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História 30 Dias - Dia 10


Escrita por: trishakarin

Capítulo 34 - Dia 10


Abri os olhos sentindo o cheiro forte de terra. Sarah estava a minha frente, ainda desacordada. Eu não fazia ideia de como fomos parar naquele lugar, em que momento aquele homem nos levou até ali. Tentei me mover, mas meus braços doíam bastante. Respirei fundo e fiz força com o ombro, trazendo meu joelho até meu peito, tentando sentar. Após muito esforço, consegui e de joelhos fui em direção a Sarah.

Ela parecia fraca, mas assim como eu, estava acordando. Ao abrir completamente os olhos, ela tomou um susto e saltou para trás com o coração acelerado. Me olhou com os olhos arregalados. O quarto que nos colocaram estava escuro, havia apenas uma passagem de luz, que entregava o nascer do sol ou o cair da noite, mas pela cara o dia estava amanhecendo. Que horas fomos jogadas ali ainda era uma surpresa. Sentia sede, precisava urgente de água.

- Onde diabos jogaram a gente? - Sarah perguntou fazendo esforço para ficar de pé – Que droga. Que droga. QUE DROGA.

Ela estava visivelmente alterada. Andava de um lado ao outro, como se tentando encontrar alguma brecha que pudesse nos dar a liberdade. De repente ela veio em minha direção como uma leoa. E sua face não apresentava amor ou qualquer demonstração de carinho como ela havia demonstrado até aquele momento. Pelo contrário, ela estava firme, feroz. Sua expressão era de completa falta de paciência.

- Viu? Por isso eu queria você naquela droga de helicóptero.

- De novo esse assunto, Sarah?

- Ao menos você estaria segura. QUE DROGA! – ela berrou.

- Do que você está falando?

- Eu disse desde o primeiro dia, quando tratamos abertamente sobre esse assunto, que havia ficado perigoso. Eu queria que fosse para casa e estivesse em segurança. E se algo te acontecer? Como você acha que eu vou me sentir?

- Sarah...

Ela estava em desespero, não parecia ter controle com o que estava acontecendo. Ela foi bastante firme nos primeiros dias, até mesmo quando se machucou, ela estava sempre corajosa, tranquila e pensava bem antes de agir. Completamente diferente do que estava se mostrando naquele momento.

Ouvimos um estrondo, como se alguma coisa bastante pesada caísse ao chão. Sarah saltou para o lado e fincou o pé no chão com tanta força, que achei que ela ia machucar o pé. Olhei em direção a porta a quase dois metros de onde estava. Ouvi o trinco na madeira se mover e a porta se abrir enquanto o homem que nos colocou ali entrava sério.

- Não achamos nenhum soldado, tenente – ele disse visivelmente furioso – O que eu faço com vocês então? Mato? Como a gente faz com quem chega até aqui?

- Eu tenho certeza que não vai querer fazer isso – ela disse friamente.

- Agora está mostrando as garrinhas – ele riu – Assim as coisas ficam melhores. Agora me diga o que faz aqui.

- Eu já disse. Eu estou aqui para treinar a minha soldada.

- Conta outra, piranha – ele fechou a porta – Venha aqui.

Ele se aproximou de Sarah e a segurou pelos cabelos, puxando para trás e ela grunhiu. Ele aproximou aquele rosto nojento ao rosto dela, aquilo me deu um ódio tão grande, que mesmo sem saber como, eu me levantei rapidamente.

- Solte ela – gritei.

Ele olhou para o lado surpreso. Sarah fez o mesmo, me reprovou completamente através de seus olhos. Mas eu não conseguiria me controlar. Não vendo ele tocar nela daquela maneira.

- Ora, ora – ele riu, mas não soltou o cabelo de Sarah – Eu não sabia que agora a relação superior e soldado era disso.

- Por favor, fique quieta, soldada.

- Tem plena certeza que ela é só uma soldada, tenente? – ele perguntou curioso – Ou é parte da família?

- Ela é apenas uma soldada.

- Com todo esse cuidado? Vamos ver se ela é mesmo apenas uma soldada.

Naquele instante ele soltou Sarah e veio em minha direção. Agarrou meu braço com força, causando até dor. Puxou com toda força, me guiando em direção a porta. Olhei para Sarah, que tentava manter a calma e demonstrar frieza. Mas em determinado momento, senti em seu olhar o leve desespero. Quando alcançamos a porta, Sarah deu um passo a frente, seu rosto inteiramente desesperado.

- Qual a necessidade disso?

- O que?

- Para que está levando-a.

- Por nada... – ele riu – quero me divertir um pouco.

- É o meu dever proteger os meus aprendizes. Me leve em seu lugar.

- Não quero, eu quero essa aqui – ele apontou de forma animal e me empurrou com violência para o lado de fora do quarto.

Naquele momento ouvi os passos firmes de Sarah em minha direção e percebi o seu desespero tomar conta de si de forma insensata. A tenente correu em direção a porta, mas antes que ela avançasse demais, o homem fechou a porta a sua frente. Sarah gritava em desespero, com tamanha dor que meu coração apertou de forma intensa. Eu sentia medo, sim, claro que eu sentia. Quem não sentiria numa situação como aquela? Mas o grito de Sarah doeu, doeu mais que todo o medo que eu estava sentindo em estar naquela situação.

O sons abafados de um corpo contra a porta podiam ser ouvidos de longe, assim como o seu grito. Estava de volta a área principal da cabana, ainda ouvindo os uivos sofridos de Sarah. Ele me jogou em um canto, bati a cabeça levemente, mas sem danos muito sérios e ele foi em direção a saída.

- O que rolou?

Um rapaz de aproximadamente dezenove e vinte anos chegou, com uma arma em punho, olhando curioso para a área interna da cabana. O homem que estava conosco riu com desdém, antes de responder.

- Essa guria aí é o ponto fraco da poderosinha – ele disse sem muita explicação – Encontrou alguém?

- Há uma alteração bem grande na mata. Não parece ser pouca gente não – o garoto disse sem se importar muito – Mas sabe-se lá. O que vai querer fazer?

- Mata as duas – disse sem delongas.

- Pra que? E se realmente tiver mais gente por aí? Não é melhor a gente esperar ver se alguém vem buscar elas?

- Se eles vierem, vem com elas vivas ou mortas.

- Se perceberem que a gente matou nem se darão o trabalho, não é não?

- E como vão saber se estão vivas ou mortas?

- E a gente sabe de alguma coisa, cara? É melhor não arriscar.

- Beleza então. 



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