História A Aposta - Imagine Baekhyun (EXO) - Primo Luhan

O vento frio fazia as folhas da árvore balançar, deixando o clima pesado e cheio de mistérios. Virei meu rosto reconhecendo que o lugar se tratava da escola, na árvore que ficava bem atrás das arquibancadas. O toque gélido e cheio de pressa de alguém me fez virar o rosto, relaxando um pouco o corpo ao ver que era Baekhyun. Seus olhos estavam vermelhos e seus cabelos bagunçados, sem contar com sua pulsação rápida, parece até que estava fugindo de algo ou…de alguém.

— Não podemos mais, não podemos.

Me olhou nos olhos segurando meu rosto com suas suas mãos em seguida.

— O que não podemos, garoto estúpido?

— Preciso de você do meu lado, mas ele vai nos impedir.

— Ele quem? Do que está falando?

— Diga que meu beijo te causa algo.

Desci meu olhar para os seus lábios rosados, estavam tão próximos e tão umidecidos.

— Meus lábios te tocam…diga…

— E-eu… já escutei isso antes.

Abri rápido meus olhos, conseguindo soltar todo o ar preso ao perceber que se tratava de um sonho e não mais um momento constrangedor na frente da boca…digo, do rosto do garoto estúpido. Me sentei na cama, ainda tentando entender que rumo esse sonho me levaria e…como esse loiro veio parar nos meus sonhos!

— Eu só posso estar ficando louca. Quer dizer…esse garoto está me enlouquecendo!

Respirei fundo saindo da cama e indo ao meu banheiro, onde fiz minhas necessidades aproveitando para lavar meu rosto e escovar os dentes. Sábado era dia de resumir os conteúdos da escola, corri até meu bloco de notas para anotar minhas metas de hoje.

— Preciso olhar o prazo de incrições e…

Parei de falar ao escutar uma voz masculina alta. Bati forte o bloco de notas na minha escrivaninha, ficando brava ao pensar ser Baekhyun já infernizando meu lindo sábado com sua risada irritando e…eca, não consigo esquecer do sonho. Abri á porta do quarto descendo as escadas com braveza.

— Garoto, o que penso que…

Parei de falar ao ver a cabeleira preta sentada no sofá com minha mãe. Abri um sorriso enquanto ele veio até mim, me abraçando apertado ao ponto de me tirar do chão.

— Primo!

— Oi, lindinha. Gostou da surpresa?

— Super! Nossa, não esperava você aqui.

— É, mas estou. E…quero te levar para conhecer um trabalho nas suas férias, sei que tem interesse em Arquitetura.

— Sério?

— Muito sério. Vamos comer, trouxe sopa de brotos para você.

Minha mãe caminhou na nossa frente até a cozinha, me sentei ao lado de meu primo, que me entregou a colher e despejou em minha vasilha a sopa, assim como também fiz o mesmo com ele.

— Veio apenas me visitar? Sua vinda envolve o trabalho?

— Tenho que pegar uns últimos contratos na sede, aproveitei para vir te ver, lindinha.

— Ainda bem, S/n vive lamentando pelos cantos que você trocou ela pelo trabalho.

— Não diga isso, lindinha. 

— Mãe! Como você é fofoqueira!

Bebi um pouco do suco, olhando para ele.

Começamos a falar sobre várias coisas, incluindo minhas notas altas na escola, o que iria garantir minha entrada no ensino superior. Era bom ver os olhos cheios de orgulho de minha mãe e de Lulu, me sentia um tanto que especial. Estava tudo calmo, até Luhan notar as marcas que ainda não sumiram de meu braços. As marcas vermelhas mostravam que alguém havia me feito mal. Entrando no assunto daquela noite… chegamos onde eu menos queria chegar…no loiro Byun.

— Falando em garoto, de que garoto falava enquanto descia as escadas, lindinha?

Travei meus olhos na vasilha em minha frente, sem saber qual reação mostrar na hora. Encostei minha costas no encosto da cadeira, pensando um pouco rápido no que falar, pois sei que Luhan me conhece como ninguém.

— Vai me dizer que ainda fala com o Thomaz.

— O que? Não! Já pedi para não falar sobre ele, Lulu. Eu…achei que fosse o…meu colega da escola quando ouvi sua voz, só isso.

Relembrar Thomaz me deixou brava, esse nome realmente tirou toda a minha felicidade, mesmo que eu tenha enterrado ele, ainda me fere.

— Que colega? Você sabe, tia?

Recebi o olhar de minha mãe, subi e desci os ombros sem me importar.

— Byun Baekhyun.

Levantei a cabeça para encarar Lulu, que pareceu incomodado ao escutar esse nome.

— E…foi ele quem…

— É, foi ele. 

— E por que achou que fosse ele? Por acaso ele anda te visitando?

Revirei os olhos já cansada dessa conversa. Falar sobre o loiro sempre foi chato para mim, mas depois do…depois daquilo tudo, sinto um incômodo e quero fugir do mundo.

— Eles são amigos, Baekhyun sempre vem aqui.

— É mesmo? Gosta dele, lindinha?

— Não.

— E por que ele viria final de semana aqui?

— Eu não sei.

— Tem certeza? Não sente nada por ele?

— Não!

— Por acaso você e ele já…

—Ai meu Deus! Cansei, que saco!

Joguei a colher sobre os hashis que estavam na mesa acusando um barulho alto, corri até às escadas conseguindo entrar no meu quarto a tempo, fechando á porta.

— Você atrapalha tudo, garoto estúpido!

[…]

Larguei os cadernos na mesa, olhando para a janela do meu quarto que estava aberta, fazendo as cortinas voarem. Suspirei, desviando o olhar até o celular e confiscando se não tinha uma ligação perdida. 

Não!

Eu não estou sentindo falta daquele…

— Eu preciso resolver esse conteúdo!

Falei comigo mesma, batucando minha caneta no caderno.

As batidas na porta me atrapalharam, destravei a tranca me encostando na madeira.

— Desculpa…ter sido indelicado com você, lindinha. Você sabe que você é como uma irmã e…eu quero te proteger do mundo.

— Infelizmente isso é impossível, Lulu. Ainda mais pelo fato de ser mulher neste mundo!

Recebi seu abraço confortante, sentindo seu cheirinho que me acalmava, desde que sou pequena, Luhan sempre teve esse cheiro.

— O importante é que você está bem agora e… alguém vingou você. Sua mãe disse que foi o Baekhyun.

— E ele fez o trabalho — insinuou com os braços movimentos de soco com seus pulsos cerrados — naquele miserável?

— Não prestei muita atenção, mas o cara ficou cheio de sangue no rosto, então né.

Suspirei, sorrindo fraco para ele.

Luhan pegou no meu rosto, deixando um beijo em minha testa como sinal de carinho. Ele sempre fazia isso quando queria se desculpar com algo.

— Tenho que agradecer a esse seu amigo por ter lhe ajudado, enquanto eu não estava aqui, lindinha.

— Pode ser segunda na escola e…

— Não, iremos hoje e agora na casa dele. Se troca e desce, estou te esperando.

Saiu sem me deixar protestar. Empurrei á porta, apertando forte meus olhos e encarando minhas meias de pato em meus pés.

Coloquei um vestido no corpo, calçando minhas botas de frio. Puxei meu gorro de cor cinza, acabando por bater em um moletom pesado. Meus olhos bateram na cor forte do casaco, que se tratava da jaqueta de Baekhyun do lacrosse, onde tinha seu nome e seu número… sessenta e sete. Deixei um sorriso escapar ao lembrar de toda a situação que ocorreu.

— Por que está parecendo uma boba olhando para o guarda-roupa?

Tomei um susto acabando por bater forte a porta do guarda-roupa. Continuei olhando para ele clamando para Deus que ele não tenha visto o casaco ali. Me olhei no espelho, enfiando o gorro em minha cabeça sem me importar se estava bonito ou não.

— Posso te fazer uma pergunta, lindinha?

— Acabou de fazer uma.

— Vocês está sentindo algo por esse moleque…digo, colega?

Arregalei os olhos levando minha mão até minha boca, começando a tossir. Meu rosto esquentava enquanto minha garganta coçava, causando a tosse forte. Luhan passava a mão em minhas costas me olhando estranho. Voltei a ficar ereta na cama, disfarçando que a pergunta me deixou desconfortável.

— Que tipo de pergunta é essa? 

— Eu só estava curioso.

— Guarde sua curiosidade para você, e não ouse me fazer essas perguntas novamente, por favor Lulu. 

Levantei-me, caminhando até a saída do quarto, sendo seguida por ele.

Por pirraça, mostrei a língua para ele que acabou rindo de mim. Deixei um beijo no rosto de minha mãe saindo com meu primo, que passou seu braço direito pelos meus ombros, me fazendo cambalear um pouco. Apontei para a rua próxima, passando a pista e chegando no quarteirão da rua onde fica a casa de Baekhyun.

— É aqui que…ele mora.

Luhan subiu e desceu as sobrancelhas, um pouco assustado com a casa luxuosa em que o loiro morava. Apertei no monitor, esperando a luz ficar verde.

— Residência Byun.

— Oi, Lídia. Sou eu, S/n.

— Não acredito nisso! Só um momento.

Sorrio fraco ainda olhando para o interfone. Voltei meus olhos para o moreno que me olhava estranho, ameacei bate-lo erguendo meu braço.

— Para com esse olhar.

— Então você entende meu olhar?

— Seu…

— S/n?

Virei rápido para à porta, sorrindo ao ver Lídia com seu olhar bondoso e um sorriso no rosto. Passei meus braços por ela, dando-lhe um abraço apertado.

— Esse é o meu primo, Luhan.

Recebeu o olhar de Lídia, que logo nos deu passagem para entrar. Me sentei no sofá de cor marfim, colocando uma almofada em meu colo. 

— Ele mora com os pais?

— É…mais ou menos.

Deitei minha cabeça em seu ombro, tendo o carinho de seus dedos em meu rosto.

— Vai ficar muito tempo em Seul?

— Já me quer longe?

— Não é isso, bobo. Só quero aproveitar.

Sorrio ao receber um selar seu em minha testa.

— Nós temos duas semanas, tempo suficiente para você?

— Duas semanas? Muito tempo, vou enjoar dessa sua cara.

Fiz bico, ele riu.

— Nossa, magoou.

— Para de ser dramático.

Dei um peteleco em seu nariz, recebendo o mesmo do moreno. Abri um sorriso para ele, mostrando a língua depois.

— Lee?

Levantei rápido do sofá, me virando na direção da escada conseguindo manter contato com o loiro. Engoli em seco ao ver que ele encarava Luhan, que passou o braço na minha cintura. 

— Oi, garoto estúpido.

— Ainda não acredito que apelidou o garoto, lindinha.

Rir Luhan, alternando seus olhos e entre mim e Baekhyun.

Descendo o restante dos degraus da escada, Baekhyun se aproximou passando pelo sofá e chegando próximo. 

— Quem é esse?

Apontou com a cabeça para Luhan, que continuava com a sua mão em minha cintura.

— Esse é o Lulu…digo, Luhan.

Os dedos do moreno me fizeram coscas, acabei deixando uma risada sair. Baekhyun me olhou nos olhos, parecendo que queria ler meus pensamentos.

— Você foi o garoto que salvou a menina mais importante da minha vida?

Como se Luhan tivesse contado uma piada, Baekhyun deu uma risada, fechando sua cara e erguendo o pulso na direção de Luhan. Arregalei os olhos quando o Luhan foi acertado pelo punho do loiro, cobrindo o local atingido que já escorria sangue.

— Mas…o que vocês fez, seu idiota? Por que bateu nele?

— É por isso que me rejeita? Por causa dele?

— Do que você está falando?

Baekhyun me ignorou voltando a se aproximar de Luhan.

— Não, não chegue mais perto dele.

Me coloquei na frente de Luhan, impedindo o contato do loiro.

— Vai defender seu querido? 

— Baekhyun, você bateu a cabeça?

Luhan me colocou para o lado ficando na frente de Baekhyun.

— Por que meu bateu? Por acaso você trata assim a minha lindinha?

— Não chame ela assim!

Baekhyun avançou em Luhan, fiquei na frente dele.

— Parou! Mais que estupidez está passando por sua cabeça agora? Luhan é meu primo e veio conhecer o garoto que me ajudou naquela noite horrível!

— P-primo? Ele é seu primo?

Concordei, cruzando os braços.

— Oh, cara, me desculpa! Me desculpa mesmo!

Baekhyun se aproximou de Luhan, que o olhava com ódio no olhar. Fui até Luhan olhando seu ferimento próximo a sua boca. Lídia apareceu com algumas coisas que pedi para poder limpar o sangue de Luhan.

— Por que me bateu?

Baekhyun coçou a nuca e fitou o chão.

— Eu achei que você fosse…o… namorado dela.

Olhei para Luhan e começamos a rir juntos. Minha barriga começava a doer de tanto que riamos. Limpei meus olhos que lacrimejavam por conta dos risos.

— Incesto não é com a gente, eca.

Luhan falou e voltamos a gargalhar.

— Certo, já acabou a graça.

Prendi meu lábio entre meus dentes, sorrindo para Baekhyun que fez sua cara de sempre.

— S/n, querida.

Lídia apareceu na sala, olhando para Luhan e logo soltando o ar ao ver que o sangue tinha estancado.

Caminhei na direção da Lídia, mas fui parada por Baekhyun que segurou meu pulso de uma forma delicada.

— Vai me deixar aqui sozinha com ele?

Suspirei, puxando meu braço e seguindo Lídia até a cozinha que colocou sobre o balcão as frutas que comprou.

BAEKHYUN

Quando vi a maneira simpática e…cheia de amor que aquele homem desconhecido por mim tratava Lee, pude sentir meu coração disparar. Seu sorriso para ele era diferente, seu olhar era cheio de… bondade, como se os dois realmente se amassem. Apertei o corrimão da escada, querendo que aquela imagem sumisse de minha frente, aquilo estava me machucando de uma forte que nunca imaginei.

Seus dedos tocavam a cintura de Lee com gentileza, e o pior…ela permitia tudo aquilo, permitia que ele falasse sobre meu apelido besta, ela reagia super bem com tudo que ele fazia.

E se…as suas rejeições fosse porquê ela tinha um namorado…

E esse namorado seria o dono daquelas roupas masculinas…

Sem perceber e pensar antes, ergui meu pulso na direção do cara, acabando por me arrepender ao saber que se tratava apenas do primo da Lee.

Observei o modo engraçado que ela andava enquanto estava com pressa, engoli em seco quando virei a cabeça para frente e o primo dela me encarava.

— Achou mesmo que éramos namorados?

— É que…é difícil Lee ter esse tipo de…olhar para alguém, demorei quase três semanas só para fazê-la sorrir para mim.

Sua risada me fez cerra os olhos.

— Não se sinta mal, S/n pode ser bem fria mesmo, não queria saber o que a minha lindinha já passou.

Balancei a cabeça em confirmação, ainda envergonhado pelo hematoma que deixei em seu rosto.

— Mas…creio que ela já te considere.

Apertei meus dedos ficando mais animado, pois isso seria um grande avanço na minha relação com ela.

— Você acha?

— É, a maneira que o olhar dela mudou quando te viu e… quando perguntei sobre você.

— O olhar dela mudou? Para mim ela me olha com raiva.

Sua risada me fez sorrir também.

— Conheço S/n o suficiente para saber quando ela está mexida com algo. Me responda uma coisa, se eu realmente fosse o namorado dela…por qual razão você teria me batido?

— E-eu…

Desviei o olhar não sabendo bem formular a frase. Apoiei meu cotovelos em minhas coxas, passando minha mão pelo meu rosto.

— Eu só… fiquei assim pois ela…deixava você tocá-la e…eu não sei.

— Você gosta dela, não é?

Suspirei, voltando a escorar minhas costas no sofá.

— Não! Eu não gosto da Lee, eu só…

— Admitir gostar de alguém é difícil, mas depois…vira o melhor sentimento.

Deixei meus olhos sobre ele que me olhava sério, parecia que tentava formular uma frase enquanto me olhava.

— Lee é a pessoa mais importante da minha vida, Baekhyun. Saber que ela passou por algo ruim e eu não pude estar por perto me machucou por inteira, não pude protegê-la pela segunda vez.

— Segunda vez?

— É… assunto pessoal. Mas, muito obrigado cara, você foi muito corajoso e mostrou que se importava com a minha lindinha.

Escutamos passos se aproximando, sorrio involuntariamente sabendo que era a de cabelos castanhos.

— Falavam de minha pessoa?

Se jogou no sofá enquanto mastigava uva, com uma vasilha cheia de morangos e uvas.

— Você é tão exibida.

Reclamei, mostrando a língua para ela que fez o mesmo.

— E você é um babaca.

— Vocês parecem duas crianças. Esse final de semana irei levar S/n e sua mãe para passear, quer ir com a gente Baekhyun?

— Eu…

Fui interrompido por S/n que ficou de costas para mim, falava alguma coisa que não consegui escutar mas pude ver o sorriso engraçado de Luhan.

— Por favor, Lulu.

— S/n, deixa de ser manhosa.

— Eu juro que falo com a Yun sobre você.

Franzi o cenho ao ver a feição de Luhan mudar quando a sua prima falou de sua melhor amiga.

— T-tudo bem, então vamos deixar Baekhyun decidir se quer ir ou não com a gente!

S/n se virou para frente, um pouco brava.

— Isso foi trapaça!

— Vai ir com a gente, Baekhyun?

Arqueei uma sobrancelha olhando para a de cabelos castanhos que mordeu um morango com raiva, olhando para mim. Sorrio de lado, descendo meu olhar até seus lábios avermelhados e molhados, umidecí meus lábios voltando a olhar ela nos olhos.

— Eu adoraria.

-CONTINUA…