História 7 minutos no paraíso - 7 minutos no paraíso

7 minutos no paraíso

Capítulo único

Por Teylla

O amor é avassalador e inesperado, podemos fingir nossas emoções e sentimentos, mas nosso corpo mostrará a verdade.

– Teylla

It’s dangerous to fall in love (É perigoso se apaixonar)
But I want to burn with you tonight (Mas eu quero queimar com você esta noite)
Hurt me (Me machuque)
There’s two of us (Há dois de nós)
We’re certain with desire (Estamos repletos de desejo)
The pleasure’s pain and fire (A dor do prazer e fogo)
Burn me (Me queime)

 

Sia - Fire meet gasolina

Não sei o que eu tinha na cabeça quando decidi aceitar essa loucura da Ino, sim, eu amava o Naruto, mas era tímida demais para me confessar ou sair com ele, e foi ai que a criatura louca me veio com a ideia de um encontro duplo.

Na realidade, o Gaara era um dos melhores amigos do Naruto, então isso faria ele ir se o Uzumaki topasse ir conosco.

Não sei que milagre ocorreu e os dois disseram que iam, quase desmaiei quando escutei isso, eu iria sair com o Naruto! Estava muito feliz por causa disso, mas a vergonha era mais forte.

— Hinata! — Ino gritou ao subir as escadas da minha casa, quando chegou em frente a minha porta, abriu-a com tudo.

— Ino? Quando chegou aqui? — perguntei curiosa, estava sentada em frente a minha penteadeira, virei para trás para encará-la melhor.

— Cheguei faz pouco tempo, tinha que vir antes do encontro para deixá-la perfeita, sabe como é, né? — questionou ao se jogar na minha cama com tudo.

— Eu não preciso da sua ajuda, eu ia apenas com um vestido e acabou, Ino — respondi, olhando para meus pés.

— Deixa disso, Hina! Vamos, vou escolher uma roupa melhor! — Ela levantou e foi até meu guarda-roupa, jogou várias peças em cima da mesma e começou a analisá-las. — Esses daqui! — Ela pegou uma blusa preta lisa, uma saia xadrez e uma meia calça com furos, a qual ela tinha me dado de aniversário.

— Mas, Ino! Elas não são um pouco... — comecei a falar.

— Cala a boca, Hina! Eu estou te arrumando hoje, não é? Confie em mim! — retrucou, me cortando.

Eu assenti com a cabeça.

Ela estava feliz em ir a um encontro com o Gaara, e isso era perceptível. Não conseguia imaginar no que o Gaara era melhor do que o Naruto, isso não fazia sentido algum!

Claro, o Gaara era bem bonito, sexy e inteligente. Até eu mesma já tinha me pego olhando para ele mais de uma vez quando ele passava pelos corredores da escola, as meninas ficavam loucas e eu entendia bem o motivo.

Na realidade, nós nunca paramos para conversar, apenas fizemos alguns trabalhos juntos, ele não gostava muito de conversar, era sempre bem mudo e sério, gosto de pessoas felizes e um pouco falantes.

Ino quando pôs os olhos nele sentiu um fogo explicável e foi ai que percebi que ele seria sua próxima vítima, sentia pena, claro, minha amiga quando grudava em alguém era um verdadeiro inferno.

Me vesti e Ino fez o favor de fazer uma maquiagem um tanto chamativa, deixou meu cabelo solto, olhei-me no espelho e vi que estava maravilhosa, parecia uma Deusa, literalmente.

— Prontinho, você está lacrante — comentou com um sorriso.

— Obrigada, Ino — agradeci.

— Vamos? Não quero chegar atrasada — avisou, pegando a bolsa em cima da cama.

— C-Claro — respondi, agarrei minha bolsa vermelha e me pus a segui-la.

Me despedi da minha família e seguimos até o parque. Ino retirou nossas passagens e entregou ao funcionário, adentramos e ficamos paradas.

Senti meu celular vibrar e olhei o visor, era apenas um alarme, respirei aliviada.

O celular de Ino fez um toque terrível e a mesma atendeu a ligação.

— Oh, Naruto, onde vocês estão? — indagou pelo telefone.

— Aqui, aqui! — escutei alguém gritar atrás de nós, meu corpo tremeu e senti minhas pernas querendo ceder.

— Até que enfim, não via a hora de chegarem — resmungou Ino.

Olhei para trás e quando vi o Gaara me arrepiei, ele estava tão sexy com uma blusa preta decorada e uma calça da mesma cor, seu cabelo vermelho estava levemente bagunçado, ele cruzou os braços e deixou a mostra sua pulseira vermelha, seu colar era de prata.

Ino foi correndo para o lado dele, e eu revirei os olhos.

— Gaara... — chamou de modo sedutor, ele apenas fez um “tch” e continuou andando.

— Hina, tudo bem? — Naruto perguntou.

— Está tudo bem sim, Naruto — respondi de forma educada.

— Ótimo, então... aonde vamos agora? — indagou olhando para todo o parque.

Ino apareceu vasculhar o lugar e logo deu um sorriso.

— Vamos ao “Sete minutos no paraíso”! — respondeu animada, puxando o braço de Gaara.

Naruto foi logo atrás e eu caminhei ao lado dele, nunca imaginei estar tão próxima dele, andar do lado dele, ou até mesmo falar com ele. Não sei dizer bem o motivo, mas desde que vi o Gaara, não sentia mais meu corpo de forma estranha ao lado do Uzumaki e isso era devidamente estranho.

Entramos em uma “casa” bem grande e alta, só havia casais e algumas pessoas sozinhas, nós quatro adentramos e notamos que tudo estava bem escuro. O portão foi fechado, fazendo um grande barulho.

So come on (Então vamos lá)
I’ll take you on, take you on (Eu vou levá-lo, levá-lo)
I ache for love ache for us (Eu sofro por amor, sofro por nós)
Why don’t you come (Porque você não vem)
Don’t you come a little closer (Você não vem um pouco mais perto)
So come on now (Então venha agora)

 

Sia — Fire meet Gasolina

— Por favor, cada um agarre sua dama e a beije, logo após entrem no elevador à frente, misturem-se, sua alma gêmea pode estar por aqui — escutamos falar de um aparelho bem alto.

Eu não conseguia enxergar nada, e nem sabia se alguém teria a coragem e decência de me beijar. Meu corpo formigou ao sentir alguém pegar minha mão, respirei fundo e fiz um “glup”, acredito que a pessoa também não conseguia me ver, provavelmente era o Naruto.

Notei que tinha olhos intensos e rebeldes, mas no fundo, no fundo, gentis. Fechei meus olhos e deixei minha boca entre aberta, a mão do garoto foi subindo até meu rosto, puxou meu queixo e roçou seus lábios no meu, logo após, com sua mão livre, puxou minha cintura, colando nossos corpos.

Senti um calor, seu hálito quente em minha pele, eu estava desejando mais, ele me beijou carinhosamente, de um modo apaixonado, passei a mão pelo seu cabelo e notei que era bem macio e cheiroso, dei um leve arranhão em sua nuca e ele segurou firmemente meu cabelo, puxando-o lentamente.

Ouvimos o barulho do elevador se abrindo e senti que ele estava me puxando. Tudo ainda estava escuro, inclusive lá dentro.

Senti a máquina se mexer e a mesma foi clareando, pisquei inúmeras vezes ao ver um tom avermelhado no cabelo do jovem ao meu lado e arregalei meus olhos.

— Gaara? — questionei surpresa. — Por quê? Você não estava ao lado da Ino? — perguntei novamente, curiosa, agora.

Me sentia mal, a Ino queria ficar com ele, apesar de não me arrepender de tê-lo beijado, meu coração estava acelerado, eu não sabia mais o que dizer.

Fitei Gaara e o mesmo se mantinha calado, quieto no seu canto, nem ousou olhar para mim, estava encostado com os braços cruzados, como se não se importasse com o que tinha acabado de rolar.

Ele olhou para mim de relance e meu coração deu uma batida bem forte, aquele olhar intenso, parecia me estudar, procurar por emoções e até mesmo respostas para perguntas que eu não sabia e nem conseguia imaginar.

Os olhos verdes dele me encararam e fizeram os meus prenderem-nos dele, corei repentinamente.

— A pergunta deveria ser: Por que não foi o Naruto? — foi a primeira coisa que ele se pôs a dizer, franzi o cenho, que tipo de pergunta era aquela, ele descruzou os braços e se aproximou de mim, desencostando-se. — Não está curiosa para saber o por que foi eu que te beijei, ao invés do Naruto, Hinata? — questionou sério, seu tom de voz me fez tremer.

— É c-claro que quero saber, Gaara! — tomei coragem para respondê-lo, ele arqueou a sobrancelha e eu me acanhei. — Claro que quero saber o porquê de ter sido você e não o Naruto, nós estávamos juntos.

Gaara riu e me prensou na parede do elevador.

— Você não precisa saber agora, Hinata — disse e me beijou novamente, agora com mais vontade e de certa forma, de um modo apaixonado, não sabia dizer o porquê parecia assim.

Deixei que rolasse, afinal, já tinha acontecido, certo? Lembrei do sorriso da Ino quando falava dele e inconscientemente, o empurrei.

— Não! Não posso fazer isso, me desculpe — disse, virando a cabeça para fitar o chão.

— Por quê? — indagou, cruzando os braços.

— Porque a Ino gosta de você! — respondi, entre lágrimas, passei a mão por elas, por que elas insistiam em cair? Eu não sabia dizer. Não sabia dizer o que sentia por Gaara naquele momento, não sabia de mais nada.

Só sabia que queria beijá-lo cada vez mais

Na verdade, sempre senti a vontade súbita de beijá-lo, senti-lo, mas nunca tive a coragem de ir mais a fundo, tinha medo do que poderia descobrir.

Gaara deu uma risadinha.

— Tem certeza que ela gosta de mim? — perguntou, fixando seu olhar no meu. — Ou é você que gosta de mim?

Meu coração acelerou novamente, quase não conseguia respirar.

— G-gosta — respondi, ignorando a outra pergunta.

— Diga-me, Hinata, não é você que gosta de mim? — indagou, de modo ousado.

Olhei para meus pés.

— E se for? — tive a coragem de retrucar, senti minhas bochechas ficarem vermelhas.

— O quê? — questionou, provavelmente estava brincando comigo e com meus sentimentos.

— E se for? — repeti a pergunta, agora em um tom mais alto, olhei dentro dos olhos dele, segurei meu choro.

Ele arregalou os olhos esverdeados, talvez surpreso com meu modo de agir.

— Bom, se for assim... — começou a dizer. — E se eu gostar de você, também?

Senti um pouco de felicidade, abracei meus braços e comprimi os lábios, umedecendo-os, para logo descomprimi-los.

— Você tem a Ino, Gaara — ignorei a pergunta.

— Você tem certeza que não está ignorando algo, Hinata? — questionou, passando a mão no cabelo. — Tem certeza que conhece tudo sobre sua amiga?

— O que quer dizer com isso, Gaara? — questionei, arqueando a sobrancelha.

— Vamos lá, Hinata, você não é cega e é bastante esperta — respondeu, indo até a porta do elevador e me encarar.

Parei para tentar entender o que ele queria dizer, poderia ser... Ino gostava do Naruto desde o início? Como não pude perceber antes?

A realidade é que eu apenas ignorei esse fato, não queria acreditar e nem aceitar isso, já que na minha cabeça, eu amava o Naruto.

Desde o início eles eram próximos, bem mais do que eu e ele. Eles sempre andavam juntos, e a Ino sentia-se constantemente feliz quando estava ao lado dele, sem querer, acabei ignorando essas pequenas coisas que eram importantes para ela.

Ino me ajudava bastante com o Naruto e ela gostava dele, talvez tivesse até realmente começado a gostar do Gaara, mas seu coração ainda pertencia ao Naruto. Talvez ele a amasse também.

— Não me diga que... Naruto e Ino se gostam? — perguntei, agora permiti que as lágrimas caíssem, eu machuquei uma amiga minha por puro egoísmo e falta de observação. Como a culpa estava me possuindo naquele momento.

— De que adianta chorar, Hinata? — perguntou de modo frio.

— Você não entende! — respondi bravamente.

— Talvez eu realmente não entenda, mas sabe, sou o melhor amigo do Naruto e um bom observador, pego as coisas bem rápido — retrucou, pondo as mãos no bolso. — Acha que não notei todas as vezes que ficava me encarando perdida em pensamentos? Sempre soube o que você sentia, Hinata.

Meus olhos se arregalaram, então ele sempre soube?

Gaara se aproximou de mim, e sem avisar nada, roçou seus lábios novamente nos meus, senti um calor interno, ele me beijou, passou a mão pela minha cintura e pelo meu cabelo.

Ficamos por um bom tempo assim, até que bateu os sete minutos.

O elevador desceu e as portas se abriram.

Ino e Naruto saíram de um, de mãos dadas.

Naruto fez um joinha para Gaara que apenas sorriu de lado.

Ino estava fitando o chão, corada, pela primeira vez vi minha amiga assim, e isso realmente era um milagre.

— Hinata... — começou a dizer, olhou nos meus olhos e percebi que os dela estavam marejando.

Sorri gentilmente e segurei a mão do Gaara.

— Não se preocupe, Ino, eu que fui uma péssima amiga, não pude notar seus verdadeiros sentimentos e ignorei tudo isso, vivendo em uma realidade que não era verdadeira. — Olhei para Gaara.

— O que quer dizer, Hina? — questionou, franzindo o cenho.

— Sempre gostei do Gaara, mas nunca quis acreditar nisso, tinha medo de me aprofundar e descobrir coisas que não saberia controlar — respondi dando de ombros, era devidamente uma adolescente em crise.

— Hinata... — Senti que Ino queria agradecer e eu apenas assenti, com um sorriso.

Nós saímos da atração e sentamos em um banco, Naruto e Ino sentaram em nossa frente.

O loiro roçou os lábios no dela, e se beijaram, apaixonadamente.

— Então, Hinata... O que será de nós daqui adiante? — questionou, olhando para mim.

Corei.

— O q-que quer dizer com i-isso? — Surpreendi-me com a pergunta repentina.

— Nós dois, Hinata, você me entendeu, não se finja de burra — respondeu, um pouco alterado.

Eu ri, ele não gostava de demonstrar suas verdadeiras intenções, emoções e principalmente, seus reais sentimentos, mas eu pude senti-los nos nossos beijos.

— Não sei, Gaara... Onde quer chegar com essa pergunta? — questionei, ele queria que começássemos a namorar?

— Você sabe, Hinata... Aquela coisa que todos os casais que se gostam tem... — respondeu, um pouco envergonhado.

— Namoro? — perguntei, dando um sorriso bobo.

— Sim — respondeu rapidamente e eu corei. — Hinata, você quer namorar comigo? Sei que isso é rápido demais, mas nos conhecemos fazem quase 3 anos, apesar de nunca termos parado pra conversar, já sentia algo por você desde que... te vi — perguntou e se completou, Gaara estava todo vermelho e seu olhar estava dividido entre fitar o chão e os meus olhos.

Estava vermelha também, e com vergonha, meu coração se acelerou novamente.

— Claro que aceito, Gaara! — respondi rapidamente, como me disseram antes, viva a vida sem arrependimentos, nunca se sabe o que poderia dar esse namoro, mas tenho a certeza de que se eu não aceitasse, me arrependeria depois.

Gaara sorriu, e pela primeira vez na vida, tomei a liberdade de beijá-lo, puxei-o para perto de mim e o envolvi em um beijo completamente apaixonante.

Afinal, aquilo estava se comparando melhor do que apenas 7 minutos no paraíso.