História A Aposta - Messengers

POV CHRISTIAN
Deixei Lia em casa e após isso, uma estranha disposição me dominou. Liguei o som do carro no último volume e deixei naquelas músicas que os meninos costumam dizer que são de 'viado'. Me envolvi tanto, que quando vi já estava cantando desafinadamente:
- Nobody, nobody Nobody can drag me down Nobody, nobody Nobody can me down.
Acho que fui no piloto automático, pois só percebi onde estava quando as pessoas começaram a me olhar estranho. Eu estava entrando no estacionamento da sede da empresa,com esta música tocando em alto e bom som. Imediatamente desliguei o som, e fiz uma cara de paisagem. Entrei no elevador vazio cantarolando a maldita música, e cheguei no sala do meu pai ainda murmurando a música. Cumprimentei Vanessa, a secretária de meu pai, que me respondeu com um sorriso estranho e nem me anunciou. Entrei na imensa sala presidencial e encontrei uma cena muito comum : meu pai no telefone conversando com investidores. Ele fez um sinal para que eu fosse para a minha sala, adiando nossa conversa sobre os resultados do intercolegial.
Segui para minha sala cumprimentando todos pelo caminho, até mesmo aqueles que eu não conhecia muito bem, ou os que me olhavam torto por acharem que pelo fato de eu ser filho do dono, tinha prioridade sobre eles. Isso era quase verdade. Meu pai gostaria de ter me colocado em algum cargo importante, no qual eu poderia acompanhar sua agitada agenda, com frequentes viagens ao exterior.
Mas, com nossas personalidades opostas, eu quis começar do pó pois há grandes oportunidades de crescimento. Comecei de um dos menores cargos usando como justificativa o fato de eu ainda não ter concluído a faculdade, e não ter MBA, um dos pré requisitos para os cargos superiores. Entretanto, meu pai não suportou ver seu filho no cargo de estagiário, me transferindo contra a minha vontade, para um cargo mediano (segundo ele). Passo por Júlia, que está colocando café em sua caneca, e me lança um sorriso que ela deve achar ser sedutor, mas na verdade é ridículo. Acho que ela se distraiu com alguma coisa, pois o café está derramando, e ela continua a me olhar com o sorriso bobo.
- É...Júlia... o café está derramando. - aviso, e sua atenção logo se volta para a caneca que está transbordando.
- Nossa, eu nem vi.- ela responde rindo de seu desastre.
- É, eu percebi - respondo indo para a minha sala. Não sei por que, mas não gosto dessa Júlia. Ela fica dando em cima de mim, mas é notório que ela só está interessada no meu dinheiro. Ao pensar no café derramando, imediatamente me lembro de Lia, e um sorriso torto invade meu rosto. Mas que droga! Porque eu sempre sorrio ao me lembrar dela? Pego meu celular, e resolvo lhe mandar uma mensagem.

CHRISTIAN : Oi Desastrada.
Resolvo provoca-la.
LIA: O que?! Você derrama as coisas em mim, e eu sou a desastrada?!
Solto uma risada, já que a tentativa de provocação deu certo.
CHRISTIAN : Ahh me desculpe. Você é a distraída!
LIA : É costume seu derramar as coisas nas pessoas, ou é algum Carman comigo?
CHRISTIAN : Acho que é você que tem um ímã pra confusões mesmo.
LIA: Engraçado, elas só acontecem quando você está perto de mim.
CHRISTIAN: Acho que estou gostando de te ver encrencada.
LIA: O que isso quer dizer?
CHRISTIAN: Quem dizer que quero que você almoce comigo semana que vem.
LIA : De onde veio esse interesse repentino pela minha pessoa? É só gosto por me ver encrencada mesmo?
CHRISTIAN : Ahh nada de mais. Gostei de conversar com você.
LIA: Okay, boa justificativa. Aceito seu convite.
CHRISTIAN: Até semana que vem então.
LIA : Até.