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História A assistente do Nekoma; imagine haikyuu - Problemas


Escrita por: GANYUGF

Notas do Autor


ۢࣼ🍒 ݈݇- MEU DEUS OBRIGADA???? Eu estou chorando de alegria, sério, eu mal posso acreditar que esse imagine já está com 100 favoritos. Obrigada de coração, gente, vocês são demais! Isso me traz uma motivação gigantesca para continuar escrevendo mais capítulos. Eu sou bem insegura, sabe? Então não achei que essa fanfic iria tão longe, por isso estou tão alegre com a quantidade de favoritos. Vocês são maravilhosos, sério, eu amo muito vocês. OBRIGADA DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO POR ISSO.

ۢࣼ🍒 ݈݇- Desculpe a demora para postar um capítulo novo. Minhas aulas voltaram há duas semanas (inclusive já tive prova logo nos três primeiros dias de aula), então as coisas estão um pouco corridas para mim. Sem contar que eu tenho uma AU Kagehina para escrever no Twitter. Então caso eu demore para postar capítulos novos, vocês já sabem porquê.

ۢࣼ🍒 ݈݇- Espero que vocês gostem do capítulo, boa leitura~

Capítulo 3 - Problemas


Fanfic / Fanfiction A assistente do Nekoma; imagine haikyuu - Problemas

 

.. __________________ .. __________________ ..

 

III. PROBLEMAS

C A P I T U L O   T R Ê S

 

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Acordei com o barulho estridente de meu alarme. O som que tentava me acordar parecia estar dentro de minha cabeça, eu quase podia sentir meu cérebro vibrar junto com o celular. Levantei-me de minha cama em um pulo e olhei o horário. Droga, eu estava atrasada. Muito atrasada. A primeira aula começaria em vinte minutos.

Deixei meu celular carregando, visto que ele estava com pouca bateria já que eu dormi sem o colocar na tomada, e fui correndo para o banheiro. Tomei o banho mais rápido da minha vida e coloquei minha roupa voando. Peguei meu celular e sai correndo em direção a sala de estar, sem pensar duas vezes peguei minha bolsa e pulei por cima do sofá, não estava com tempo para ficar dando voltas pela casa. Sentei-me no chão, de frente para porta e olhei para o relógio enquanto colocava meus tênis.

— Tenho dez minutos. Merda.

Fui correndo até o estacionamento do prédio e peguei minha bicicleta. Pedalei o mais rápido que pude, acho que nunca andei tão rápido como hoje, já que dei conta de chegar na escola em menos de dez minutos. Por sorte quase não havia pessoas ou carros pelo caminho que eu ia, então não tive que preocupar-me com um possível acidente. Cheguei na escola e praticamente joguei minha bicicleta no bicicletário, o que quase fez as outras caírem, o que por sorte não aconteceu. Sai em disparada na direção de minha sala, a aula já tinha começado fazia alguns minutos, mas por sorte minha professora era super tranquila. Chegando lá, bati na porta e a abri logo em seguida quando me foi permitido.

— Peço desculpa pelo atraso, Yuko-Sensei — Desculpei-me com ela, fazendo uma reverência. Eu podia sentir meu rosto todo estar queimando, eu deveria estar parecendo um pimentão — Prometo que isso não irá se repetir.

— Oh, claro, tudo bem — Yuko-Sensei respondeu, sorrindo para mim — Agora, por favor, sente-se.

— Obrigada, Yuko-Sensei — Agradeci a ela enquanto sorria de volta.

Andei apressadamente até minha carteira e logo organizei todo o meu material. Ainda estava muito envergonhada pelo fato de ter me atrasado, mas aos poucos fui ficando mais calma.

 

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Ouvi o sinal para o intervalo bater e agradeci por isso mentalmente, já não estava aguentando mais. Yuko-Sensei nos liberou e logo saiu da sala de aula, então Lev e Inuoka vieram até mim. Eu já esperava por isso, afinal, passamos todos os intervalos que tivemos até agora juntos.

— (S/N)-Chan, está tudo bem? Você está com uma cara péssima — Lev perguntou com um tom preocupado e inocente em sua voz.

— Lev, não é assim que se pergunta a uma garota se ela está bem! — Inuoka o repreendeu em um tom leve e brincalhão, mas com certa verdade também — Aconteceu algo, (S/N)-Chan? Você não me parece muito bem...

— Está tudo bem comigo, garotos, obrigada por se preocuparem — Respondi a eles, abrindo um sorriso enquanto me levantava da cadeira — Só fui dormir um pouco tarde demais ontem a noite e acabei não escutando o alarme.

— O que você estava fazendo tão até tão tarde na noite para conseguir não escutar um alarme? — Lev indagou curiosamente.

Quando abri minha boca para responder, Kai e Shohei apareceram na porta de nossa sala de aula.

— Bom dia, pessoal — Shohei disse para nós.

— Bom dia — Kai também disse, sorrindo.

— Bom dia — Dissemos em uníssono.

— Vocês vão vir com a gente? — Kai indagou — O time todo está no refeitório.

— Kuroo e Yaku acharam que seria uma boa ideia começarmos a passar o intervalo juntos mais vezes — Shohei respondeu após ver o rosto confuso de Lev e Inuoka.

— Enfim, vocês vem ou não? — Kai questionou.

Os dois garotos disseram que sim e logo foram até suas mesas pagarem dinheiro ou algo para comerem durante o intervalo. Peguei meu celular e me virei para os garotos, dizendo:

— Oh, claro, encontro vocês lá daqui a pouco. Só preciso fazer algo antes — Alertei eles e logo comecei andar em direção a saída da sala — Vejo vocês daqui a pouco, garotos.

Eu andava calmamente pelos corredores da escola, indo até o banheiro. Quando Lev disse que eu estava com uma cara péssima, lembrei que nem ao menos me olhei no espelho hoje antes de vir para a escola. Eu deveria estar um horror mesmo. Entrei no banheiro feminino, que estava aparentemente vazio, e fui até o espelho.

Até que eu não estava tão mal assim. Quer dizer, dava para o gasto, considerando que eu me arrumei em pouquíssimo tempo e sai que nem uma louca de casa. Arrumei meu cabelo que estava um pouco bagunçado, dei uma ajeitada no meu uniforme e lavei meu rosto. Eu estava com olheiras muito fundas, parecia que eu não dormia há dias.

Assustei-me quando ouvi a porta do banheiro sem aberta com tudo, mas não cheguei a dar muita atenção para quem estava entrando, devia ser só mais uma garota comum da escola.

— (S/N)?

E mais uma vez, eu estava enganada.

Virei-me bruscamente para a dona daquela voz. Meu queixo estava caído, eu não podia acreditar no que eu estava vendo. Mas que merda ela está fazendo aqui?

A garota riu, enquanto me olhava com repulsa. A vendo assim, Sakura só parecia mais uma garotinha mimada e narcisista que se sente na necessidade de inferiorizar todos a sua volta para se sentir minimamente superior, mas, infelizmente, ela era muito mais do que isso. De repente, senti uma súbita vontade de chorar, mas reprimi meus sentimentos. Eu estava tão acostumada a isso que era quase automático.

— É, parece que estudar em Nekoma não irá ser tão entediante assim — Ela sorriu maldosamente de canto.

— O que você quer comigo, Sakura? Já não basta todo aquele tempo enchendo meu saco ou você é obcecada o suficiente comigo para me seguir até aqui.

Ela me olhou surpresa por um momento, não estava acostumada comigo me defendendo sozinha. Afinal, eu tinha meus amigos antes que faziam isso por mim, mas agora eu estou sozinha. E isso não quer dizer que eu vá ficar de cabeça baixa. Sakura riu de mim, dizendo com escárnio:

— Eu? Obcecada com você? — Ela riu mais uma vez — Acho que você está trocando os papéis, queridinha, isso é trabalho da idiota da Kimiko.

Kimiko. Fazia tempo que eu não escutava esse nome. Senti aquela súbita e enorme vontade de chorar retornar novamente. Kimiko só era uma garotinha mimada e bancada pelo pai, que descontava suas frustrações pessoais em algumas pessoas específicas que não tinham nada a ver com seus assuntos e se aproveitava do fato de ser filha do diretor e dono da escola para manter qualquer um calado. Por algum motivo desconhecido, a ruiva insistiu em fazer da minha vida escolar um inferno durante dois anos inteiros.

— Idiota? Vocês não eram amigas?

Sakura fez uma cara de nojo. Ela era traiçoeira, já era de se esperar que a garota apenas se aproveitasse da popularidade de Kimiko para crescer às custas dela.

— Eu nunca seria amiga daquele tipinho chulo de gente.

Olhei para ela confusa. Não estava entendendo o que ela queria dizer com aquilo, afinal, ela era igual a Kimiko. Bonita, popular, egoísta, superficial e traiçoeira.

— Ah, pelo visto você ainda não sabe de nada — É óbvio que ela iria perceber minha confusão. Sakura era uma cobra, mas não era de forma alguma burra — Por que não pergunta para os seus amiguinhos?

Franzi o cenho. Sakura estava começando a me irritar e eu queria estar o mais longe possível dessa víbora.

— O que foi, (S/N)? Já quer ir embora? — Ela fingiu estar triste — Mas nós nem conversamos direito ainda. Não está com saudade da sua antiga colega?

— Não — Respondi rispidamente, quase cuspindo as palavras de tanta aversão a ela — E não temos nada para conversar também. Não gosto de você e o que eu mais quero é distância de víboras do seu tipo.

Ao ouvir a palavra "víbora" a garota pareceu ficar um pouco irritada, mas não se deixou abalar por isso. Era preciso mais do que isso para tirar ela do sério, e eu sabia exatamente o que fazer.

— (S/N)-Chan, tem muitas coisas que eu quero dizer a você — Sakura disse, caminhando lentamente até mim — Eu poderia começar dizendo o quão patética você é, mas acredito que já fiz o suficiente por dois anos. Você sabe o quão estúpida é, disso eu tenho certeza. Mas não estou aqui para falar sobre o fracasso que é você.

Tentei me conter, mas não consegui. Comecei a rir da cara dela. A garota me olhou confusa, sem saber onde eu via tanta graça.

— O que foi? Por acaso eu tenho cara de palhaça agora? — Indagou rispidamente.

— Talvez… — Respondi, enquanto parava de rir aos poucos. Levantei a cabeça e olhei no fundo dos olhos dela. Eu estava séria, mas ainda tinha um sorriso ladino em meus lábios — E mesmo depois de todo esse tempo, você não mudou nem um pouco, Sakura-Chan. Continua tentando fazer com que os outros se sintam inferiores, para que assim por um breve momento você possa se sentir melhor que todo mundo, mesmo sabendo que é pior do que lixo.

Bingo.
Essas palavras foram o suficiente para deixar Sakura totalmente nervosa. Era como se chamas estivessem ameaçando sair de seus olhos, mas eu não tinha medo de me queimar.

— Yoshida… — Ela me chamou, enquanto me agarrava pelo colarinho do uniforme o levantava. Tive que ficar na ponta dos pés para não cair, visto que Sakura era muito alta, principalmente em comparação a mim — Se eu fosse você, começaria a medir suas palavras.

— Ou o que?

— Ou você vai se arrepender muito de ter cruzado meu caminho. Você sabe bem do que eu sou capaz.

A fiz soltar o colarinho de meu uniforme e a empurrei para longe. Arrumei a bagunça que ela fez e então olhei no fundo de seus olhos.

— Eu sei bem do que você é capaz. Mas, e você? Por acaso sabe do que eu sou capaz?

— Por favor, você mal se defendia sem seus amiguinhos.

— O tempo passa, e as pessoas mudam. Você deveria saber disso.

— E você deveria tomar cuidado.

— Por favor, pare logo de dizer essas frases clichês de filme adolescente. Você é mais podre do que isso, Watanabe.

Sakura respirou fundo, tentando não se irritar mais ainda.

— É perda de tempo ficar me insultando a cada minuto. Eu não ligo para o que você acha de mim.

— Pois bem, você deveria começar a seguir seus próprios conselhos. Não é como se eu realmente ligasse para o que você acha de mim.

Passei por ela e fui caminhando em direção a porta em passos lentos. Eu estava de saco cheio dela, faltava pouco para eu socar seu rosto, então o melhor a se fazer era ir embora. Até mesmo Sakura já estava cansada daquele joguinho de palavras.

— Me aguarde, Yoshida, você sabe o que acontece com quem me enfrenta.

— Estou ansiosa para ver você tentar me derrubar, Watanabe.

E então fechei a porta do banheiro, a deixando sozinha lá. Soltei um suspiro que nem eu mesma percebi que estava segurando. Droga, ela iria ser um problema. Eu realmente não sou do tipo que gosta de brigar, por isso sempre sou gentil e pacífica, mas isso faz com que as pessoas pensem que podem fazer o que quiserem comigo. Qual é, eu sou gentil mas isso não quer dizer que eu vá abaixar a cabeça e me calar diante de qualquer ser humano estúpido que se chama grande o suficiente para achar que manda em mim.

Não demorou muito para que eu chegasse até o refeitório, onde todos os garotos estavam. Fui até eles e me sentei
no único lugar vago que tinha ali, bem no meio de Kuroo e Lev. Por Deus, eu estava me sentindo uma bactéria ao lado deles. O que tem no cardápio deles? Fermento?

— Bom dia, pessoal — Disse para eles.

Todos me responderam a sua maneira. Peguei uma maçã que Momo colocou em minha bolsa e comecei a comer. Os garotos conversavam animadamente entre si, e eu apenas fiquei lá, observando tudo ao meu redor. Encontrar Sakura foi surpreende para mim, eu realmente não esperava que ela tenha saído de Shiratorizawa. Eu me pergunto mentalmente o que aconteceu para ela sair de lá, mas sabia bem quem poderia me dar essas respostas.

— Ei, (S/N) — Lev me chamou, olhando para mim. Retribui o olhar, tendo que levantar minha cabeça para conseguir vê-lo — Você não nos respondeu mais cedo, o que aconteceu para você ir dormir tão tarde ontem?

Todos os presentes na mesa pararam de conversar, olhando para nós atentamente. Me senti um pouco nervosa com toda aquela atenção repentina, mas respirei fundo e me acalmei.

— Ah, é por isso que você está tão quieta? — Kai perguntou. Antes fosse isso.

— (S/N)-Chan, você precisa cuidar bem de sua saúde — Kuroo alertou-me. Era óbvio que ele estava chamando minha atenção, mas era notável que seu tom era preocupado e carismático — Ter uma boa noite de sono é importante.

— Desculpe, eu não pretendia ir dormir tão tarde — Respondi a eles, que me olhavam de forma curiosa. Respirei fundo e juntei coragem o suficiente para dizer — B-Bem, como agora eu sou assistente de vocês achei que seria importante eu aprender mais sobre vôlei, então comecei a assitir alguns vídeos e ler um pouco para entender como o jogo funciona, mas acabei perdendo a noção do tempo.

Todos me olhavam com perplexidade, acho que não esperavam esse tipo de resposta. Todos estavam em silêncio, paralisados e me encarando. Senti meu rosto esquentar como nunca, eu tinha dito algo de errado?

Me assustei quando Taketora começou a chorar, e disse um pouco alto enquanto sorria.

— Cara, eu não acredito. Nossa assistente além de fofa é esforçada! (S/N) é um anjo! — Ele comemorou, chorando de alegria.

— E-Ele está bem? — Perguntei a Shibayama, que era abraçado por Yamamoto e o confortava.

— Ele está bem sim — Yuki respondeu, sorrindo para mim — Só ficou muito emocionado e agora está chorando de alegria, mas não precisa se preocupar!

Suspirei aliviada, e logo depois senti dois braços gigantes se entrelaçarem em volta de meu corpo.

— Own, (S/N)-Chan, como você é fofa! — Lev praticamente gritava em minha orelha, enquanto apertava mais o abraço — Não acredito que fez isso pela gente.

— É-É o mínimo que eu poderia fazer...

— Ei, Lev, solte ela. Você deve estar a sufocando — Yaku alertou.

Haiba fez uma cara triste e logo depois me soltou. Quando notei, haviam muitas pessoas olhando de soslaio para nós. Os garotos não pareciam se importar ou alguns sequer perceberam a atenção que chamamos com tanta gritaria. Observei todos e não pude deixar de notar algumas garotas conversando entre si enquanto me olhavam com raiva, mas eu acabei ignorando. Ou pelo menos tentei. Me surpreendi quando meu olhar cruzou com o de Sakura, que me olhava com completo escárnio. Eu sentia sua raiva de longe, eu não duvidaria nada caso ela estivesse fantasiando maneiras de me matar nesse exato momento. Por sorte o sinal tocou bem na hora, me despertando de meus pensamentos.

— Vamos? — Inuoka indagou a mim e a Lev.

— Vamos! — Lev respondeu animado, enquanto eu apenas os seguia em silêncio.

 

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As aulas já tinham acabado e todos estavam em horário de almoço agora. Assim como no intervalo, me juntei aos garotos do time para comer no refeitório. Era divertido passar um tempo com eles, principalmente fora da quadra onde tínhamos mais liberdade e estávamos livres dos treinos. Embora eu estivesse um pouco cansada devido a noite mal dormida, ainda sim era revigorante estar ao lado deles.

Me perguntei que horas eram, e então fui a procura de meu celular para saber. Olhei em cima da mesa, em meus bolsos e até mesmo na minha mochila. Senti meu coração disparar quando não o encontrei em nenhum lugar. Droga. Eu estava muito aflita, e isso não passou despercebido.

— Está tudo bem, (S/N)-San? — Kenma indagou a mim, percebendo o quão transtornada eu fiquei de repente.

Todos os que estavam presentes olharam para mim curiosamente, e a única coisa que eu fiz foi rir nervosamente para eles enquanto dava uma última vasculhada na mesa e em meus bolsos. Suspirei, derrotada, e disse:

— Não estou achando meu celular — Automaticamente todos eles começaram olhar pelos lugares a procura de meu telefone, então eu me apressei e disse logo a eles — A-Ah, não precisam procurar, eu já fiz isso agora mesmo. Acho que esqueci na sala de aula, então vou lá dar uma olhada.

— Quer companhia? Eu já terminei de almoçar — Yaku perguntou gentilmente.

— Eu te acompanho até lá, (S/N)-Chan! — Lev se ofereceu alegremente.

— Não precisa, está tudo bem — Respondi enquanto sorri para eles — Mas obrigada mesmo assim. Volto em um instante, prometo.

E então sai em disparada até a minha sala. Não demorei muito para chegar lá, e por sorte a porta não tinha sido trancada nem nada. Entrei no cômodo e fui direto até minha carteira.

— Ah, ainda bem que está aqui — Disse enquanto pegava meu celular, que estava naquele compartimento que fica de baixo das mesas escolares.

— Falando sozinha, Yoshida?

Assustei quando ouvi aquela voz. Me virei rapidamente para onde a voz estava vindo, e encontrei Sakura parada a poucos passos de mim, me encarando com ódio. Mas que merda ela quer agora? Meu Deus, essa garota não tem uma louça pra lavar.

— O que você quer agora, Sakura?

— Para ser sincera, eu adoraria te dar um soco bem no meio dessa sua cara estúpida — Ela quase cuspia aquelas palavras de tanto ódio.

— Eu adoraria ver você tentar.

Ok, eu estava realmente perdendo a noção do perigo. Sakura pode até parecer uma filhinha de papai, mas eu sei bem que ela sabe como ganhar uma boa briga. De qualquer forma, não é como se eu não tivesse chances contra ela. Ela não é inabalável, e eu não sou tão indefesa quanto pareço.

— Não me provoque, Yoshida, não estou com muita paciência hoje, principalmente com você.

— Nhenhenhenhenhe — Disse enquanto imitava a voz irritante dela e gesticulava com minhas mãos. Ri do quão idiota eu era, e depois olhei para ela — Olha, eu tenho um compromisso daqui a pouco. Você poderia, por favor, dizer logo de uma vez o que quer comigo?

— Percebi que você anda bem próxima de alguns garotos. E, você sabe, né? Eu tenho interesse neles — Sakura dizia enquanto dava um sorriso maldoso para mim — Seria uma pena se eles começassem a te odiar, ou você fosse obrigada a ir para longe deles.

Olhei para ela, perplexa. Eu estava paralisada, não acreditava no que tinha acabado de escutar. Sakura aumentou seu sorriso, parecendo estar satisfeita com minha reação, mas vi ele se desmanchar rapidamente quando comecei a rir dela.

— E-Eu... não... — Eu mal conseguia formular uma frase. Era praticamente cômico o que estava acontecendo. Ela realmente se rebaixou a esse nível ou só está procurando qualquer desculpa para fazer da minha vida um inferno? — Aiai... — Respirei fundo, me acalmando um pouco, embora ainda estivesse rindo um pouco — Eu mal posso acreditar que você desceu tanto assim, Watanabe. Tipo, você realmente se importa que eu seja próxima deles ou só está usando isso como desculpa para ficar no meu pé?

— Ora sua... — Seu rosto se contraia de tanta raiva, ela estava quase perdendo a cabeça. Quase. — Então por que não resolvemos isso lá fora? Só eu e você.

Ri mais uma vez da cara dela, que não parecia entender a graça.

— Você acha que eu sou burra, por acaso? — Questionei ela, olhando no fundo de seus olhos — Essa é velha, Sakura. Você briga com alguém que não gosta, e depois se faz de vítima na frente das pessoas. Obviamente seus devotos ou pessoas covardes o suficiente para se rebelarem contra você ficam do seu lado, a protegendo e dizendo que é inocente, enquanto a verdadeira vítima é condenada em seu lugar.

Depois de dois anos tendo que aturar Sakura e Kimiko, eu aprendi a lidar com elas e já conhecia muito bem seus truques. Eu tinha total consciência de como elas intimidavam, extorquiam e expulsavam todos os seus alvos.

— Falando sério, Sakura, por que você se importa tanto com o fato de eu ser próxima deles ou não? Não sei se você só quer ficar com algum deles e depois o largar, como você faz com todos, ou se está obcecada ou algo do tipo. Você vai ameaçar qualquer garota que tentar se aproximar deles, é isso?

— Isso não é da sua conta, Yoshida — Ela respondeu rispidamente, omitindo sua real resposta.

Sakura tinha algum tipo de problema, sei lá, mas às vezes ela simplesmente ficava obcecada com alguém, e fazia de tudo para ter ou prejudicar determinada pessoa. Não é novidade para ninguém que, assim como Kimiko, Sakura também é extremamente obcecada comigo. Eu não sei bem porque, afinal, quem se importaria tanto comigo?

— Tudo bem, faça o que bem entender — Respondi ela sem muito interesse, enquanto colocava meu celular no bolso e ia até a porta. Abri a mesma, e parei. Virei minha cabeça o suficiente para conseguir ver a garota, e a alertei — Mas fique sabendo que, ao contrário de todo mundo, eu não vou deixar você sair impune. Você vai cair desse seu trono, Watanabe, e irá ser eu quem irei derruba-la.

E então fechei a porta. Soltei um suspiro que nem ao menos percebi que estava segurando, e sai em disparada na direção da quadra. Mas que bela merda, Sakura ficou com aquela frescura dela e acabou tomando muito tempo de mim.
Olhei para meu relógio enquanto corria, parando de prestar atenção ao meu redor. Faltava menos de dez minutos para o treino começar, e eu estava do outro lado da escola.

— (S/N), CUIDADO! — Ouvi uma voz familiar me alertar, mas não tive tempo para processar o que estava acontecendo.

Quando meu cérebro finalmente voltou a funcionar, eu percebi que tinha caído em cima Kenma. Olhei para ele, eu estava paralisada, assim como ele. E então, subitamente, eu despertei ao sentir meu rosto ruborizar por inteiro.

— O-Oh meu D-Deus, você está bem? — Perguntei enquanto me levantava e estendia minha mão, oferecendo ajuda a ele — D-Desculpe, eu não o-olhei para onde estava indo.

Kuroo estava ao lado dele, se acabando de rir. Talvez, caso eu estivesse no lugar dele, também estaria rindo da situação.

— E-Está tudo bem... — Kenma respondeu simplista, mas eu notei um leve nervosismo em sua voz. Não o julgo, afinal, eu literalmente cai em cima dele e estou bem mais nervosa — Obrigado.

— Eu não acredito — Kuroo dizia rindo horrores de nós — Vocês caíram que nem duas batatas — E ele voltava a rir — Isso foi demais, eu deveria ter gravado.

Kenma franziu o cenho, e perguntou ao Kuroo:

— Por que você é assim?

Dessa vez eu quem começou a rir. Quer dizer, só soltei uma risadinha, nada estranho e escandaloso o suficiente nível Tetsuro Kuroo. Ambos olharam para mim, Kuroo sorrindo, enquanto Kenma não tinha muita expressão em seu rosto. Engoli em seco, eu tinha feito algo de errado?

— Pensamos que você nunca mais iria aparecer — Kuroo disse, obviamente brincando comigo — O que te prendeu tanto naquela sala?

Estremeci. Acho que eu não deveria contar a eles sobre Sakura, afinal, nem somos tão próximos assim e eu realmente não quero encher a cabeça dos garotos com meus problemas, não vale a pena.

— E-Eh... bem — Eu comecei a balbuciar, tentando inventar alguma desculpa. Senti um arrepio percorrer meu corpo quando meus olhos cruzaram com os de Kenma. Ele parecia um predador a espreita, analisando cautelosamente sua presa. Era como se ele fosse o gato, e eu o rato. Sorri desajeitadamente enquanto coçava minha nuca, dizendo — E-Eu apenas me distrai no caminho e perdi a noção do tempo, desculpe.

Ambos os garotos pareciam não terem acreditado muito em minha história, mas pelo visto acharam falta de educação ficarem me interrogando, afinal, não é como se eu realmente devesse satisfação do que eu deixo ou não de fazer a eles.

— Tudo bem então, vamos? — Tetsuro indagou, enquanto começava a andar em direção a quadra — O treinador vai nos matar se chegarmos atrasados, já que temos um amistoso hoje, mas temos tempo o suficiente.

— Amistoso? Legal, vão jogar contra que escola?

— O treinador ainda não nos disse... — Kenma respondeu simplista, enquanto estava concentrado em um jogo qualquer de seu celular — Só sabemos que é um time muito forte.

Após as palavras do garoto, ninguém disse mais nada. Kuroo só não tinha nada a dizer, Kenma estava mais interessado em seu jogo, e eu estava perdida na bagunça tempestuosa que eram meus pensamentos.
Um time forte? Hm, talvez não seja, afinal, eles não são os únicos que jogam vôlei. Ou pode ser? Droga, eu vou enlouquecer.

Nós continuamos andando calmamente até a quadra, e quanto mais nos aproximávamos, mais eu ficava nervosa. Obviamente, isso não passou despercebido por Kenma. Sabe, eu realmente admirava e detestava pessoas como ele, do tipo que podem te ler com uma facilidade incrível. É como se ele fosse capaz de me entender somente com olhar. Era bom, afinal, eu gosto de pessoas que me entendem e percebem quando eu estou mal,  principalmente quando elas se importam, contudo também detesto. Sou o tipo de pessoa que guarda tudo para si mesma, fingindo estar bem porque na minha cabeça pedir ajuda irá incomodar as outras pessoas. E se as pessoas ficarem frustadas comigo, elas irão se afastar. Sabe, eu tenho medo de ficar sozinha.

— Está tudo bem, (S/N)-San? — Kenma indagou com sua habitual voz arrastada, mas era notável um certo tom de preocupação.

— Hm, agora que você falou eu percebi — Kuroo disse se virando para mim, enquanto esboçava um sorriso ladino — Oya, (S/N)-Chan, até parece que é você quem irá jogar. Por que está tão nervosa?

Bem, era fato que eu estava sim um pouco nervosa por causa do jogo. Era o primeiro amistoso que eu iria participar como gerente do Nekoma. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia... como eu iria dizer que estava nervosa por causa de seus adversários? Quer dizer, eu nem ao menos sei se realmente são eles. É difícil explicar, é como se eu possuísse um sexto sentido e ele estivesse gritando para mim que eram eles. Intuição, talvez?

Respirei fundo, procurando as palavras certas a dizer. Não iria mentir para eles, afinal, ambos estavam preocupados comigo, mas também não iria dizer tudo o que realmente sinto.

— Ah, está tudo bem. Desculpe, só estou um pouco nervosa por ser o primeiro amistoso que eu irei participar como a gerente de vocês — Respondi, enquanto parava na frente da porta da quadra. Me virei para eles e dei um sorriso fraco — Eu realmente estou bem, acho que deu pra perceber que eu sou um pouco ansiosa, mas não é nada com o que vocês precisam se preocupar.

Senti um arrepio percorrer novamente por todo o meu corpo quando meu olhar cruzou com o de Kenma. Ele tinha aquele mesmo olhar felino de sempre, me estudando minuciosamente. Ele nem fazia questão de esconder o que está fazendo.

Credo, eu sinto como se ele estivesse lendo a minha alma e julgando meus piores pecados.

— Se você diz... — O moreno respondeu um pouco desconfiado, mas decidiu apenas concordar comigo. Kuroo abriu a porta, mas antes de entrar sussurrou em meu ouvido — (S/N)-Chan, se algo estiver te incomodando não hesite em falar conosco. Você pode confiar em nós.

E então ele saiu, me deixando sozinha na porta da quadra. Por Deus, eu sinto que vou explodir.

— EI, (S/N)-CHAAAAAAN — Lev chamou por mim, o que fez eu acordar para a realidade — Pode jogar essa bola para mim, por favor?

— Oh, claro. Sem problema.

Peguei a bola e joguei na direção do meio-russo, que a segurou sem dificuldade nenhuma. Coloquei minha mochila ao lado da porta da quadra e comecei a ajudar os garotos a organizarem a quadra. Trouxe o carrinho cheio de bolas com o Kai, ajudei Shohei a montar a rede de vôlei e até mesmo Yaku e Taketora se ofereceram para me ajudar a encher todas as garrafinhas de água.

— Hm? — Murmurei enquanto deixava todas as garrafas em cima de uma mesinha, a que ficava ao lado do banco dos treinadores, junto de Morisuke e Yamamoto. Percebi que ainda estava de uniforme, então me virei para ambos os garotos e os avisei — Ah, eu preciso ir me trocar. Obrigada pela ajuda, Inclusive.

— Não foi nada, (S/N)-San. Sempre que precisar de ajuda é só pedir — Morisuke respondeu, enquanto esboçava um sorriso gentil.

Por Deus, que sorriso maravilhoso.

— (S/N)-Chan! — Taketora chamou por mim animadamente. Ele sorria de orelha a orelha, enquanto tinha um brilho em seus olhos — Hoje nós vamos te entregar uma jaqueta do time! Uma igual a nossa.

Era fofo ver ele tão animado assim, e sem ao menos perceber toda a sua alegria me contagiou. Sorri de orelha a orelha, assim como ele, e eu não duvidaria nada se meus olhos estivessem brilhando tanto quanto os dele.

— Sério? Meu Deus, mal posso esperar pra experimentar ela — Respondi enquanto dava pulinhos de alegria.

— Tenho certeza de que você vai ficar muito bonita com ela, (S/N)-Chan! — Yama disse enquanto entendia suas mãos na minha direção.

— YEY! — Gritamos enquanto fazíamos um high-five com ambas as mãos.

Yaku riu de toda a nossa animação, dizendo:

— Vocês parecem duas crianças em loja de brinquedo.

— Eu estou ansioso, quero ver a (S/N)-Chan usando o moletom do time — Taketora respondeu, sorrindo de um jeito estanho para Yaku — Você estaria mentindo se dissesse que não está animado para ver nossa gerente fofa usando o moletom do Nekoma.

Morisuke paralisou por breves segundos, suas bochechas ganharam um leve tom avermelhado e seu semblante se transformou rapidamente em um envergonhado e irritado.

— Taketora, seu maldito!

Mas antes mesmo que o garoto pudesse fazer algo, Yamamoto já tinha corrido para o outro lado da quadra aos risos. Comecei a rir da situação sem ao menos perceber, o que pareceu acalmar um pouco o garoto. Yaku olhou para mim, ainda um pouco envergonhado, e disse:

— Me desculpe por isso, às vezes Yamamoto não pensa antes de falar.

— Está tudo bem — Respondi entre risos — Não precisa se preocupar, eu acho engraçado.

Após isso o mais velho pareceu se acalmar um pouco, dando um pequeno sorriso como resposta. Me despedi dele e fui em direção a minha bolsa, que estava ao lado da porta da quadra. Me agachei para pegar a mesma, entretanto me assustei quando a porta foi aberta.

Senti meu corpo estremecer. Não podia ser.

Olhei para cima, observando minuciosamente a silhueta dos garotos que estavam ali parados. Acho que, por um momento, senti minha alma sair de meu corpo.

Mas que...


Notas Finais


ۢࣼ🍒 ݈݇- Você tem alguma ideia de quem o Nekoma irá jogar contra? 〜(꒪꒳꒪)〜 queria muito ver a reação de vocês com tudo o que irá acontecer nos próximos capítulos, hehe


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