História A Arte do Caos - Cap 1: Por que choras?

Triste...

Esse era o cenário que residia em Magnólia neste momento... O céu estava negro, e uma tempestade fina com pequenos barulhos de trovoadas, atormentavam aqueles que eram obrigados a sair de suas casas ou por trabalho, ou por emergências, não importava. O fato é que o dia cinza e frio, não inspirava ninguém a sair de casa. Este é o retrato perfeito de pequena garota loira...

A guilda estava festiva mesmo em um dia como esse. Claro, era obvio, todos os dias lá eram festivos não importava as circunstâncias, mas hoje eles tem um motivo para comemorar. O motivo que agora atormentava a loira. Um novo casal, Natsu e Lisanna estavam juntos...

Um buraco tinha sido aberto em seu peito com a nova noticia. Já fazia 3 dias de comemoração. Era visível a felicidade dos membros era nítida. A maga dos espíritos sofria com isso. Não que não estivesse feliz por seu amigo, pelo contrario, achava que isso era bom, afinal seu amigo com uma personalidade infantil que todos adoravam, principalmente ela que se divertia com seus atos impensados e sua forma de agir, tinha crescido um pouco e encontrou o amor da sua vida.

Isso, para ela, era como uma tormenta. Ver a pessoa que mais amou, seu primeiro amor, abraçando outra lhe dilacerava por dentro. Todos os dias, ria e sorria falsamente, sem que ninguém desconfiasse que por dentro ela estava um caco. Seu coração que antes estava em frangalhos, agora não tinha nada. Um vazio frio e negro. Já se perguntava como estava viva, já que a pele mais pálida que o normal, e o fato de que sempre que colocava a mão no próprio peito não conseguia sentir as batidas do seu coração... Poderia ate estar viva agora, mais por dentro estava completamente morta.

Não conseguia ficar muito tempo na guilda, ia la para que eles não desconfiassem de seu sofrimento. Todos os dias quando voltava para casa desabava em lagrimas. Chorava ate não ter mais lagrimas para cair e depois continuava aos soluços e prantos ate que o cansaço tomasse conta de todos os seus músculos e adormecia. Não se lembrava da ultima vez que comera realmente uma refeição decente. Já fazia algum tempo que se distanciara de seus amigos e agora pegava missões solo apenas para sobreviver. Não se importava em ser ouvida aos choros, não tinha ninguém que invadisse seu apartamento agora.

Sabia muito bem do que Lissana era capaz. Já tinha lhe esmurrado e rido de sua cara secretamente, e esfregando em sua cara que Natsu era apenas dela... nunca revidara. Estava fragilizada emocionalmente demais para isso, alem de não querer contar aos amigos e estragar a felicidade deles. Provavelmente pensariam que era uma menininha mimada e indefesa com uma decepção amorosa falando.

Ai estava o outro problema... Ela era fraca. Sabia disso. Precisava se fortalecer para ajudar seus espíritos e a se mesma. Quem sabe assim não acabaria esquecendo e fortalecendo seu coração? Talvez funcionasse talvez não... não sabia. Mas agora essa era sua única escolha. Não poderia ficar guardando a dor apenas para si mesma, até o dia que morreria.

-Que escolha eu tenho?- disse rindo da própria desgraça.

Povs Lucy on:

Acordei bem cedo no dia seguinte. Tinha feito minhas malas após tomar minha decisão. Não queria abandonar meus amigos, mesmo que por um tempo, mas precisava faze-lo. Não poderia continuar nessa condição deplorável.

Levantei e fui ate a escrivaninha, deixei uma carta para o caso de alguns deles virem me procurar. Ela não continha detalhes apenas informava de meu treino. A coloquei la e acertei as contas com a proprietária pagando 6 meses. Disse a ela que caso demorasse mais, o que possivelmente aconteceria, acertaria tudo na volta.

Peguei a pequena mala que tinha feito e pedi virgo para por no mundo celestial. Se tivesse alguém mais próximo a mim na guilda essa hora e visse a mala com certeza não me deixariam ir.

Abri as portas devagar e com cuidado. Como eu suspeitava não tinha muitas pessoas. Somente Cana e Mira estavam lá. Cana provavelmente, por estar de ressaca do dia anterior e se preparando para a de hoje. Sorri um pouco com isso.

-Mira o mestre está?

-Está sim Lucy, na sala dele. Por que?- perguntou desconfiada.

-Nada. So queria falar com ele!

-Suba a escada, você já sabe onde é!

Subi a velha escada de madeira até chegar em frente a uma porta pesada de madeira maciça. Bati na porta e aguardei.

-Entre!- falou a voz ligeiramente envelhecida do Mestre.

Quando entrei o encontrei sentado na cadeira atrás de uma mesa de madeira repleta de papeis empilhados. Provavelmente cobranças e notificações do conselho por destruição de vilas e cidades.

-Lucy? O que faz aqui a essa hora minha filha?- perguntou- me franzindo o cenho.

-Mestre, eu só vim aqui lhe avisar de uma decisão que tomei, e que a compreenda!

-E o que seria?- perguntou curioso.

-Eu...Eu gostaria de me afastar da guilda por um tempo para treinar!- falei com os olhos marejados. O velhinho se aproximou de mim.

-Eu poderia saber o por que?

-Algumas coisas aconteceram e... eu preciso de um tempo para organizar as ideias e também quero ficar mais forte para honrar o nome da guilda!

-Eu entendo minha filha. Espero que volte rápido. Aqueles idiotas vão sentir sua falta!

Dei um pequeno risinho com isso.

-Mestre...Eu também gostaria de pedir que não contasse a eles. Conte apenas quando perguntarem!

-Se é assim que você quer. Eu também tenho um favor a te pedir. Me envie cartas tosos os meses. Não precisa me dizer onde está e nem quando pretende retornar. Apenas me informe se está tudo bem!

-Hay!

Depois disso, o abracei e sai de lá. Eu ia sentir saudades, mas eu precisava ir. Fui até a estação de trem e comprei o bilhete para uma cidade qualquer. Não tinha muito interesse em qual seria. Chegando la consegui uma casa de aluguel extremamente barato que ficava ao longe no meio de uma floresta. Paguei seis meses de aluguel deu aproximadamente 100.000j. Era extremamente barato. A mulher tinha me dito que por ser longe e por estar em uma floresta as pessoas não tinham muito interesse. Para mim era exatamente o que eu precisava.

Caminhei algumas uma ou duas horas até la. Pelo caminho, tive a sensação de estar sendo observada. Não me importei. Cheguei na casa, ela era modesta, feita de madeira. Tinha um quarto com cama de casal uma cozinha um banheiro, e uma pequena sala. Próxima a casa tinha um lago. Seria perfeito para treinar... mas não hoje.

Me joguei na cama e comecei a chorar abertamente outra vez. Pondo para fora todos os sentimentos que eu segurava dês de que sai da guilda. Será que vai ser sempre assim mamãe? Eu estou condenada a sofrer?...

Povs Autora On:

Em meio a floresta  uma criatura um tanto inesperada, se encontrava próxima a casa observando a menina de corpo esbelto e cabelos loiros, se desfazer em soluços e lagrimas de sofrimento. A olhava com interesse. Antes seu cheiro maravilhoso de uma brisa chuvosa com um leve toque de morangos, combinada a sua face angelical, lhe fez sentir algo que não sentia a muito tempo: Paz.

Ao ouvir seu sofrimento e ver suas lagrimas a distância, com seus sentidos aguçados a paz deu lugar a outros sentimentos: Desconforto e raiva.

O que teria acontecido para que uma pessoa de feições tão belas mergulhasse no mais puro sofrimento? –Era isso que se passava na cabeça da criatura que não estava entendendo a si próprio.

Nunca tivera esse tipo de preocupação. Já vira milhares de pessoas chorando, principalmente pelas devastações que causara, e nunca tinha se importado.

Mergulhado em duvidas de seus sentimentos próprios e formulando hipóteses do que aconteceu com a maga, acabou adormecendo ao lado do lago, tendo sonhos com a mulher que agora tanto lhe interessava...  

                  "O inimigo está nos olhos de quem vê!"