Uma hora antes
Hermione estava a espera de Gui na frente do hospital agarrada ao seu livro como se sua vida dependesse disso, enquanto tentava em vão, lutar contra algumas lágrimas que insistiam em cair .
Gui parou a moto em frente ao hospital, e entrou pelo portão de ferro. Não muito a frente estava a castanha de cabeça baixa, seu coração apertou de ver aquela cena. Apressou o passo, quando estava quase alcançando a castanha, ela ergueu a cabeça e reconheceu os cabelos ruivo. Se jogou nos braços fortes do mais velho e não conseguiu mais parar as lágrimas que agora vinham mais fortes.
O ruivo acariciava ora o cabelo, ora as costas enquanto dizia palavras doces e de acolhimento. Seu coração doía de ver a castanha assim. Quando ela conseguiu se acalmar, contou a Gui o motivo daquele desespero e medo todo.
O Weasley conseguia entender toda aquela comoção, e naquele momento viu Hermione como realmente era. Uma mulher forte. Ele acompanhava o caso da mãe dela desde a descoberta e sabia que sempre Hermione tentava se manter forte, durona e positiva. Nunca demonstrava seus temores para não assustar a mãe e a deixar ainda mais ansiosa.
Sabia que naquele dia, Hermione tinha finalmente entendido o que o médico havia confidenciando a ela alguns meses atrás . O caso da mãe dela não teria mais cura, todos os procedimentos era paleativos e maneiras de prolongar a vida de sua mãe. O doutor havia falado que a medida que novos focos surgissem menos tempo sua mãe teria. Ele fora realista com a garota. Naquele dia Hermione chorou no colo do ruivo, foi a única vez em anos de tratamento que ele viu ela chorar. Pelo menos até hoje.
Ele compreendia que ela não chorava apenas por medo e sim por um sentimento de perda. Afinal naquele dia ela entendeu que a mãe dela estava morrendo aos poucos e que logo não estaria mais com ela. Logo ela deixaria não apenas Hermione, mas sim a deixaria com um pai alcoólatra e violento.
Hermione temia pela desconhecido futuro mas temia ainda mais pela vida de sua mãe.
Gui conversou com ela, até que ela se acalmasse mais. Ele decidiu por leva-la para comer algo, e sabia que nada a animaria mais do que o sanduíche favorito na lanchonete favorita.
--XXX--
- Hermione ? -Draco perguntou confuso, mas na hora que ele viu de quem ela estava acompanhada, sua feição mudou para raiva
- Eu disse que para ele sair na pressa só podia ser mulher. - Crabbe disse fazendo os amigos gargalharam.
Draco levantou e se aproximou devagar de Hermione que ainda estava de costas. Ele estava com raiva, só não sabia de quem estava mais . Se era da castanha que tinha mentido supostamente para ele ou do ruivo que estava "furando" seu olho.
- Achei que sua mãe estava internada Hermione. - disse Draco ácido atrás de Hermione.
A castanha apesar de ter sentido seu corpo reagir a voz e ao cheiro do loiro. Optou por não virar, a voz ácida dele a fez ficar em sinal de alerta . Consequências de um pai violento.
- E está Draco. - respondeu ela .
- Então o que faz aqui? - retrucou ele irritado . Ela nem havia virado para lhe olhar no rosto. - Vi que veio acompanhada. Um encontro talvez?
- Hermionde conseguiu come...- começou Gui que voltava do banheiro , mas foi interrompido quando viu Draco.- Olá Draco.
- Falando do acompanhante..- começou Draco, Gui olhou confuso e revirou os olhos em seguida. Hermione se estressou, girando o banco até estar de frente para o loiro.
- Diga logo o que quer dizer e pare de jogo. Não estou com paciência para isso Draco.- disse ela cruzando os braços em frente ao peito e bufando estressada. Odiava que a acusassem de mentir ou de ter feito algo que realmente não fez.
Draco observou o rosto de Hermione, notou a postura defensiva, o nariz vermelho, os olhos inchados e a feição de cansaço. Se assustou com a imagem fragil da garota.
- Andou chorando?- perguntou ele esquecendo a raiva e dando lugar a preocupação. Se aproximou desnorteado. Sentia como se alguém tivesse lhe dado um tapa na cara sem motivo. - Andou chorando ? Você está bem? Como está sua mãe? - começou a perguntar desesperado enquanto colocava o rosto da castanha entre suas mãos.
- Estou bem, o que dizia ? - perguntou Hermione tentando se livrar das mãos de Draco no seu rosto.
- eu...- ele tentou mais parou, se sentia estúpido. O celular de Hermione apitou, e ela desviou sua atenção do loiro. Ela sorriu levemente e logo se levantou.
- Eu sei o que você pensou Draco . - disse ela com a voz magoada. - Devia saber que não sou assim.
- Me desculpe...- começou ele arrependido mas ela o cortou.
- Tudo bem, não precisa se desculpar.- disse ela pegando a bolsa.' - Vamos ? - se dirigiu a Gui agora.
- Você comeu algo?- perguntou Gui preocupado.
- Perdi a fome, só quero vê-la. - respondeu ela .
- Vou pedir para embrulharem, não pode ficar sem comer.- disse o ruivo e saiu .
- Hermione, me perdoe. Nossa... Eu fui um babaca. Mas é que não entendi quando te vi aqui...- falou ele e logo foi cortado.
- Tudo bem. - ela disse calma enquanto vestia a blusa de frio.- Mas antes de tentar me acusar de algo, me pergunte. Odeio insinuações. E eu só vim jantar e estou voltando para o hospital.
- Vamos? - perguntou Gui quando se aproximava .
- Vamos. - disse Hermione sorrindo levemente para o loiro.
- Não, espere, deixa que eu te levo.- disse o loiro preocupado.
- Não precisa, já estou com o Gui . E além do mais você bebeu. Não deve dirigir. - disse ela enquanto continuava andando.
-Hermione? - chamou ele, fazendo ela virar.
-Sim?
- Nós vemos amanhã? - perguntou esperançoso.
- Claro.- respondeu ela com um leve sorriso.
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