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História A angústia de Reuel - O Ritual da Árvore Sagrada


Escrita por: MelianDoriath

Notas do Autor


Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem. Os Diálogos em sua maioria estão misturados aos diálogos do Jogo, para que haja coesão entre as duas Histórias.

Capítulo 7 - O Ritual da Árvore Sagrada


O dia do ritual da Árvore Sagrada finalmente chegou. Reuel acorda se lembrando da noite anterior e sente uma sensação estranha. Ao contrário da noite anterior, o sentimento de agora é de luto, dor e saudade. 

- O que espera por mim no dia de hoje? Que sensação estranha é essa? 

Determinado a descobrir uma outra forma de quebrar a maldição que aflige a dama sagrada, o sumo sacerdote segue para a Biblioteca mais uma vez. Lá ele encontra um livro empoeirado e esquecido de tempos antigos. Ao folheá-lo percebe que uma folha seca cai de uma de suas páginas, páginas essas que informa algo de extrema importância. 

- Então é isso… através da luz emanada da Árvore Sagrada, a maldição de Glaurung pode ser desfeita. Mas existe um preço a se pagar, um sacrifício deverá ser feito e o portador da maldição deverá escolher entre a vida e a morte. 

Confuso, Reuel lê e relê o trecho escrito no livro e se questiona. 

- Escolha entre a vida e a morte… Mas como isso seria possível já que o portador da maldição já está fadado à morte?

Logo mais abaixo a uma nota peculiar. 

- “A provação do escolhido será determinante para que a maldição seja quebrada. Somente se o escolhido optar pela confiança a maldição será quebrada”

- Provação… uma provação? optar pela confiança? 

Reuel marca a página com uma nova folha e guarda o livro em um local apropriado. Se levanta e parte em direção aos seus aposentos para se preparar para o ritual. Em seus aposentos, o Sumo Sacerdote se prepara para o ritual cercado de incertezas, quando recebe Emílio.

- Ah, pelo visto vossa eminência já está de pé. Seria curioso lhe acordar também... 

- Bom… dia Emílio? Do que você se refere? 

- Acabo de vir dos aposentos da Jovem Olga e ela ainda dormia um sono tão doce e profundo. Acredito que o Batismo tenha feito algo de bom para ela. Ela até rolou da cama. Diz Emílio abocanhando uma fruta da mesa de Desjejum de Reuel. 

- Jovem capitão, vejo que hoje está particularmente em alerta. Sugiro focar esse alerta em situações realmente agravantes, diga-me, você encontrou a Elfa das trevas que nos visitou esses dias? 

- Sobre esse assunto, vossa eminência… 

De repente Emílio de Alegre e zombeteiro se torna sério e atento. se aproxima de Reuel e diz: 

- Estamos investigando a invasão de elfos das trevas a Viera Oeste e não queria deixar seu coração inquieto, mas tenho provas de que alguém acessou os aposentos dos nossos Ilustres visitantes. Com qual objetivo, ainda não sabemos, nem sabemos se tiveram contato com a dama sagrada ou com o Cardeal. 

Reuel olha para Emílio alarmado e pergunta: 

- Poderia a vida deles estar em perigo? 

- Não creio meu senhor, intensifiquei a guarda no perímetro, mas me intriga o fato deles terem adentrado os cômodos, qual seria o objetivo? 

- Não temos tempo para conjecturar, porém após o ritual, reuniremos a guarda para traçarmos uma investigação. 

- Como desejar meu senhor. Não irei mais incomodá-lo, tenho uma missão antes do ritual. Até mais. 

Reuel desce as escadas de seus aposentos orando aos deuses para que tudo ocorra de acordo com a vontade deles e observando mais atrás o Cardeal acena informando que os aguardava. Não demora muito e Olga desce em seu traje destinado ao ritual, um belo vestido esvoaçante, o adorno em seus cabelos soltos deixa a jovem donzela ainda mais divinal. Seu coração palpita no momento em que eles se voltam para a sua direção, apesar de Olga estar de cabeça baixa e não encarar seu olhar. 

Ao se aproximarem Reuel em silêncio os cumprimenta e ambos partem para o local do ritual. O melodioso som de uma harpa os conduz até uma praça espaçosa onde é possível ver a Árvore Sagrada. O Sumo Sacerdote os Conduz em suas vestes brancas com um adorno dourado sob seus longos cabelos negros. Sério e determinado em seguir à risca o ritual. Logo eles chegam ao encontro da rainha Bethrynna e com uma reverência Reuel se afasta dos Convidados seguindo para sua posição conforme foi orientado.

- Nos encontramos novamente, jovens.

- Vossa Majestade. Saúda o Cardeal em uma reverencia. Nesse momento, Olga se prostra e também faz uma reverência respeitosa à rainha.

- Olga, minha criança, venha para debaixo da árvore sagrada. O Deus da Luz cantará sua vontade para você. 

- Sim, Majestade.

Olga se levanta e diante da multidão caminha solenemente até a Árvore Sagrada, se ajoelhando novamente em reverência. Reuel observa atentamente o ritual quando uma brisa sopra e provoca o farfalhar das folhas. Uma voz etérea e sobrenatural ressoa em seus ouvidos deixando-o atordoado. 

- “As sombras cobriram o mundo e um grande dragão engoliu o Sol.”

Reuel olha ao seu redor tentando observar se mais alguém também ouve o que ele ouve, porém todos estão imóveis e com suas cabeças abaixadas. 

- “A escuridão se chocou com a luz e as chamas incendiaram a terra. Passaram-se cem anos e os incêndios se extinguiram. Sob o Sol, os seres vivos usavam seus dons para mudar o mundo. A raça diligente, não mais ameaçada pelo vento e pela chuva, expandiu seu território e prosperou. Mentes sábias se tornaram orgulhosas e corações gananciosos originaram trevas. Uma aranha negra se esconde dos olhos de um gigante, sai do chão e escala em direção a luz dourada. Finalmente uma noite longa e escura cairá sobre o mundo e a raça desaparecida ressurgirá. Esse é o grito da adversidade e a exibição da vida. A Rocha que vinha rolando durante cem anos agora parou. Um novo caminho emergirá em breve. O ser, agora perdido no nevoeiro, será guiado adiante pelas escolhas do destino. Há inúmeras possibilidades: Morte ou renascimento…”

Um grande Clarão de Luz invade o local e subitamente desaparece, o sumo sacerdote, perplexo olha em direção a árvore como quem espera por mais respostas. Nesse momento Bethrynna auxilia Olga a se levantar. Olga parece confusa e assustada. Bethrynna estende uma mão e a outra repousa em cima da cabeça de Olga e diz: 

- O destino vai guiar seu caminho minha filha, não se preocupe, rezarei por você.

- Obrigada, majestade.

Olga acena com a cabeça e se afasta dando continuidade ao ritual. Reuel leva seu olhar para a rainha e não nota nenhuma alteração em sua expressão. 

- Será que eu tive uma alucinação? Ou o Oráculo falou comigo também? 

Dando continuidade ao ritual o Cardeal se apresenta a frente e, seguindo a tradição, ele e a rainha vão juntos acender o fogo sagrado. De frente para a rainha o Cardeal e Bethrynna entoam orações em conjunto, as chamas que flutuam no ar crescem cada vez mais. Reuel e Olga fitam seus olhos para a árvore sagrada em busca de mais respostas quando de repente. Uma aclamação irrompe da multidão enquanto o fogo flutua para a bacia sagrada. A chama sagrada foi acesa oficialmente. Nesse momento ocorre uma forte explosão e um clarão ofusca os olhos de todos os presentes. Abalado, Reuel olha na direção de onde veio a explosão. Uma sombra escura passa e imediatamente a árvore Sagrada Murcha. O céu, que outrora estava limpo, se cobre com nuvens negras. A escuridão cai. O verde, coberto por sombras, morre em um instante. A árvore Sagrada foi destruída. 

O caos irrompe ao redor, choros e gritos em diferentes vozes confundem ainda mais a cabeça de Reuel. Ele olha em direção a Olga e vê que Emílio está a resgatando, nesse momento ele segue em direção a Rainha e ao Cardeal. 

- Vossa Majestade! Não está segura, venha comigo vamos!

- Reuel, a profecia, a profecia está se cumprindo.

Reuel toma a rainha nos braços e pede ao Cardeal que os acompanhe. Atônito o Cardeal empunha uma pequena adaga e segue cobrindo a guarda de Reuel que carrega a rainha até seu santuário. Reuel procura aflito por Olga e Emílio mas não os encontra, olha para a rainha que neste momento encontra-se desacordada, se vira para o Cardeal e diz: 

- Vossa excelência, seguiremos até o santuário da rainha e assim que chegarmos lá, pedirei a vossa excelência que proteja a rainha até que eu encontre a Dama Sagrada e a coloque em segurança. 

- Mas vossa Eminência eu.. 

- É crucial que eu proteja você e a dama sagrada, por favor, siga minhas ordens, prometo não os abandonar. A guarda já está em alerta e nada acontecerá enquanto estiver cuidando da rainha. 

- Certo, vossa eminência. 

Ao chegarem no Santuário, Reuel é recepcionado por Guardas reais e logo são levados em segurança aos aposentos da Rainha. Bethrynna acorda e exausta chama Reuel: 

- Salve a dama sagrada, só você poderá salvá-la. 

- Minha senhora a árvore… foi destruída…

- A provação começará agora… Salve a dama sagrada.

Bethrynna cai novamente e suas damas de companhia se apressam para cuidar da rainha. O Cardeal impaciente reclama:

- Sumo Sacerdote, é minha missão proteger a dama sagrada, não podem tirar essa missão de minhas mãos. eu preciso ter com Olga.

- Vossa excelência não está em Viera Oeste, ambos estão na terra dos elfos, aqui, suas missões não se equiparam à nossa. Reuel se acalma e abranda a voz, volta-se para o Cardeal e diz:

- Entendo sua preocupação, ela é a mesma que a minha, confie em mim e logo a Dama sagrada estará ao seu lado. 

Assim Reuel parte para fora do Santuário em busca de Emílio e informações sobre Olga e o atentado. O Cardeal, claramente incomodado, fica auxiliando as damas de companhia da Rainha.



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