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História 30 Dias - Dia 12


Escrita por: trishakarin

Capítulo 41 - Dia 12


Fanfic / Fanfiction 30 Dias - Dia 12

Uma suave batida na porta anunciou a entrada do Comandante. Ele se aproximou com um olhar preocupado e ao mesmo tempo aliviado. A missão provavelmente havia sido abortada mediante os acontecimentos. Ele olhou para Sarah com amor, pousou sua mão em sua testa e com um sorriso a tirou. A tenente nem se moveu. Eu observava cada ação do homem até que ele me encarou.

- Gostaria de conversar com você, Ellen.

Ele foi em direção a porta, e olhando para Sarah, eu o segui, fechei suavemente, ficando de frente para ele! Parecia bastante incomodado com alguma coisa, eu estava surpresa com a presença dele ali, sabendo o que estava acontecendo na mata. Não sabia se a missão havia sido abortada devido aos acontecimentos.

- Não irão finalizar a missão?

- Falhamos com o sigilo. Tudo o que não desejávamos era uma guerra, mas infelizmente foi necessário mandar uma equipe completa para acabar com tudo isso. Agora teremos que explicar para a imprensa a barbárie da missão. Tenho de ser honesto com você, Ellen, não é correto agir como agimos. Mas tentamos durante anos acabar com essa situação. Milhares de pessoas morriam por ano por conta daqueles homens e a única solução era acabar de vez com essa situação.

- Eu sempre achei estranho essa missão.

- Pensamos no bem de todos. O sigilo era necessário para que pudéssemos simplesmente finalizar esse problema, sem grandes alardes. Seria silencioso!

- Entendi. Sobre o que deseja conversar comigo, senhor? Preciso ficar perto de Sarah!

- É sobre isso – ele levou as mãos ao rosto visivelmente incomodado – O que realmente sente por Sarah, Ellen?

- Por que a pergunta?

- Ellen, eu conheço a Sarah desde que ela iniciou na vida militar. Eu fui padrinho de seu casamento, eu acompanhei toda a sua trajetória pessoal e profissional! Eu me importo com ela como me importaria com uma filha. Ela nunca foi irracional, sempre foi sensata, correta, pensava e repensava em planos e missões e por nada no mundo arriscaria tanto para salvar um soldado.

- Senhor, eu acho que o que está me dizendo é o mesmo erro que Kevin fez! Então se pensa dessa forma, não deveria ter se arriscado tanto para salvar Sarah, porque tenho certeza que se fosse apenas por mim, não teria se esforçado tanto.

- Não é isso. Mas quando vi a porta, ela estava destruída e Sarah fez tudo isso cegamente porque queria salvar você. Ela matou homens violentos sem se importar se morreria tentando. Foi absurdo.

- Foi uma prova de amor que eu jamais deixarei de lembrar. Como foi uma prova de amor da sua parte não abandoná-la. Senhor, qual é a sua queixa? E o que exatamente quer me dizer?

- Eu liguei para o marido dela – ele disse sério – Ele irá cuidar de Sarah a partir daqui.

- Marido?

- Me desculpe, Ellen, eu não sei o que aconteceu entre vocês lá, tenho certeza que irão conversar bastante e se acertar, mas ela ainda é casada e é ele quem deve estar aqui.

Se eu ainda tinha controle sobre mim, eu havia perdido naquele instante. Eu perdi meu chão, achei que iria se abrir um buraco sob meus pés e eu iria ser tomada dentro dele sem piedade e com tanta violência que eu jurava que cairia. Eu olhei seriamente para o comandante e a mim ele não era superior, mesmo que eu pedisse demissão da corporação onde trabalhava, mas não aceitaria aquela situação.

- Comandante, eu sei que no fundo te assustou o que viu e eu sei que militares são extremamente machistas, até mesmo pelo tipo de profissão que exercem. Como sei também que nem todos são como Kevin e pelo visto o senhor. Eu não vou sair do lado de Sarah, com ou sem marido dela aqui. Eu sei que os dois terminaram o relacionamento e sua atitude em chama-lo confronta até mesmo a vontade de Sarah, tornando sua ação extremamente desnecessária e ofensiva. Tenho certeza que ela não aceitará de forma alguma o que fez!

- Policial.

- Acredito que já terminou de dizer o que queria e não temos mais nada para conversar. Aqui eu sou a companheira de Sarah e ela uma paciente. Você não tem mais o direito de estar aqui, quando ela acordar, direi que veio visita-la.

Não fiquei para ouvir alguma resposta, dei as costas, entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim. Encostei, junto com a cabeça, respirando fundo e quase escorregando até o chão, quando vi Sarah, na mesma posição. Meu coração estava dilacerado vendo-a naquele estado, inerte, quase sem vida. Segui até a cadeira ao lado da sua cama, segurei sua mão e olhei para seu rosto. Como alguém podia ser tão linda assim? Como alguém poderia ser dona de uma beleza tão diferente, ao mesmo tempo que grosseira, tão delicada. Os lábios ressecados, a pele mais clara, a mão suave, sem firmeza.

- Ai Sarah... você apareceu pra virar tudo de cabeça para baixo – disse baixinho – E eu gosto disso, porque já não me sinto sozinha.

O primeiro dia que nos conhecemos. Eu odiei! Sim, eu odiei a seriedade, a ferocidade com a qual ela lidava conosco. Eu odiei a falta de sensibilidade, a falta de cuidado, a falta de amor. A forma como me tratava, por departamento e não por humanidade. Agora ela estava ali, deitada em uma cama de hospital porque simplesmente, pela milésima vez, queria me proteger.

Ainda podia ver a imagem daquele homem. Aquele brutamontes que mesmo tomando dois tiros, ainda caminhava como se não sentisse nada. Devíamos ter ido embora logo cedo, estaríamos atentos e preparados. Não poderíamos ter ficado ali por tanto tempo. O comandante falhou, Sarah estava exausta por conta da noite de amor e não acordou sozinha. Ela teria levantado acampamento e seguido direto para o próximo, onde continuariam a missão. Mas não! Recebemos todos aqueles homens, soldados se machucara e Sarah... Sarah estava ali, desacordada. Eu sonhava com o momento que ela abrisse aqueles olhos lindos e deparassem com os meus. Sonhava com o momento que ela me dissesse, como tanto disse, que tudo iria ficar bem e ela estaria ali para me proteger. Eu me recuso a sair de perto, eu não faria isso nunca.

Toquei seu rosto, me ergui, beijando seus lábios com cuidado e carinho. Estava um pouco fria, mas podia sentir seu sangue pulsar por suas veias. Poderia acontecer qualquer coisa naquele mundo, mas nada mudaria o que eu estava sentindo por aquela mulher. Nada!



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