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História A aventura dos quatro - Feitiços, duelos, herbologia e poções


Escrita por: matecoutinho

Notas do Autor


Pois é, fiquei quase dois anos sem postar um único capítulo sequer, estou enferrujado, mas eu não desisti, continuou escrevendo esta aventura, até que a gente descubra, juntos, tudo o que Rowena, Helga, Godric e Salazar tiveram que enfrentar.

Você continua comigo?

Capítulo 16 - Feitiços, duelos, herbologia e poções


Godric sentia como se tivesse levado vários socos em seu corpo, toda sua pele estava sensível, doendo simplesmente ao encostar suas mãos. Sua pior experiência, contudo, resumia-se em como ele havia sido enganado com tanta facilidade por Alphonse Chabert, isto se este fosse o verdadeiro nome daquele vigarista.

Apesar da dor, no entanto, aparentemente Godric estava completo e com sua varinha. Ele só não sabia exatamente onde estava. Ele entendia que havia sido transportado para dentro de um quadro – possivelmente o mesmo quadro que seus amigos também estavam –, mas o que era aquela sala ele não entendia.

A sala onde ele se encontrava era escura e vazia, de toda a mesma coloração indistinta, ora com tons marrons, ora as paredes tendiam a um vermelho mais escuro. Era, contudo, como se no ambiente não houvesse uma divisória bem definida do que era chão, parede e teto. Sem contar que não era como se as coisas ao redor do jovem bruxo fossem sólidas. Godric sentia que tudo tinha uma consistência pastosa, em pontos mais espessa, e em outros, mais líquida. Até mesmo andar naquela sala era difícil, como se Godric estivesse andando em lama.

— Talvez seja porque é tinta – o jovem pensou alto, quando, de súbito um pensamento lhe ocorreu – será que minha magia funciona aqui?

Apreensivo, e torcendo para que não estivesse desamparado em um lugar que não conhecia, o garoto sacou a varinha de seu bolso, e, fechando os olhos, disse:

— Lumos – uma luz forte iluminou o ambiente e brilhou tanto que até estando de olhos fechados, Godric pôde ser incomodado pela luminescência.

Mais aliviado, o bruxo abriu os olhos, e percebeu cores bem mais vivas no aposento onde se encontrava, graças à luz que emanava de sua varinha.

A sala, contudo, ainda parecia não haver divisórias, tampouco pareceu ter fim. Godric andou, andou e andou, e parecia estar no mesmo lugar. Não foi surpresa quando, cansado, decidiu escorar-se naquilo que julgou ser uma parede e sentar no chão para retomar o fôlego.

O que o jovem não esperava é que a parede por trás dele fosse tão informe que ele passou por entre ela. Não entendia como, nem o motivo de ter conseguido atravessar a parede, mas encontrou-se numa outra sala.

Tudo que o garoto percebeu era que toda sua roupa (e, por conseguinte, seu rosto) estava suja daquela tinta de tonalidade marrom avermelhada. Reclamando um pouco da sujeira, pôs-se em pé, tentando se lembrar de qual feitiço seria útil para ficar limpo.

— Se a Helga estivesse aqui – disse alto, em tom de voz irritadiço – eu já estaria limpo. Eu não tenho nem ideia de que feitiço eu posso usar.

— Eu posso dar um jeito nisso, Godric.

A voz de um amigo, quando nos encontramos em situações desesperadoras, é como ouvir uma corrente de água em meio a um deserto, ou como sentir o cheiro de comida, quando estamos com fome. Era exatamente assim que Godric se sentiu ao levantar seus olhos e ver Helga, Rowena e Salazar, todos juntos, no mesmo lugar.

Foi só depois disso que Godric pode tomar nota do lugar de onde estavam todos eles. Era como se fosse uma pequena biblioteca, de alguma casa desconhecida, porém muito bem organizada e chique. Um longo tapete verde se estendia pelo chão, e três estantes, abarrotadas de livros, se levantavam até o teto. Uma grande janela, muito bem desenhada, permitia que a luz solar entrasse no ambiente, e dava visão a um belo e florido jardim. Entre duas estantes, uma imponente porta de madeira se apresentava. Havia algo de muito estranho naquela sala, contudo: apesar de parecer uma sala normal, esta tinha apenas três paredes. Aquilo que seria a quarta parede dava para alguma espécie de barreira transparente, que permitia aos jovens amigos verem Alphonse Chabert de onde estavam.

E, pelo que lhes constava, o bruxo do outro lado também podia vê-los e falar com eles:

— Ah, como vocês ficaram adoráveis, os quatro juntos, eternizados numa pintura minha – Alphonse parecia muito orgulhoso de seu trabalho.

— Quem você pensa que é para nos prender aqui? – gritou Salazar.

— Nos tire daqui, senhor Chabert – implorou Helga, já em prantos, seus cabelos começando a se despentear espontaneamente – o que nós fizemos para que você nos colocasse aqui?

— Não é sobre o que vocês fizeram, minha querida – disse o bruxo, com um falso olhar compreensivo estampado em seu rosto – é sobre eu querer ter a maior coleção de arte do mundo, e agora vocês fazem parte dela, é um privilégio sem igual, sejam mais agradecidos, por favor.

Salazar não pode se conter diante de tanta petulância do homem. Apontando sua varinha bem ao nariz dele, gritou – Impedimenta – mas o feitiço foi absorvido pela barreira que separava Alphonse dos jovens bruxos.

— Tente o quanto quiser, Salazar – redargüiu Alphonse, rindo – os outros moradores de Arskeep também tentaram me atingir quando eu os prendi nos quadros. Hoje eles amam fazer parte da minha coleção. Com o tempo, vocês também aprenderão a amar.

E virando as costas, deixou os jovens bruxos sozinhos.

A saída de Alphonse trouxe um ar de alívio instantâneo sobre os jovens bruxos, o qual, tão rápido quanto veio, se foi. Buscando resolver seus problemas, contudo, os jovens puseram-se a pensar:

— E agora, o que podemos fazer? – foi a pergunta mais óbvia feita por Helga e que, obviamente, ninguém sabia a resposta.

Rowena estava muito calada, mas imediatamente colocou-se a andar pela frente das estantes, abarrotadas de livros, procurando alguma informação que pudesse ajudar os amigos a saírem daquele local.

— Obviamente, nenhum de nós já esteve preso em algum quadro anteriormente, mas não é nada que não possamos encontrar alguma saída nestes livros – anunciou Rowena, já esperando que o conhecimento lhe viesse à tona.

De tal modo, posicionando-se em frente a uma seção de livros sobre artes bruxas, pegou o primeiro que pôde e abriu em seu sumário. Qual não foi a sua surpresa quando percebeu que o interior do livro era completamente borrado, como se alguém tivesse misturado varias tintas.

— Nossa – foi a única coisa que Rowena conseguiu exclamar.

Isto foi a gota d’água para Godric, que, até então, estava muito calado, tentando absorver tudo o que tinham passado.

— Nós. Estamos. Presos. Em. Um. Quadro – cada palavra de Godric era como veneno sendo jogado nos amigos que o olhavam à distância – eu disse que nós não deveríamos ter ficado...

A fala de Godric, contudo, se perdeu no ar, pois antes mesmo que ele pudesse prosseguir, a imponente porta de madeira se abriu e dela saiu uma elegante jovem senhora por detrás dela, vestida com um suntuoso vestido preto e com detalhes cinza claro que ornavam tão bem à roupa. A mulher tinha seu cabelo impecável, completamente bem arrumado, e trazia a mão nas costas enquanto andava. Sua voz era fina, porém era muito agradável de se ouvir:

— O amo já foi embora? – perguntou ela, com muito respeito direcionado a Alphonse, pelo que podiam os jovens bruxos perceber.

Nenhum dos quatro bruxos se prontificou a responder, e a jovem senhora também não parecia que iria voltar atrás em sua pergunta. Foi quando seu rosto já estava muito impaciente que Helga decidiu dar-lhe a resposta que tanto procurava:

— Se a senhora estiver se referindo ao homem que nos prendeu aqui, então sim, ele já foi embora – Helga parecia muito confusa, pois não esperava que outras pessoas aparecessem.

— Prendeu vocês? – o olhar da mulher era de desconfiança, mas o tom de sua voz era ainda amigável – vocês devem estar enganados, minha querida, o senhor Chabert é nosso pintor, nosso criador e nosso amo.

— A senhora está ficando louc... – mas Godric, já alterado novamente, foi interrompido pela pisada forte em seu pé dada por Rowena, a qual prontamente substituiu a fala de Godric.

— Claro, seu amo, como não percebemos isso antes? – o sorriso amarelo e improvisado da garota era notório, mas mesmo assim ela prosseguiu antes que a mulher desconfiasse de algo – tudo isso é muito novo para nós, e nós não entendemos muito bem o que está acontecendo.

Aparentemente, todos os amigos entenderam onde Rowena estava querendo chegar e aderiram ao seu teatro, concordando com sua cabeça de modo vigoroso. Ganhando confiança, Rowena continuou:

— Será que a senhora poderia nos explicar melhor onde estamos, por gentileza?

Com o pedido de Rowena, o rosto da mulher se iluminou, era como se ela realmente gostasse de falar sobre tudo isto.

— Como não, querida? – ela deu um sorriso aos quatro antes de prosseguir – meu nome é Carine Thompson, mas todos aqui me chamam de Madame Thompson, eu sou a governanta desta casa – disse ela, com orgulho, abrindo os braços para indicar até onde seu poder se estendia – se vocês puderem me seguir, gostaria de mostrar para vocês as instalações.

E saiu pela porta de onde entrou, andando tão rápido que mal deu tempo dos garotos a acompanharem.

Saindo pelo imponente portal de madeira, os jovens bruxos se encontraram diante de um extenso corredor, quase que sem fim, em que diversas outras portas se abriam.

— Cada quadro é ligado a uma porta deste corredor. Cada porta que vocês abrirem dará acesso a um local diferente. Permita-me mostrar – disse Madame Thompson, com seu andar altivo, indo em direção a uma porta – esta porta, por exemplo, dá acesso à cozinha – e pegando ela na maçaneta, girou-a, e abriu a porta.

Do que os amigos puderam perceber, a cozinha era bem ampla, e possuía apenas três paredes, sendo que a quarta era, ainda, a barreira transparente que permitia aos que estavam nesta dimensão ver e se comunicar com o mundo deixado do lado de fora. Dentro da cozinha, algumas mulheres cortavam batatas, cozinhavam, limpavam as louças, e um cheiro delicioso saia de lá de dentro.

Tão logo a porta se abriu, a mulher a fechou, deixando os jovens curiosos com o que poderia haver por detrás das demais portas.

— Meu trabalho aqui é fazer com que todas as coisas funcionem e que cada um que é pintado por nosso amo tenha uma função específica – ela falava como se esta fosse um cargo realmente estafante – e com vocês não será diferente. Pois bem, o que vocês fazem?

Nenhum deles sabia o que responder, afinal, não possuíam nenhuma profissão, e seu objetivo, enquanto grupo, era chegar numa planície, para se encontrar com alguém que não conheciam, e toda vez que tentavam algo diferente acontecia para impedi-los.

— Andem, falem – notas de impaciência começavam a soar da voz da mulher.

Mas eles não precisaram falar nada, pois foram interrompidos por uma das mulheres da cozinha, a qual, vindo correndo, solicitou a presença de Madame Thompson.

— Fiquem aqui – disse a governanta – eu volto já para decidirmos as funções de cada um.

Todos eles esperaram que a porta da cozinha se fechasse para que pudessem trocar qualquer ideia ou apontamento que tivessem notado durante a explicação de Madame Thompson.

— Bom, e o que vamos fazer agora? – perguntou Salazar.

— Vamos tentar entender o que está acontecendo aqui – explicou Rowena – pelo que podemos ver, Madame Thompson não se lembra de que algum dia foi aprisionada pelo Alphonse nestes quadros.

— Precisamos perguntar para os outros se eles também não se lembram – sugeriu Helga – mas ela muito provavelmente vai nos separar, logo, precisamos nos encontrar aqui depois de termos mais informações.

— Não somente isto – advertiu Godric – mas nós precisamos tomar muito cuidado para que não falemos nada na frente de Alphonse quando ele estiver nos observando por além da moldura.

— Certo, então vamos descobrir o que está acontecendo aqui, e tentar achar alguma forma de escaparmos deste lugar – concluiu Rowena.

A última palavra da garota foi sucedida pelo clique da porta se abrindo, e de Madame Thompson voltando, claramente mais estressada, e com o semblante iracundo:

— Essas mulheres que eu coloquei na cozinha realmente não sabem fazer nada – as palavras eram ditas entre os dentes, com muita raiva entre cada palavra.

Fixando sua atenção nos garotos, contudo, a mulher pareceu se tranqüilizar:

— Pois bem, onde estávamos? – ela puxou da memória onde havia deixado o assunto pendente com os garotos – sim, é claro, estávamos prestes a determinar o que cada um faria aqui. Pois bem, o que vocês foram pintados para fazer.

Ninguém havia realmente pensado nisto, mas foi de Helga a ideia que primeiro saltou de seus lábios:

— Nós somos professores – ela apenas pôde ver, de canto de olho, todas as cabeças de seus amigos virarem para ela, instantaneamente, com expressões atônitas. A garota, contudo, dando de ombros, prosseguiu – isto mesmo, nós somos professores.

A feição de Madame Thompson era, contudo, realmente titubeante:

— O amo nunca pintou qualquer professor para cá – disse ela, mais para si mesmo do que para os jovens bruxos – e vocês são realmente muito jovens – ela parecia analisar cada um dos quatro – mas, se é o que vocês estão dizendo, como poderia questionar, não é mesmo? – e, com um sorriso simpático, prosseguiu – o que exatamente vocês lecionam?

Agora, quem ficou em silêncio foi Helga, mas, nem um segundo depois Rowena já lhe havia respondido:

— Feitiços e transfiguração – ela disse de um modo solene.

— Duelos bruxos – Godric continuou.

— Herbologia – Helga lançou.

Salazar, contudo, não sabia o que dizer. Nada vinha na sua mente, e os olhares de todos recaiam sobre ele, pressionando-o para que ele inventasse alguma matéria para poder ensinar. A pressão foi tanta que ele disse a única matéria que não deveria jamais chegar nem perto de ensinar:

— Poções – o arrependimento lhe subiu imediatamente, e pela feição de seus amigos, não era o único preocupado com o que dissera, mas agora não poderia mais voltar atrás.

— Bom, acho que vocês podem ser úteis aqui, já que temos muitos jovens aqui em Arskeep que nunca aprenderam nada sobre estas matérias – tirando uma varinha do bolso de seu vestido, Madame Thompson girou-a no ar e quatro portas distintas abriram-se – Estas serão as salas de cada um de vocês – disse Madame Thompson, apontando com sua varinha para cada um e indicando uma sala em específico para os bruxos - Eu vou chamar os jovens e separá-los, para que vocês possam ensiná-los.

E com isto, Rowena, Godric, Helga e Salazar entraram cada um numa sala, completamente apreensivos, abrindo-se para o novo, a fim de esperar jovens e lecionar matérias que nunca ensinaram antes, sem saber o que seria deles, e quanto tempo demoraria para que a farsa deles fosse descoberta.

 

 


Notas Finais


Espero, do fundo do coração, que vocês tenham gostado do capítulo. Juro que vou tentar ser mais disciplinado. Eu disse tentar. Foque no tentar.


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