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História A Aprendiz de Caçador - CANCELADA - A Noiva de Preto


Escrita por: Mika_Mills

Notas do Autor


Olá amigos!
Saudades!!

Quase não estava conseguindo escrever esse capítulo, mas eu precisava escrever alguma coisa para postar e "elevar" essa estória sobre aquelas que já finalizei :p
Em todo caso...

Boa Leitura♥♥

P.s.: a imagem da capa é do filme/saga Sobrenatural

Capítulo 22 - A Noiva de Preto


Fanfic / Fanfiction A Aprendiz de Caçador - CANCELADA - A Noiva de Preto

 

A Noiva de Preto

 

 

Era uma noite fria. Não havia nuvens no céu. Não havia pessoas na rua. Estava tudo tranquilo. Porém, perto do museu da cidade, as coisas eram diferentes. Nuvens pesadas cobriam o céu em cima do local, e algo estranho estava prestes a acontecer.

 

– Parece que vai chover. – um segurança do museu comentou ao parceiro.

 

– Tanta faz. Passamos a noite aqui mesmo. – o outro deu de ombros.

 

O primeiro segurança, magro, um pouco corcunda e olhando pela enorme janela de vidro que tinha em uma das fachadas do museu. O segundo, gorducho, sentado com uma rosquinha na mão e os pés em cima da mesa de televisores ligados às câmeras.

 

– Hum. Estou com um mal pressentimento...

 

– Você deve estar com falta de açúcar no sangue. Toma! Uma rosquinha! – ofereceu o doce já mordido.

 

– Não, eu passo. Vou dar uma ronda pelo museu. – ele pegou sua lanterna e saiu.

 

– Ok, vou olhar pelas câmeras. – seu parceiro respondeu, seus olhos fechados e sua boca se ocupando em deliciar uma bela rosquinha com cobertura de morango e granulados de cores derivadas.

 

Seguindo pelas exposições, o segurança via seu caminho pela frente, limpo. Porém, ele se sentia incomodado, como se estivesse sendo vigiado. As coisas estavam estranhas desde que um novo carregamento de obras chegou ao museu no fim da tarde. Alguns objetos achados em umas expedições arqueológicas ou que foram leiloados e o museu os comprou.

Iluminando o local ainda com sua lanterna, ele chegou até um dos mais novos itens do museu. Recebido no final da tarde e já exposto. Comprado em um leilão que ocorreu na Itália: uma pintura. Com o fundo preto e o que parecia ser duas paredes laterais, a imagem de uma senhora com a pele branca e vestindo um vestido de noiva preto, segurando uma vela, o quadro sem nome, recebeu o título de “A Noiva de Preto”.

Após ver por mais alguns segundos a pintura, o segurança resolveu continuar seu caminho. Porém, ao dar um passo à frente, com sua atenção ainda presa na pintura, ele se surpreendeu ao ter a impressão de que os olhos da pintura, o seguia. Ele parou e voltou para frente da mesma, os olhos dela o acompanhando. Ele a encarou por mais alguns segundos e começou a rir de si mesmo.

 

– Eu deveria ter aceitado a rosquinha... – ele continua a rir, e aos poucos que ele ia parando, seus olhos voltam para o quadro.

 

A noiva não estava lá. Seu corpo todo arrepiou, o ar ficou gelado e sua lanterna começou a piscar. De repente, ele sentiu uma respiração fria em seu ouvido direito. Ele congelou na hora. Queria se virar, queria correr, mas não conseguia se mexer. Seu corpo inteiro tremendo, sua garganta presa, sem palavras, sem conseguir gritar.

Seus olhos eram os únicos que se movimentavam, e ao olhar para seu ombro, ele viu uma mão com uma luva preta o apertando. Uma respiração aproximou-se, e a mão pesou em seu ombro.

 

Você... Me ama? ela perguntou.

 

Ele não respondeu. Mesmo que quisesse, ele não conseguia.

 

Você me ama? – perguntou novamente, o som de sua voz parecendo um chiado estranho e agonizante. O homem perguntou-se confuso, muitas vezes, se estava mesmo ouvindo palavras ou uma TV sem sinal.

 

Você... Não me ama.... – ela sussurrou com raiva. – Você... vai me amar!

 

Seus olhos se arregalaram e ele finalmente conseguiu gritar. Um grito horrendo que ecoou por todo o museu e assustou seu amigo segurança, fazendo-o se engasgar com seus doces.

 

– Mas o que é isso?? – ele encarou as câmeras, todas com estática. – Tsc. O que aquele idiota fez? – rapidamente ele pegou sua lanterna, e mesmo com o joelho já ferido, mancou na direção que seu parceiro havia tomado.

 

Ele passou pelo mesmo caminho do amigo segurança. Passou direto pelo novo quadro da noiva e seguiu em frente, procurando seu companheiro por todo o museu. Mas ele não achou.

 

 

[...]

 

 

– Uau! Um passeio pelo museu! Que divertido! – Maka comentou forçando um sorriso animador.

 

– Também não precisa ser irônica, Maka. – Kim revirou os olhos com um sorriso, enquanto a loira fazia uma expressão emburrada.

 

– A senhorita Diehl está certa, senhorita Albarn. – a professora Olga, professora de História, se pronunciou. – A visita ao museu amanhã será de muito bom aprendizado para vocês como alunos, principalmente a senhorita. – apontou para Maka, que a olhou indignada.

 

– Euuu?? – perguntou, arrancando algumas risadas dos colegas.

 

– Exatamente. Para uma aluna que dorme demais e só tira NEGATIVO nas minhas provas, essa experiência pode ser útil para você.

 

A loira bufou, em desaprovação.

 

– E já que esse passeio é rodeado de informações, vou dá um trabalho para vocês.

 

Os alunos reclamaram, alguns batendo a cabeça na mesa, como Maka, por exemplo.

 

– Não se preocupem. Será fácil. – a professora arrumou seus óculos. – As duplas terão que somente fazer um relatório de um item de qualquer exposição com, no mínimo, 2 mil palavras e com imagens. Além de ser manuscrito, é claro!

 

– QUUEEEE?? – todos gritaram, Maka sendo a mais escandalosa e se levantando – Vamos poder escolher as duplas pelo menos, né? – ela praticamente implorou.

 

A professora Olga riu levemente.

 

– Não. – respondeu por fim, virando-se e quase sendo atacada pela Albarn irritada. Que teria pulado na garganta da professora se Kim não a segurasse. – Eu escolherei as duplas. – a senhora pegou a lista de chamada e se virou para a turma, Maka e Kim se sentando rapidamente. A senhora Olga pigarreou e arrumou os óculos – Bem... Vamos lá... – deu uma olhada na lista de chamada.

 

– Senhor Smith, com a senhorita Riden. Senhor Jones, com a senhorita Blake. Senhorita Brown, com a senhorita Miller. Senhor Martin, com o senhor Martinez. Senhorita Diehl, com...

 

– Albarn. Albarn. Albarn. – Maka ficou repetindo baixinho, desejando ficar com sua amiga.

 

– o Senhor Evans! – finalizou a professora.

 

– O que?? – os três gritaram. Ou seja, Maka, Kim e Soul, que estava distraído, riscando em seu caderno, até seu nome ser mencionado.

 

– Senhorita Diehl, com o senhor Evans. Entenderam?

 

– M-M-Mas vai deixar a Kim com o Sr. Rabugento?! Que injusto! Ela é MINHA amiga! – Maka se opôs.

 

– Haha. – Kim riu – Ciúmes de mim, Maka? – a rosada perguntou brincalhona.

 

– Sim!! – ela admitiu, fazendo a amiga rir mais, além de alguns colegas.

 

– Senhorita Albarn, se acalme. Aqui vai um parceiro para a senhorita... Hum... Ah! Aqui! O novato: Senhor Death.

 

– Oi?? Vai me colocar com alguém que nem nunca vi e que tem logo esse sobrenome?? A senhora tomou seus remédios hoje?? – Maka fez escândalo novamente.

 

– Senhorita Albarn!! – a professora gritou, fazendo-a tremer – Como ousa dizer tal coisa?? Para a sala da direção, agora!! – a loira revirou os olhos.

 

– Isso me deixa fora do passeio pelo menos?? – perguntou esperançosa.

 

– Não. Muito pelo contrário. – a professora sorriu vitoriosa, enquanto a Albarn se levantava e saia da sala, resmungando alguns xingamentos. – Bem... Bem... Aonde estávamos?

 

Ela continuou com as duplas.

 

 

[...]

 

 

– Dois dias de suspensão!! – o diretor gritou, antes dela fechar a porta e bufar.

 

– Uau. Dois dias? – Kim, que esperava ela sair da sala do diretor, se aproximou – O que está havendo com você esses dias? É o terceiro castigo só essa semana. – as duas começaram a andar pelos corredores. Era hora do intervalo.

 

– Argh! Ando estressada, só isso. – Maka suspirou.

 

– Estou vendo. – Kim tocou seu ombro e a fez parar e olha-la – Está com olheiras fortes, cabelo todo bagunçado e essa roupa não é da semana passada?

 

– Tsc. O que é isso? Esquadrão da Moda? – cruzou os braços.

 

– Você sabe que sim! – Kim a abraçou de lado e riu – Anda, vamos comer. Essa sua birra deve ser fome.

 

– Ah, se fosse só isso... – Maka murmurou, chateada pelo verdadeiro motivo das suas noites mal dormidas: Charles e sua confiança perdida.

 

 

[...]

 

 

– Nossa. A coisa é séria. Hoje é dia da pizza e você nem tocou na sua. – Kim comentou, vendo Maka encarar o pedaço. A loira suspirou.

 

– Acho que não estou tão afim de pizza assim... – murmurou pensativa.

 

– Olá, garotas!!! – Hero apareceu de repente, sentando-se ao lado de Maka, que nem se importou com sua presença – Vocês também vão no passeio ao museu?

 

– Sua turma vai, Hero? – Kim perguntou.

 

– Sim. Vou de par com a nerd da Emily Young. – ele olhou para Maka – E você, pudinzinho? – sorriu de canto. Maka bufou.

 

– Com um novato. – respondeu seca.

 

– Que novato? – Hero perguntou curioso.

 

– Ah, ele chegou há poucos dias. – Kim olhou ao redor. – É aquele ali, oh! – apontou para uma mesa mais isolada das demais, onde um garoto com capuz estava sentado, comendo sozinho e em silêncio. Era quase impossível ver seu rosto.

 

– Uuhh! Sinistro. – Hero sussurrou. – Qual o nome?

 

– Não sabemos. Os professores o chamam só pelo sobrenome da chamada: Death. – a rosada respondeu.

 

– Ui! Cruzes!! – Hero fez o sinal da cruz várias vezes, assustado. – Está bem perdida, hein pudinzinho.

 

– Tsc. Não me chame assim. – Maka rosnou, irritada.

 

– E você, Kim? Vai com quem? – Hero sorriu para a rosada, querendo continuar com o assunto.

 

– Com o Evans. – respondeu dando de ombros.

 

– Hum? Falando de mim? – o albino perguntou. Estava passando ao lado da mesa quando ouviu seu nome.

 

– Sim. Kim estava falando que vai com você. – Hero respondeu.

 

– Senta aí, Soul. Come com a gente. – Kim o chamou.

 

– Não sei se é uma boa ideia. Sentar numa mesa com o Hero e com a Albarn. – comentou.

 

– Tsc. Senta no chão, então! – Maka lhe deu língua. Soul revirou os olhos e se sentou ao lado de Kim com sua bandeja.

 

– Ah gente, mas eu nem queria ir nesse passeio. – Hero comentou, chamando a atenção para si.

 

– Também não gosta de história, Hero? – Kim perguntou.

 

– Também. Mas não estou falando disso. – olhou para os lados, desconfiado – Dizem que o museu daqui só compra e acha objetos assombrados. Argh! Credo!

 

– E você acredita nisso? – Kim riu.

 

– E vai dizer que você não?! As coisas de lá são assombradas, certeza!!

 

– Tsc. Pura bobagem. – Maka revirou os olhos, e pelo resto do intervalo, Hero tentou a convence-la do contrário, dando informações que ele dizia ter lido em um blog confiável sobre a cidade e seus mistérios.

 

 

[...]

 

 

– S-Senhor... Sem querer ser rude nem nada, mas... – o segurança coçou atrás da cabeça, cansado – O senhor está olhando essa pintura a bastante tempo. Está tudo bem? – perguntou.

 

O homem sorriu de canto e o olhou.

 

– Comigo sim. Estou só apreciando o jeito que o pincel se fez presente sobre a tela. E você? – ele apoiou-se sobre seu guarda-chuva – Parece cansado. Houve algo?

 

– A-Ah bem... – suspirou, sorrindo amarelo – É q-que um amigo meu foi embora de repente. Ele era segurança daqui e bem... Na verdade... Eu não sei se ele foi embora. As coisas dele estão todas na nossa sala. Tão estranho... – murmurou a última parte, mas o bastante para o senhor ouvir.

 

– E ele não tem família? – perguntou sério.

 

– Não. Ele mora com um gatinho. Mas... Quando fui visita-lo, só o gato estava lá. Acabei pegando o bichano para cuidar. Já faz... Alguns dias... – suspirou – Bem, vou continuar, fique à vontade pra ver o pincel na tela ou sei lá o que. Só estou fazendo a vigia mesmo, já que as câmeras quebraram... – deu de ombros e continuou a andar pelo museu pouco visitado, sua perna ainda mancando por um problema antigo no joelho.

 

– Hum. – o homem voltou a olhar para a pintura. – Blair estava certa. Isso é muito estranho... – ele transformou seu guarda-chuva em espada e estava prestes a cortar o quadro quando um barulho de passos o interrompeu.

 

– E por aqui temos mais algumas exposições que chegaram há alguns dias... – o tour do museu apareceu virando uma esquina, logo atrás de si a professora Olga de História e uma boa quantidade de alunos.

 

Charles não demorou em reconhecer Maka ao lado de um garoto encapuzado. A mesma estava quase dormindo enquanto andava. Ele sorriu de canto ao ver que ela permanecia a mesma. Porém, seus olhos logo foram parar no albino de olhos vermelhos. Suas mãos fecharam em punho ao pensar na imensa semelhança do garoto com o pai. O mesmo estava falando com uma garota de cabelos róseos. E só em revê-lo, Charles se lembrou da raiva que sentiu ao encontrar sua neta no pé de seu portão, com marca de presas no pescoço.

Sem querer ser visto por nenhum dos dois, Charles foi embora.

 

– Por aqui, senhora Olga, acho seus alunos conseguirão um bom conteúdo de trabalho.

 

– Sim, claro! – Olga se virou para os alunos – Com suas duplas se separem e procurem por alguma arte seja objeto, pintura, roupa ou arma antiga que mais lhe agradarem para fazerem o trabalho. Escrevam o nome da arte e da dupla em um papel e me entreguem. Peguem o máximo de informação aqui no museu. Vocês têm 10 minutos, logo sairemos para lanchar.

 

Todos concordaram e logo as duplas começaram a se aproximar do objeto ou pintura que mais o agradaram. Albarn bocejou e se espreguiçou, virou-se para sua dupla, que estava com um capuz e mãos dentro dos bolsos do moletom preto, e fez uma careta.

 

– Certo, caladão. Sobre o que você quer fazer? – perguntou cruzando os braços.

 

– Tanto faz. – ele murmurou em resposta, sua voz baixa, Maka quase que não conseguiu ouvir.

 

– Tsc. Sua animação para isso consegue ser melhor que a minha. – a loira comentou e revirou os olhos. – Vamos dá uma volta e escolher qualquer coisa. Ande! – ela foi em frente, ele a seguindo.

 

– Essa armadura parece legal, né Evans? – Kim perguntou, encarando uma armadura da idade média. – Evans? – ela olhou para o albino, após não ter uma resposta. E mesmo estando ao seu lado, os olhos dele estavam do outro lado do museu. Kim os seguiu e depois de muito analisar, sorriu de canto ao ver que ele encarava sua melhor amiga. – Algo te incomoda, Evans? – ela provocou.

 

– Tsc. Por que pergunta? – ele voltou com seu olhar para a armadura, suspirando em puro desinteresse.

 

– Oh, nada. Só curiosidade. – ela deu de ombros. – E então? Pode ser isso?

 

– Uh-hunm! – ele concordou.

 

– O que acha dessa? – Maka perguntou, aproximando-se da pintura intitulada como “A Noiva de Preto”. Seu parceiro parando ao seu lado – Sinceramente é macabra demais para meu gosto. – ela murmurou, e o observando melhor o quadro, ela notou o que parecia uma moldura na parede da pintura, perto da noiva. – Mas o que seria isso... – ela começou a se aproximar, mas foi detida pela mão de seu parceiro, que segurou em seu pulso. – Hum? – ela o olhou.

 

– Não se aproxime. – ele avisou.

 

– Tsc. E por que não? – ela se irritou.

 

– Porque... – ele finalmente levantou sua cabeça, Maka podendo ver seus olhos grandes e amarelos, o que a impressionou bastante. Porém, eles não pareciam esboçar nenhuma emoção. – Você não pode. É proibido passar do cordão vermelho.

 

– Hein? – ela olhou para baixo e viu um cordão vermelho que separava o visitante da obra e Maka estava quase o encostando. – A-Ah. Certo. – ela se afastou, suas bochechas ficando vermelhas.

 

– Vamos. – ele a soltou e se direcionou a outra pintura. Maka observou suas costas e respirou fundo, logo o seguindo.

 

Os olhos da noiva, a vendo ir embora.

 

 

[...]

 

 

– Como está seu sanduíche? – Kim perguntou à Maka. As duas estavam, juntos como os outros alunos, lanchando do lado de fora do museu.

 

– Bom. – respondeu sem nem dar nenhuma mordida, seus olhos presos no seu parceiro, que comia afastado dos demais.

 

– Sei... – Kim analisou a atenção da amiga, que pertencia a outra coisa ao invés de seu lanche e sorriu de canto. – Por que está olhando tanto o novato? Ele te irritou?

 

– Hum. Não. Ele só... Aah! – ela gritou com susto, logo que Hero apareceu e sentou ao seu lado, a abraçando pelo ombro.

 

– Oi pudinzinho! Oi Kim! Como estão os lanches de vocês? – ele perguntou de boca cheia, metade de um sanduíche natural em sua mão.

 

– Bons. E o seu? – Kim perguntou, enquanto Maka fazia careta pela presença do loiro.

 

– Ótimo. Esse é meu terceiro. – comentou, sem parecer muito satisfeito.

 

– Oi? Hero, pelo o que eu saiba, é um sanduíche para cada aluno. Como você ganhou três? – Kim perguntou.

 

– Duas alunas mimadas me deram. Dizendo elas que o pão não é integral. – ele deu de ombros, dando mais uma mordida no lanche.

 

– Argh! Mimadas mesmo. – Kim revirou os olhos.

 

– Ei, Hero. – Soul se aproximou – Toma! – ele jogou seu sanduíche para o loiro, que sorriu animado.

 

– Você não quer?? – perguntou feliz, terminando o que estava em sua mão rapidamente e abrindo o do albino.

 

– Não. Só gosto de pão integral. – Soul deu de ombros.

 

Kim e Hero se entreolharam e deram uma risadinha, que não agradou o albino.

 

– Algum problema? – perguntou irritado, cruzando os braços.

 

– Nãããooo! – eles disseram juntos, ainda rindo.

 

– Tsc. – os olhos do albino se direcionaram a loira que sempre o irritava, e estranhou que ela também não estava rindo de sua cara. – E essa aí? Com cara de paisagem. Qual o problema dela? – perguntou.

 

– Hum? Não sei. Fala algo Maka. – Kim a cutucou com o braço.

 

– Hum. – ela sorriu minimamente – Acho que gosto de amarelo.

 

– Como meu cabelo?? – Hero perguntou animado, sua boca cheia novamente.

 

– Tsc. – ela jogou seu sanduíche nele e levantou – Bem longe do seu cabelo. – respondeu e seguiu na direção de seu parceiro de trabalho, que levantava, assim como os outros alunos, para voltarem para o ônibus.

 

– Acham que eu devo pintar meu cabelo? – Hero perguntou confuso, mexendo no mesmo com sua mão suja.

 

– Acho que deve pintar sua cara, de vergonha. É uma ótima cor. – Kim brincou. Enquanto Soul, permaneceu em silêncio, vendo Maka se aproximar do garoto novo e estranho.

 

– H-Hey! – ela o chamou, antes que ele se juntasse ao restante das turmas e se camuflasse na multidão.

 

– Hum.

 

– B-Bem... Sobre nosso trabalho... – Maka sorriu sem graça, confusa do por que estava se sentindo tão nervosa. – E-Eu queria saber se-

 

– Não se preocupe. Eu farei o trabalho e colocarei seu nome. – ele informou.

 

– A-Ah! Parece bom, mas injusto. Eu te ajudo a fazer. Podemos nos encontrar na sala de informática para pesquisar ou-

 

– Vou fazer o trabalho e colocar seu nome. – ele repetiu, ignorando-a totalmente e seguindo para o ônibus.

 

Maka ficou parada, sem entender do porquê ele não queria sua ajuda. Por fim, ela suspirou e se juntou aos demais, após a professora Olga gritar seu nome para toda a vizinhança ouvir.

 

 

[...]

 

 

À noite, o segurança do museu estava em sua cadeira, tentando deliciar suas rosquinhas. Porém, não era a mesma coisa sem seu parceiro para lhe fazer companhia ou brigar por estar sujando o local de farelos. Distraído, mais com perguntas da localização do amigo do que com o trabalho, o segurança não percebeu que havia um invasor no museu.

 

– Vou continuar o que não terminei. – era Charles, já transformando seu guarda-chuva em espada e indo até o quadro da noiva. Estava prestes a ataca-lo, quando parou.

 

A noiva não estava lá. Charles se colocou em posição de batalha, olhando para os lados e esperando ela aparecer. Ele sabia que ela não poderia ir tão longe. E quando as luzes começaram a piscar e a temperatura caiu, Charles tinha certeza que se tratava de um tipo de fantasma.

 

– Ei! Senhor!? O que está fazendo aqui? – o segurança apareceu, preocupação que Charles não precisava.

 

– Vá embora! É perigoso! – Charles gritou, assustando o homem.

 

– Tsc. O que é isso? Um assalto? – ele pegou seu taser, tremendo.

 

– Vá embora!! – Charles mandou mais uma vez.

 

– O que isso signi-

 

De repente, todos os objetos do museu começaram a tremer, como se um grande terremoto estivesse acontecendo, mas Charles sabia que não era isso. A armadura da idade média, que Kim se interessou para fazer o trabalho foi o item que mais fez barulho. E não demorou para ela ganhar vida.

A armadura pulou da base onde estava, assustando o segurança e Charles. E com sua espada já em mãos, ela correu na direção do homem confuso. Estava quase o acertando, quando Charles entrou no caminho e defendeu o ataque. As duas espadas se bateram, mas o caçador não queria perder seu tempo com uma marionete. Ele precisava cumprir sua missão.

 

– Apareça!! – ele chutou a armadura, deixando-a desnorteada – Apareça fantasma! – ele gritou, esperando que a noiva aparecesse.

 

– S-Socorroo!! – o segurança chamou sua atenção, ao olha-lo, Charles viu a noiva o puxando para dentro do quadro. – P-Por favor! Socorro!

 

– Tsc. Já estou indo! – Charles correu para ajuda-lo, mas a armadura o pegou no ombro e o jogou para trás.

 

A armadura correu novamente e tentou cravar sua espada em Charles, ele rolou para o lado, desviando do ataque e deu uma rasteira nela, a derrubando. O caçador se levantou apressado, e conseguiu alcanças as mãos do segurança, o puxando para retira-lo do quadro. Estava quase conseguindo, quando recebeu uma pancada na cabeça, o fazendo desmaiar e soltar as mãos do homem que foi finalmente levado. A armadura, que atacou Charles voltou para sua posição e a noiva apareceu ao lado do caçador inconsciente.

 

Você me ama? – ela sorriu – Você vai me amar!

 

 

[...]

 

 

– Atrasada! Atrasada! Atrasada! – Maka desesperada, corria pelos corredores da escola para chegar até sua sala, quando seu celular tocou. – Hum? Blair? – ela fez uma expressão confusa pela ligação, e estava tão distraída que não percebeu uma pessoa em seu caminho, que por acaso, também estava atrasado. – Aauu!

 

– Eei!!

 

Maka caiu para trás após bater com a cabeça nas costas do garoto albino, que se virou e não se surpreendeu por ter sido Albarn a desleixada que bateu em suas costas.

 

– Tinha que ser você, né?! – comentou.

 

– Ain! – ela resmungou de dor e encarou o garoto com raiva. – Qual o seu problema? Não sabe usar seus poderes para sair da frente?

 

– Você é culpada aqui sua maluca!

 

– Eu te encheria de porrada se não tivesse que achar meu celular. – ela começou a procurar pelos lados. E Soul, ao também procurar de onde aquele toque vinha, achou o aparelho perto de seus pés. Ele se abaixou e o pegou.

 

– Quem é Blair? – ele perguntou curioso, chamando a atenção da Albarn.

 

– Me dê isso seu enxerido!! – ela pulou em cima dele e o derrubou no chão, conseguindo recuperar seu celular.

 

– Argh! Sua maluca! Qual é seu problema? – Soul irritou-se, enquanto ela somente o ignorava e atendia a ligação.

 

– Alô?! Blair, o que foi?

 

Maka, que bom que atendeu. Desculpa te incomodar na escola, querida, mas... Estou apreensiva.

 

– Apreensiva?! – Maka se preocupou e olhou para Soul, que parecia estar prestando atenção em sua conversa, e ainda sentada no chão, ela se virou de costas para ele – Por que? O que houve?

 

Seu avô. Ele foi para uma missão no museu da cidade ontem a noite e... Bem, até agora ele não voltou. Estou preocupada. Tentei ligar, mas ele não atende. Maka, por favor... Me ajude! E-Eu – a loira ouviu Blair fungar, muito provavelmente por estar chorando.

 

– Deixa comigo! – ela respondeu e se levantou.

 

– Espera! – Soul segurou seu braço. – Onde pensa que vai? Temos aula!

 

– Tsc. Vai você então. Minha família precisa de mim! – ela se soltou e correu para o portão da escola.

 

Soul bufou e se levantou.

 

– Teimosa! – e mesmo sem saber o do porquê, ele a seguiu.

 

 

[...]

 

 

– Vovô! Vovô! – Maka chegou ao museu, porém, logo na entrada, foi barrada pelo dono.

 

– Ei, mocinha! Vai com calma, o museu está fechado para visita hoje! – ele explicou, impedindo sua passagem.

 

– Mas o meu avô-

 

– Olha, já estou lidando com problemas demais. Meu último segurança sumiu e eu agora tenho que contratar novos! Anda, pra fora, está me atrapalhando! – ele pegou o celular que tocava.

 

– Mas, moço, eu preciso achar meu avô. Ele estava aqui! – Maka tentou passa-lo, mas ele a segurou pelo braço, enquanto atendia o celular.

 

– Alô?! Desculpe, espere só um pouquinho que estou lidando com uma pirralha aqui! – ele disse para o outro lado da linha e puxou Maka para fora. – Vamos, garota. Não tenho tempo para isso. – ele a soltou do lado de fora do museu.

 

– Mas eu- – Maka tentou novamente seguir em frente, mas seu braço foi pego por Soul.

 

– Não se preocupe, senhor. Eu cuido dela! – Soul sorriu para o homem, enquanto segurava Maka para que ela não avançasse.

 

– Ok, garoto. Obrigado! – ele voltou para dentro do museu, atendendo novamente o celular.

 

– O que você está fazendo? Eu preciso achar meu avô! – ela se virou e começou a soca-lo, irritada.

 

– Calma, Albarn! Não vai conseguir nada agindo desse jeito. – ele segurou os braços dela e a fez olhar em seus olhos. – Vamos voltar para o museu pela noite, quando não estiver ninguém. Eu te ajudo!

 

– O-O que? Me ajuda? Por que faria isso? – perguntou confusa.

 

– Hum. – ele desviou os olhos – É um pagamento por você ter me protegido do seu avô caçador, e por ter me salvado daqueles outros caçadores também.

 

– Tsc. Um pagamento... Certo. – ela se soltou dele, dessa vez mais calma – Vou aceitar sua ajuda por falta de coisa melhor. Agora vamos! – ela se afastou.

 

– Aonde vamos? – ele revirou os olhos pelo comentário e a seguiu.

 

– Em busca de informações.

 

 

[...]

 

 

– Chegamos. – Maka e Soul param em frente ao portão de metal da casa de Charles.

 

– A-Aqui? – Soul a olhou indignado – Quer que eu entre na casa de um caçador? Enlouqueceu?

 

Maka bufou.

 

– Você quer ajudar, não é? Então sim. – ela abriu o portão e o esperou passar, mas ele permaneceu parado. – Anda! Passa! – ela mandou.

 

– Não posso! T-Tem uma coisa... – ele gesticulou com as mãos para a casa. – Ah, sei lá! Não sei o que é, mas não posso entrar. Não consigo.

 

– Uma coisa? – Maka ficou confusa, mas logo se lembrou de uma das regras da casa, onde somente ela, seu avô, familiares de sangue e quem eles permitissem poderiam tanto entrar na sala, quanto no escritório de Charles. – Ah é! A barreira mágica! – ela bateu com a palma da mão na testa e voltou para ele. – Vamos, eu convido você. – ela pegou na mão dele e o puxou para dentro.

 

– Como?? – ele perguntou confuso, principalmente por ela estar segurando sua mão com força.

 

– O único jeito de uma criatura mágica entrar é eu ou meu avô convidando. Eu convidei você, então tudo bem. – eles foram até a porta, onde Maka soltou a mão dele, e quando estava prestes a bater na porta, ela foi aberta por Blair, que logo abraçou a garota.

 

– Oh, querida, que bom que está aqui. Senti tanto sua falta!!!

 

– B-Blair... A-Ar... – Maka pediu, sendo esmagada pelo abraço e peitos da mulher.

 

– Oh, certo. Desculpa! – ela soltou a jovem e olhou para Soul, fazendo uma expressão de desgosto, que Soul logo retribuiu, com desconfiança. – E quem é esse... – ela cheirou o ar. – Vampiro?? – ficou surpresa.

 

– Meu avô não te contou? – Maka perguntou e ela negou.

 

– Seu avô gosta de guardar as coisas, geralmente por um bom motivo, para proteger quem ele ama. – sorriu carinhosa para a loira e voltou com a expressão fechada para Soul – Você o convidou?

 

– Sim.

 

– Então confia nele?

 

– Hum. – Maka olhou para Soul, que não deixava de encarar Blair, preparando-se para uma posição de defesa caso alguma coisa ocorresse. – Confio. – Maka respondeu, voltou a olhar a gata e até deixando o albino surpreso.

 

– Certo. Se você confia, então tudo bem. Rápido, entrem. – ela deu espaço para que os dois jovens passassem.

 

Soul respirou fundo, deu mais uma olhada para o lado de fora e entrou, pensando que seu pai o mataria se soubesse que o mesmo entrou na casa de uma raça tão repugnante.

Os três logo foram para o escritório, Maka preocupada, ansiosa, e Soul observando ao redor. Blair se sentou na poltrona e Maka e Soul se sentaram no sofá. Os olhos vermelhos do albino, não deixando de notar a grande e charmosa foice na parede.

 

– E então? Me conte tudo sobre essa missão. – Maka logo pediu.

 

– Certo. – Blair respirou fundo para poder começar – Alguns caçadores na Itália, avisaram seu avô de que um quadro amaldiçoado foi leiloado e comprado pelo prefeito dessa cidade, e estava vindo para cá. Infelizmente não tínhamos muitas informações sobre o quadro, principalmente de como ele era. Até que, ontem de tarde, Charles reconheceu o quadro. Ele sentiu que tinha algo de errado com ele.

 

– E o que era??

 

– De acordo com as suspeitas de seu avô: Um fantasma.

 

– Tsc. Fantasma? – Soul chamou a atenção das duas – Fantasmas existem?

 

– Eles-

 

– Ssh! Calado gafanhoto da mente pequena! – Maka deu um tapa no topo de sua cabeça, deixando-o irritado. – Ele contou como era o fantasma? Se tinha algum objeto ligado a ele ou coisa assim? Tipo a Lucy.

 

– Não. – Blair abaixou o olhar – Infelizmente, depois do problema que houve... Entre vocês... – ela murmurou – Seu avô voltou a ser mais distante. Ele já era, mas... Não sei. – sorriu minimamente e olhou para Maka – Com você, ele parecia mais feliz.

 

– Hum. Entendo... – Maka murmurou, ficando cabisbaixa e Soul somente desviou os olhos, sentindo-se culpado de ter acabado com a relação de avô e neta, por mais que ambos fossem caçadores, seus inimigos naturais. – Certo, Blair. – Maka suspirou, afastando o clima tenso que havia se fixado no local – Vou precisar de ferro e bastante sal.

 

Blair assentiu e se levantou, deixando os dois sozinhos. Soul olhou para Maka com uma expressão confusa.

 

– Sal para que? Pretende fazer uma salada pro fantasma?

 

Maka revirou os olhos.

 

– Você é tão inexperiente. Lembra-me de mim mesmo há algum tempo. – balançou a cabeça em decepção, fazendo, dessa vez, o albino revirar os orbes vermelhos.

 

 

[...]

 

 

Não foi difícil invadir o museu já que o mesmo estava sem segurança naquela noite. Maka e Soul rapidamente entraram por uma janela que ficava no teto do museu, o albino segurando a loira nos braços e levando até o chão.

 

– Me pergunto desde quando virei burro de carga. – ele comentou a colocando no chão.

 

– Burro você sempre foi, querido! – Maka lhe lançou um sorriso travesso, que o fez bufar.

 

– Vamos procurar logo seu avô. – ele passou por ela, Maka ligando uma lanterna para poder enxergar. – E você também está gorda! – ele revidou tardiamente, fazendo-a dar de ombros e ignorar sua ofensa atrasada.

 

Eles passaram um bom tempo procurando nas mais diversas pinturas estranhas e sem sentido para suas mentes nada interessadas em arte. E no exato momento que chegaram na ala onde pararam para escolher o tema de seus trabalhos no outro dia, a lanterna de Maka começou a piscar.

 

– Tsc. Droga! Não me diga que a Blair me deu uma lanterna com pilhas morrendo?! – ela bateu na mesma, tentando mantê-la acesa.

 

– Talvez você seja o problema. – Soul comentou, fazendo-a lhe dar língua, irritada.

 

– Não me faça tacar a lanterna na sua cabeça para ver se ela volta a funcionar. – ameaçou.

 

– Não duvido que você o fizesse. Mas eu revidaria, e você não ia gostar. – Soul sorriu de canto.

 

– Ah jura? E o que ia fazer? Me morder de novo? – ela brincou, nem percebendo a coloração vermelha que as bochechas do garoto adquiriram com sua fala.

 

– N-Não seja idiota. Não cometo o mesmo erro duas vezes. – ele cruzou os braços, desviando os olhos.

 

– Tanto faz... – ela murmurou – Ei! Espera! – ela parou, fazendo-o parar também.

 

– O que foi agora? Não me diga que quer ir ao banheiro novamente.

 

– Não. Não quero. – ela bufou – Olha isso... – ela apontou a lanterna para um quadro.

 

– Uma pintura?! Grande coisa. Parece tão louca como as outras duzentas que a gente viu. – revirou os olhos.

 

– Mas esta está diferente... Q-Quero dizer... Eu juro que ontem tinha uma noiva de preto aqui e agora... Não tem nada. – ela sentiu um enorme calafrio, a temperatura do lugar diminuindo e sua lanterna piscando sem parar.

 

– Você deve ter visto errado. Pensa que não notei sua cara de sono? Deve ter alucinado. – Soul deu de ombros, sem acreditar. Até porque, o mesmo estava muito cético sobre a existência de fantasmas.

 

– Tsc. Sabe o que não vai ser alucinação? A minha mão voando na tua cara, seu Rabugento!! – ela se irritou.

 

Os dois, discutindo, não notaram que a mesma armadura de antes havia novamente ganhado vida, aproximando-se lentamente deles.

 

– Certo. Vamos dizer que você esteja certa e esse é o tal quadro fantasma. O que a gente faz? Joga sal?

 

– Hum. Não parece uma má ideia. – ela sorriu – Segura! – entregou-o a lanterna e pegou o pote de sal de sua mochila.

 

A armadura se aproximando...

 

– Anda logo com isso. Faz logo uma salada desse quadro. – ele zoou.

 

– Tsc. Como um vampiro pode ser tão cético em relação à fantasmas? – ela perguntou, tentando abrir o pequeno pote que estava bem fechado.

 

– Só acredito em coisas que posso ver. – ele deu de ombros.

 

A armadura à um metro deles, estendeu a mão para pegar a Albarn...

 

– Eu... Também... Era... Assim... – e com muita força, Maka conseguiu abrir o pote de sal, fazendo sal voar para trás dela e cair sobre a armadura, que soltou um grito feminino, assustando os dois. – Aaah! – os dois se viraram, vendo a armadura dar alguns passos para trás, desnorteada.

 

– Mas o que diabos é isso? – Soul perguntou, completamente confuso.

 

– Não sei, mas não vou ficar parada para descobrir. – Maka fechou o pote e correu na direção da armadura, dando uma voadora nela e fazendo-a cair no chão, se desmontando. – Ué... Não tem ninguém dentro? – ela murmurou desconfiada.

 

– Albarn!! – de repente ao ouvir Soul gritar, ela se virou e o viu sendo pego pela noiva do quadro, o arrastando para dentro do quadro.

 

– Oh meu Deus! – ela ficou surpresa – Viu só! Eu falei que tinha uma noiva! – ela apontou, feliz de estar certa.

 

– Eu estou vendo, idiota! Agora me ajuda! – Soul gritou e metade do seu corpo foi puxado para dentro da pintura.

 

Desesperada, Maka correu até ele e conseguiu segurar suas pernas, tentando as puxar para fora.

 

– M-Mais que força... – ela murmurou com dificuldade de salvar o albino. – E-Evans... Eu não acho que- Aaahh!

 

E usando toda sua força, a noiva puxou os dois para dentro da pintura.

 

.

.

.

.

 

– E-Ei! Levanta!

 

– Hum? – Maka começou a abrir seus olhos, tendo a primeira visão, Soul, a balançando para que acordasse. – Hein? – ela arregalou os olhos e se sentou, olhando ao redor e vendo uma sala com uma tonalidade verde e sombria, não parecia haver luz, mas o local era iluminado de um jeito que tornava as coisas mais assustadora. Boa parte da sala era pura escuridão e tudo que era visto parecia ter sido pintado – O-O que houve? Onde a gente está? – ela se levantou.

 

– Não sei. Acabei de acordar também. – ele olhou em volta. – Como vamos sair?

 

– E-Eu não sei... – Maka também tentou achar uma saída, até ver uma porta vermelha. – Q-Que tal por ali? – apontou para a porta sozinha na escuridão.

 

– Parece ser nossa única alternativa. Vá você primeiro! – ele a empurrou para frente.

 

– Oi? Eu? Por que? – ela ficou indignada e com medo.

 

– Porque você é a caçadora. Agora vai! – ele insistiu.

 

Ela resmungou alguns xingamentos para ele, respirou fundo e foi seguindo para a porta vermelha com ele logo atrás. Ao abrir a porta devagarinho, Maka foi notando que parecia ser a mesma sala que estavam, mas dessa vez, havia uma cadeira, uma tela de pintura e um homem sentado, pintando. A loira engoliu seco, olhou para o albino que deu de ombros, e criou coragem para se aproximar.

 

– C-Com licença, e-eu queria-

 

– Você não apareceu!! – de repente, uma senhora vestida com um vestido branco surgiu da escuridão. Em suas mãos ela carregava um buquê de flores, e Maka logo se assustou ao reconhece-la como a mulher do quadro. Ela deu alguns passos para trás.

 

– S-Senhora, e-eu-

 

– Por que não apareceu? Por que Giovanni? No seu próprio casamento! No nosso casamento! – ela interrompeu Maka, falando com o homem que pintava excessivamente, parecendo hipnotizado por seus quadros.

 

– Estava ocupado. – ele respondeu frio e concentrado no seu mais novo trabalho.

 

– Ocupado?! – ela estava triste, amarga, decepcionada e com raiva – De novo suas telas são mais importantes do que eu? Sua noiva! – ela começou a chorar. – G-Giovanni... V-Você me ama? – ela perguntou, Maka prestando atenção nos dois, que não pareciam notar sua presença. – P-Por favor, responda. Você me ama?

 

– Tsc. Não vê que estou ocupado? Conversamos depois. – foi a única resposta que ele deu, deixando-a de coração partido.

 

– V-Você... – seu choro aumentou – V-Você não me ama... – ela soluçou, fungou e depois de alguns segundos, ela parou, sua expressão de tristeza sendo substituída por ódio e ira, sua maquiagem borrada tornando-a assustadora. – Você não me ama.... Você vai me amar!! – ela jogou o buquê de rosas em uma lata de tinta preta, sujando seu vestido branco, o homem e a tela que ele pintava, deixando-o com raiva.

 

– Droga! Olha só o que você fe- – de repente, o homem foi interrompido com ela avançado para cima dele, o derrubando no chão e o enforcando com as próprias mãos. – O-O q-que...

 

– Seu desgraçado!! Você pensa que é meu primeiro? – ela soltou um sorriso de orelha a orelha, apertando cada vez mais o pescoço do homem e o fazendo se contorcer para tentar sair – Quando acabar com um egoísta como você, eu vou- Aah! – seus olhos se arregalaram, e ao olhar para baixo, ela viu uma espátula artística enfiada em seu estômago, único objeto que o homem conseguiu pegar para se defender. – V-Você... – ela afrouxou as mãos ao redor do pescoço dele, aproveitando isso, ele a derrubou, e assustado, continuou a acerta-la com a espátula diversas e diversas vezes até que tivesse certeza de sua morte.

 

Quando acabou, ele se levantou, ainda assustado, tremendo, tombou na lata de tinta preta, fazendo-a derramar e ir direto na noiva morta, transformando seu vestido branco em preto. Ele se ajoelhou, e com suas mãos e espátula sujas de sangue, ele chorou.

 

Maka observou aquilo com muito medo e tristeza, durante os golpes, ela fechou os olhos com força e tampou os ouvidos. Quando voltou a abrir os olhos, a noiva já estava morta e o homem chorando. De repente, uma segunda porta vermelha apareceu, e ela não demorou em correr para lá, Soul a seguindo.

Ao passar, estavam novamente na mesma sala, o homem também estava lá, pintando. Mas ao invés de uma expressão fria e concentrada, ele estava melancólico, decepcionado, arrependido. Em sua tela, aquela que uma vez foi sua noiva tão querida e que ele não deu atenção, onde meses depois, descobriu ser uma serial killer conhecida como Viúva Negra.

Isso, Maka pôde descobrir ao se aproximar e pisar em um jornal jogado no chão, onde a noticia de que a famosa serial killer de homens havia finalmente morrido pelas mãos do que seria só mais uma de suas vítimas. E ao se aproximar do quadro sendo pintado, ela viu a pintura da noiva sorridente, com um vestido branco em frente à uma igreja.

 

– Tsc. Isso está... – o homem parou de pintar. – Terrível!!! – ele fez um grande risco no quadro, levantou-se e sumiu no lado escuro da sala.

 

– Vamos continuar! – Maka deu um pulo ao sentir a mão do Evans pousando em seu ombro e apontando para uma terceira porta vermelha.

 

E o que ela não viu, passando pela próxima porta, foi o quadro que o homem havia pintado, se modificando totalmente e tornando-se aquela pintura macabra que foi leiloada e exposta no museu da cidade. Porém, Soul viu isso acontecer, mas nada falou.

 

– Isso está mais assustador do que eu esperava... – ela admitiu a ele, assim que ele fechou a porta pela qual passaram.

 

– Concordo. – ele simplesmente disse.

 

Maka suspirou e olhou em volta. Dessa vez, sem homem e sem tela. Ao olhar para o lado, ela viu uma parede, e nela, uma fotografia daquele mesmo homem.

 

– Não sei se sinto pena dele ou não... – ela murmurou – Acho que sim. No final ele escapou de uma assassina. – ela continuou a andar, vendo fotografias penduradas de outros homens. Todas as cinco primeiras, pareciam iguais a do primeiro homem. Mesmas expressões, pose e roupas.

 

Suas expressões eram vazias, suas roupas eram smokings ou ternos e suas poses, a parte mais estranha. Pareciam estar dando o braço para alguém, mas não havia ninguém ao lado deles, coisa que chamou bastante atenção de Maka.

A sétima foto era de um homem magro, um pouco corcunda. A oitava era de um homem mais gorducho. E foi quando ela chegou na nona foto, que seus olhos se arregalaram. Lá estava seu avô, do mesmo jeito que os demais.

 

– N-Não é possível! – ela coçou os olhos e olhou para a fotografia mais uma vez. – Vovô?!... Mais como...? – ela tentou tocar a fotografia, mas Soul segurou sua mão com força, deixando-a surpresa.

 

– Acho melhor não tocar. Não sabemos o que pode acontecer. – comentou.

 

– V-Verdade. Posso acabar machucando-o. – Maka recolheu sua mão e continuou a ver a parede e mais uma coisa a surpreendeu.

 

Lá estava, depois de seu avô, sendo a décima foto, Soul Evans. Na mesma posição, com a mesma expressão e usando as mesmas roupas que os demais. Seu corpo inteiro arrepiou. Se Soul estava na foto, quem estava atrás dela naquele momento?

 

– Algum problema? – ela o ouviu perguntar.

 

– Não... – ela conseguiu responder, mesmo o medo querendo transparecer em sua voz. – Eu só estava pensando sobre o que a gente viu... – ela levou sua mão até as costas da mochila. – Fantasmas são reais, né?

 

– Eles sempre foram. Os vingativos são os piores. – comentou.

 

– Concordo. – ela fechou as mãos em punho e virou-se, tentando acertar um soco com a mão esquerda nele, mas sua mão foi segurada.

 

– O que está fazendo? – perguntou sem expressão.

 

– Você não é ele. – ela falou com raiva.

 

“Soul” sorriu, um sorriso de orelha a orelha.

 

– Você... me ama? – perguntou, e antes que pudesse atacar Maka, ela o acertou com uma barra de ferro que estava escondendo nas costas da mochila, fazendo-a gritar e desaparecer. Naquele momento, Maka sabia que tinha pouco tempo até o fantasma voltar.

 

Sem pensar duas vezes, ela abriu a mochila e colocou todas as fotografias dentro, menos, o primeiro. Por algum motivo, ela não conseguiu retira-lo da parede. E sem querer perder um tempo valioso, ela procurou por uma saída, achando uma quarta porta, dessa vez, da cor branca. Ela correu, abriu e passou, caindo da pintura de volta para o museu.

Ao fazer isso, sua mochila, que estava aberta emanou luzes brancas, que saíram e se transformaram naqueles que haviam sido presos na pintura. Charles e Soul eram os únicos acordados, enquanto o restante estava inconsciente. Ao se olharem, um misto de surpresa e apreensão os envolveu, mas logo se dissipou quando as luzes do museu começaram a piscar fortemente e um grito feminino, parecido com um chiado horrível foi ouvido.

 

– Argh!! – Charles olhou para Maka, que está mais próxima do quadro. – Maka, destrua o quadro. Ele é a origem do fantasma!

 

– O quadro?! – ela olhou para o quadro, mas ela sabia, que aquele não era o original. Sem dizer mais nada, ela pegou a barra de ferro e pulou dentro da pintura novamente.

 

– Maka!! – Charles gritou preocupado e confuso.

 

Lá dentro, Maka passou pela última porta vermelha e voltou para a sala onde o quadro da noiva de vestido branco estava, correu até ele e se preparou para dar um golpe.

 

Não faça isso!!! – a noiva apareceu, Maka não obedeceu e ela correu para ataca-la, mas bem na hora, Maka rasgou a tela, fazendo um brilho de luz cega-las.

 

Do lado de fora, o quadro brilhou e Maka foi jogada para trás, onde Soul conseguiu pega-la antes que batesse no chão. Charles sentiu-se aliviado e ao olhar novamente para o quadro, ele estava diferente. Havia a mesma noiva, de vestido branco, sorrindo e de frente para uma igreja. A tela, estava com um rasgo na diagonal.

 

 

[...]

 

 

– Como sabia que aquele não era o original? – Charles perguntou à Maka, do lado de fora do museu com cinco estranhos que haviam sido pegos pela noiva, enquanto Soul colocava os dois seguranças na recepção da entrada do museu.

 

– Não sei ao certo. Senti uma força maligna depois que sair daquela sala, uma coisa que não tinha antes. – ela suspirou – Segui meus instintos. – deu de ombros, abrindo um sorriso amarelo.

 

– Hum.

 

– Hã... Com licença... – Soul se aproximou dos dois, um pouco receoso pelo senhor, que o olhou com seriedade – Já arrumei os seguranças. – comentou.

 

Charles pigarreou, sentindo-se tenso.

 

– Certo. Eles não vão se lembrar de nada. – ele informou – Maka, eu... Estava errado.

 

– Errado? – ela ficou surpresa. E Soul, percebendo o momento, se afastou para ver como estava os outros homens.

 

– Sim. Achei que se destruísse aquele quadro iria resolver as coisas, mas se eu fizesse isso, aqueles homens teriam ficado presos nele para sempre e não funcionaria.  – ele respirou fundo – Fez um ótimo trabalho. Salvou nossas vidas.

 

– Então... Você me perdoa? Tenho sua confiança de volta? – ela forçou um sorriso.

 

– Eu... – ele desviou os olhos para Soul, que olhava para o chão, chutando uma pedrinha. Pensou um pouco e respirou fundo. – Certo. Eu te perdoo. Você é minha família afinal, e eu prezo muito por isso. – Maka sorriu – Mas sobre a confiança... – o sorriso dela sumiu – Você está no caminho certo. Só não minta mais para mim, ok?

 

– Ok. Ok. Juro que nunca mais vou mentir. Eu juro. – ela o abraçou, surpreendendo-o – Eu estava com saudades, vovô! Até dos treinamentos. – ela riu – A gente vai voltar com eles? – ela se afastou para olha-lo, mas não se separou do abraço.

 

– Hum. C-Claro. Você ainda precisa aprender muita coisa. – ele sorriu sem graça pelo contato com a neta.

 

– Que bom. – ela se afastou. – E sobre o Evans... – ela desviou os olhos para o albino, que os olhava, mas logo desviou os olhos por vergonha – Eu jurei não mentir mais, então tenho que te contar: foi ele que salvei daquela minha professora que virou uma mulher-cobra; ele também me ajudou com o Drew; com a sereia e com os palhaços.

 

– Hum. Você precisa me contar isso direito, senhorita Albarn. – alertou, desconfiado.

 

– Não se preocupe, vou te contar tudo. Tudo. Tudo.

 

E novamente, ela o abraçou e dessa vez, ele retribuiu o abraço. No fim, com a ajuda de Soul, mesmo que sem Charles querer sua ajuda, eles levaram os cinco homens até o hospital, deixando-os lá para serem encontrados e cuidados. Charles não deixou o quadro no museu, o pegou e naquela manhã, quando o sol nasceu, na floresta, ele tacou fogo no mesmo por garantia.

Nesse mesmo dia, noticiais de que um quadro havia sido roubado do museu se espalhou, os policiais procuraram por pistas e até mesmo pelas gravações das câmeras, mas todas haviam sido prejudicadas e perdidas. Os dois seguranças concluíram que tiveram um sonho compartilhado e até procuraram uma vidente, que os mandou jogar na loteria. Naquela mesma semana, eles ganharam e dividiram o prêmio, saindo do emprego no museu.

Já a Noiva de Preto não se sabe o que aconteceu com sua alma. Para Charles, ela foi apagada da existência, para Maka, ela foi levada para o inferno ou um purgatório, para Soul ela só sumiu e para vocês ela só achou outro lugar para assombrar.

 


Notas Finais


Iae? Gostaram? Espero que sim!!

Então, eu tenho uma ideia do próximo capítulo, maasss não sei se vai ficar legal, ainda não comecei a escrever. Estou me sentindo sem criatividade para essa estória. Não vou abandona-la nem nada, só não tenho previsão para postar um capítulo novo. Vou ver o que consigo e se ficar legal, eu posto :p
Desculpas por isso gente. Vou tentar ao máximo trazer algo bom :/

Muito Obrigada por lerem! Desculpa os erros e até o próximo capítulo♥♥♥


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