História 7 Tons de Amor - Anzook

 O despertador em cima do criado mudo tocava pela quinta vez, bati a mão derrubando-o mais uma vez no chão. Era o 3 despertador que eu comprava naquele mês. Abri os olhos sem a menor vontade de levantar, peguei meu Iphone que estava em baixo do travesseiro – como sempre -, o relógio marcava 10:00 da manhã. Me levantei tropeçando em tudo que havia pela frente. Peguei uma toalha que estava jogada em cima da poltrona e entrei no banheiro. Abri o chuveiro calmamente e me despi. Por um momento esqueci todos os problemas que me atordoavam durante a semana. Depois de um banho longo e demorado, sai do banheiro e me sequei. Ainda enrolada na toalha abri as persianas e logo em seguida a porta que dava acesso a sacada do meu quarto. Suspirei pesadamente e logo sorri. Dia radiante, manhã ensolarada, uma temperatura suportável e o céu azul celeste sem nuvens alguma. A grande São Paulo era agitada tinha transito, muitas pessoas, mais foi neste lugar que minha vida realmente começou a fazer sentido e pude me livrar das lembranças terríveis que me perseguiam há alguns anos atrás.

 Me virei para o armário e logo o abri, e escolhi uma roupa, retirei do armário uma calça jeans clara, uma blusinha branca com detalhes em dourado na frente, e nos pés calcei uma sapatilha vermelha. Me olhei no espelho frustrada. Maldito cabelo que simplesmente não me obedece. Minhas tentativas de ajeitar aquela juba foram interrompidas por leves batidas na porta. Me virei e segui em direção a porta, abri lentamente e dei de cara com meu pai.

 Fernando: Ai que susto! – ele zombou. -

Giovana: Bom dia pra você também pai. – dei de ombros. –

Fernando: Bom dia princesa. – ele beijou suavemente minha testa. – vim te pedir um favor!

 Giovana: Pode falar.

 Fernando: Preciso que você passe na Anzook agora na parte da manhã para poder entregar ao Fábio o dinheiro das compras das bebidas e das outras coisas.

 Anzook era a uma casa de show na Villa Olímpia que meus pais eram donos, já se faziam 4 anos que ela existia, fazendo com que a casa se tornasse cada vez mais famosa. O ramo de empreendedorismo do meu pai se resumia em musica e eventos sertanejos, com muito esforço e ajuda da minha mãe, meu pai hoje comanda uma das maiores empresas de Produções Artísticas e Musicais do Brasil, que tem seu nome reconhecido em vários cantos do pais, devido a isso me formei em produções e eventos com o intuito de tocar a empresa assim que necessário.

 Giovana: a mãe não pode ir não?

 Fernando: Sua mãe esta em seu momento de beleza – ele riu. -, ela saiu cedo pra encontrar com algumas amigas hoje no Shopping.

 Giovana: Pra variar.- revirei os olhos. – Mais enfim, eu vou pro senhor lá... só vou buscar a Tathi na casa dela e depois eu vou.

 Fernando: Tudo bem. – ele se virou e saiu. – Há antes que eu me esqueça, você já viu algum apartamento ou casa lá em Londrina?

 Giovana: Andei pesquisando umas coisas mais não achei nada legal pai, essa semana eu vejo sem falta!

 Fernando: Ok, eu to indo lá pro escritório, sua avó chegou e esta lá em baixo, pra variar já esta limpando a casa. – ele sorriu e fechou a porta. -

Essas ultimas semanas estavam sendo uma correria danada, inauguração da filial da Anzook em Londrina, e mais a minha mudança pra lá. Terminei de me arrumar peguei minha bolsa e meu celular e desci para a cozinha.

 Minha avó estava tirando a mesa do café da manhã quando passei pela porta da cozinha. Ela me olhou com um sorriso de orelha a orelha.

 Giovana: Bom dia Dona Lucia, já arrumando a casa? – me sentei no balcão da cozinha. -

Lucia: O minha linda, mais é claro, tenho que começar cedo, acabei de fazer essa vitamina, vou colocar em um copo para você.

 Giovana: Ta bom! – peguei o copo de sua mão. -

Lucia: Seu pai me contou que você vai se mudar para Londrina, já arrumou lugar para ficar?

 Giovana: Andei vendo alguns apartamentos, mais não achei nada do que eu queria.

 Lucia: Você vai morar sozinha?

 Giovana: Não, a Tathi vai ir comigo, fiz um proposta pra ela já que desde que a gente se formou ela não arrumou emprego. – revirei os olhos. -

Lucia: A sim, ela é uma ótima companhia para você. Mais vitamina?

 Giovana: Não, obrigada vó – coloquei o copo ao lado da pia. – Eu vou indo porque tenho que pegar a Tathi na casa dela ainda.

 Lucia: Ta bem, você vai almoçar em casa?

 Giovana: Provavelmente não vózinha, eu vou comer alguma coisa no Shopping com a Tathi... – Beijei seu rosto- Vou indo, beijos! – peguei as chaves do carro e sai. -

Lucia: Vai com Deus!

 Giovana: Amém. – gritei ao fechar a porta da sala. –

Minha avó era do tipo de mulher super dependente, uma mulher que aos 29 anos perdeu seu marido em um acidente de trabalho, ela praticamente criou 3 homens sozinha a vida toda. Depois da morte do meu avô ela não quis saber de outro homem além de seus filhos. Hoje ela mora sozinha em um apartamento que os filhos pagam pra ela, praticamente todos os dias ela vem em casa nos ver, e como sempre quer arrumar tudo, coisa que meu pai odeia (risos).

 Ao som de Israel Novaes fiz o percurso até o apartamento da Tathi.

 Me peguei sorrindo ao lembrar da noite passada, costumava a me controlar quando se tratava desse tipo gente, mas sou de carne e osso e confesso que algumas vezes tenho que abrir uma exceção. Sexta-Feira a noite, balada com as amigas, muita tequila e curtição, depois de tanto a Tathi insistir e me jogar na cara que eu iria morrer sozinha acabei deixar rolar entre eu e o Israel, ele literalmente não fazia meu tipo, ele era do tipo que adorava ser idolatrado pelas pessoas, se achava o galã de cinema, mais na real ele não chegava nem aos pés de um Ian Somerhalder. Enfim acabei ficando e rolando algo há mais, sinceramente até que ele não deixou a desejar. Confesso.

 Virei a esquina do condomínio aonde ela morava e logo disquei o numero dela.

 Giovana: Desce Loira!

 Tathi: To descendo. – desligou. -

Só pela voz seu bom humor estava em falta.

 Mesmo com os suas mudanças de humor repentina eu amava a Tathi mais que tudo, somos amigas desde os 5 anos e hoje eu a considero como minha irmã, sempre extrovertida e bagunceira, com ela não existe tempo ruim. Tenho muito que agradecer por ter uma pessoa na qual sempre me ajudou e sempre se manteve forte do meu lado quando senti meu mundo desabar. Sempre dizemos que só não nascemos irmãs de sangue porque nenhuma mãe nos agüentaria juntas.

 Emburrada ela entrou no carro, e ficou em silencio.

 Giovana: Ressaca na certa?

 Tathi: Toda vida. – ela riu. -

Liguei o carro e seguimos para a Anzook encontrar com o Fábio. Fomos conversando praticamente caminho todo.

 Chegamos na Anzook e logo estacionei o carro no estacionamento privado.

 Entramos pela porta de trás e fomos direto para o escritório aonde a equipe trabalha.

 Fabio: Giovana! – ele dizia surpreso. -

Giovana: Oi Fabio.

 Ele nos cumprimentou com um beijo no rosto.

 Giovana: Vim trazer o dinheiro pras compras que meu pai pediu. – entreguei o envelope a ele. -

Fabio: ah sim! Obrigada!

 Giovana: Quem vai cantar hoje?

 Fabio: Fábio e Rafael...

 Giovana: Ah que legal, faz tempo que eu não vejo eles.

 Fabio: Faz tempo que eles não vem aqui mesmo... Ah antes que eu me esqueça a produtora do Luan Santana ligou agora pouco reservando 10 pulseiras para o camarote, ele vai vir aqui hoje.

 Giovana: Grande coisa – soltei uma risada. – esses cantores... – suspirei com deboche -

o papo ta bom mas eu vou indo, até mais tarde Fábio.

 Fabio: Até mais tarde então!

 Saímos da Anzook e fomos dar uma volta no Shopping pra almoçar e comprar algumas coisas

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