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História 47 Moons - Every now and then I fall apart


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 11 - Every now and then I fall apart


11 —

Sirius POV

Eu só havia percebido que estive tentando erguer um muro entre eu e Remus, quando esse muro foi derrubado por completo, nos deixando totalmente unidos.

A noite que saímos, nós três, para um tipo de encontro... fez muita coisa mudar.

Agora eu já conseguia dizer abertamente que preferia pegar turnos para ficar com ele, onde estivesse em sua casa, longe da barulheira do bar.

Apenas nós dois, conversando.

Era como um mundo paralelo.

Ele passava horas me ensinando a tocar violão, ou conversando sobre qualquer assunto, cheio de intimidade.

Era sempre delicioso ter ele ao meu redor, seus braços unidos me cercando enquanto me ensinava as notas, ou melodias fáceis de aprender porque eu era uma verdadeira droga.

É claro que eu sabia que Remus tinha intenções comigo. Que ele queria dar um passo adiante.

Ainda mais depois do encontro.

Eu fiquei maluco de curiosidade da razão para ele não tentar nenhum movimento, quando era clara sua intenção, e me senti vencido ao perguntar a James em um dia, quando estávamos sozinhos no telhado e Remus dormindo.

— Não vou trair a confiança do Remus. Ele é meu melhor amigo mundano, não vou contar os segredos dele!

— Sou seu parabatai, e irmão mais velho do cara que está tentando pegar — O lembrei, e ele sorriu arteiro.

— Parece justo — Concordou, como se esperasse apenas que eu insistisse para poder falar.

James adorava ser fofoqueiro, apenas fingia que não.

— Eu disse a ele para pegar leve — Contou, me fazendo arquear o cenho.

— Você disse?

— Depois daquele dia que conversávamos aqui e eu deixei ele entender, sem querer, que você estava afim dele... Remus veio falar comigo, e disse que ia tomar iniciativa sobre você. Eu disse que não era uma boa ideia, ao menos por enquanto.

— Porque? Achei que estava empurrando ele para cima de mim — Perguntei surpreso com esse movimento.

— Você tem estado muito estressado, e tem... toda essa coisa ao redor dele. Ser lobisomem, ou mundano. E... seu irmão. Seus pais. Se ele tomasse alguma atitude agora, você provavelmente ia surtar e dar o fora nele, mesmo que esteja louquinho para lamber todas aquelas cicatrizes sexys que ele tem.

— Você é um idiota! — Reclamei com o fim da frase quebrando qualquer admiração com sua atitude.

— De qualquer forma... falei que você está sobrecarregado, e para ele deixar a coisa toda leve e... se for tomar alguma atitude... esperar até a lua cheia.

Pisquei, muito surpreso.

— A lua cheia?

— É na lua cheia que vamos descobrir se ele é lobisomem ou não. E você vai ter que lidar com isso, Six — Disse calmo e cuidadoso — Quando descobrirmos, e você tiver certeza... então você pode decidir se quer ele, independente do que seja.

Assenti, sem conseguir falar nada mais naquele dia, porque James tinha razão.

A indecisão de agora me empurrava e me afastava de Remus na mesma proporção.

Eu já sabia que estava afim dele, que me sentia atraído e queria ir além.

Mas essas decisão só seria justa e completa... quando descobrisse de verdade onde estava me metendo. Era um risco que eu correria, por causa da família.

Antes de qualquer coisa, precisava avaliar e ter certeza de que conseguiria manter ele nas sombras, escondido de todos.

Voltei ao momento atual quando bati o dedo de forma errada nas cordas, fazendo soar um som totalmente bizarro, e Remus riu diante de mim.

— Está com a mente longe. Tão... pensativo — Observou, e eu assenti.

— Você não está? — Rebati, vendo ele piscar surpreso.

— Deveria?

— Sei que está em negação sobre isso, mas daqui dois dias é lua cheia. Não... está ansioso? Para ter certeza?

Ele ficou em silencio por um instante, os olhos me observando com cautela.

Estávamos sentados no tapete dele, e eu usava um de seus violões para treinar, enquanto ele tinha o outro no colo, passeando os dedos pela lateral dele quase distraído demais.

— Tento não pensar nisso.

— É uma boa hora para falar nisso... Se quiser. Acho que talvez... não fique tão assustado se entender exatamente o que te espera. Se tiver alguma dúvida...?

Ele assentiu, ergueu os olhos para mim um tanto sem jeito.

— Se, hipoteticamente, eu... for. A coisa — Disse, evitando intencionalmente a palavra, como sempre — O que significa?

— No começo você vai ter que ficar um pouco recluso. Ainda mais do que já é. Apenas para termos certeza que consegue se controlar, sem explodir e se expor. Vamos te ensinar tudo o que precisar saber, e então... vai poder viver uma vida tranquila. Existem lobisomens que vivem sozinhos, e outros que procuram bandos. Uma alcateia, para ter pessoas iguais a você sempre por perto. Não tem nenhuma na cidade, mas... mas posso te dizer onde encontrar alguma, se for sua vontade. Também vou te dar o contato da Praetor Lupus. É uma instituição apenas de lobos, para lobos. Eles ajudam os desajustados. No começo você pode estranhar, mas depois que compreender tudo... pode ter uma vida muito normal, como sempre. Se precisar de qualquer coisa, eu e James poderemos te ajudar, sempre.

Ele assentiu, o olhar firme no meu.

— E se não for. Se eu continuar... assim?

— Bem, então nada muda. Estamos monitorando, e acredito que se alguém for aparecer depois de te ferir, pode ser agora, depois da lua cheia. Para ver se você foi transformado. Estamos de guarda, e não vamos deixar ninguém te ferir.

— E se ninguém aparecer? Ninguém se interessar ou me atacar?

— Nada vai mudar. Você vai ter sua vida em paz.

— E onde você está?

Olhei para ele, sem entender.

— Onde está, se eu continuar humano? Todas as vezes que penso nisso, não te vejo ali. Não vejo você ou James perto de mim, se eu não precisar de proteção.

— Não vamos vir aqui, ficar aqui, se não precisar de proteção. Somos caçadores, continuaremos a caçar, e... proteger quem precisa — Murmurei, vendo ele sorrir quase amargo.

— É por isso que James diz o tempo todo que eu vou ser uma dessas coisas, não é? Porque ele sabe que eu não for, não vamos nos ver. Vocês vão simplesmente sumir, e... em algum momento vou me perguntar se eram de verdade, ou se só imaginei tudo isso.

Eu engoli seco, sem conseguir seguir a diante e dizer.

Dizer a ele que se fosse humano, quando não estivesse em perigo, iríamos apagar todas suas memórias do mundo das sombras, e ele jamais saberia de nada.

Poderia nos ver na rua e não nos reconheceria, porque... Tudo deixaria de significar.

Remus não iria sofrer.

Se houvesse transformação, estaríamos ali cuidando dele.

Se não houvesse, eu estria ali cuidando dele, mas ele não saberia, nem lembraria.

Apenas eu carregaria as lembranças. Me recordaria nostálgico dos sorrisos, resmungos mal humorados, das tardes aprendendo a tocar violão, e de seu olhar intenso e gentil.

Ele se moveu, puxando a caixa de cigarros ao lado do corpo, parecendo não se importar de fumar ali dentro. Ele apenas não o fazia quando James estava perto, porque Prongs começava a tossir como louco.

Eu não precisei pedir. Ele atirou a caixa para mim na sequencia, e eu puxei um para acender, sentindo alguma ansiedade.

Remus não pensava apenas na parte da transformação.

Ele pensava em tudo o que sua vida mudaria, em tudo o que iria lhe afetar daquele momento em diante. Eu queria poder ser sincero, dizer que éramos obrigado a apagar suas memórias de nós.

Mas não podia.

A lei é dura, mas é a lei.

— Eu sei onde você trabalha. Talvez... vá te ver tocar. Quando estiver tranquilo — Murmurei, quase impulsivamente.

Não era mentira.

Ele apenas não me veria lá. Não saberia quem eu era, se visse.

Ele sorriu, e foi muito verdadeiro, com a fumaça saindo lentamente de seus lábios.

Os cabelos estavam um pouco bagunçados, e eu não conseguia pensar em nada que gostasse mais do que ver ele com aquela aura caseira e simples.

— Hã... em duas semanas, as aulas começam no instituto e eu sou mentor de alguns alunos. James também. Nossos horários vão ficar malucos, vindo aqui em horas aleatórias e trocando turnos em períodos mais curtos.

Ele assentiu, enquanto eu inspirava lentamente fechando os olhos para deixar a fumaça sair, sentindo alguma calma me encher lentamente.

— Você deve ser um ótimo professor.

— Eu sou — Concordei com um sorriso convencido — Muitas pessoas se inscrevem nas minhas aulas.

— E você da aulas de que?

— Treinamento tático, e lutas com armas. Não era algo tão apreciado antigamente, mas hoje em dia muitas pessoas se inscrevem nas aulas de lutas armadas. É insano como isso pode mudar, de uma hora para outra.

— Aulas de lutas armadas por acaso é algum tipo de modalidade que envolve você lutando com várias armas, batendo e chutando coisas, provavelmente suado e com roupas leves que facilitam seus movimentos? — Perguntou com um sorrisinho completamente sem vergonha, e eu não me deixei render fácil demais por isso.

As vezes Remus deixava escapar aquele lado que não prestava, e eu preferia morrer a admitir o quão sexy achava isso.

— Sim. É quase isso. Na realidade, treino sem camisa. Prefiro — Concordei, vendo ele expandir o sorriso ao redor do cigarro.

— Não consigo imaginar qualquer razão para essa aula atrair tantos jovens — Disse irônico, sem qualquer vontade de não agir como se não estivesse tentando imaginar uma das minhas aulas.

Tinha que admitir, ele fazia muito pelo meu ego as vezes.

— Não atrai apenas jovens. Alguns veteranos, e velhotes também. Até as cozinheiras, as vezes — Murmurei pensativo, vendo ele rir.

— Queria ver você treinar.

— É algo muito exclusivo — Rebati, quase birrento apenas para ir contra ele.

— Quando James chegar, vou falar para ele que você me disse que derruba ele em todos os treinamentos. Ele vai pirar e te obrigar a lutar com ele na minha frente para se provar — Calculou tudo precisamente, porque invariavelmente conseguia prever as atitudes de James.

— Sua mente é diabólica, sabia?

— Sabia — Concordou risonho, apagando o cigarro em seguida no cinzeiro perto da mesa — Quer treinar mais um pouco?

— Quero te ouvir, só — Decidi, continuando com meu cigarro, e ele sorriu ao concordar com um maneio de cabeça.

— O que quer ouvir?

— Hm... — Murmurei pensativo, soltando a fumaça — Lembra qual música tocou na primeira vez que te assisti no bar?

Ele não respondeu, apenas sorriu ao ajeitar o violão no colo, se posicionando com leveza, antes de acolher a palheta solta no chão ao seu lado, e começar a dedilhar as cordas suavemente.

Era uma melodia tão calma, com uma letra um tanto melancólica, mas eu amava aquela canção.

Amava a forma como a voz dele soava serena e rouca, como ele fechava os olhos ao cantar partes mais agudas, e o jeito que se formava um vinco em sua testa, quando o refrão chegava.

Ele viajava, entrava em outra dimensão. Parecia estar longe de tudo e todos, completamente preso naquilo que fazia, com tanto amor e ternura que era encantador.

O jeito que os fios loiros de seus cabelos brilharam, quando o sol fraco da janela bateu contra ele, suas mãos pálidas se movendo pelo violão... haviam tantos detalhes de Remus que eu simplesmente amava, que era difícil de explicar.

Ouvindo-o cantar, me lembrei da primeira noite.

Dele fugindo, nossos olhares se encontrando.

Lembrei de quando o encontrei no bar pela primeira vez. De seu sorriso exibido, de seu olhar cheio de perguntas.

Do transe em que me colocou, enquanto eu o via cantar pela primeira vez, e foi como se todos os medos do meu coração desaparecessem.

Naquele instante ali, vendo-o tocar tão divinamente, eu finalmente entendi o que James tinha feito.

Eu precisava tomar uma decisão, e conviver com ela.

Mas não precisei esperar a lua cheia para ter certeza, porque eu percebi que não importava.

Mundano ou não. Lobisomem ou não.

Remus já me tinha por completo.

Esperar a lua cheia não era para que eu decidisse se realmente o queria e poderia enfrentar qualquer porcaria para ficar com ele.

Esperar a lua cheia era para Remus decidir, depois que soubesse o que era, e o que seria... se eu faria parte de sua nova, ou sua velha vida.

 Naquele minuto, eu percebi que a presença dele era tão leve e suave, que eu não tinha percebido exatamente naquele mês que correu, quando foi que comecei a me apaixonar por ele.

Mas agora tinha certeza que a lua cheia era o ponto onde nosso futuro juntos ou separados poderia ser definido.


Notas Finais


Capítulo de transição!
No próximo teremos mais um POV James com interação Starchaser rs
E a lua cheia está muito próxima, e então veremos o que pode acontecer!
Os Wolfstar em um mês já estão apaixonadinhos e cheios de amor, e tudo tende a piorar quando ficarem juntos rs
Espero que estejam gostando!
Até!


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