História A Aposta - Wet Again

Pov Lia
Acordo com uma preguiça terrível. Eu tenho mesmo que ir pra escola hoje? Tento fazer uma lista mental com o que de tão importante eu tenho para fazer lá além de ficar sentada vendo as pessoas jogarem. Não encontro nada.
Hoje é o primeiro dia do intercolegial que vai durar três dias, pois são muitas modalidades. O tão esperado jogo de Letícia, do qual ela vem falando tanto nos últimos dias, é amanhã, e é o meu único motivo para ir. Mas ela insiste que eu vá hoje também, e sua insistência é o que me tira da cama com um mal humor terrível. Após fazer minha higiene, faço apenas um rabo de cavalo e saio de casa rumo ao ponto de ônibus.
Chego na escola antes do horário marcado para o início do evento, e não encontro Letícia,pois ela deve estar no vestiário com suas colegas de time. Mesmo não jogando hoje, ela tem que estar com seu time. Decido ler um livro que coloquei na bolsa prevendo exatamente esse tipo de situação. Segundo meu relógio, passaram-se horas, mas para mim, parece que foram apenas alguns minutos. É sempre assim quando estou lendo um livro.
* * *
Parei de prestar atenção no jogo desde que os times de minha escola perderam a terceira partida. Agora,estou indo embora pois não vejo razão para ficar aqui o dia inteiro. Letícia, que era minha razão para ter vindo, teve que se sentar (como eu já suspeitava) com as pessoas de seu time, e ninguém da minha classe veio, então fiquei sozinha.
Estava seguindo pelo corredor vazio, pensando distraidamente em como em dias normais era quase impossível passar por ali sem receber alguns empurrões. Começo a me preocupar com a cor escura do céu, afinal,se chover chegarei em casa enxarcada.
Só acordo para a realidade, devido ao impacto da água gelada contra mim.
* * *
Pov Christian
- Você de novo? Eu só posso ter atirado pedra na cruz!- ela diz fingindo estar nervosa .
- Oi pra você também Lia! Você sabe que não foi por querer. - respondo calmamente, não conseguindo segurar o riso. Ela pega o que restou na água no copo, e despeja em mim, entrando na brincadeira.
- É difícil de acreditar - ela diz se rendendo tentando segurar a risada que eu já havia soltado há muito tempo.
- Como posso compensá-la?- digo tentando fazer uma voz sedutora e falhando vergonhosamente. Ela cai na gargalhada.
- Pode impedir que eu fique mais molhada ainda, me levando em casa. - ela responde imitando minha tentativa de fazer uma voz sedutora,a diferença é que mesmo inconscientemente sua tentativa não é falha. Por que eu nunca reparei que seus olhos eram tão bonitos? Acordo para a realidade e respondo.
- Não sei...o que eu ganho em troca?- pergunto sorrindo.
- Um muito obrigada! - ela ri - o que mais você quer?
E eu sabia exatamente o que queria.
- Quero que aceite tomar um sorvete comigo.- proponho sorrindo.
- E o que eu ganho com isso? - ela responde com uma expressão desafiadora, mas sem conseguir esconder o interesse na proposta.
- Ganha um sorvete de graça e uma carona. - estendo-lhe a mão.
- Fechado Sr. Zimmermann. - ela aperta minha mão, e caminha para a saída mais próxima.
- Senhorita Siqueira, meu carro está para este lado - aponto a direção oposta rindo de seu equívoco.
- Ei, é só eu que posso te chamar de senhor! -ela me dá em empurrãozinho fraco, que não tem efeito algum em mim.
- Ah é? E por que? - pergunto devolvendo-lhe o empurrão, com delicadeza, para não machuca-la.
- Porque de nós dois, você é riquinho.- ela responde sem papas na língua, o que me provoca gargalhadas.
- Okay, você venceu. - entramos no carro e partimos.