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História 30 Dias - Dia 16


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Acidentalmente mandei 2 capítulos kkkkkkk
daí só pra não perder a Ordem das coisas, eu recortei o outro e joguei aqui! Quem já leu, é o mesmo viu?

:***

Capítulo 50 - Dia 16


Fanfic / Fanfiction 30 Dias - Dia 16

Me aproximei da cama de Sarah, com a ponta dos dedos, percorri uma ponta da cama até a sua mão, entrelaçando meus dedos aos seus. Sarah me olhava com um brilho que meu coração saltava de tão veloz. Com a outra mão acariciei seus cabelos, ela estava quieta, apesar do alivio em seus olhos por conta da minha chegada, eu percebia o ar mais pesado que ela trazia dentro de si.

Com o carinho ela me olhou, com o mesmo sorriso suave em seus lábios. Eu sorri em resposta, com os olhos brilhando e o coração quase saltando pela boca. Mas eu prendi-o dentro de mim, evitei expor meus sentimentos de qualquer forma, eu precisava ir com calma, eu precisava ter Sarah de volta para mim.

- Está triste, Sarah? – perguntei com a voz embargada.

- Sente aqui.

A tenente se esforçou para mover-se ao lado, me dando espaço em sua cama para que pudesse sentar. Eu o fiz, após aquele esforço seria indelicado até pegar uma cadeira para deixa-la mais confortável.

- Conte-me.

- Eu não reconheço meu marido – disse duvidosa – Mas parece que eu te reconheço.

- Como assim?

- Eu o sinto como um estranho em minha vida, enquanto você, sinto como uma conhecida.

- Deve ser impressão sua, Sarah! Seu marido lhe fez algo?

- Ele fica sentado aí, mexendo no celular, que sequer é o mesmo que tinha da última vez que o vi. Ele não conversa como conversava, eu não sei, Elisa. Há algo errado comigo.

Ela segurou minhas mãos com força, me olhando profundamente nos olhos. Seus lábios estavam trêmulos, assim como suas mãos. Eu comecei a ficar nervosa, eu não podia dizer toda a verdade.

- Você sairá logo daqui, Sarah e poderá ter sua vida de volta.

- Eu esqueci muita coisa, não é? Eu não sei por qual razão sou tenente, eu não sei por qual razão meu marido está tão diferente. Sequer reconheço meu corpo, Elisa.

- Seu corpo?

- Quando a enfermeira veio limpar meu curativo, pude ver melhor meu corpo. Não é meu! Estou tão magra, o corpo rígido. Devo ter treinado muito – ela riu gostosamente e eu ri ao seu lado.

- Você tem um corpo lindo, Sarah!

- Não reclamo dele, apenas não o reconheço.

- Aos poucos você irá lembrar de tudo, vai ver. Os médicos mesmo dizem que é apenas um trauma e que poderá recuperar sua memória.

- Espero que não demore – ela baixou os olhos – Mas você sabe de algo – ela apontou o dedo para mim.

- Sarah... – ri tirando seu dedo da minha direção e segurando em minha mão – Como está o ferimento?

- O médico disse que está cicatrizando rápido e que logo receberei alta. Fiz uns exames ontem e hoje ele me disse que evoluí surpreendentemente bem. Acredito que amanhã ou no dia seguinte eu saia daqui – ela disse entristecendo-se.

- E qual a razão da tristeza?

- Você.

- Eu?

- Não a terei mais em minhas tardes.

Eu sorri radiante. Claro que ouvir aquilo me trouxe uma alegria indescritível. Entrelacei suas mãos às minhas, tentando confortá-la. Me reposicionei na cama, ficando de frente para ela e ela me encarava nervosa.

- Sarah... eu não vou a lugar algum. Se quiser me ver, é só me chamar.

- Mas aqui não preciso chama-la – ela sorriu docemente se aninhando em meu ombro – Você simplesmente aparece e alegra minhas tardes.

- Não se preocupe tanto com isso. O importante é a sua saúde. Quando sair daqui, irei te visitar sempre, se for sua vontade.

- Chegaria a te implorar.

- Não haveria necessidade para isso.

Eu me afastei um pouco, mesmo diante seu resmungo e me levantei. Para minha sorte, quase que prevendo isso, a porta se abriu e Maria entrou sorridente com a bandeja e o almoço de Sarah. Naquele dia, já mais tranquila, até eu tinha fome. Mas ignorei, pois queria ficar ali ao lado da tenente.

- Boa tarde, meninas. Cada dia melhor hein, Sarah?

- Graças aos bons cuidados de vocês.

- Ora. Aqui está, meu anjo – ela me entregou a bandeja – eu separei essa maçã para você. Mas devo alertá-la, acabará adoecendo.

- Já estarei no hospital, não será um grande problema.

Ela riu e seguiu até a porta, desaparecendo quando fechou atrás de si. Peguei a bandeja e coloquei no suporte ao lado da cama de Sarah e sentei na cadeira ao seu lado. Sarah já levantava o braço com força, havia melhorado bastante. Eu não acreditava que ela poderia sair, mas caso não seja mais necessário manter-se a base de remédios fortes, ela poderia continuar o repouso e cuidados em casa.

- Não irá me ajudar a comer? – perguntou forçando uma expressão raivosa.

- Você já está tão forte, não precisa mais de ajuda.

- Quem te disse?

Eu ri gostosamente do humor dela e peguei os talheres e a ajudei, como havia feito até então. Sarah apenas recebia, entre risos e comentários bem curiosos. Quando terminamos, afastei a bandeja e continuei ao seu lado.

- Merecia uma recompensa por tudo isso – Sarah comentou me encarando.

- Ora... não precisa.

- E se eu quiser te recompensar? Irá me proibir?

- Claro que não.

Ela sorriu e se esforço para sentar, ficando da minha altura e me olhando de forma penetrante. Ela já estava muito mais forte que no primeiro dia que a vi. Eu já deveria ter imaginado, a recuperação dela sempre mostrou-se ser rápida e excelente. Desde que na floresta ela se machucou e apenas com o óleo de uma árvore ela se recuperou.

- Vem cá, me ajuda a levantar.

- Mas você pode?

- Veremos.

- Sarah, você teve um ferimento grave, isso pode te complicar.

- Eu só quero ficar de pé, Elisa, prometo me deitar logo em seguida.

Ela virou as pernas com certo esforço, mordia o lábio inferior segurando gemidos de força colocada naquelas pernas para se erguer. Ela segurou-me pelos ombros, e forçou-os, ficando de pé. Com um largo sorriso, enlaçou seus braços em meu pescoço, ficando tão próxima do meu rosto, que senti todo meu corpo reagir imediatamente. Eu queria envolve-la em meus braços e matar minha saudade de seus lábios, mas controlei-me o suficiente para permanecer apenas encarando-a, orgulhosa de vê-la em pé. Ela apenas sorria e me olhava tal qual uma jovem criança que aprendera a dar os primeiros passos. Aquilo encheu meu coração de alegria, não pela ousadia dela em ignorar recomendações médicas, mas da sua emoção em poder ter dado um passo.

- Viu? Consegui – disse feliz.

- Parabéns – sorri segurando-a pelo quadril – Agora vamos, deite-se.

Mas ela não o fez, continuou me encarando. Seu rosto estava muito perto, seus braços em meu pescoço, envolvidos. Seus olhos fixos nos meus e seu sorriso, tão orgulhoso foi desaparecendo e dando espaço a um olhar confuso, perdido. De repente, tomada pelo juízo, segurei com um pouco mais de força seu quadril e a afastei suavemente.

- É melhor deitar. Está muito cedo para todo esse esforço.

Ela sorriu e desfez o laço de seus braços em meu pescoço e sentou-se na cama com minha ajuda. Eu me sentia estúpida por ter feito isso, devia ter prendido ela em meus braços e beijado seus lábios, tamanha a minha vontade de tê-la novamente. Mas eu não poderia fazer isso enquanto não tivesse certeza.

Já era chegada a hora de ir. Assim que ela deitou-se, peguei sua mão e entrelacei entre a minha, olhando-a fixamente. Ela respirava fundo, ainda com o olhar fixo em mim, era como se buscasse o controle.

- Descanse, Sarah. 



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