barulho. Guardou dentro da sacola e me ajudou a equilibrar-me e desmontar tudo. Ela parecia saber exatamente o que estava acontecendo e tinha pressa em sair dali. Mas sua expressão não era de desespero ou qualquer menção a preocupação ou algo do gênero, mas de alívio.

- O que está acontecendo?

Aquela pergunta já estava se tornando costumeira sendo realizada por mim e a expressão com a qual Sarah me olhava também. Ela sorriu, diferente de todas as outras vezes, ela sorriu. Então isso me levava a crer que se tratava de algo bom, algo realmente bom.

- Nossa ajuda chegou.

- Ajuda?

- Venha, vamos recebê-los.

Sarah desceu com uma habilidade surpreendente. Pensei até que estava assistindo um daqueles seriados de bombeiros, onde eles descem em um cano metálico, com tanta velocidade que poderia até ser um passatempo bastante divertido. Ela havia jogado a sacola e a minha mochila antes e já estava com elas nas mãos enquanto eu, de maneira desengonçada e com a mesma incapacidade de quando subi, desci aquela desgraça. Segurava em um galho mais firme, enquanto meus pés, de alguma forma, tentavam me dar equilíbrio. Eu tentava varias a força nas pernas e nos braços, para conseguir descer de forma inteligente.

Sarah me ajudou no final, me pegou praticamente no colo e para não ser diferente eu agarrei seu pescoço feito uma criança reencontrando seus pais depois de um susto. Ela estava eufórica, queria correr praticamente, mas não poderíamos fazer isso. Tínhamos que ser cuidadosas o máximo que pudéssemos.

Caminhamos por cerca de quinze minutos, até que ouvimos alguma movimentação. Com cuidado, a tenente se escondeu atrás de uma grande árvore. A aquela altura, o sol já nascia e se esconder estava começando a ficar complicado. Foi quando percebemos que a movimentação se tratava de alguns soldados e entre eles, Kevin, o mesmo que havia nos levado até ali.

Sarah imediatamente se tornou visível, um deles apontou o rifle em sua direção e ela com um sorriso enorme nos lábios e as mãos erguidas para o alto, seguiu em sua direção. Kevin me avistou e esboçou um largo sorriso, acenando com educação enquanto baixava seu rifle.

- Tenente Sarah, oficial Ellen... – o comandante daquela missão, com as mãos para trás se aproximou batendo continência – Que honra encontrá-las. O General nos passou a atualização desta missão, temos algumas coisas para tratar, tenente.

- Com certeza. Eu tenho algumas ideias... vamos?

Os dois se afastaram e eu percebi que era papo de superiores e fiquei onde estava. Kevin se aproximou, bem animado. Eu ri da sua reação, parecia um menino pequeno aprendendo a se portar diante uma mulher.

- Como está?

- Estou bem, apesar de parecer que estou aqui há anos.

- Foram apenas seis dias – ele sorriu.

- Que parecem os trinta dias completos.

- Como foi com a tenente? – ele perguntou curioso.

- A tenente? – eu fiquei pensando até onde ele sabia sobre ela, mas achei melhor fingir que não sabia de nada – Ela é excelente. Aprendi muito, mesmo sendo de poucas palavras.

- Quando ela nos contatou achei até estranho. Nós sabíamos que para ela ter entrado em contato, algo bem grave poderia ter acontecido.

- É... – concordei um pouco chateada – Meio que saíram do controle.

Ele fez uma cara de compreensivo e logo a tenente voltou com o homem alto, que tinha titulo de comandante. Ele era bem sério, assim com ela. Talvez aquela área causasse isso, eu não entendia por qual razão chegavam a ter aquela expressão de poucos amigos, mas era uma semelhança em comum entre eles.

- Novas instruções – o homem se aproximou de todos – oficial Ellen, e sou comandante Henrique, estarei juntamente a tenente liderando essa missão. Pedimos desculpas por ter de passar por isso, realmente não estavam em nossos planos. Portanto, aceite nosso pedido de desculpas em nome de toda a corporação. Quanto ao restante, temos regras a seguir, ordens bem diretas. A tenente me colocou a par do que está acontecendo e estamos lidando diretamente com os caçadores e eles estão bem armados. Os acampamentos estão espalhados, infelizmente temos a localização exata de apenas dois deles, mas já foi enviado um grupo de soldados até ambos. Estamos aqui para descobrir os outros oito acampamentos.

Olhei em volta e haviam cerca de dez soldados, o comandante e Sarah. Totalizávamos treze pessoas no total, contra uma quantidade que eu sequer sabia de quantos se tratavam. Mas a postura deles era de guerra. Eles não estavam ali brincando, a coisa estava ficando séria e eu tinha certeza que eles não iriam apenas conversar, eles estavam ali para destruir todos.

- Montaremos acampamento aqui por hoje. Acredito que vocês duas não se alimentaram muito bem esses dias, então tiraremos o dia para nos prepararmos com mais eficiência para executarmos a missão. Soldado Gabriel e Luiz, vocês irão montar guarda agora e depois irão trocar de turno. Eles estão nos caçando e com essa quantidade de gente, seremos alvos fáceis. Vamos lá, pessoal.

Imediatamente, obedecendo suas ordens, dois soldados seguiram para dentro da mata enquanto outros dois pegavam as coisas e comentavam barracas maiores, com tecido camuflado do exército. Sarah veio em minha direção, me tomou pela mão, me guiando para um canto mais isolado, longe dos ouvidos de todos os outros. Pelo canto do olho, avistei Kevin me observando. Sarah olhou fundo em meus olhos, com um sorriso confortador, acabei sorrindo em resposta, tamanho alívio aquele sorriso me causou.

- Viu? Está tudo bem agora. Temos a melhor equipe que poderíamos esperar. Eles vieram muito rápido, achei que demoraria cerca de dois a três dias para chegarem.

- Como eles pararam exatamente onde estávamos?

- Eu tenho um GPS que envia sinais de localização para uma equipe de sistemas. Eles sabiam onde estávamos o tempo inteiro.

- Então, meio que a gente estava em segurança?

- Por isso não poderíamos ficar paradas por muito tempo, acreditariam que teríamos sido mortas.

- Por isso se esforçou tanto com sua perna?

- Graças a você ela sarou em pouco tempo.

- Ainda dói?

- Incomoda as vezes, mas nem de longe da forma que incomodou nos primeiros dias.

- Fico feliz – sorri e ela sorriu em resposta, com um carinho incrível – O que foi?

- Eu realmente sinto algo muito forte por você, Ellen.

- Tenente? – um soldado se aproximou e ela olhou para ele rapidamente, se recompondo – Montamos uma barraca para vocês duas, como são as únicas mulheres, achamos mais apropriado que dividissem o mesmo ambiente. Se isso lhe incomoda, podemos colocá-la em uma só para...

- Está tudo bem, soldado – ela rapidamente interrompeu – É mais adequado dessa forma, fizeram o certo.

Ela me olhou e com um piscar se afastou. Eu permaneci ali, com o coração aquecido.



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