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História 30 Dias - Dia 21


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


As vezes fica difícil e escrever e não por falta de tempo, mas pelo famoso "Síndrome do Papel em Branco" kkkkkkkkkkkk aprendi isso na Universidade!!!!
Aí tava difícil! Vou tentar terminar outro capítulo aqui para mandar ainda hoje :)

Capítulo 68 - Dia 21


Fanfic / Fanfiction 30 Dias - Dia 21

No dia seguinte Sarah estava completamente misteriosa. Por duas vezes a encontrei no telefone, na qual desligou imediatamente. Desconfiada, eu a observava e ela apenas ria. Eu sequer lembrava do meu apartamento, tamanho conforto que sentia estando ali ao seu lado. Enquanto preparava o almoço, a campainha tocou e eu me apressei em abrir. Para a minha surpresa, era o comandante.

- Ellen – ele disse forçadamente.

- Comandante... que honra recebe-lo.

- Que surpresa vê-la aqui – ele disse com desdém.

- Quer entrar?

- Preferencialmente. Gostaria de conversar com você.

- Comigo? Aqui é o apartamento de Sa...

- Eu sei... mas é com você que preciso falar.

- Bom, estou fazendo o almoço, acredito que seria mais conveniente que me acompanhe até a cozinha – pedi.

Ele aparentemente conhecia a casa, pois seguiu até o cômodo sem nem perguntar onde seria. Eu me direcionei ao quarto de Sarah e lá estava ela encangada no telefone novamente, com um sorriso idiota no rosto. O que diabos essa garota estava tramando? Ela sussurrou alguma coisa e desligou, como vinha acontecendo desde a noite anterior.

- Eu ainda descubro o que você está fazendo – disse toda desconfiada.

- Amor, é coisa boa. Estou organizando o jantar. Pedi para um restaurante preparar e me enviar hoje.

- Sei. Olha, o comandante está aí...

- Ele quer falar comigo?

- Na verdade comigo. Eu não faço ideia do que ele quer – fechei a cara – Mas só queria te avisar. E logo o almoço estará pronto.

- Ah, certo – ela sorriu – Precisa de mim com o comandante?

- Não sei. Mas venho aqui se houver necessidade.

- Tudo bem.

Eu a olhei para ela com um sorriso malicioso nos lábios e me aproximei do seu rosto. Ela me olhava fixamente, segurei seu queixo com a ponta dos meus dedos e trouxe para perto de mim, colando nossos lábios em um beijo delicado. Eu ainda me arrepiava com o toque de sua boca, como se houvesse sido o primeiro.

- Você está bastante suspeita, sabia? – sussurrei.

Ela riu gostosamente, ergueu seus braços e enlaçou meu pescoço, me puxando para um beijo mais intenso e apaixonado. Eu não poderia ficar ali, por mais que quisesse, não iria deixar o comandante sozinho na cozinha do apartamento. Logo depois que ela se afastou eu acariciei seu rosto e saí do quarto em direção a cozinha. O comandante estava de braços cruzados, olhando através da janela. Quando entrei na cozinha ele olhou para trás.

- Quer alguma coisa para beber?

- Não, estou bem assim.

- Se quiser sentar, eu tenho que ver se não queimo nada – comentei indo até a panela que já borbulhava – O que queria falar?

- Acredito que o seu superior já conversou com você, pois recebi um aviso que já estava liberado para tratar sobre o assunto. Encaminhamos todos os relatórios, tanto de soldados, quanto de mim mesmo, a respeito do treinamento que cumpriu conosco.

- E soube que falou bem até.

- Não haveria razão para mentir por qualquer que sejam os problemas pessoais. Mas quando nossos relatórios foram lidos, pessoas acima de mim informaram que deveria haver uma transferência para o exército brasileiro.

- Eu não sei para que.

- Bom, você não ficaria necessariamente em minha equipe, apesar de ter certeza que aceitaria, pois Sarah pertence a ela.

- Eu já tenho Sarah aqui, comandante. Não haveria necessidade de trabalhar com ela.

- Eu entendo. Mas realmente sua postura foi favorável e gostaríamos de prepara-la.

- Comandante – eu me virei para ele completamente séria – Desde o primeiro dia que o vi, a confiança de Sarah no senhor era surpreendente, o que me fez confiar da mesma maneira. Mas o senhor, diferente do que imaginei ou esperava, se mostrou um machista ignorante, alguém que eu confesso não ter o menor interesse em trabalhar.

- Ellen, esse setor de novos soldados é problema de Sarah, então você ficaria como responsabilidade dela. Nem sempre as missões são comandadas por mim, então você não teria qualquer ligação com a minha pessoa.

- Olha só...

Aproveitei e tirei tudo do fogão, já estava tudo pronto. Peguei um copo, enchi de água e me sentei na mesa em frente a ele. Não era que eu não quisesse trabalhar no exercito, eu já não era mais policial e eu precisava de um emprego ou enlouqueceria. Mas trabalhar diretamente com aquele homem ou qualquer um dos soldados que conheci, era algo que não estavam em meus planos.

- A minha única preocupação é ter que lidar com o senhor. Isso não está em meus planos. Uma missão com alguém que não tenho qualquer confiança, não vai me passar a menor segurança. Eu não posso fazer isso, entendeu?

- Ellen...

- Eu agradeço ter vindo aqui, mas...

- Não recuse esse cargo, Ellen. Você sabe o quanto precisa dele.

- Não tente jogar essa psicologia reversa comigo, sabe que não funciona – me levantei rapidamente e empurrei a cadeira, finalizando a conversa – Eu acho que não temos muito o que conversar.

- Eu acredito que quando Sarah voltar aos trabalhos, ela converse com você. Não anularei totalmente ao seu não interesse em retornar ao cargo.

- Sem problemas.

- Nos falaremos... mande um abraço carinhoso a Sarah. E por favor, eu peço que pense no assunto, tenho certeza que ela apreciaria uma decisão positiva quanto a isso.

- Será? O senhor falhou com ela, não duvidaria que ela perdesse a confiança.

Ele me olhou profundamente, sem acreditar no que eu havia dito. Mas ele devia entender que o que ele fez era algo completamente desagradável. Mas eu deveria separar as coisas, talvez não o fiz mediante meu comentário. Apesar dele ter sido um completo cafajeste ao vê-la debilitada e com perda de memória, na missão foi o único que não deixou de enfrentar o bandidos e recuperar a amiga, mesmo quando todos os soldados deram um glorioso passo para trás. Ainda me lembro da sua expressão ao vê-lo entrar na cabana, onde Sarah, tomada pelo medo e ódio, fez uma chacina sem piedade.

Eu não me arrependia. Eu realmente havia ficado bastante decepcionada com a atitude daquele homem. Ele sabia tudo o que havia acontecido, Sarah havia engolido um orgulho enorme para poder se abrir e contar o que estava sentindo e logo depois, quando sofreu um ataque descuidado, por falta de competência de direção. Se entraram naquela área daquela forma tão simples, com certeza havia falha no sistema.

- Ellen, eu acho que minhas história com a tenente é um pouco mais complexa que isso. Para eu ter feito tudo o que fiz, existe um motivo por trás...

- Qual? Ela se abriu para você na floresta. Ela falou o quanto me amava. O quanto queria estar comigo e o que o senhor fez na primeira oportunidade? Jogou ela para longe de mim.

- Sarah não estava pensando direito...

- Ela não estava pensando direito em que momento? Ela mesmo quando não me reconhecia queria estar comigo, era o suficiente para você acreditar na veracidade de seu sentimento por mim. Mas o senhor não fez isso.

Ele respirou fundo balançando a cabeça negativamente e seguindo até a porta de entrada. Olhou em direção ao corredor, mas eu havia fechado a porta de Sarah e ela não estava a suas vistas. Imaginei que talvez ele quisesse vê-la, mas na mesma proporção ele queria sair dali e eu queria ele o mais longe dali possível.

Ele abriu a porta de entrada e saiu sem dizer mais nada, apenas uma olhada curta para trás, apenas para certificar-se que eu estava perto e garantiria a segurança do apartamento. Fechei a porta. Por alguns segundos fiquei ali, olhá-lo me remeteu a lembranças que por mais que não chegassem aos pés da alegria que eu estava naquele momento, foram extremamente saborosas por conta de toda descoberta. Mas eu precisava superar todas aquelas pessoas que agiram com má fé para mim. 



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