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História A Aprendiz de Caçador - CANCELADA - O Circo está na Cidade


Escrita por: Mika_Mills

Notas do Autor


Olá amigoss!!!

Sentiram saudades?
Espero que sim :p

Boa Leitura!! ♥♥

Capítulo 17 - O Circo está na Cidade


Fanfic / Fanfiction A Aprendiz de Caçador - CANCELADA - O Circo está na Cidade

 

O Circo está na Cidade

 

 

Apareceu de repente. Ninguém viu quando ou por onde chegou. Mas estava lá. Com suas lonas, brinquedos e mistério. E todos da cidade haviam recebido seu convite um dia antes, o que deixou os cidadãos animados e ansiosos. Não era todo dia que o circo estava na cidade.

 

– O meu estava na porta, acho que alguém tocou a campainha, deixou e foi embora.

 

– O meu estava na caixa de correio. Meu pai achou junto com as cartas.

 

– O meu estava grudado na janela, acho que o vento acabou trazendo.

 

– Vocês vão?

 

– Claro. Minha família inteira vai.

 

– Eu vou com meu namorado e os amigos dele.

 

– A gente pode ir junto?

 

– Claro!

 

Todos da escola de Maka estavam muito felizes com a aparição do circo e com o espetáculo que haveria naquela noite. Já Maka, estava confusa e curiosa sobre o que todos estavam conversando.

 

– Hey, Kim! – ela chegou até a sala, sorrindo para sua amiga, que sorriu de volta.

 

– Oi, Maka! – a cumprimentou alegre.

 

– Ei... – ela olhou para os lados, os alunos de sua sala também conversando sobre o mesmo tema. – O que está havendo? O Papa vem pra cidade? – perguntou, fazendo Kim soltar uma leve risada.

 

– Ai, Maka. Como sempre, desligada, né? – comentou.

 

– Hum?

 

– É o circo. – respondeu.

 

– Circo? Que circo? – perguntou ainda mais confusa. Kim bufou.

 

– Você não recebeu isso? – perguntou, mostrando um panfleto.

 

– Deixe-me ver! – ela o pegou e logo que avistou o palhaço no papel, seus olhos se arregalaram e ela gritou. – Aaahh! – ela soltou o papel no chão, tremendo de medo. – M-Monstro! – gritou, apontando para o papel no chão, neste momento, Soul estava entrando na sala, e ao ouvir a garota, sentiu seu corpo gelar no lugar.

 

– Ops. Desculpa, amiga. Esqueci que você tem coulrofobia. – Kim sorriu sem graça, arrependida de ter mostrado o panfleto para Maka. Kim o pegou de volta e o escondeu.

 

– Que couro fobia o que?! Eu tenho é medo dessa coisa horrível! – apontou para o papel que Kim segurava atrás dela. Kim suspirou.

 

Coulrofobia, amiga. Significa medo de palhaço. – Kim explicou e Maka concordou.

 

– Sim. Exatamente.

 

– Espera um pouquinho aí... – a atenção das duas foi para Soul, que finalmente entendeu o que estava acontecendo e voltou a se movimentar – Albarn tem medo de palhaços? – ele sorriu de canto.

 

– Tsc. M-Medo é uma palavra forte. Eu diria PAVOR! – Maka tentou se defender.

 

– Amiga, “pavor” é uma palavra mais forte ainda. – Kim escondeu a risada que estava querendo escapar pelo engano de Maka.

 

– E-Então eu diria que é... Hum... – a loira tentou pensar em alguma outra palavra, mas desistiu. – Argh! Esquece! E sim, eu tenho medo de palhaços, ok? Qual o seu problema com isso, Sr. Rabugento? – o encarou irritada, apoiando os punhos no quadril.

 

– Nada. Só achei engraçado saber disso. – ele deu de ombros e passou por ela com um sorriso presunçoso nos lábios.

 

Maka rosnou irritada, e diria algo sobre seu sorriso, mas o professor acabou entrando em sala, pedindo para que ela se sentasse. Maka bufou, mas se sentou. Pelo restante do dia escolar, Maka teve que ficar ouvindo tanto Kim quanto os demais colegas comentando sobre o circo. A loira não pôde deixar de sentir um frio percorrer sua espinha só de pensar em palhaços.

 

 

[...]

 

 

– Finalmente em casa. – ela suspirou aliviada.

 

– Makinha!!! – ouviu seu pai gritar animado e vim em sua direção enquanto usava um avental e uma luva de cozinha.

 

– Oi, papai!! – Maka sorriu abertamente, fechando os olhos no processo. Mas assim que os abriu, o rosto de um palhaço apareceu, fazendo-a pular e gritar novamente. – Aaaah! Tira de mim! Tira de mim! – ela bateu nele e o derrubou no chão, ou no caso, o panfleto que seu pai segurava na frente de seu rosto.

 

– Que isso, Makinha? Não me diga que ainda tem medo de palhaço? – Spirit perguntou confuso.

 

– É c-claro que tenho. O senhor tinha esquecido? – perguntou indignada.

 

Ele sorriu sem graça.

 

– Achei que tivesse superado, na verdade. – ele coçou atrás da cabeça, fazendo-a fazer uma careta.

 

– M-Mas por que me mostrou isso? – perguntou voltando ao assunto e apontando para o mesmo papel que sua amiga Kim tinha na escola.

 

– Porque eu queria te levar essa noite. – seus olhos brilharam. – Vamos?

 

– Q-Que? Não! Fora de questão! – Maka balançou braços e cabeça, desesperada.

 

– Mas faz tanto tempo que não passamos um tempo juntos. O último dia foi naquele parque. – comentou fazendo beicinho, tentando convence-la.

 

– E quase fomos atacados por uma Ara- – Maka se cortou ao perceber o que ia falar. Seu pai a olhou em confusão. – D-Digo, e quase fomos atacados por uma mulher que queria tirar o senhor de mim.

 

– Oh, querida. – Spirit se aproximou e tocou em seu rosto carinhosamente. – Você sabe que nada nesse mundo pode me tirar de você. Somos uma família!

 

– E-Eu sei, mas... – ela hesita, desviando os olhos. Seu medo de palhaços tomando conta.

 

– Tudo bem. Tudo bem. – Spirit sorrir. – Podemos assistir um filme hoje se assim que prefere. – ele se vira. – Vou continuar com o almoço, hoje temos coxas de frango e bolo de chocolate de sobremesa. Seu favorito.

 

Maka deu um sorriso torto e suspirou. Ela era uma caçadora de 17 anos que tinha se livrado de vários monstros, incluindo o Bicho Papão. Ela superou o medo que tinha dele e dos outros, por que não superar um medo bobo de palhaço também?

 

– Tá bom, pai!

 

Ele parou no meio do caminho e olhou para trás, confuso.

 

– Hum?

 

– N-Nós podemos ir ao circo hoje a noite. – Maka deu-se por vencida.

 

– Jura? – os olhos de Spirit brilharam em animação e Maka confirmou, ainda forçando um sorriso.

 

– Perfeito! Perfeito! – ele pulou alegre como uma criança. – Só por causa disso vai ganhar dois pedaços de bolo. – comentou seguindo novamente para a cozinha. – Sabe Maka, desde criança eu gosto muito de circo, mas aquele velho do seu avô nunca me levou. Estava sempre ocupado com o trabalho. Trabalho isso, trabalho aquilo... – continuou a tagarelar.

 

Maka respirou fundo.

 

– Vamos, Maka! Você consegue. Você consegue! – e mesmo tensa, ela seguiu para cozinha, querendo que a noite não chegasse tão depressa.

 

 

[...]

 

 

Sejam todos Bem-Vindos ao Circo dos Irmãos Comilões!!! – uma voz animadora repetia a cada minuto pelos alto falantes – Sejam todos Bem-Vindos ao Circo dos Irmãos Comilões!!!.... Sejam todos Bem-Vindos ao Circo dos Irmãos Comilões!!!...

 

– Argh! Que irritante. – Maka murmurou com desgosto.

 

– Makinha! Makinha! – Spirit chamou sua atenção – Veja! Veja! Um engolidor de espadas. – ele apontou para o homem que estava em cima de um pequeno palco, colocando espadas afiadas na boca e descendo-as pela garganta. Os olhos de Spirit brilhavam em admiração e o estômago de Maka revirava-se, pronto para colocar o bolo que a loira comeu naquela tarde, para fora.

 

– M-Muito bom. – Maka forçou outro sorriso.

 

– E olha, a mulher barbada. E esse é o homem mais forte do mundo?! E aquela aberração ali?! Que demais!! – Spirit corria para todos os lados.

 

Maka sentiu uma gota de suor descer por sua cabeça, ao pensar que seu pai era mais infantil que as crianças que estavam ali.

 

– Aproxime-se, minha jovem! – Maka ouviu alguém a chamar.

 

– Hum? – ao olhar para o lado, viu uma pequena tenda, onde havia uma mulher de cabelos cacheados e uma bola de cristal em sua mesa. Ao olhar para o lado, viu o nome “Tenda da Madame Creuza. A Vidente!”. Maka sorriu, um pouco descrente. – Você é uma vidente, então?! – Maka se aproximou, entrando em sua tenda bem enfeitada e sentando-se na cadeira de frente para a mulher e sua bola de cristal.

 

– Mas é claro. – ela sorriu misteriosa, assim como seus olhos.

 

– Se é uma vidente... – Maka estreitou os olhos – Qual o meu nome? – perguntou rapidamente.

 

– Seria por acaso.... Maka?! – seu sorriso aumentou ao ver a boca da garota abrir em surpresa. Mas a loira logo se recompôs.

 

– Sei... Aposto que ouviu meu pai lá fora gritando. – cruzou os braços. – Mas já que estamos aqui. – ela sorriu um pouco curiosa. – Diga-me meu futuro, senhora vidente!

 

– Como desejar. – ela fitou sua bola de cristal e mexeu as mãos. A bola começou a brilhar em uma cor vermelha assustadora, que fez Maka engolir seco.

 

– E e-então? – perguntou

 

– Vejo que você... – ela fez suspense. – Luta. – comentou, surpreendendo Maka mais uma vez.

 

– Talvez... – a voz de Maka vacilou. – O que mais?

 

– Hum... Uma mensagem... – o brilho da bola se intensificou, quase cegando Maka – Aquele que luta com monstros deve acautelar-se... Para não se tornar também um monstro!

 

A mulher a olhou, seus olhos castanhos brilhando em vermelho. Maka ofegou, tanto com a mensagem quanto com os olhos da vidente.

 

– M-Mas o que isso significa? O que- – Maka foi cortada por uma fumaça vermelha que cobriu sua visão e a fez tossir. Quando percebeu, a vidente havia sumido. – Mas que droga! Cof! Cof! – ela saiu correndo da tenda.

 

E como sua visão estava embaçada acabou por tombar com alguém e cair em cima da pessoa.

 

– Desculpa, eu- – Maka voltou a se interromper quando viu um garoto moreno e de cabelos azuis abaixo de si. Ela corou pela aparência dele, incluindo seus músculos que eram bastantes visíveis com a regata que usava. – D-D-Desculpa! – ela gaguejou.

 

Ele ficou sério e depois sorriu.

 

– Tudo bem, gatinha. Mas será que pode se levantar? – perguntou e a coloração de Maka ficou mais vermelha ainda.

 

– C-Certo. D-Desculpa! – ela se levantou, arrumando sua saia xadrez vermelha. A mesma, além dessa saia, estava com uma regata branca e um casaco de frio preto por cima. Usava botas pretas e meia-calça preta. Seu cabelo estava em duas marias-chiquinhas que passavam dos ombros.

 

– Sem problemas. – o garoto se levantou em um pulo. Além da pele morena e cabelos azuis espetados, ele tinha uma tatuagem de estrela no ombro direito. Usava uma regata preta com uma estrela azul como estampa, e shorts jeans brancos, além de um tênis preto com azul.

 

– V-Você é-

 

Black! Eu disse pra não sair corren- – Maka foi interrompida por Soul, que apareceu correndo e gritando, mas logo parou ao ver a loira. Os olhos do albino se arregalaram ao vê-la ali e depois ele rosnou. – Albarn!

 

– Tsc. Sr. Rabugento. – Maka rosnou de volta, encarando-o com raiva e cruzando os braços.

 

O garoto de cabelos azuis encarou um e depois o outro. E logo começou a rir, chamando a atenção deles.

 

– Hahaha S-Senhor... Hahaha R-Rabugento!! – ele segurou a barriga ao gargalhar.

 

Maka deu um sorriso convencido e Soul revirou os olhos. O albino estava com uma camiseta amarela sem estampa, calça jeans preta e uma camisa xadrez vermelha amarrada na cintura, usava seus sneakers vermelhos de sempre.

 

– Pare de rir, imbecil! – Soul gritou pra ele, fazendo-o rir mais.

 

– Ei! Quem você pensa que é para falar com ele assim? – Maka quis o defender. Soul bufou.

 

– Sou o melhor amigo dele, sua burra! – ele respondeu irritado. Maka surpreendeu-se. Olhou de Soul para o garoto, e do garoto para Soul.

 

– Isso e sério? – ela sussurrou, perguntando para o moreno. Ele parou de rir e a encarou confuso.

 

– Claro que é! – o garoto abraçou Soul pelos ombros – Eu, o grandioso Black Star, sou amigo do Soul há muito tempo. – sorriu abertamente.

 

– Black Star? – Maka repetiu.

 

– Meu nome, gatinha! E não se esqueça! – ele piscou para ela, fazendo-a corar mais uma vez.

 

Soul voltou a bufar e tirou o braço de Black de cima dele.

 

– O que está fazendo aqui, caça- Digo... Albarn? – perguntou o albino, desconfiado.

 

– Vim com o meu pai. – ela deu de ombros. – Falando nisso, prazer, Maka Albarn. – ela estendeu a mão para Black, apresentando-se.

 

– Prazer! – ele a apertou com força, quase a fazendo-o gritar. – Ops. Desculpe, às vezes não controlo minha força incrível. – ele levantou o braço e beijou seu músculo.

 

Maka deu um sorriso torto, sentindo sua mão doer.

 

– Tudo bem. – respondeu com voz fina, ocultando sua dor.

 

– Makinha, querida, xuxu do meu coraçãoo!! – Maka logo ouviu seu pai cantarolar, ele vindo em direção a ela, Soul e Black – Você não adivinha o que eu vi o homem que cospe fogo fazer!

 

– Cuspir fogo?! – Black respondeu.

 

– Exatamente, eu- – Spirit parou a animação que tinha e encarou os dois garotos conversando com sua filha. Seus olhos se estreitaram e ele logo apareceu na frente de Maka e dos garotos, ficando entre eles. – Posso saber quem são vocês, garotos?

 

Soul fez uma careta, sentindo-se desconfortável com o olhar do ruivo e Black riu.

 

– Eu sou Black e acabei de conhecer sua filha. – respondeu cruzando os braços e estufando o peito.

 

– E você? – Spirit olhou para Soul.

 

– Soul. Eu estudo com a Albarn. – respondeu dando de ombros.

 

– Estuda, hein?! – Spirit se endireitou, cruzando os braços – Eu vou ficar de olho em você. – ele levou os dedos aos olhos e depois apontou para Soul.

 

Maka bufou.

 

– Pai, a apresentação já não vai começar? – Maka comentou e seu pai de repente acordou e sorriu, virando-se para a filha.

 

– Sim, é verdade! Vamos! – ele agarrou o braço de Maka e a arrastou, correndo na direção da maior lona do lugar e até empurrando algumas pessoas para pegar o melhor assento.

 

– Tsc. – Soul suspirou e ao notar, Black estava o olhando com um sorrisinho suspeito. – Que é?

 

O sorriso do amigo aumentou.

 

– Sr. Rabugento?! – Black mexeu as sobrancelhas em ar sugestivo.

 

– AAArgh!! – Soul fez e ele começou a rir da cara do albino. – Vamos logo! – ele seguiu na frente e Black logo atrás, sem parar de rir.

 

 

[...]

 

 

Logo o espetáculo começou. Havia de tudo: malabarismos, acrobacias, monociclos, contorcionismos, equilibrismo, ilusionismo, domadores e magicas. Maka nunca viu seu pai tão animado quanto tinha visto agora. Ela acabou sorrindo com isso. “Ele não fica feliz assim já faz um tempo.”.

 

Senhoras e senhores, esse foi o mágico!! – o apresentador apareceu, todos aplaudindo à apresentação anterior. – Agora, com vocês, o espetáculo que todos esperavam. O Show mais incrível de todos. Os apresento, não só os donos do circo, mas os palhaços mais espetaculares que conheço... – Maka arregalou os olhos.

 

– P-Pai... Eu vou banheiro. – Maka informou, sentindo o medo retornar.

 

– Certo. Certo. Mas não demore! – Spirit respondeu ansioso e distraído. Maka assentiu, mesmo que ele não pudesse ver e se levantou, saindo da lona.

 

... Os Irmãos Comilões!!! – ela ouviu o apresentador gritar, todos aplaudiram e gritaram juntos.

 

Do lado de fora, Maka suspirou. Todos estavam vendo a apresentação e as risadas não demoraram a aparecer, tornando-se intensas a cada minuto. Maka se abraçou e se afastou, decidindo que iria esperar até que o espetáculo terminasse e pudesse ir embora com seu pai.

 

– O que está fazendo aqui fora? – ela ouviu a voz de Soul.

 

A mesma que olhava para o chão enquanto andava, levantou os olhos para olha-lo.

 

– Só... Tomando um ar. – inventou uma desculpa. – E você?

 

– Só comprando comida pro Black. – mostrou o saco de pipocas e o algodão-doce que tinha nas mãos.

 

– Não sabia que gostava de comer essas coisas deliciosas. – comentou e Soul revirou os olhos.

 

– Você não me ouviu? São para o Black. Não para mim! – ele respondeu e passou por ela.

 

– Espera! – ela gritou, ele parou e se virou entediado.

 

– Que? – perguntou sem emoção.

 

– O Black... – ela desviou os olhos – Ele também é um... Um... – hesitou.

 

– Um “monstro”?! – Soul completou com raiva e ela assentiu. – Tsc. Por que? Você vai caça-lo por acaso? – se aproximou dela.

 

– Que? Não. – ela fez uma careta. – Bom... – ela desviou os olhos – Só se ele fizer algo que mereça ser caçado. – murmurou.

 

Sua resposta desagradável para Soul, o fez soltar a comida que levava e a segurar nos braços com força.

 

– Ei! Você está me machucando! – Maka comentou, tentando se soltar de seu aperto.

 

– Escute aqui, Albarn. – ele a fez parar de se contorcer e encarou os olhos esverdeados. – O mesmo aviso sobre minha família, serve para Black... – suas presas apareceram – Toque no meu amigo, e eu lhe mato. – respondeu entre dentes.

 

Maka assustou-se, mas manteve a postura para ele.

 

– É só isso que sabe dizer? Que vai me matar? Nenhum um pouco criativo, não é?! – deu de ombros. Soul se irritou.

 

Tem razão... – ele ficou a centímetros de seu rosto – Olho por olho, dente por dente, certo? – ele sorriu assustadoramente – Cace meu amigo, e eu caço a sua amiga!!

 

Maka ofegou, sentindo seu corpo se arrepiar.

 

– Certo. Entendi o recado. – Maka respondeu séria. Soul ficou sério e a soltou.

 

Ótimo. – ele escondeu suas presas. – Agora vou ter que comprar mais comida. – comentou e voltou a passar por ela, empurrando-a com o ombro.

 

Maka fechou as mãos em punho, virou-se para olhar suas costas e lhe deu língua, fazendo careta e resmungando xingamentos. Por fim, bufou e cruzou os braços.

 

Muito Obrigado pela presença, senhoras e senhores. Voltem sempre!! – o apresentador finalizou o espetáculo. Maka respirou fundo por ter se livrado de ver os palhaços e relaxou os braços. Esperou pacientemente para que seu pai voltasse.

 

 

[...]

 

 

No dia seguinte, na escola, Maka achou as coisas um pouco estranhas. Todos que passavam por ela, ontem estavam animados, mas hoje, estavam parecendo zumbis. Todos pareciam esgotados e tristes.

 

– O que será que houve? – ela murmurou confusa.

 

Ao entrar na sala, viu todos com as cabeças baixa e em silêncio.

 

– Hãã... Bom dia, pessoal! – Maka os cumprimentou alegre, tendo como resposta um resmungo de todos. – O-Ok... – ela andou até seu lugar e viu Kim com a cabeça deitada sobre os braços. – Bom dia, Kim, como vai? – sorriu para a amiga.

 

– Oi Maka... Vou bem... E você? – perguntou com o ar desanimador. Seus olhos sem vida.

 

– B-Bem, mas... Tem certeza que você está bem? – ela olhou envolta. – Na verdade, todos parecem maus. – sussurrou para a amiga.

 

– É... Tanto faz... – respondeu.

 

– Mas-

 

– Senhorita Albarn... – o professor chegou se arrastando com uma xícara de café na mão. – Sente-se. – mandou, sentando em sua cadeira.

 

– Tudo bem. – Maka se sentou.

 

– Hoje falaremos sobre depressão. – o professor de geografia começou, sua voz lenta e arrastada. – E não, não é esse tipo de depressão. Estamos falando do solo. A depressão é uma forma de relevo com irregularidades... – ele suspirou – que possui leve inclinação por conta do desgaste...

 

Maka estranhou sua falta de entusiasmo, mas não podia julga-lo. Era um professor afinal. Ela voltou a olhar envolta e ninguém parecia prestar atenção. Todos estavam deprimidos e alguns estavam até chorando sem nem mesmo perceber. Ao olhar para o assento onde Soul sentava, o mesmo estava faltando.

Albarn bufou. Seria um dia longo, chato e sem ninguém para incomodar ou dá umas boas risadas.

 

 

[...]

 

 

– Olha só, uma bola! – Soul apertou uma bola de morder, toda suja e gasta em sua mão.

 

– É... Legal... – respondeu Black, dando um suspiro de desanimo logo depois.

 

Soul bufou. Os dois estavam na casa da árvore que compartilhavam.

 

– Fala sério, Black. Essa é sua bola de morder favorita. – Soul a jogou, esperando que o amigo pegasse com a boca, mas a bola bateu em seu rosto e caiu no chão quicando. Black nem se importou, só deu mais um suspiro. – Argh! Eu faltei á escola pra te ajuda, cara! Colabora! – o albino se irritou.

 

– Desculpe por isso, Soul. – Black pediu.

 

– Ok. – ele relaxou – Só... Sei lá... Rir, zoa comigo, sei lá, cara! Se anima! – ele o balançou, mas não teve reação. – Ei, lembra quando a Albarn me chamou de “Sr. Rabugento”? Foi engraçado, né? – Soul forçou um sorriso, mas Black continuou cabisbaixo.

 

Soul bufou novamente.

 

– O que tem de errado com você, cara? – ele se perguntou, preocupado e desconfiado.

 

 

[...]

 

 

– Cheguei!! – Maka gritou ao finalmente chegar em casa. – Pai, hoje o dia foi muito estranho. Todo mundo, até alguns professores estavam se sentindo desanimados e caídos. – ela comentou, retirando os sapatos e a mochila, jogando-a perto da porta. – Mas é bom chegar finalmente em casa. O que o senhor fez pro almoço? – ela foi até a cozinha, mas estava vazio. – Pai? – ela o chamou, indo até a sala de jantar. – Papai?? – gritou mais alto, achando que ele estava no andar de cima.

 

Não houve resposta.

 

– Pai?? – ela foi até a sala e seus olhos se arregalaram ao finalmente vê-lo. – Pai!! – ela gritou e correu até ele.

 

Spirit estava caído no chão. Estranhamente sua pele estava pálida e enrugada e seus cabelos brancos, dando-lhe um aspecto velho.

 

– P-Pai... O que houve com o senhor? – Maka sentiu seus olhos marejarem.

 

– M-Makinha... E-Eu não sei... – ele respondeu tristemente e fechou os olhos lentamente.

 

– Pai!! – Maka, com desespero, colocou o ouvido no peito de seu pai, podendo escutar seu coração bater fracamente. – Pai... – ela murmurou e respirou fundo, tentando se recompor. – Certo. Certo. Eu posso resolver isso. – ela se levantou. – Do que eu preciso? Do que eu preciso? – mordeu o polegar, pensativa. – Vovô! – estralou os dedos e pegou o celular, discando o número da chamada rápida. Demorou um pouco e logo a linha funcionou. – Alô, vovô, eu-

 

Aqui quem fala é o Charles. Não estou disponível no momento, pois estou trabalhando. Deixe seu recado.... É assim, Blair?

 

Sim, mas o senhor tem que confirmar.

 

Ok. – Maka ouviu um barulho e rugiu.

 

– Não acredito! Não acredito! – ela desligou e o desespero voltou. – Droga, vovô... – ela voltou a pensar, andando de um lado para o outro. – Tá bom, Maka. Calma. O que aconteceu para seu pai ficar assim? Pensa! – ela falou consigo mesma – Ontem ele estava bem. Muito bem. Estava contente quando chegou, comeu três pedaços de bolo, fomos por circo e ele estava ainda mais animado. Ele assistiu ao espetáculo e... E... – a ficha de Maka caiu – E quando me encontrou sua animação tinha sumido. – constatou. – Tsc. Droga! – ela bateu em sua própria testa. – Estava tão ocupada pensando nas palavras do Evans que nem notei seu desanimo depois do show.

 

Ela encarou seu pai caído no chão, um brilho de determinação em seus olhos.

 

 

[...]

 

 

Naquela mesma noite, mais um espetáculo proporcionado pelo circo. E lá estava Maka novamente, usando a mesma roupa da noite anterior. Após deixar seu pai deitado no sofá e um beijo na testa, Maka apressou-se para se arrumar e ir até o circo. Como o incidente com seu pai era claramente suspeito, escondeu sua adaga na bota que usava, caso precisasse.

 

– Ok, circo... – Maka olhou envolta. Havia poucas pessoas dessa vez. – Vamos ver o que você fez com meu pai, e muito possivelmente com meus amigos.

 

Distraída, Maka nem notou que estava se aproximando de alguém até bater suas costas contra as dele.

 

– Aah! Quem é? – ela gritou desesperada, tentando bater na pessoa, porém, suas mãos foram seguradas.

 

– Tsc. Pare de fazer escândalo, sua burra! – ela reconheceu a voz e abriu os olhos, encontrando Soul com a mesma roupa que antes.

 

– Evans? – perguntou confusa.

 

– Não. O coelhinho da páscoa. – respondeu irônico.

 

Maka sorriu.

 

– Com esses olhos e cabelo, parece mesmo. – ela concordou rindo.

 

– Tsc. – Soul a soltou e cruzou os braços, ignorando seu comentário. – O que faz aqui? Pensei que tinha medo de palhaços.

 

– E tenho. – Maka se recompôs – Mas vim aqui por outro motivo. – ela olhou para os lados. – Vim caçar. – sussurrou para ele, deixando-o surpreso.

 

– Caçar? Por que? – ele olhou envolta – Tem um monstro aqui? – perguntou sussurrando também.

 

– Tem. – respondeu com o mesmo tom de voz.

 

– Quem? – perguntou curioso. Pensando que talvez esse seja o culpado por deixar seu amigo chateado. O que era quase impossível, já que ele sabia que Black dificilmente ficava triste.

 

– Você. – ela respondeu apontando para ele e segurou a risada.

 

Soul respirou fundo, tentando manter a calma.

 

– Idiota! – ele respondeu por fim.

 

– D-Desculpa... – ela disse entre risos – Mas senti falta de te provocar hoje na escola. – admitiu. – Falando nisso, onde estava?

 

– Não é da sua conta. – cruzou os braços, virando a cabeça e olhando envolta.

 

– Ah é? – ela também cruzou os braços – Também não conto o que estou caçando.

 

– Não estou nem aí! – Soul deu de ombros e se virou de costas para ela.

 

– Idem!! – ela respondeu e deu as costas para ele, se assustando logo depois ao ver a vidente de antes a encarando de perto. – Aah! Mulher... Tu me assustou! – comentou colocando a mão sobre o peito e chamando a atenção de Soul, que a olhou por cima do ombro.

 

“Como não senti essa mulher se aproximar?” o albino se perguntou arqueando a sobrancelha.

 

– Como vai, jovem? Feliz? – perguntou com um sorriso.

 

– Nem um pouco. – Maka cruzou os braços e a olhou desconfiada. – E você não escapa do meu radar. – comentou e a mulher deu uma risadinha.

 

– Certo, querida. – ela pegou a mão de Maka. – Vamos ver o que as linhas de sua mão dizem sobre seu futuro. – comentou tocando a mão de Maka. Soul virou-se de novo, curioso, porém, com uma expressão cética. – Hum... Interessante... Muito interessante...

 

– O-O que você vê? – perguntou já com medo.

 

– Vejo que tem que lavar as mãos melhor. – comentou, deixando-a envergonhada, principalmente após ouvir o riso abafado do albino.

 

– Tsc. Se for pra brincar comigo, prefiro que nem leia. – Maka tentou puxar sua mão de volta, mas a vidente não deixou.

 

– Relaxe, criança. Eu não acabei. – ela voltou sua atenção para a mão de Maka. – Em breve, minha jovem, muito em breve, você passará por um desafio e terá que fazer uma escolha. – alertou.

 

– Desafio? – Maka perguntou franzindo a testa, tanto por desconfiança, quanto por confusão.

 

Terá que escolher. Seguir seu coração ou a razão? – a vidente a olhou seriamente – Mas tome cuidado. Dependendo de suas escolhas... Pode perder a confiança de alguém querido. – ela desviou os olhos para Soul, que havia a escutado atentamente. – Deseja saber o futuro, meu jovem? – soltou a mão de Maka. A loira olhando sua mão, pensativa sobre as palavras da vidente.

 

– Hum... Não. Não acredito nisso. – Soul respondeu, cruzando os braços.

 

A vidente sorriu.

 

– Como quiser. – se virou para ir embora – Só espero que tenha alimentado seu ratinho antes de sair. – comentou, deixando-o levemente boquiaberto.

 

E assim como apareceu, a vidente sumiu entre as pessoas.

 

– Como ela... – Soul ficou confuso.

 

– Espera... – Maka o olhou – Você tem um ratinho de estimação? – perguntou e ele bufou.

 

– Não é da sua conta. – ele respondeu, colocando as mãos nos bolsos da calça e se afastando.

 

Maka estralou os dedos.

 

– Então foi por isso que comprou comida pra roedores naquela vez. – ela riu. – Ei! Espere por mim! – ela correu atrás dele.

 

 

[...]

 

 

– O que estamos fazendo? – Maka sussurrou atrás, em seu ouvido, a mesma na ponta dos pés para alcançar o albino, que era um pouco mais alto.

 

Soul sentiu seu corpo arrepiar com a voz da loira em sua orelha.

 

– Argh! Afasta! – ele usou sua mão para afasta-la. A mesma bufou e ficou ao seu lado, cruzando os braços e observando as pessoas entrarem e se sentarem, prontas para ver o espetáculo da segunda noite.

 

– Então... – Maka começou – Black também está estranho? – perguntou curiosa.

 

Soul a olhou pelo canto do olho e suspirou.

 

– Sim. – respondeu. – A escola...

 

– Também. – Maka respondeu – E o meu pai também. – murmurou, chateada ao se lembrar do estado que ele estava quando ela o encontrou.

 

– E aí você suspeitou do circo. – comentou Soul.

 

– E você também, pelo o que vejo. – ela retrucou.

 

– Não precisa ser um gênio para saber que esse lugar é culpado.

 

E assim, o espetáculo começou. Novamente o apresentador fez seu trabalho, apresentando todos os artistas, os quais, um por um, agradaram o público por mais uma noite.

 

Agora, com vocês, o espetáculo que todos esperavam. O Show mais incrível de todos. Os apresento, não só os donos do circo, mas os palhaços mais espetaculares que conheço... – Maka arregalou os olhos novamente com o anúncio e deu um passo para trás, ficando um pouco atrás de Soul. – ... Os Irmãos Comilões!!! – o apresentador gritou, todos aplaudiram e gritaram juntos.

 

Logo uma fumaça verde apareceu, trazendo consigo dois palhaços bobalhões. Um chegava saltitando e o outro em um triciclo, o primeiro usando uma roupa amarela com vermelha e o outro amarelo com azul. A plateia logo começou a rir, enquanto Maka fazia uma careta com a cena. “Isso não é engraçado!” a loira pensou.

Os dois começaram sua palhaçada. Enganando um ao outro, e muitas vezes alguém da plateia. Tacavam água, tacavam tortas, caiam no chão e logo se levantavam. Maka continuou a achar tudo bobo e sem graça, mas a plateia não. Todos riam. Riam. E riam. A fumaça verde dominava o lugar. E todos continuavam a rir. A rir mais e mais.

 

– Argh! De onde vem essa fumaça. – Maka abanou o ar ao seu redor, irritada.

 

De repente, ouviu uma risada baixa ao seu lado.

 

– Hum? Soul? – ela o encarou. O albino de cabeça baixa, tremendo um pouco. – S-Soul? – Maka perguntou assustada e tocou o ombro do albino. Neste momento, ele começou a gargalhar como nunca. – Que isso?! – Maka recuou sua mão.

 

– Hahahahahahahaha! – Soul segurou seu estômago, abaixando seu tronco.

 

– Ei, Soul! Isso não tem graça. Não acredito que logo você está rindo. – Maka foi até sua frente e o levantou pelos ombros, podendo ver seus olhos lacrimejando. – Isso é mesmo engraçado? – perguntou confusa.

 

– Hahahaha e-eu n-não consigo hahahaha! – o mesmo tentou se comunicar, mas foi em vão.

 

– O que... – Maka olhou envolta, preocupada, todos não conseguiam parar de rir. Mas seus rostos não mostravam diversão, e sim dor, muito provavelmente em seus rostos e pulmões. Alguns até caiam no chão, segurando suas barrigas.

 

Maka olhou tudo aquilo horrorizada. Era mais terrível do que em seus piores pesadelos de palhaços. De repente, os corpos das pessoas começaram a brilhar. Os dois palhaços se posicionaram no centro e abriram a boca. E assim começou... Todos começaram a abrir a boca, uma espécie de bola luminosa saia de seus corpos, indo diretamente para a boca dos palhaços. Maka arregalou os olhos ao notar o que aquilo era.

 

– Eles estão devorando as almas das pessoas. – ela murmurou para si, vendo que logo depois de ter suas almas saídas de seu corpo, a pessoa parava de rir e ficava infeliz, algumas até tinha um envelhecimento acelerado, assim como seu pai.

 

Não demorou para quase todas as almas serem devoradas pelos palhaços.

 

– Soul. – Maka se virou e viu que Soul ainda estava rindo, porém, ele começou a parar um pouco quando seu corpo começou a brilhar como os outros. Maka viu Soul começando a abrir a boca e se desesperou. – Não!! – ela correu até ele e segurou seu rosto, juntando sua boca à dele e o beijando para que sua alma não escapasse.

 

Por que ela havia feito isso? Provavelmente foi a primeira ideia que lhe passou na cabeça. Não sabia como explicar. Porém, não foi de todo mal. Seu beijo, despertou Soul da fumaça do riso a qual o albino estava sobre o controle. E assim que notou que estava com a boca de Maka contra a sua, ele a empurrou.

 

– O que você está fazendo?!? – ele gritou irritado, e acidentalmente, no seu empurrão, ele acabou retirando o colar de Maka, fazendo-o cair no chão e seu aroma de caçador se espalhar.

 

Soul, sendo o mais perto, foi o primeiro a sentir o aroma, sentindo suas pupilas dilatarem e suas presas começarem a aparecer sem que quisesse. Mas não demorou muito para os dois palhaços também perceberem. Eles fecharam suas bocas, deixando algumas almas voarem livremente ao redor e olharam exatamente para onde Maka estava. Sorrisos macabros apareceram em seus rotos. Enquanto Soul, tampou a boca e Maka correu para pegar e colocar o colar assim que notou sua ausência em seu pescoço.

 

– Droga! Por que você fez isso? – Maka perguntou irritada por ele ter tirado o seu colar pela segunda vez.

 

E por que você me beijou? – ele perguntou de volta, ainda mais irritado, revelando suas presas.

 

– Eu só queria... – Maka parou quando começou a ouvir uma risada maligna atrás dela. Ao se virar, eles viram os palhaços os encarando e rindo.

 

Olha o que temos aqui, irmão. – o palhaço de azul comentou.

 

Temos uma caçadora na plateia, irmão. – o palhaço de vermelho diz. Maka engoliu seco.

 

O que acha que devemos fazer com ela, irmão? – o de azul pergunta.

 

Vamos... – o sorriso dos dois rasga seus rostos – Devora-la!! – os dois respondem juntos.

 

De repente, seus corpos começam a brilhar e eles começam a crescer, com longos braços, longas pernas e tronco. Os dois ganham uma aparência ainda mais assustadora, com mais de 3 metros de altura. Os loiros da loira cresceram de medo e nem percebeu quando prendeu sua respiração.

 

HAHAHAHAHAH! – os dois riram e começaram a se aproximar de Maka e Soul a passos lentos.

 

Tsc. Corra! – Soul segurou o braço da loira e a puxou, saindo correndo da tenda para se esconder.

 

 

[...]

 

 

Caçadora... Onde você está? – o palhaço azul a chamou, levantando um carrinho de pipoca. – Eu não gosto dessa brincadeira. – ele jogou o carrinho para trás, o destruindo. – É sem graça! – cruzou os braços, emburrado. Porém, por mais que tivesse chateado, o sorriso ainda permanecia em sua face.

 

Sabe o que seria engraçado, irmão? – o de vermelho se aproximou, esmagando o palco de uma das aberrações do circo. – Se acharmos e comecemos a alma dela. – ele lhe deu um tapa atrás da cabeça. – Pare de reclamar e faça algo! – exigiu.

 

Não me bata! – o azul empurrou o de vermelho, ele se desequilibrou e caiu, esmagando outra parte do circo, dessa vez um caminhão.

 

– Isso é ridículo. – Soul sussurrou, enquanto observava os dois irmãos brigarem impaciente. – Pelo menos voltei ao normal. – suspirou e olhou para Maka, que estava tremendo e hiperventilando. – Qual o seu problema? – ele arqueou a sobrancelha.

 

– O-O que você acha? – ela perguntou de volta, com a garganta seca. Os dois estavam escondidos atrás da tenda da vidente. – Isso tudo é culpa sua!

 

– Oi? Minha culpa? Foi você que me beijou! – retrucou, sentindo seu rosto ficar vermelho, Maka passando pelo mesmo, ainda que com medo.

 

– F-Foi pra salvar a sua alma. Se eu não fizesse isso, eles iam... Quer saber? Esquece! – ela mexeu no cabelo, ansiosa. – E-Eles vão nos matar. Eu vou morrer para palhaços.

 

– Tsc. Fala sério! – Soul cruzou os braços – Eles não são tão ruins assim. Já vi piores!

 

– Mas eles também não são nenhum Patati e Patata! – ela retrucou. – E-Eu vou acabar morrendo. E pior... Virgem! – falou com desespero, fazendo Soul lhe olhar com uma careta.

 

– Eu não precisava saber disso! – pontoou, mas percebeu que Maka estava ocupada demais surtando por causa do seu medo de palhaços. Além de estar hiperventilando, ela suava e seu corpo não parava de tremer, assim como seus lábios.

 

Soul bufou e desviou os olhos. Logo, Maka sentiu algo em sua mão, e ao olha-la, viu a mão de Soul sobre a sua, a apertando com força.

 

– O q-

 

– Antes que você diga alguma besteira, estou fazendo isso só pra te acalmar e você não chamar atenção para nós. – explicou sem olha-la nos olhos.

 

Maka sentiu suas bochechas queimarem.

 

– C-Certo. – respondeu com um murmúrio e respirou fundo, começando a se acalmar.

 

Quando de repente, a tenda onde estavam escondidos foi levantada.

 

Eu achei, irmão! Eu achei! – o azulado gritou animado, encarando os dois jovens. O vermelho chegou em poucos passos.

 

Owwn! Que casal fofo! – os dois babaram em cima de Maka e Soul. – Você é nossa! – o vermelho tentou agarrar Maka, mas Soul a puxou e os dois saíram correndo.

 

Voltem aqui! – o azul gritou e jogou a tenda na direção deles.

 

Os dois conseguiram desviar, mas Soul acabou soltando a mão de Maka e eles caíram no chão.

 

– Aaaah! – Maka gritou quando sentiu duas mãos a segurarem e erguerem seu corpo. Era o palhaço azul.

 

Você é minha! – ele riu e abriu sua enorme boca, como uma cobra, prestes a engolir a presa. Maka praticamente viu sua vida passar diante de seus olhos e quando estava próxima a boca do palhaço, conseguiu ver um redemoinho de almas lá dentro.

 

– Espera!! – ela gritou, chamando a atenção dos dois palhaços e de Soul, que levantava de sua queda.

 

O que é agora? – azul perguntou irritado.

 

– E-Eu adoraria ser devorada por você, mas tenho certeza que mesmo sendo palhaço, v-você devia ser educado e deixar seu irmão provar primeiro. – Maka suou frio, xingando-se mentalmente pelo o que estava dizendo.

 

É o que?!? – o azul perguntou incrédulo.

 

– Ela enlouqueceu? – Soul perguntou confuso.

 

Eu não tenho tempo pra isso. – ele tentou devora-la novamente.

 

Espere aí! – vermelho o impediu, tampando sua boca.

 

O que foi agora?

 

A caçadora está certa. Eu deveria ser o primeiro, sou o irmão mais velho afinal de contas. – argumentou. – Me dê ela aqui! – ele pegou Maka pelo pé, deixando-a de cabeça pra baixo. A mesma teve que segurar sua saia e a adaga, que escorregou de sua bota, ela tinha até esquecido que a estava com a arma.

 

Sacanagem! Eu a achei! – azul retrucou, sentindo-se injustiçado.

 

Não fez mais do que seu trabalho! – vermelho preparou-se para devorar Maka.

 

Não! Sem palhaçadas pro meu lado! – azul deu um soco em seu irmão, que o irritou. – Só porque você tem cara de palhaço, não significa que tem que bancar o espertinho comigo. Eu sou o mais esperto!

 

É UM IDIOTA! – vermelho o socou de volta com a mão livre.

 

Enquanto os dois brigavam, Maka avistou o que parecia ser sua salvação espelhada pelo chão. Aproveitando a distração do palhaço, ela se ergueu até a mão que a segurava e enfiou-lhe a adaga.

 

AAAAH! – vermelho gritou de dor e a soltou, fazendo-a cair no chão. – VADIA!! – ele xingou-a.

 

Maka, sem nem esperar a dor de sua queda passar, correu na direção que queria. Soul a observou confuso e até impressionado que ela havia saído das garras do palhaço sem precisar da sua ajuda.

 

Volte aqui! – vermelho correu atrás de Maka, enquanto seu irmão ainda se recuperava do soco que havia levado.

 

Maka rapidamente, e ainda com medo, deslizou pelo chão e pegou o que queria, quando se virou, vermelho estava prestes a lhe atacar com a boca, ela desviou para o lado, escapando de uma mordida e decepando a cabeça do vermelho com uma espada afiada. Uma das várias espadas que estavam espalhadas pelo chão, depois que vermelho havia esmagado o palco do engolidor de espadas.

Com a cabeça cortada, o corpo explodiu em confete, liberando as almas presas.

 

Não!! – azul correu com desespero e empurrou Maka para longe, que teria sofrido um grave acidente, se Soul não tivesse aparecido atrás dela e a segurado. – Irmão! – ele segurou as roupas rasgadas que estavam no chão. – Não... – ele choramingou – Você... – ele encarou Maka, seu sorriso antes para cima, virando-se de cabeça para baixo, revelando uma carranca. – Vai pagar!! – ele correu na direção dos dois.

 

Soul pegou Maka no colo e desviou de um soco do palhaço azul, que criou uma cratera no chão.

 

– Boa ideia cortando a cabeça fora daquele. – Soul comentou enquanto corria para se esconder e sobreviver.

 

– Eu meio que fiz sem pensar. Foi a primeira ideia que me veio em mente. – ela retrucou, ofegante, ainda sem acreditar que tinha ousado matar um de seus piores medos.

 

– É como dizem: na dúvida, corte a cabeça.

 

– Quem diz isso? – ela perguntou e ele deu de ombros, escondendo-se finalmente atrás de um carro de uma família que havia ido assistir ao espetáculo. Estavam no estacionamento agora. – Acha que ele vai nos achar?

 

ONDE ESTÁ VOCÊ?! – azul começou a virar e destruir todos os carros em busca de Maka.

 

– Está perto. Precisa fazer o mesmo com ele. – Soul informou, ela arregalou os olhos.

 

– N-Não sei se vou conseguir de novo. Faz você! – o estendeu a espada que ainda estava em suas mãos, e ela estava incrivelmente limpa.

 

– Eu não sei usar uma espada. – Soul disse entre dentes e viu um carro cair em sua frente, com o alarme piscando. – Vamos fazer o seguinte, eu o distraio, e você o decapita. Entendeu?

 

Maka assentiu, receosa. Soul respirou fundo e a soltou, olhou para trás e viu o palhaço de costas, olhando para todos os lados. Ele tomou coragem e correu até ele.

 

– Ei, seu feioso! – gritou, chamando a atenção do palhaço.

 

Você... O namoradinho dela!!! – o palhaço rangeu os dentes. – Onde ela está?

 

– Namoradinho? – Soul murmurou sentindo-se ofendido e bufou. – Eu não sei, por que não pergunta pro seu irmão? Ah é! Foi mal! Esqueci que ele partiu dessa pra pior! – Soul sorriu presunçoso.

 

Cala a boca!! – o palhaço lhe jogou um carro, mas Soul desviou.

 

– Errou!! – o sorriso de Soul o irritou.

 

Fique quieto!! – ele jogou mais três carros e Soul desviou dos dois primeiros, mas acabou sendo pego pelo terceiro.

 

– Argh! – ele sentiu seu braço doer, sendo esmagado pelo carro.

 

Te peguei!! – o palhaço seguiu até ele e o levantou pelo pé, Soul podendo sentir que seu braço estava obviamente quebrado. – Agora vou te usar para pega-la!

 

– Solta ele!! – eles ouviram a voz de Maka gritar, mas antes que o palhaço pudesse reagir, seu braço foi cortado, fazendo-o soltar Soul.

 

Aaaahh! – ele cambaleou para trás e caiu apoiado em um joelho. – Ora sua... – os olhos do palhaço arregalaram quando ele viu a lâmina da espada vindo em sua direção.

 

Sua cabeça foi cortada. Seu corpo, incluindo seu braço decepado, explodiu em confetes, assim como do seu irmão. E todas as almas foram libertadas, voltando para seus donos.

 

 

[...]

 

 

– Mas eu não fiz nada!! Ai! – o apresentar do espetáculo tentava se defender enquanto era levado para o carro da policia a força, junto com todos os outros empregados do circo, menos a vidente.

 

– Sei! Fale isso para o juiz! – o policial empurrou sua cabeça para dentro do carro.

 

– Mas eu juro!! Eu não trabalho em circo nenhum. Eu nem sei o que está acontecendo e o que estou fazendo nessa cidade. Não sei como os carros ficaram assim! Eu era pescador no interior!! – o apresentador chorou.

 

Enquanto as pessoas, que haviam voltado ao normal, reclamavam com a policia sobre seus carros misteriosamente destruídos e culpavam principalmente o circo. Soul e Maka observavam a confusão. O albino ainda segurando seu braço direito quebrado.

 

– Uff! – Maka suspirou – Foi melhor do que eu esperava. – sorriu para o albino. – Nunca pensei que fosse perder o medo de palhaços.

 

– Jura? – Soul a olhou e desviou os olhos para trás dela. – Olha um aí, atrás de você!

 

– Aaah! Onde? Onde? Mata! – ela se agarrou a ele, machucando seu braço.

 

– Aau! Sua maluca! Eu estava zuando. – reclamou. Maka olhou para trás confusa, e ao não ver nada, franziu a testa, irritada.

 

– Mentiroso! – gritou irritada. – Bem feito ter quebrado o braço! – ela cutucou o braço doente do albino, fazendo-o rosnar.

 

Os dois viraram o rosto emburrados um com o outro e ficaram em silêncio por alguns segundos.

 

– Hum... – Maka engoliu seco – Sobre o beijo que te dei...

 

– Nunca aconteceu! – Soul foi rápido em dizer.

 

– Isso! Nunca aconteceu! – Maka concordou e suspirou. – Então... Eu vou embora. Até amanhã na escola! – ela disse e saiu para um lado.


  Soul a observou ir embora e revirou os olhos. Ele fitou a espada que Maka havia usado, caída no chão, ao redor de vários confetes.

 

– Preciso ter mais cuidado agora que sei que ela sabe usar uma arma.

 

O albino virou-se, sumindo na multidão. Tanto ele, quanto Maka e o restante dos cidadãos tomando a decisão de nunca mais pisar em um circo novamente.

 

 


Notas Finais


Iae? Gostaram? Espero que sim!!!

Aconteceu tanta coisa:

Maka com medo de palhaços!! Sinceramente, eu não gosto de palhaços nem um pouco e muito menos de circo.
E esse beijo Soma?! Tá bom, eu sei! Não foi um beijo de verdade e nem teve nenhuma "magia" kkkkkk (além de ter sido rápido :v)
Black apareceu e Maka conheceu ele!!!!!
E a vidente?! Escapou!! kkkk
Sobre o que ela disse para a Maka, a primeira frase eu tirei de Nietzsche: https://cdn.pensador.com/img/frase/ni/et/nietzsche_aquele_que_luta_com_monstros_deve_acautelar_s_l84qgl1.jpg
E os humanos que voltaram ao normal, não se lembram de nada... COMO SEMPRE! Kkkkk

Muito Obrigada por lerem! Desculpa os erros e até o próximo capítulo!♥♥


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