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História A aposta - Clexa - Embarcando para Paris


Escrita por: NandaHeda

Notas do Autor


Volteiiii

Você é tão perfeita que eu precisaria de uma placa de vídeo GeForce 9500 GT de 1GB para admirar o seu gráfico.



Que é sou nerd mesmo!

Capítulo 64 - Embarcando para Paris


Quatro da tarde.

Check-in feito.

Momento da despedida.

Clarke segura as lágrimas do jeito que dá. Uma ou outra teima em cair e ela as enxuga rapidamente. Já abraçou Raven e Octavia umas quinhentas vezes e parece não ser o suficiente.

Bell, que não é de se emocionar facilmente, está com os olhos marejados e a garganta seca. Ele se aproxima de Clarke e começa a dizer:

— Eu amo você. Sabe disso, não é?

— É claro que sei. – Clarke dá um soquinho de leve no estômago do irmão.

— Não arrume confusões por lá. Fique longe de qualquer um que use cueca, tá bom?

— Pode deixar, Bell.

Os olhos de Clarke percorrem o saguão do aeroporto, desesperados por uma miragem, uma aparição do além. Para sua completa surpresa, Lexa e Lincoln estão bem próximos, recostados numa pilastra.

Lexa está particularmente linda hoje, vestindo calça branca, camiseta cinza e uma camisa xadrez por cima. É impressionante, mas todos os caras que passa por ela, até mesmo algumas mulheres, giram o pescoço de forma sobrenatural para admirá-la. Lexa possui esse poder, essa aura expandida que atrai a atenção sem precisar de qualquer esforço.

— O que essa cretina está fazendo aqui? – Bell brada, irritadiço.

— Por que não vai até lá se despedir? – a mãe de Clarke sugere.

— O quê? Pirou, mãe? – Bell mostra os dentes, doido por uma confusão.

— Concordo com sua mãe. Vá até lá. – o pai de Clarke não é o máximo?

Debaixo das vociferações de Bell, Clarke busca os olhares de Raven e Octavia. Ambas meneiam a cabeça, em concordância.

Clarke respira fundo e toma coragem. Não conseguirá simplesmente ignorar a presença dela e partir. Coloca-se a caminho, mirando as próprias mãos que agora tremem sem controle. Clarke sente como se tivesse sido atirada de um avião, sem para-quedas.

Lincoln as deixa a sós quando Clarke alcança o seu destino.

— Ainda não consegui as provas. – Lexa leva as mãos aos bolsos da calça, fitando o chão.

— As meninas disseram que você está se esforçando muito para isso. – Clarke suspira tristemente. – Lexa, não foi só a gravação, é o todo, você entende?

— Começou tudo errado, eu concordo com você. Mas precisa terminar errado?

Clarke não consegue se segurar. Suas mãos rasgam o ar, tocando o rosto de Lexa, alisando sua pele lisa. A morena fecha os olhos, sentindo a troca de energia entre elas.

Numa ânsia insuportável, as mãos de Lexa saem dos bolsos, envolvendo a cintura dela, puxando-a para si. Num sussurro embargado, ela declara:

— Eu amo você e esperarei para sempre se for preciso.

— Não faça isso. – Clarke fecha os olhos, afundando o rosto no peito dela.

— Diga que tenho uma chance.

— Não posso dizer uma coisa dessas. – ela abre os olhos e a encara. – Não posso lhe dar falsas esperanças.

— Clarke, o que eu preciso fazer? Me diga e eu farei. – Lexa implora, os olhos úmidos.

— Não há nada a ser feito, desculpe.

Nos autofalantes do aeroporto, a chamada para o embarque tem início. Clarke sente um nó se formar na garganta, assim como Lexa.

Ela quer beijá-la, prendê-la, sequestrá-la.

Uma urgência toma conta da garota e, mesmo com os pais e o irmão de Clarke por perto, não consegue se segurar.

Os lábios se encontram em desespero. Lexa escuta quando Bell vocifera um palavrão, mas não se retrai. Clarke se agarra a ela, sem saber se conseguirá soltá-la, deixá-la para trás. Mas ela precisa muito se afastar. E por incrível que pareça, ela consegue.

Ambas arfam, sem ar. Olhos nos olhos. Elas se encaram por um curto período, até que a voz nos autofalantes retorna relembrando sobre o embarque.

— Eu tenho que ir. – Clarke chacoalha a cabeça e se põe a andar antes que desista de vez da viagem. Ao passar por Lincoln, se despede do cara. – Cuide bem dela, tá bom?

— Eu não tenho esse poder, Clarke. – Lincoln a puxa para um abraço. – Boa viagem.

Clarke se despede de todos uma última vez, antes de pegar sua coisas e finalmente entrar na área do embarque internacional. Já estava preparada para ser repreendida pelos pais ou pelo irmão. Contrariando todas as expectativas, nenhum deles se pronuncia com relação ao beijo. Talvez tenham entendido que as coisas são mais complicadas do que aparentam ser.

Clarke não queria, mas olha para trás quando o funcionário do aeroporto lhe devolve a passagem e o passaporte. A imagem é terrível e a garota fraqueja.

Lexa chora compulsivamente e está senda amparada por Lincoln e Octavia. A cena faz o coração de Clarke se estraçalhar dentro do peito. Não. Ela não desistirá da viagem.

Mudar de ares vai lhe fazer bem e ela precisa muito pensar.

Engolindo suas vontades, sufocando todos os sentimento, abafando a voz interna que grita para que ela fique, Clarke junta os cacos e caminha mais do que apressada para bem longe dali.

~~***~~

Lexa está deitada na cama, de bruços, jogada às traças. Lincoln e Octavia tentam confortá-la da melhor maneira que conseguem, mas nada parece surtir efeito.

No chão do quarto, um envelope está aberto e seis mil reais em dinheiro saltam para fora. Clarke pediu que o pagamento da aposta fosse entregue quando ela não estivesse mais no Brasil.

O celular de Lexa toca no bolso traseiro da calça de forma insistente. Lincoln o puxa para fora, já que a amiga parece estar em outro mundo no momento. A foto de Rei, fazendo o símbolo de paz e amor, aparece no visor.

— Caraca, é o Rei! – Lincoln dá um pulo e Lexa se remexe na cama, finalmente dando sinal de vida.

— Atende logo! – Octavia arregala os olhos, incentivando.

— Rei? É o Lincoln, man!

— E aí, Lincoln, grande brother! Como estão as coisas?

— Depende, meu camarada. Diga que tem algo quente para Lexa. – Lincoln se senta na cadeira, colocando o celular no viva voz.

— Estamos com uma janela de uma hora e meia. Minha mãe levou o idiota do meu irmão para o psicólogo. Só tem um problema, brow.

— O que é, Rei? – Lincoln pergunta, atento à resposta.

— Essa merda desse computador pede uma senha. – Rei suspira. – O que eu devo fazer?

— Deixe comigo, meu camaradinha! – Lincoln joga o celular para Octavia, que o pega no ar. – Vou acessar remotamente e quebrar a senha.

— Consegue fazer isso? – Lexa levanta-se da cama e olha por cima do ombro de Lincoln, para a tela do notebook.

— A pergunta correta é: Lincoln, o que você não consegue fazer? – o cara adora se gabar. – Rei, fique na linha, beleza?

— Estarei aqui, brow.

~~***~~

A viagem já dura seis horas. Clarke não consegue se concentrar em nada e resolve tentar dormir um pouco. Não. Dormir não resolverá nada.

Ela se remexe, recoloca os fones e zapeia a tela à sua frente. Já viu boa parte dos filmes disponíveis e não está a fim de nenhuma das comédias românticas apresentadas. Acaba optando por um filme de terror, que não passou nos cinemas do Brasil.

O gosto de Lexa ainda grita em suas papilas.

Clarke toca os lábios com o indicador, fechando as pálpebras por alguns segundos. Não será nada fácil ficar longe dela.

E se ela não tivesse ouvido o tal diálogo?

Teria perdoado Lexa? A garota começa a fazer essas e outras perguntas para si mesma. A resposta? Bem, ela tem a resposta na ponta da língua.

Sim, Clarke teria perdoado Lexa.

Mas aquela gravação bagunçou tudo em sua cabeça. Seu ego, com sérios problemas de inferioridade, não consegue lidar com o fato de Lexa estar envolvida no caso Centro de Arborismo. Clarke não sabe se acredita ou não na inocência dela. Talvez ela acredite, querendo desacreditar. E vice-versa.

Clarke se pega sorrindo ao relembrar o jogo de tênis. O primeiro beijo foi tão avassalador que compensou quase tudo. E o beijo roubado no dia da Caça ao Tesouro? Ao se lembrar da cara de Lexa quando ela acionou o sinalizador, Clarke sufoca uma gargalhada. Na gruta, a garota já tinha quase certeza de seus sentimentos. Mas a ficha realmente caiu pouco antes da Lexa se declarar. Infelizmente a viagem terminou daquela forma, com Clarke sendo humilhada para toda uma vida.

As pálpebras dela finalmente começam a pesar. Vai fechando os olhos vagarosamente e o sono a carrega, para um sonho mais do que perfeito.

~~***~~

Lincoln digita com os dez dedos de forma frenética. O corpo do cara parece ter sido invadido por uma força demoníaca. Os olhos negros do pirata estão cravados na tela e Octavia e Lexa tentam acompanhar o raciocínio dele.

Lexa não manja bulhufas de computador. Já Raven entende praticamente tudo o que Lincoln está fazendo uma pena ela não estar aqui no momento.

— É um programa para quebrar senhas. – Ele explica para Lexa. – O problema é que demora um pouquinho.

— E então conseguiremos acessar os arquivos do Bola? – Lexa conjectura, num tom derrotista.

— Torça para que ele não tenha uma segunda senha.

Vinte e oito minutos e dois segundos depois, Lincoln dá o grito da vitória. Ele está dentro do computador de Bola.

— O computador está liberado por aqui. – Rei anuncia.

— Certo, estamos procurando arquivos de áudio. – Lincoln narra enquanto digita. – Vamos lá, se mostrem para o papai aqui.

— Devo fazer alguma coisa? – Rei pergunta.

— Não, man. Apenas vigie. – Lincoln vai abrindo pastas e mais pastas de arquivos.

— E se não encontrarmos nada? – Lexa despenca na cama, abatida. – E se não tiver sido o Bola?

— Quem poderia ter sido? Não conheço mais ninguém além do Lincoln e Raven que conseguiria entrar no sistema do colégio. – Octavia se senta ao lado de Lexa. – Foi ele, tenho certeza.

— Galera, isso está demorando demais. – Rei começa a ficar tenso. – Por acaso o Bola vai saber que invadimos o sistema dele?

— Está falando com o maior pirata de todos os tempos, meu camarada. Acha mesmo que eu deixaria pistas? – Lincoln solta uma risada incrédula. – Estou apagando minhas pegadas conforme passo, man.

— E se nem assim a Clarke quiser me ouvir?

— Nem pense nisso! –Octavia tem vontade de dar uns tapas em Lexa.

— Aqui! Achei! – Lincoln comemora, lançando uma risada maquiavélica a seguir.

— Abra logo! – Octavia chacoalha os ombros dele.

— Deixe eu copiar primeiro. – na pasta com o nome “vingançaCos”, Lincoln descobre vários arquivos de áudio.

— Droga, galera, eles chegaram! – Rei entra em pânico. – O que eu faço, brow?

— Calma, Rei. Estou terminando de copiar. – Lincoln dá um tapa no monitor. – Anda logo com isso!

Octavia rói as unhas. Lexa arranha o violão.

Lincoln se ajoelha na cadeira. Rei, do outro lado da linha, morde o fio do mouse.

— Pronto! – Lincoln volta a digitar, apagando o seu acesso do sistema de Bola. – Desligue o computador, Rei.

— Ok, feito. – quando Rei diz isso, Bola entra no quarto. Octavia, Lincoln e Lexa mergulham num silêncio sepulcral.

— O que está fazendo no meu quarto? – o tom de Bola é amargurado.

— Meu computador pifou e vim tentar usar o seu. Mas essa merda tem senha, não é? – Rei se levanta, pegando o celular. – Como foi no psicólogo?

— Por que isso interessa? Você não me suporta.

— Não pode deixar aquela Kibi arrasar com você desse jeito. – Rei tenta motivar o irmão.

— Não fale assim dela! – Bola brada.

— Tudo bem. Não está mais aqui quem falou.

Lexa e Rei conversam pelo celular, agora de maneira privada. Lincoln está abrindo os arquivos, um a um, com Octavia no seu cangote.

— Você é o melhor, Mozão. – a garota lhe dá um beijo no canto da boca.

— Obrigado, bebê. Eu sou foda!

— E então? – Lexa finalmente desliga com Rei. – Tudo aí, Cabeça?

— Tudo aqui. São vários arquivos de áudio, provavelmente de conversas que a Kibi gravou. Prontos para ouvir? – Lincoln sustenta o indicador sobre a tecla, aguardando.

— Pode reproduzir. – Lexa autoriza.

 


Notas Finais


Ahhh... Ela foi e agora Lexinha!!


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