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História A aposta. - A corrida de Barco.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Boa tarde!
Boa leitura.

Capítulo 12 - A corrida de Barco.


Fanfic / Fanfiction A aposta. - A corrida de Barco.

          — Eu levo para você — ofereceu-se Draco.

   Potter virou-se, tentando disfarçar o sobressalto, con­trariado porque o som da voz dele fazia seu coração disparar. Draco se aproximou, o olhar azul firme e indecifrável. Harry olhou para ele e, como sempre, não pôde deixar de sorrir. A boca de Draco estava longe de ser perfeita, refletiu ele. Os lábios eram finos demais, e a expressão normalmente séria fazia com que os cantos se curvassem para baixo. Mas Potter sabia do que aquela boca era capaz! E era justa­mente esse o problema, pensou ele. A atração inexplicável que sentia cada vez que estava perto de Malfoy. A única solução seria manter distância, e um lugar como uma fazenda, naquele momento, vinha a calhar.

         — Estou feliz por Theo e Newt — disse Draco. — A ocasião é que não foi propícia, para mim. Theo decidiu ficar mais alguns dias em Dorset, e eu precisaria dele na cor­rida, na próxima semana.

         — Corrida?

       — A corrida de veleiros em Weymont. Começa na segunda-feira e se prolonga até o fim de semana. Não é um campeonato de futebol, mas é divertido. Com uma tripulação adequada, teríamos uma boa chance de ganhar.

         — E agora, o que pretende fazer? Malfoy deu de ombros.

         — Não sei, darei um jeito. Em último caso, irei com um homem a menos. — Ele gesticulou na direção dos balões.

         — É melhor você me dar isso, se quer encontrar uma mesa no Caldeirão Furado.

     Draco segurou os cordões.

        — Quero falar com você, quando voltar do almoço.

        — Não pretendo voltar — Harry apressou-se a dizer.

        — Tenho planos para esta tarde. Preciso fazer pesquisa.

        — Só quero trocar uma idéia com você. Mas podemos conversar numa outra hora, por telefone.

    Harry viu-o afastar-se, esperando sentir a onda de alívio que deveria invadi-lo por ter conseguido se livrar de Draco pelo resto do dia. O único sentimento que o aco­meteu, porém, foi um aperto no coração, um vazio que ele não sabia explicar.

          — Que pena, essa história do barco — sussurrou Luna.

          — Espero que ele encontre alguém — murmurou Harry, distraidamente.

          — Talvez Crew.

          — Será?

         — Ouvi dizer que ele gosta de velejar. E Draco não precisa de uma pessoa muito experiente, seja tem outros ajudantes. Desde que ele arrume alguém com destreza, e que saiba puxar uma corda...

          — Se está insinuando que eu me junte à tripulação, es­queça. Draco não sugeriu, e eu não vou me oferecer.

        — É uma pena, porque, se não por outro motivo, a Se­mana da Corrida é a ocasião perfeita para conhecer candidatos ricos, de ponta a ponta do litoral. Uma oportunidade de ouro, eu diria. Aposto que o solteiro cobiçado não perderia, por nada.

       — O solteiro estará ocupado, aprendendo a cavalgar e a cuidar do gado — retrucou Harry. — Não terá tempo para pensar em corridas de veleiros.

      Luna chamou o elevador.

          — Está bem, desisto. Vamos almoçar?

          — Preciso pegar minha carteira na gaveta. — disse ele, correndo em direção a seu cubículo. — Só um segundo!

     A secretária de Draco, Minerva, uma mulher de meia-idade que ele herdara de Pio, sorriu quando Harry passou.

          — Como vai a busca?

          — Bem — mentiu Potter. — Devo anunciar o noivado em poucos dias.

      — Assim espero! — exclamou Minerva, exultante. —O solteiro cobiçado é o assunto do momento. Em todo lugar, ouço comentários. No clube, no ponto de ônibus, no salão de cabeleireiro... Ele não pode decepcionar o público.

        — E alguma vez ele decepcionou? — Harry tirou o disquete do bolso. — Por falar nisso, pode entregar isto para Malfoy? É a próxima coluna.

          — Claro. — Minerva pegou o disquete com avidez. — Posso dar uma olhada, antes? Estou morrendo de curiosidade para saber o que vai acontecer.

          — Desde que chegue às mãos de dele, tudo bem — con­cordou Harry.

     Depois de pegar a carteira, ele voltou para o corredor, em direção ao hall. Minerva ergueu os dois polegares, quando ele passou.

         — Ah, esqueci de lhe dizer — chamou ela. — Já que estou fazendo a triagem das cartas e telefonemas para a coluna...

       Potter congelou.

          — Triagem? — interrompeu ele. — Eu pensei que os telefonemas e a correspondência viessem para mim.

        — E vão — garantiu Minerva. — A recepcionista só passa por aqui, primeiro, para que eu faça um levantamento in­formal. Você sabe, quantos torcem para que o solteiro encontre alguém rico, quantos querem que ele dê com os burros n'água... Esse tipo de coisa. Até agora, temos seis a um, a favor.

    Potter esforçou-se para controlar o tom de voz.

          — Que ótimo. E quem deu autorização para isso?

         — Malfoy, claro. Ele deve ter esquecido de lhe dizer. De qualquer forma, ele já providenciou para que seja publicada a pergunta, na próxima semana, com o número do telefone ao lado. As segundas-feiras, uma das linhas será destinada exclusivamente a atender esses recados.

           — É mesmo? — murmurou Harry, com dificuldade para aparentar calma.

        — E, sim — continuou Minerva. —Draco tem grandes planos para a sua coluna. Ele quer fazer propaganda em jornais, rádio, afixar cartazes...

    Potter conseguiu esboçar um sorriso, embora a raiva o consumisse, por dentro. Uma longa conversa sobre o assunto teria sido demais para esperar de Draco, mas uma referência, pelo menos, ele poderia ter feito!

    O telefone de MacGonagall tocou, dois trinados curtos que indicavam uma chamada interna. Ela pressionou o botão de viva-voz.

         — Minerva MacGonagall.

      A voz de Malfoy ecoou no ar, seca e distante.

         — Minerva, o relatório semanal está pronto?

         — Está, sim. Levo para você em um minuto.

        — Pode deixar que eu levo — ofereceu-se Potter, depois que ela desligou. — Só preciso de um favor seu. Ligue para a recepção e peça para avisar Luna de que vou demorar mais um minuto.

         — Pode deixar — assentiu Minerva, tirando o receptor do gancho.

     Harry não se deu ao trabalho de bater na porta, antes de entrar no escritório de Malfoy.

         — Quero falar com você.

   Ele parou de escrever, enquanto Harry fechava a porta.

         — Pensei que tivesse ido almoçar.

       — Mudei de ideia — Ele deixou o relatório sobre a poltrona. — Acabei de saber que minhas cartas e telefonemas estão sendo triados por Minerva, por ordem sua. E quero saber por que. — Potter avançou lentamente, reunindo forças pelo som da própria voz. — Também quero saber por que não fui consultado sobre o plano de explorar a série com cartazes, anúncios, e sei lá mais o quê. — Ele apoiou as mãos na escrivaninha. — Quero algumas respos­tas, Draco Malfoy, e quero-as agora.

    Draco lançou a ele um olhar gélido.

       — Deixe-me lembrar apenas que você ainda não é meu sócio, Potter.

       — Mas sou o solteiro cobiçado — afirmou ele, com veemência. — E tenho o direito de saber o que se passa.

    Depois de uma breve hesitação, Draco empurrou uma pasta para ele, sobre a mesa.

        — Aqui está tudo o que você precisa saber.

     Por um momento, Harry ficou desconcertado, porém virou a pasta para si e abriu-a. Diante de seus olhos, encontravam-se páginas e páginas de anotações, um rascunho de uma campanha de publicidade para sua coluna. Idéias para cartazes, jornais, rádio, tudo que MacGonagall mencionara e muito mais. Aparentemente, no entanto, nada concreto havia sido feito ainda. A ideia estava em fase de planejamento.

      Potter fechou a pasta e devolveu-a a Draco.

         — Você fez mal em não falar comigo sobre isso.

         — Compreendo como se sente — disse Malfoy, com ar in­diferente. — Mas, já que ficou sabendo, gostaria de ouvir sua opinião.

          — Primeiro, acho que vai custar uma fortuna.

         — O retorno compensará. Segundo minhas previsões, "O matrimônio perfeito" atingirá o pico em cerca de seis semanas. Depois disso, o solteiro deve perder um pouco o ritmo e a popularidade, a menos que esteja com o casamento marcado. Não temos muito tempo, mas a campanha foi planejada para conceder o tom mais dramático possível à busca dele. Se tudo correr como espero, mais leitores começarão a ler a revista por causa da coluna e continuarão a ler depois que ela se for. O que acha?

      Potter olhou para a pasta fechada, sobre a mesa.

          — Acho que é uma ideia brilhante — admitiu Harry.

          — Também acho. Minha única dúvida é se você não vai se sentir pressionado demais.

          — Não se preocupe com isso.. A campanha será benéfica para o solteiro cobiçado.

         — Mas, e para você? — perguntou Draco. — Acredite, ou não, eu não poria nada em prática sem, antes, consultá-lo. E se você preferir adiar, ou mesmo cancelar, eu entenderei.

         — Por que você ainda não acredita que eu consiga?

         — Porque tenho medo que você consiga.

         — A ideia de me ter como sócio é tão terrível, assim?

         — Não. A ideia de você se casar para ganhar é que é terrível.

         — Eu não faria isso.

         — É o que você diz, agora. — Malfoy gesticulou na direção da pasta. —Mas como se sentiria se a pressão aumentasse demais?

        — A publicidade não vai fazer diferença para mim. Estou empenhado em ganhar, de qualquer maneira. Fará diferen­ça para você. Essa campanha fortalecerá o novo formato da coluna, antes de sua partida. Chegou no momento exato.

      Draco assentiu.

         — Foi o que pensei.

         — Quando pensa em começar?

         — Se você não tiver nada contra, devemos começar o quanto antes. Infelizmente, vou para Weymont, daqui a pouco, e passarei a semana inteira fora. Mas podemos trabalhar por fax e whatsapp. Na verdade, o ideal seria que você fosse comigo.

         — Draco, eu não posso...

       — Escute só, Harry —- interrompeu ele. — A corrida só começa na segunda-feira. Até lá, já teremos terminado, e você poderá voltar para Londres para dar andamento à campanha.

         — Eu...

         — Harry, estou lhe pedindo que me acompanhe, como colega de trabalho, em uma viagem de negócios, apenas isso.

    Harry hesitou, por um momento. A Semana da Corrida seria uma oportunidade excelente para ele, refletiu. Todos aqueles homens ricos, com suas lanchas e iates... Sem dú­vida, ele teria assunto de sobra, para enriquecer sua coluna.

        — Está bem — concordou, finalmente. — Irei com você. Mas não por dois dias, apenas. Quero ficar até sexta-feira. Quero fazer parte da tripulação. Você não está precisando de uma pessoa?

         — E você sabe velejar, por acaso?

         — Posso aprender. Deve haver alguma coisa fácil de se fazer, como puxar uma corda, por exemplo.

         — Posso saber qual a causa desse súbito interesse?

        — É simples. A Semana da Corrida atrai homens de toda a costa. Homens ricos. Todo mundo sabe disso. É uma oportunidade que eu não posso perder.

     Os lábios de Draco curvaram-se, num sorriso cínico.

         — Como não percebi, antes?

         — Também não sei. Agora, só preciso que você me indique um hotel.

        — Estarão todos lotados, a esta altura. Mas você pode ficar em minha casa de praia. — Draco ergueu uma mão, quando Harry começou a protestar. — Vou ficar no barco! Não precisa se preocupar. Eu o deixarei em paz.

    Harry assentiu.

         — Certo. Está combinado, então. Quando partimos?

       — Às seis horas. Será uma longa viagem, portanto vista uma roupa confortável e não se esqueça de levar roupas de frio, para usar no barco.

        — Está bem — Potter entregou a ele o relatório e pegou a pasta. — Importa-se se eu levar comigo? Quero dar mais uma olhada, antes de ir.

           — É seu. — Draco abriu uma gaveta da escrivaninha, pegou uma brochura e jogou-a para Potter. — Leve isso, também.

    Ele leu o título.

          — "Manual do Velejador"?

    Malfoy levantou-se e abriu a porta para ele.

         — Você vai precisar da máxima orientação possível.

 

 



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