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História A barraca do beijo- noany - 21


Escrita por: noanyfic

Capítulo 21 - 21


maratona 6/12

 

 

 

O FIM DE SEMANA PASSOU DE MANEIRA BEM PREGUIÇOSA.

NÃO NOS incomodamos em fazer nada de mais. Assistimos a alguns filmes, ficamos deitados sob o sol, pulamos na piscina de Josh e tentamos fazer um pouco das lições de casa (mas não chegamos a fazer muito progresso). Assim, a segunda-feira veio bem mais rapidamente do que eu gostaria.

Minha primeira aula do dia era química. Com Sam. Que havia passado o fim de semana inteiro sem me ligar nem mandar uma mensagem de texto. Não sabia se, assim como eu, ele simplesmente não queria sair uma segunda vez ou se deveria ficar preocupada com o fato de que ele não gostava de mim.

Algumas pessoas já haviam mandado mensagens ou conversado comigo para saber como tinha sido o encontro. Eu sempre dizia “foi bem”. Quando perguntavam se sairia com ele de novo, dizia “não sei”. E se havíamos nos beijado, tive que dizer “não”.

Mas agora eu tinha que encará-lo. E não sabia como agir.

Sim, Sam era legal e fácil de se conversar. Mas eu não gostava dele daquela maneira. Ele obviamente sentia o mesmo em relação a mim, já que não havia me ligado. Deveria estar aliviada; se o sentimento fosse mútuo, as coisas não poderiam ficar tão constrangedoras entre nós, não é?

— Ah, não! — Desviei o olhar do meu armário e vi que Lakota vinha em minha direção. — Você está usando calças de novo. Estou sentindo falta daquela saia. Você estava uma beleza.

— Muito engraçado.

 

— Eu não estava fazendo graça — disse ele com uma risada. Revirei os olhos e continuei tentando encontrar minha tarefa da aula de matemática. — Todo mundo está falando sobre o grande evento que foi o seu encontro com Sam...

— Por quê? Não foi tão interessante assim. De verdade.

— Sim, eu sei. Mas ele foi o primeiro que se arriscou a convidá-la para sair.

Dei de ombros, tentando não apertar os dentes quando lembrei o quanto Noah tinha me irritado com toda aquela história de “evitar que eu ficasse magoada”.

— Sam contou para todo mundo que você não quis beijá-lo.

— Não é isso... espere. Ele contou para todo mundo? Ele realmente disse isso?

— Bom, eu disse isso. Foram uns dois outros garotos que o pressionaram para saber como havia sido a noite e ele abriu o bico bem rápido. Somente porque, sabe... o encontro de vocês foi a maior notícia dos últimos dias. Por isso... todo mundo agora está achando que você não quis beijá-lo.

— É que... eu não sei...

— Ei, você não precisa se justificar — disse Lakota com outro sorriso enorme. — Mas algumas pessoas vão falar a respeito e fazer perguntas. Esteja preparada então.

— Obrigada pelo aviso — resmunguei.

— Por nada.

E ele tinha razão. As pessoas vinham falar comigo, perguntando: — É verdade que você não quis beijar Sam? Por que não?

Na primeira vez, entrei em pânico. Não queria falar o verdadeiro motivo, então simplesmente balbuciei alguma coisa como “eu não estava passando muito bem. Não sabia se era contagioso”.

Uau, que mentira. Eu tinha certeza de que todos sabiam, mas, se era realmente o caso, ninguém demonstrou.

Entrei na aula de química e Sam já estava lá. Hesitei por um segundo, imaginando se deveria me sentar ao seu lado ou não.

Mas ele me abriu um sorriso, e eu fui até sua mesa.

— Oi — disse, de maneira bem casual.

— Sabe de uma coisa... se você estava doente na sexta-feira, devia ter dito — comentou.

— Eu sei, mas estava me sentindo bem e não queria cancelar. — Tentei não enrolar muito as palavras. — Desculpe.

— Não tem problema.

— Então... bom... — Limpei a garganta e Sam riu, um pouco nervoso.

— Olhe, não quero parecer um cara insensível nem nada do tipo, mas...

estava pensando no nosso encontro e...

— E é melhor sermos somente amigos? — completei e, em seguida, me arrependi quando percebi que talvez não fosse isso que ele ia dizer. Ah, cara, e se eu tivesse acabado de cavar minha própria sepultura?

— Ah, pois é — disse ele, abrindo um sorriso nervoso. — Não quero ofender. Mas parece que simplesmente... sei lá, a gente não clicou.

— Não estou me sentindo ofendida — eu disse, sorrindo. — Foi exatamente o que pensei.

 

Esperava que o meu alívio não fosse tão evidente. — E então, você fez a lição de casa? Não consegui resolver a questão oito.

E, dessa maneira, minha vida voltou aos trilhos, que (tristemente) passavam longe de qualquer romance.

ESTÁVAMOS TRABALHANDO NA PLACA DA BARRACA DO

BEIJO. AS letras já estavam cortadas e Josh havia lixado as arestas; precisávamos somente pintá-las e pregá-las na estrutura da barraca. Tínhamos alguns outros acessórios decorativos na minha casa, e os pôsteres estavam prontos, também.

E havia duas tabelas com o preço.

— As pessoas comentaram a semana inteira sobre o que aconteceu com você e Sam — disse Josh. Estávamos conversando depois da aula na tarde de quarta-feira. Precisávamos apressar os preparativos para conseguir terminar de montar a barraca na noite de sexta.

— Você não disse nada que pudesse me incriminar?

— Não disse a verdade a eles nem nada — riu Josh, enfiando o pincel na tinta cor-de-rosa outra vez. — Só não entendo por que você disse que estava doente.

— Era algo fácil de acreditar — me defendi. — Foi a primeira coisa que veio à minha cabeça.

— Certo, entendi. Mas tem muitos garotos achando que foi porque Sam ficou com medo de Noah.

— Ele fez uma cara bem ameaçadora quando eu estava esperando por Sam — admiti, usando um carimbo em forma de beijo nas letras que já estavam secas.

Josh deu de ombros. Levou algum tempo antes que ele quebrasse o silêncio outra vez. — Elly...

 

— Sim?

— Ele a assusta? Digo... sei que ele não chega a ser o Incrível Hulk, mas às vezes perde a paciência com muita facilidade.

— Ele é assim mesmo. Cresci com o Noah por perto. Ele não conseguiria me assustar. Mas sei que ele intimida as pessoas...

— Acho que sim — disse Josh, assentindo. De repente, ele deixou o pincel cair na lata, respingando a tinta cor-de-rosa pastel em mim: no meu rosto, na minha blusa, na gravata do meu uniforme, no meu cabelo...

— Josh! — gritei.

— Desculpe!

Mergulhei um pincel no pote de tinta preta, já preparada para agitá-lo na direção de Josh. Mas senti uma coisa fria e molhada tocar meu rosto e meu pescoço quando ele me respingou outra vez, fazendo-me pular tão alto que larguei meu pincel, deixando um rastro de tinta na parte da frente do uniforme.

Josh engasgou antes de desabar no chão, gargalhando. Olhei para ele de cara fechada, esperando até que parasse.

— Isso não tem graça, Josh!

— Claro que tem! Você d-devia ter v-visto a sua... cara! — Ele estava com as mãos nas laterais do corpo agora. Olhei para ele com expressão de ódio e peguei minha mochila. — A-aonde você vai?

— Para o vestiário, tentar lavar o rosto e tirar essa porcaria que você me jogou — esbravejei. — E pare de rir!

— Não consigo! — ele arfou, curvando-se para frente. — A sua cara!

Saí dali pisando duro, batendo a porta atrás de mim. Lembrava que tinha outra blusa no meu armário. Iríamos sair para comer um hambúrguer mais tarde, e eu não queria andar em público como se fosse um quadro de Picasso.

Sempre achei que os vestiários da escola eram um lugar muito esquisito; um enorme corredor comunal, com avisos e outras coisas penduradas, que levava à “suíte esportiva”, com suas esteiras e pesos, e aos campos esportivos do lado de fora. O vestiário das garotas ficava no final do corredor, à esquerda, e o dos garotos no lado oposto, à direita.

Assim que entrei no corredor, o time de futebol americano inteiro passou pelas portas. Eu já havia arrancado a minha gravata e aberto outro botão; não havia me ocorrido que eu talvez não estivesse sozinha por ali.

Todos os garotos começaram a andar mais devagar quando me viram, e fiquei paralisada.

E então as risadas começaram. Aparentemente, todos estavam me achando hilariante.

— O que aconteceu? — perguntou Bailey, mordendo o lábio com força para tentar não rir.

— Estávamos pintando a placa da nossa barraca. E Josh estava com um balde de tinta. Preciso dizer mais alguma coisa?

Ele negou com a cabeça. A maioria dos garotos começaram a entrar nos vestiários, ainda rindo e olhando para mim. Peguei uns dois ou três olhando sem qualquer pudor para a minha camisa semidesabotoada, e coloquei um braço diante do peito.

— Ah, parem com isso — falei, girando e abrindo um sorriso enorme.

Preferia transformar aquilo em uma piada em vez de ficar constrangida. — Estou tão suja assim?

— Bem, eu pagaria para ver você em uma galeria de arte — disse um dos garotos, rindo. Revirei os olhos e segui pelo corredor até o vestiário das meninas, virando o rosto para me despedir.

Uma mão segurou meu braço, fazendo com que perdesse o equilíbrio, e em seguida me amparou antes que eu caísse.

Virei para ver quem era. E o sorriso no meu rosto se desfez. — Ah.

— O que você está fazendo? — sibilou Noah. — Você não pode andar por aí seminua, Elly.

— Ando por aí do jeito que eu quiser, muito obrigada! — gritei em resposta, puxando o braço para me soltar. — Como se isso fosse um problema.

Não é como se eu estivesse pulando de um lado para outro de calcinha, pelo amor de Deus.

— Sim, mas mesmo assim... — Os olhos dele me mediram de cima a baixo.

Em seguida, ele me encarou com um olhar severo.

— Me deixe em paz! — exclamei, olhando para ele. — Olhe, sinceramente, já é ruim o bastante você ser assim superprotetor. Mas não precisa ser tão...

extremo!

— E então, o que aconteceu entre você e Sam? Sei que toda aquela história de “estar doente” era mentira.

Meu queixo caiu. Será que ele estava me chantageando? — Você não contou a ninguém, não é?

Ele me olhou com um ar de superioridade e abriu um sorriso torto. — Não fico fazendo fofoca. E... não, não contei para eles. Porque imaginei que você tivesse um bom motivo para dizer isso. Então, o que aconteceu?

Dei de ombros. — Nada.

— Alguma coisa aconteceu, com certeza. Eu te conheço bem o bastante para saber quando está mentindo. E então, qual é a verdade?

Mordi a bochecha por dentro da boca, decidindo se devia contar ou simplesmente mandar que ele não metesse o nariz onde não era chamado. Mas pensei que, se não contasse, ele acabaria concluindo que Sam fez algo que não devia.

Enquanto eu debatia a questão comigo mesma, não consegui evitar de notar como Noah ficava gostoso com a roupa do time de futebol americano, aquelas ombreiras enormes e o capacete enfiado debaixo do braço. Seus cabelos estavam um pouco úmidos pelo suor, e ele parecia um... uau.

Antes que ele percebesse que eu o estava comendo com os olhos, finalmente respondi. — Ele ia me beijar no fim da noite, mas o beijei no rosto em vez disso. Ele não tentou fazer nada, foi uma situação totalmente normal, e fiz papel de idiota por ter virado o rosto. Nada demais. As coisas tomaram uma proporção exagerada. É meio constrangedor.

Ele observou meu rosto por um momento antes de dizer: — Só isso? Tem certeza?

Tive a sensação de que ele tentava não rir.

Bufei, prestes a bater o pé. — Sim. Certeza absoluta. Por que você é sempre tão dramático? Não é como se qualquer garoto desta escola fosse me obrigar a fazer qualquer coisa que eu não queira.

Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse dizendo que eu era ingênua demais. Fiz de conta que não percebi.

— Agora, será que posso ir lavar essa porcaria de tinta ou a Inquisição Espanhola tem mais perguntas idiotas?

Ele soltou uma risadinha. — Alguém está de mau humor.

— Eu estou coberta de tinta, e você está me obrigando a responder esse interrogatório a troco de nada! É claro que eu estou de mau humor. — Saí pisando duro e entrei no vestiário.

Mas, quando me vi no espelho... bem, tive que rir. Eu estava um desastre!

Tinta respingada por todo o cabelo, manchando meu rosto e escorrendo pelo pescoço, entranhando-se em minha roupa...

Mas não achei tão engraçado quando percebi que aquela tinta não ia sair.

Ou quando percebi que não tinha outra blusa de reserva no armário.

Depois de passar dez minutos esfregando incansavelmente, consegui tirar um pouco da tinta do cabelo e a maior parte que havia manchado meu rosto. A tinta havia escorrido por dentro da blusa, e eu estava assim ali dentro, de calça e sutiã, quando a porta se abriu.

Pensando que fosse Lee, não virei para trás.

— Ei, Elly? Josh disse que vai sair para comer com os rapazes, mas se você quiser uma carona de volta para casa... — Noah deixou a frase morrer no ar quando me viu ali.

Fiquei paralisada, piscando os olhos diante do meu reflexo no espelho.

 


Notas Finais


favorita
e comenta o que acharam ok bjss


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