História 365 Dias de Escrita - 9 de Março

Eu gosto da palavra alma, embora balance um pouco na ideia de existir dentro do nosso corpo algo não material que vive após a morte. Eu vivo rodeada de dúvidas, e talvez este seja um dos motivos que faz minha vida parecer tão incompleta e tantas vezes vazias. 

 Eu gosto como a palvra alma soa e da paz que a sua estrutura tão simples proporciona. Creio cada vez mais que a felicidade se encontra nessas coisas tão quase imperceptíveis. 

E assim brinco — com um fundo de verdade — dizendo que a palavra alma se refere à essência de cada um. Uns a possui rica, alimentada de coisas boas, como a humildade, e outras são um pouco pobres — talvez por inúmeras motivos que não me cabe citar aqui. 

É, então, também por isso que gosto tanto da palavra alma. Parece uma coisa tão leve, porém tão intensa. Uma coisa frágil, só que, por outro lado, tão forte na queda. 

Uma coisa tão incrível. 

É verdade que somos meros mortais que não conseguiram encontrar a fórmula para viver até onde gostaríamos, pois é sabido que acabamos do dia pra noite, sem, às vezes, sequer termos tempo para nos despedirmos do mundo e das coisas que julgamos amar nele. 

Tempo é o que nos falta, por falar nisso. 

Mas as lembranças ficam. 

A essência fica. A alma fica. 

E, com o tempo, ela vai desaparecendo como tudo o que um dia já existiu. 

Só que isso não é triste. 

Porque viver pra sempre é cansativo e desgastante, sendo necessário, assim, a existência do tão famoso equilíbrio em tudo.

É que as coisas duram até onde têm de durar.