“Faça o que eu pedir, do jeito que eu quiser. Depois irei retribuir com a maior intensidade que eu tenho.”
1 – Ambitious Kiss
O garoto com pinta de rebelde vai se aproximando de forma ameaçadora. Você recuou um pouco até suas costas sentirem a textura fria da parede, que te encurralou. Tentou impor a si mesma, uma postura destemida, mas o olhar intimidante do rapaz a frente, se mostrava um desafio difícil de encarar.
Como se não tivesse alcançado o limite de aproximação entre duas pessoas, ele continua ultrapassando. Por fora você estava plena e por dentro, era um furacão de nervoso. Um par de mãos te cerca, impedindo uma rota de fuga. Na verdade, virou uma estratégia de intimidação ainda maior.
Maldita hora em que resolveu dar um tapa na mão dele. O resultado foi um Iphone estilhaçado que você não tinha condições de pagar. Mas quem mandou Hiroto ficar te enchendo o saco?
— Olha, vou dar uma chance pra você se redimir. Assim os dois saem satisfeitos.
Aquilo tinha ar de malandragem. Sua feição marota, o entregava.
— E qual é?
Não se passou nem dois segundos que a frase foi dita e seus lábios sentiram a calidez de outros se encaixando aos seus de modo desajeitado. Mas logo se separaram.
— Um beijo durante trinta dias. Começando por hoje.
E com um sorriso debochado, sua jornada começou.
2 – Cherry Kiss
Você tentava ao máximo evitar o garoto de cabelos cinza, mas não podia fugir dele para sempre. Até porque se viam muito. E a qualquer minuto, iam se topar.
— Tentar escapar de mim, não foi uma ideia muito inteligente. — Zombou descontraído como se nada o abalasse.
— Não pode me obrigar a nada. Eu nem respondi e você já foi me beijando.
— Se não quiser fazer isso, está livre pra me dar outro Iphone X. Ou melhor, vou ter o prazer de te cobrar todo dia.
Hiroto era um idiota. Nunca pensou que a rixa entre vocês chegasse a um ponto desses. Agora o que ele pretendia, é impossível sequer teorizar. De uma vez, você acabou com aquela cena e o beijou rapidamente. Odiou o estalo que foi feito ao se separar. Se não fizesse aquilo, ele o atormentaria o resto do dia.
— Então isso confirma nosso acordo?
Você não respondeu e deu as costas. Tinha algo estranho em sua boca. Um gosto adocicado. Depois percebeu que era chiclete sabor cereja. Era estranho associar Hiroto e açúcar, uma vez que ele combina mais com ácido e azedo.
Porém você admite que ele tem um bom gosto para doces.
3 – Respectful Kiss
— Como é?
A informação não chegou a sua cabeça. Até chegou, mas não queria se firmar.
— Não acha que um God Striker feito eu, merece ser tratado com respeito?
— E eu já não o dou?
— Você podia fazer isso só hoje. Que mal faz?
— Hiroto... — Quase suplicou. — Não complique as coisas pra mim, por favor.
— Mas só fazer o mesmo todo dia é chato. — O grisalho se entediou.
— Bom, não é problema meu.
O olhar do outro foi aterrador. Te encarou seriamente como se tramasse um plano maligno. Puxou sua mão sem aviso, ainda te olhando.
— Já que é assim, sinta-se honrada.
As costas de sua mão sentiram o toque de seus lábios. Os olhos cor de rosa, fixos em você o tempo todo. Ser cavalheiro não parecia combinar com ele. Você não só corou porque se sentiu uma rainha nesse momento.
Porque era o objeto da atenção dele.
4 – Bossy Kiss
— Você irá me obedecer e ficar quietinha. — Mandou com a malícia na face.
— A cada dia você quer inovar nesse acordo, sei lá. Só acabe logo com isso.
— Isso seria muito chato.
Retrucou, te beijando uma vez.
— Só que eu não sou seu brinquedo. — Alegou firme e forte. Se essa for somente a intenção dele, lhe daria um tapa bem dado.
— Eu nunca disse isso. — Respondeu em seu tom normal. Te surpreendeu. — Mas se você quiser se tornar meu brinquedo, aí é outra história.
Seu rosto pegou fogo, o olhar focou em qualquer ponto que não fossem os olhos dele. Não parou por aí, afinal ele a mandou ficar quieta por um motivo. Seu pescoço foi o primeiro alvo. A clavícula, a seguinte e toda a extensão também. Por não saber o que estava se passando e por sua cintura estar bem agarrada, sua escolha foi ficar sem se mexer.
Até porque nem queria.
Hiroto estava tirando seu controle. Sua respiração descompassava e o maldito riu. Você sentiu sua pele ser lambida e arfou sem querer.
— O que é isso?! — Mas ele apenas continuou nesse ritmo.
“Eu nunca disse isso.” Então você não era um jogo para ele? Isto te angustiou.
— Se você me ama deixe-me saber!
5 – Learning Kiss
Depois de ontem, te importunava hoje até que ele estivesse totalmente satisfeito.
— Isso não faz parte! — Reclamou. Praticamente ele a fazia repetir o beijo várias vezes.
— Acredito que tenho o direito de acrescentar e mudar alguns detalhes. — Rebateu sacana. Você crispou os dentes. — Veja isso como um aprendizado.
— Como é?!
— Seus futuros relacionamentos vão me agradecer.
— Há! Você fala se fosse o único cara que beija bem no planeta. — Assim que concluiu a frase, quis se bater. Acabou de admitir que ele beija bem. Raios!
E a medida que ele movia sua boca contra a sua, a sensação é de que ia te engolir, de tão profundo que adentrava. Os movimentos não eram abruptos. Lentidão e intensidade é o que definiam. E quanto mais durava, mais você queria.
— Percebeu a diferença? — Se vangloriou ao se separar, recobrando oxigênio.
— Claro, beijador. — Ironizou.
— Então agora faça do mesmo jeito.
— Filho da mãe...
6 – Warning Kiss
Estava tão cansada. Tão atarefada. Tão exausta. Que só pensava em descansar, o dia foi bem puxado. Portanto em sua cabeça, beijar alguém estava em último plano. Hiroto parecia ocupado também para não ter ido atrás de ti para cobrar, então foi ficando assim mesmo. Entre tantos trabalhos e detalhes simples do cotidiano, só queria deitar as costas na cama.
Talvez ele não se importe com um dia. Pensou ao olhar pela janela, a noite caindo. Você respirou fundo, sentindo a brisa morna da primavera. Na verdade tudo estava indo muito bem. Um dia sem ver o garoto delinquente.
Até... Um barulhinho de algo estourando lhe chamar atenção. Uma cabeleira cinza se destaca em meio a luz artificial do poste. Era claramente visível sua feição, mas parecia... Frustrada?
Um indicador lhe chama. Mas como iria descer de pijama? Ele não quis saber. Sendo assim, você foi obrigada a checar a situação.
— Hiroto, estou cansada. Quero dorm — Foi agarrada bruscamente, sendo forçada a fitar as orbes perigosas do Kira.
Um selinho igualmente brusco. Uma mordida em sua boca.
— Ai. — Não doeu tanto, mas foi inesperado.
— Isso é um aviso para não esquecer.
7 – Kidding Kiss
— O que você tá fazendo agora?
O garoto apenas roçava várias vezes em seus lábios. Vez ou outra beijava de uma vez. Voltava a fazer o mesmo. Nessa brincadeira, você é arrastada pelo ritmo tentação e provocação, dando risadas divertidas.
8 – Cold Kiss
Tinha algo errado. Sem as habituais gracinhas, a leve malícia nem sabor de chiclete. Sem olhares. Foi apenas um tocar sem emoção.
É o bastante para te intrigar.
9 – Worried Kiss
Você o procurou sem receio, hesitações ou medo. Nada te impediu. Não transmitiu sua preocupação em palavras. Porém esperou transpassar tudo pelos lábios. Você quase nunca ia atrás dele, sempre o oposto. Portanto, sentiu a surpresa de olhos fechados.
Só que Hiroto estava frio ainda. Isso só deixou o beijo com aflição.
10 – Dark Kiss
Seu corpo foi puxado e a mente só teve tempo de ver perto, os olhos sombrios do rapaz, pouco opacos. Ambos ficaram de olhos abertos, até os fecharem de aflição.
Não era exatamente um beijo frustrado, mesclava desespero, raiva e tristeza. Meio agressivo, como se com ele esperasse espantar todos os seus problemas com o ato.
Tinha tudo, menos sentimentos positivos.
11 – Confused Kiss
Hiroto passou reto e nem olhou em seus olhos. Mantinha as mãos nos bolsos e o olhar pensativo. Novamente, andou como se o mundo não existisse para ele. Nem fazia bolinhas de chiclete. Naquele dia, os dois se encontraram e desencontraram direto, mas ele apenas passou.
O selinho foi o mais rápido da história. O toque quase nem aconteceu. E no último segundo para fechar o dia. Foi muito confuso, então você preferia que nem tivessem se tocado.
O que se passava com essa criatura?
12 – Host Kiss
O tamanho “daquilo” te assustou, era grande, não. Gigante. Parecia tão espesso que tinha várias dimensões. Se sentiu incomodada, pequena e inferior diante de tanta grandeza. Em primeiro lugar, porque raios estava fazendo aquilo?
Ding, dong.
Esperou, querendo desistir e voltar. Uma moça atendeu. Tinha se enganado? Mas jurava que é este endereço.
— Bom-dia, senhorita, deseja algo? — A mulher com vestimentas de empregada, perguntou formalmente.
— Ahn bem. Queria falar com... — Você travou. Nem sabia o que fazer, só quis ir lá movida por sua vontade. Vontade essa que nem sabia o que era. — Com... O Hiroto-san.
— Oh e quem deseja falar?
Acho que não era certo dizer namorada.
— Uma amiga. — Você falou seu nome para ser identificada.
Segundos tortuosos e ansiosos depois, um garoto que você conhece muito bem, até demais, surgiu na porta. A surpresa foi imediata. A princípio ele aparentava estar com a mesma melancolia que mostrou esses dias.
— Oi. — O cumprimentou na maior cara lavada. O assunto morreu e você olhou um ponto morto enquanto a vergonha batia forte.
A carinha marota apareceu.
— O que você veio fazer aqui, moça?
— Não vai me convidar pra entrar? — Disfarçou.
— Eu devia? — O outro provocou. Isso doeu um pouco.
— Como não? Eu achei que nós... — Se cortou. Ia dizer: eu achei que nós tivéssemos intimidade.
— Nós?
— Nós fôssemos amigos. — Corou e abaixou o olhar.
— Tem certeza que não pensou em amigos coloridos?
Exatamente essa a definição.
— Vai me deixar entrar ou não?
Ele te dá licença e você caminha para dentro da mansão Kira. Mas não antes dele lhe dar uma bitoca.
— Admita que veio por mim
Você não negou nem afirmou.
13 – Passionate Kiss
Se perguntava se o garoto com pinta de Bad Boy, podia ser romântico. Será? Não. Até agora, você só testemunhou seus beijos maliciosos e pervertidos. Seus beijos eram luxuriantes e os selinhos, carinhosos. Então, será que ele tinha medo de se aventurar por suas emoções?
— Medo?!
Ele pareceu ofendido quando você perguntou inocentemente de um jeito malvado.
— Eu só penso que você não tem confiança o bastante para me dar um beijo apaixonante.
Hiroto semicerrou os olhos e esbanjou uma risada sarcástica. Seu silêncio tornou tudo tenso. Ele parecia planejar algo. Pelo pouquíssimo tempo em que se conhecem, já era capaz de dizer isso.
Você foi virada por duas mãos segurando seus ombros. Com olhos nos olhos, você ousou quebrar o contato visual, por impulso, mas as mesmas mãos que seguraram os ombros, agora tocavam-lhes as bochechas. É como se dissesse para continuar olhando para aquelas írises rosas. Os polegares massageavam sua pele. Com isso, você sentia o rosto aquecer.
E Hiroto tinha uma expressão tão carinhosa. Como se estivesse se entregando de verdade e finalmente.
Ele foi aproximando suas faces, mas não encostou nos lábios. Uniu ambas as testas, pareceu que iam se fundir. A doce respiração dele acelerou seus batimentos. Você estava convicta de que ele não manteria esse romantismo por muito tempo.
Mas manteve.
14 – Jealous Kiss
Kiyama era um rapaz adorável, cavalheiro e gentil. Vocês conversavam bobagens e qualquer assunto fluía com perfeição. Tatsuya é tão carismático. Ambos têm assuntos em comum. Ele seria seu namorado perfeito. As madeixas carmesins e as orbes esmeralda. E aquele sorriso divino...
Quando já notou, estava hipnotizada pelos encantos do ruivo. Também não notou quando Kiyama estava mais próximo de você. Na verdade, a distância encurtava levemente, para que não percebesse.
Um grande ponto cinza com mechas brancas, se meteu entre vocês. O Kira chegou com ar debochado e se pôs a cortar o barato do “irmão”.
— Chegando devagarinho e disfarçando com conversa pra meter um beijo né, espertinho. — Hiroto provocou.
— Hiroto! Como é? — Tatsuya se ruborizou e mostrou nervosismo.
— Tô ligado, mas sabe a garota que falei? É ELA. — Enfatizou, deixando claro o recado. Tatsuya entendeu.
— Não é nada disso, só estávamos conversando. — Kiyama disfarça sem jeito.
— Sei que papo é esse. O papo do amor. Mas você perdeu.
E como muitas vezes, sem aviso, um beijo aconteceu. Dessa vez, Hiroto olhava para os olhos esmeralda de um modo ameaçador. Kiyama os deixou a sós.
Aquela garota que falei.
Então ele falava de você?
15 – Public Kiss
Fazer isso publicamente era meio desnecessário.
— Que bonitinhos, eu lembro da minha juventude. — A voz de uma senhora, elogiava ao longe, te deixando mais tímida.
— Mamãe, o que aquele moço e aquela moça estão fazendo? — Dessa vez uma voz infantil, pergunta com curiosidade.
— Te contarei daqui uns anos, bebê. — A mãe responde com risadinhas.
Se fosse apenas duas pessoas, tudo bem. Só que aquilo é um formigueiro.
— Ei, já chega. — Você pediu, incomodada com os olhares, comentários e etc.
— Deixe eles olharem.
— Mas...
— Vamos mostrar como se beija, garota.
15.5 – Necessary Good-Bye
Uma viagem. Significa que vão ter que ficar separados. Não se ver durante um tempo e pausa na beijação frenética e diária.
— Bom, parece uma pausa justa. — Você alegou. Esse tempo pode ser um teste também. Será que ele sentirá sua falta?
— Só que não. — Retrucou estralando o chiclete azul. — Esqueceu o que é Smartphone e redes sociais?
— Não tenho Alzheimer.
— Então vou te encher o saco até você voltar.
Você riu e lhe deu um leve soco em sua cabeça. Hiroto fechou a cara. A hora de partir chegou e você o abraçou amavelmente. Demorou um segundo para ele se dar conta e repousar a cabeça na curva de seu pescoço.
Não ouve beijo.
Porque além dele, existem outras formas de mostrar amor.
16 – Missing Kiss
E como prometeu, ele te atormentou o tempo inteiro que era para você dar uma relaxada, mas estava satisfeita. Enquanto esteve fora, procurou dar uma reorganizada em sua parte emocional do cérebro. Depois que essa situação toda acabar, quem iria tomar a atitude?
Após ponderar sobre isso. Você prometeu a si mesma, fazer algo, independente dele fazer ou não.
É mais que provável que você o amava e sempre o amou, muito antes. Talvez o acidente com o Iphone dele, fora premeditado por ti? Tipo, você sabia instintivamente que ele iria querer algo depois de danificar o aparelho. Só talvez não estivesse imaginando que resultaria numa situação tão boa assim.
Ou tudo isso ocorreu porque teve coragem de mexer com a onça. Mistérios do destino. O importante agora é saber tirar proveito, certo?
Por hora, estava curiosíssima de sua reação depois de uma semana fora.
E...
— O-ka-e-ri. — Hiroto cumprimentou, brincalhão.
— Sentiu falta dos meus beijos?
— Não sei, fique em dúvida. — Hiroto ia dar as costas. Só veio para te provocar, então?
Nada?
Nada ia ficar assim. Portanto, você apenas pulou em suas costas, de surpresa. Na realidade, você quem estava ansiosa para tirar a secura da boca.
17 – Earphone Kiss
Você quase morria de curiosidade de escutar seus gostos musicais. Qualquer tipo de fones o deixaria descolado.
— Posso ouvir?
— Não.
— Por quê?
— Porque não.
— Vou ficar triste.
— Não ligo.
Um beliscão nele, mostrou sua frustração.
— Só deixo escutar se você me der um beijo de língua bem dado.
Fizeste menção de realizar seu pedido, mas bem no segundo em que os lábios iam se tocar, como uma pequena vingança, pôs os fios do acessório na frente. Resultado: o plástico desfrutou de tudo.
18 – Bumblegum Kiss
Ploch.
O barulhinho era meio irritante e meio viciante. Estralava na boca como uma bombinha.
Ploch.
Mas dessa vez, não era Hiroto.
— Me dá mais um? — Você pede. O garoto revira os olhos. — Ah, vai! Quero fazer uma coisa.
— Tá. — Resmungou e lhe deu outra goma. Suas bolinhas ficaram maiores. Uma ideia lhe passou pela cabeça.
— Posso ter mais um? — Implorou com carinha pedinte.
— Seu objetivo é comer todos os meus chicletes?
Mas você só continuou implorando. E ele se rendeu.
— Ei, vamos fazer uma competição de bolinhas?
— Então era isso. Você tem quantos anos mesmo?
Você fez uma bola bem grande e o incitou a fazer o mesmo. Hiroto apenas te olhou sem participar da brincadeira.
— Você é meio chato. — Provocou desanimada.
Ele deu de ombros. Chegou um ponto em que você formou uma bola tão grande que tava na cara que ia dar merda.
PLOCH.
Você se sujou toda de goma, tinha no cabelo, nas roupas e na cara inteira. Enquanto você se preparava para xingar ou entrar em pânico, Hiroto esboçou uma risada gostosa de ouvir.
— Pode me ajudar? — Pediu socorro.
— Você é mesmo estranha. — Ele te deu um beijinho na bochecha, tomando cuidado extremo para resquícios de chiclete colar nele. Em seguida, te levou ao banheiro.
19 – God Kiss
A mão estava estendida e ficou sentada de pernas cruzadas. A outra mão apoiava a cabeça. Uma feição malandra adornava sua face. Estava provocativa hoje e a confiança lá nas alturas. Nem mesmo você sabia o que tinha acontecido, só lhe deu na telha.
Hiroto apenas lhe encarava, bugado.
— Acho que você não entendeu. — Você declara.
— Não mesmo.
— Primeiro beije meu corpo pra ter direito de tocar meus lábios.
— Hah? Quem te deu o direito de mandar em mim? — Hiroto disse meio escarquiado. Depois que associou a informação, um rubor ligeiro apareceu. — Espera, beijar seu corpo? Que garota safada.
Você virou o rosto, constrangida.
— Anda logo.
— Se você pedir com jeitinho, talvez eu pense no caso. — Hiroto alegou sacana. Mas não esperava que você concordasse.
— Por favor... Hiroto-sama.
— O que é isso? E-eu não pedi esse sufixo... — Sua timidez era impagável.
— Por favor, cumpra sua parte.
O inesperado aconteceu, o rapaz pegou sua mão estendida. Você arrepiou com o toque e tremulou com o beijo.
— Obrigada. — Agradeceu sem jeito, brincalhona.
— Ainda não acabou.
Antes que você pudesse se surpreender. Uma série de beijinhos percorreu toda a extensão de seu braço. A medida que ele chegava cada vez mais perto, os arrepios aumentavam e ficavam mais fortes.
20 – Dancing Kiss
As luzes reluziam em formatos de feixes coloridos, dificultavam a visão e agitavam o clima. A curtição subia de nível cada vez mais. Você se soltava, chacoalhando o vestido levemente decotado e curto. A música controlava seu corpo.
Com tanta aglomeração e movimento, sua temperatura subia, extasiada. Seus olhos percorrem o garoto que te acompanhava de cima a baixo. Ele parecia estar aproveitando também. Os olhos dele, vidrados em sua figura. Talvez estava espantado demais por lhe ver dessa maneira pela primeira vez.
Nunca havia mostrado esse lado. Ele era o primeiro a testemunhar sua ousadia.
Palavras não foram pronunciadas nem antes, durante ou depois do beijo, cheio de sedução.
21 – Neko Kiss
Você achou um belo felino vagando pelas ruas. O pelo cinza brilhoso e os olhinhos rosados. Riu ao se lembrar de uma certa pessoa. Conquistando o gatinho, o pegou no colo e contatou um certo grisalho.
— E então, o que você queria mostrar? — Perguntou na maior inocência.
— Isso! Não é uma graça?
Você levantou o gato em seus braços. Uma veia saltou imediatamente na testa do Kira.
— Você me chamou pra falar de um gato vagabundo?
— Ei! Não o xingue. É que ele se parece contigo. E sabe... Os dois são vagabundos. — Provocou, atrevida, esperando que não fosse xingada.
— Se sua intenção é me ofender, vai ter alguns problemas. — Avisou já meio ofendido.
Você coloca o bichano nos braços do outro, que resmunga. Ele devolveu o gatinho, apesar do mesmo se agarrar a camisa de Hiroto, recusando-se a sair.
— Awn, você podia adotá-lo. Olha esses olhinhos! — Se derrete enquanto ele ronrona.
— De animal em casa, já basta eu.
— Nossa, Hiroto. — Gargalhou.
— Bem, já que estamos aqui, é melhor não perder tempo, né?
Segurou sua nuca levemente e se aproximou de olhos fechados, fazendo menção de beijar. Você consentiu o ato. Mas o gato abusado encostou o focinho na boca do Kira. O mesmo se afastou em nojo e limpou os lábios úmidos.
— Ele também é malandro!
22 – Drunk Kiss
— Você está bêbado. — Afirmou convicta.
— Tooou não, bebê. — Falou grogue com um copo de cerveja nas mãos.
— Chega de álcool, moço. — Você tira sua cerveja e o leva para sua residência.
Hiroto fez biquinho e manha. Se recusou a caminhar e quase arrumou briga com a cidade toda. Seus pés e pernas cruzavam-se pelo chão.
— Oh, my love... Oh my love! I’m begging your hug, cherry pie! — Seria a primeira e única vez que o ouvia cantar.
— Hiroto, você sabe inglês?
— Craro, meu bem! Papa me obrigou. — Falou, se atropelando todo. — Se bem que... Nunca terminei aquilo.
— Ui, menino feio. — Você caçoou. Não era muito legal fazer isso, mas só um tiquinho não faz mal.
— E vuxe, garota safada. — Até nesse estado ele conseguia ter forças pra te provocar. — Me beija, mulhê!
Hiroto te atacou e quase desabou no solo. Por sorte, estava perto da casa dele. Algumas coisas você filmou pra mostrar para o garoto. Chegando lá, você entregou o rapaz nas mãos das empregadas, que diziam que o senhor Kira não ia gostar nada. Antes de ir, ele te lascou um beijão e agarrou sua cintura.
O gosto do álcool não era lá tão viciante como dizem.
No outro dia, você foi vê-lo. Ele repousava na cama, pela ressaca. Mais mal-humorado que de costume. Hiroto massageava as têmporas em vão.
— Não é um momento legal, você sabe. — Resmungou, apertando a testa. — O que eu fiz, ontem?
— Falou em inglês, em espanhol, até em árabe.
— Meu deus.
— Trançou as pernas, cantou. E mais tarde eu mostro as gravações. — Zombou com gosto enquanto via a agonia do grisalho.
23 – Rainy Kiss
Nenhum dos dois trouxera guarda-chuva e pareciam cachorros molhados. Os cabelos dele estavam de uma maneira totalmente diferente. Caídos e lisos. Foram parar debaixo de um toldo. Você simplesmente selou ambos os lábios. Sentiu-se quente por um momento, mas foi um choque térmico porque estavam gelados.
— Já sei, queria um beijo romântico debaixo da chuva.
Exatamente.
— Não. — Tentou disfarçar em vão.
— Então por que me beijou do nada?
— Se tá reclamando, eu paro.
— No frio e na chuva? Quem é que pensa em fazer isso?
Seus argumentos acabaram.
— Ah, me deixa, meu bem. — Virou o rosto num muxoxo.
— Você tem a imunidade boa?
— Ahn, talvez. Por quê?
Ele te pegou pelo braço e levou até a chuva. Te deu um breve selinho e voltou contigo o mais rápido para debaixo de abrigo.
— T-tá bom p-pra você? — Gaguejou tremendo de frio.
24 – Confession Kiss
Ele te chamou para conversar reservadamente. Você não fazia ideia do que queria. Apenas foi sem duvidar. Talvez era uma de suas brincadeiras. Ao avistar a silhueta do garoto, ele tinha uma feição séria e bem madura. De um jeito que te deixou tensa e preocupada. Foi como no comecinho de tudo.
Primeiramente te falou para sentar.
Um bom silêncio tomou conta do momento. Nenhum dos dois se atreveu a quebrá-lo. Angustiada, você abre a boca para questionar. Até ele se exaltar de repente.
— Ah, foda-se tudo. Eu não sei como falar e não quero estragar as coisas. — Admitiu do nada.
— Do que é que voc — Tinha uma vaga ideia da situação antes de ser cortada.
— Eu não tiro você da minha cabeça, garota.
25 – True Kiss
Tudo acontecia em ímpetos e impulsos. Tudo estava fervendo, as emoções, os gestos, vocês dois, o clima e tudo ao redor. Não era a primeira vez, mas é como se fosse, de tão intenso e caloroso. Fluía de forma espontânea. Vezes meio desajeitado, outras sincronizado. Podia sentir os sentimentos dele se mesclando aos seus.
Estava realizada.
26 – Lust Kiss
Depois de tudo aquilo, não podia melhorar, podia? Podia. A prova disso estava sendo agora com os dois praticamente em puro êxtase, sedução e tentação ao mesmo tempo. Não era como a noite na balada. É uma sensação diferente e única. Amor e paixão se misturavam. O desejo crescia, até quebrar os limites.
A luxúria tomou conta.
27 – Shadow Kiss
Tecidos descansavam no chão. A manhã havia chegado, mas o quarto não permitia nenhum resquício de luz adentrar. A cama os aconchegava. Não queriam levantar. Apenas se embolaram no calor um do outro.
28 – Silver Kiss
— Me dá sua mão.
Você corou e ficou boquiaberta, será?
— Anda logo.
Você estendeu a direita e um anel prateado foi colocado em seu anelar.
29 – Perfect Kiss
Esperar um beijo perfeito, uma situação perfeita e uma pessoa perfeita. Está fora de cogitação. Os melhores beijos acontecem em qualquer hora, de qualquer jeito. Não é preciso de um número certo para que duas pessoas se conquistem.
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