Quando Bruna entrou em casa ela mal falou comigo ou Henrique foi diretamente para o quarto. Bateu a porta e ficou lá por cerca de duas horas. Depois sai de banho tomado, mas ainda assim parecia chateada.
- Eu vou para o meu quarto? – Henrique sussurrou e eu neguei.
- Ela só está chateada. – Dei uma piscadela e fui até Bruna. Meu pé doía bastante, então eu evitei pisar no chão. – Você quer almoçar, meu amor? – A abracei por trás.
- Eu perdi a fome. – Soltou um suspiro.
- Nem uma sobremesa? – Ela negou. – Tem certeza?
- Tudo bem, eu aceito pudim ou pavê.
- Acho que está faltando alguns ingredientes. – Fui até a geladeira. – Na verdade tenho que ir fazer compras...
- O que houve com seu pé? – Bruna andou até mim.
- Ah... eu me machuquei mais cedo.
- Por que não me disse nada? Senta ai para eu dar uma olhada.
- Você já estava chateada com as coisas que aconteceram, então resolvi não falar. – Me sentei.
- Esse corte parece fundo, vamos ao hospital.
- Não precisa disso.
- Claro que precisa, acho que você vai levar uns dois pontos ai.
- Já parou de sangrar...
- Júlia, temos que ver isso.
- Bruna, eu já disse que está tudo bem, só que por alguns dias vou ter que repousar um pouco mais.
- Claro que vai repousar um pouco mais. – Bruna saiu da cozinha, depois voltou. – Vou pedir para o Henrique comprar algo para comermos, tudo bem?
- Tudo bem. – Bruna foi a sala e depois voltou.
- Vou de bike, então não vou demorar. – Ele saiu correndo de casa.
- Por que ela está meio estranho? – Bruna perguntou.
- Tivemos uma manhã estranha. Foram uma séries de acontecimentos bizarros.
- Quer me dizer quais?
- Primeiro quando entrei no quarto dele, foi uma cena uma cena chocante. – Coloquei as mãos no rosto. – Ele estava se masturbando... meu menininho. – Bruna começou a cair na gargalhada.
- Adoraria ter visto essa cena.
- Ele também viu o brinquedinho que usamos ontem.
- O quê? – Bruna falou mais alto.
- É, viu na sua parte do guarda-roupa.
- E o que ele falou? – Bruna voltou a rir.
- Nada, apenas ficou pálido.
- Tadinho, mas também não é para tanto, é apenas um pênis verde. – Bruna começou a gargalhar. – Se ele soubesse a história por trás dele.
- Nem começa.
- Olha esse brilha no escuro, eu gostaria de experimentar. – Bruna fez uma imitação tosca da minha voz.
- Você é uma pessoa terrível. – Bruna me abraçou e me beijou.
- Eu te amo. – Aquilo acabou me fazendo rir. – Eu fico muito feliz por você estar tão desinibida.
- Eu também te amo, meu amor. – Puxei seu rosto e beijei seus lábios. – Eu não quero acabar com nosso momento, mas temos que conversar sobre o que aconteceu.
- Queria conversar quando formos dormir, porque eu quero tomar algumas decisões com você.
- Tudo bem, apenas me prometa que vai esquecer esse assunto enquanto estivermos aproveitando o dia?
- E o que e ganho com isso?
- Muito carinhos, amor e beijinhos.
- Que assunto? Sobre o que estamos falando?
- Boba. – Lhe deu um longo selinho.
Passamos a tarde inteira assistindo filmes e nos divertindo, chegamos até a jogar vídeo game com Henrique, na verdade só Bruna jogou, afinal eu não sou muito boa nisso. Depois do almoço, Henrique disse que iria para o quarto fazer algumas lições de casa, quando ele virou as costas, Bruna ficou levantando as sobrancelhas para mim, de maneira sugestiva. Eu apenas revirei os olhos e fui lavar a louça. Ela rapidamente levantou para secar e ficou rindo.
- Eu odeio quando faz isso. – Resmunguei.
- Eu não fiz nada. – Bruna se fez de desentendida.
- Você é uma péssima madrasta.
- Até parece, mas agora falando sério, precisamos conversar com ele sobre sexo e apresentar camisinha.
- O Carlos já fez isso.
- Por isso mesmo precisamos falar com ele, imagino como deve ter sido traumático para ele conversar de sexo com o pai. Carlos nem sabia onde ficava o clitóris, sempre que ele tentava fazer algo eu só conseguia pensar na voz do Faustão dizendo “Erroouuuu”. – Eu acabei rindo daquilo.
- Bruna você não existe. Preciso comprar camisinha e dar para ele.
- Eu tenho na minha bolsa. – Eu acabei largando a panela e fazendo barulho. – Não, não, é antiga. – Franzi o cenho.
- Por que diabos você tem camisinha na sua bolsa?
- É antiga amor.
- Antiga?
- Sim, antiga.
- E por que ainda tem?
- Eu só esqueci de tirar as coisas dela.
- Bruna, Bruna, espero que a senhorita não esteja aprontando.
- Eu nunca faria nada para acabar com o que nós temos. – Ela me abraçou e começou a beijar meu pescoço.
- Eu espero mesmo.
- Vou dar todas ao Henrique.
- Todas? Quantas tem?
- Só algumas.
- Tudo bem. – Resmunguei.
Depois de lavar a louça, fomos conversar com Henrique, que simplesmente ficou calado e super vermelho, apenas balançava a cabeça concordando. Bruna tinha bastante camisinhas e cada uma delas servia para alguma coisa, ela fez questão de explicar como elas funcionavam e que sensações davam, depois da terceira, eu apenas recolhi as outras e sai com ela do quarto, porque Henrique já tinha cruzado para esconder o volume na calça..
- Você comprou a fábrica de camisinhas?
- Eu só sou uma mulher precavida. – A encarei profundamente. – Era precavida... – Ela se corrigiu. – Vamos esquecer esse assunto e vamos falar sobre o que realmente importa agora.
- Claro, vamos esquecer o fato de que minha parceira tem um monte de camisinhas, que causam diversas sensações e de diferentes sabores, sendo que eu não tenho um pênis.
- Amor, isso é bobagem, se eu usasse não teria tantas, certo?
- Certo. – Murmurei.
- Agora vamos conversar sobre o que aconteceu pela manhã. – Me sentei na cama, Bruna sentou de frente para mim.
- O que exatamente ele falou? – Bruna permaneceu calada por um longo tempo, parecia pensativa e muito preocupada aquilo estava me deixando um pouco nervosa. – Bruna, você não precisa ter medo, pode me falar.
- O Carlos é um porco Júlia, tudo que ele me falou... ele te expos de uma maneira surreal. Todos que estavam no estacionamento puderam ouvir e minha vontade era de dar um soco na cara dele, mas eu me segurei. Ele ficou falando as coisas que fazia com você e eu sei que ele queria que me descontrolasse, mas quando viu que não deu certo, ele partiu para uma tática típica de homem que é um merda e não é feliz e quer arrastar a ex mulher para essa infelicidade.
- Ele disse que vai tentar me fazer voltar com ele? – Bruna concordou.
- E... ele disse que... se você não voltar para ele, que você não vai ficar com mais ninguém, porque ele vai te matar. – Senti meu corpo inteiro se arrepiar e por mais que fosse apenas uma ameaça, eu senti medo, porque eu sabia que Carlos era capaz de cumprir.
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