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História A barraca do beijo- noany - 26


Escrita por: noanyfic

Capítulo 26 - 26


MARATONA 11/12

 

Uma parte de mim queria dizer não, empurrá-lo firmemente para longe. Eu não estava disposta a arriscar a minha amizade com Josh apenas para continuar beijando Noah. Além disso, não conseguia realmente visualizar nós dois como um casal. Isso para não mencionar que eu não era exatamente o tipo de garota que sai por aí beijando garotos a torto e a direito. Era a romântica inveterada.

Ou pensava que era, pelo menos.

Mas, quando Noah baixou a cabeça lentamente na direção da minha, dando- me todo o tempo que precisava para empurrá-lo para longe, não fiz nada. Em vez disso, deixei que ele juntasse os lábios com os meus, e o beijei pela terceira vez naquele dia. Eu estava ficando com Noah Urrea, entre todas as pessoas possíveis. De manhã nunca havia nem chegado a beijar um garoto.

Noah enlaçou minhas pernas ao redor da sua cintura e coloquei os braços ao redor do seu pescoço, brincando com os cabelos em sua nuca. De repente, não conseguia me saciar dele — seu gosto, seu toque. Não conseguia entender por que ele causava esse efeito em mim.

Ele me ergueu do balcão, carregando-me para longe da cozinha. Não tinha certeza se aquilo era uma boa ideia, mas a sensação de ter seus lábios nos meus deixava minha mente nebulosa, e eu não conseguia me concentrar por tempo suficiente para pensar direito. Não foi até cairmos em algo macio e confortável — um colchão — que minha consciência dormente pareceu acordar.

— Noah. — Tentei me afastar. Sabia o que estava para acontecer. — Noah...

— Sim? — ele murmurou, e começou a mordiscar o lóbulo da minha orelha.

Aquilo fez com que faíscas corressem por meu corpo, e por um segundo esqueci do que ia dizer.

 

— Não podemos... eu não sou...

— Hmmm? — ele se afastou apenas o bastante para me olhar nos olhos.

Ainda não conseguia me lembrar do que ia dizer. Ele pareceu compreender, entretanto, seus olhos se arregalaram e ele disse: — Ah, não... não foi a minha intenção... você sabe... eu não...

— E-eu não posso fazer isso — gaguejei. Torci o corpo e levantei da cama, indo até a porta do quarto e ajeitando minha blusa. Não conseguia pensar direito quando estava assim, tão perto dele. Tinha que sair dali, tinha que refletir sobre tudo.

Uma mão no meu braço me puxou de volta, e outra passou ao lado da minha cabeça para fechar a porta. Noah estava bem diante de mim. Eu não tinha saída — a porta estava às minhas costas, com a maçaneta pressionando a minha coluna, e Noah bem na minha frente.

— Noah — eu disse com firmeza. — Eu não vou fazer isso. Nada vai acontecer entre nós, porque simplesmente não combinamos. Você intimida os garotos para que eles fiquem longe de mim. E eu não sou... não sou nenhum brinquedo que você pode usar quando é conveniente. Entendeu?

Noah suspirou suavemente, e seu hálito tocou o meu rosto. Ainda tinha o cheiro e o sabor de hortelã e algodão-doce.

— Nunca achei que você fosse algo para eu usar quando fosse conveniente — murmurou, olhando em meus olhos.

— Certo. Mas me diga, honestamente. Você namoraria comigo? Você, o Rei dos Joguinhos?

Ele suspirou outra vez, encostando a testa na minha. — Diga você. Gemi de frustração. — Você não está facilitando as coisas, Noah!

 

Nós discutimos e você age como um cafajeste. Isso sem falar no fato de que você é o irmão mais velho de Josh, mas...

— Mas...?

Por mais humilhante que fosse, resolvi falar sem reservas. — Mas senti alguma coisa quando nos beijamos. Não sei que diabos devo fazer. Não vou ficar com você se for apenas uma coisa casual.

— Você quer saber a verdade, Elly? — Noah parecia estar ficando realmente frustrado agora, e seus olhos estavam na altura dos meus.

— Você é a única garota que é ela mesma quando está perto de mim, e gosto disso. Mas o fato de que você não me quer como eu quero você está me deixando louco.

Você é a única garota que não se jogou aos meus pés. Não tenho nem olhado para nenhuma outra por causa de você. Sabia disso? Você é a única garota em quem consigo pensar.

Uau. Certo.

Bem, não era como se ele acabasse de confessar que me amava há anos...

Mas nossa! Quem imaginaria que eu, ANY GABRIELLY SOARES, a garota sem qualquer experiência com rapazes, seria quem levaria Noah Urrea à loucura?

Eu estava atordoada. — E há quanto tempo você está sentindo isso? Só por curiosidade.

Ele deu de ombros. — Uns dois meses.

Concordei com a cabeça, tentando desesperadamente dar a impressão de que estava calma e racional. — Achei que você tinha dito que me via como uma irmã mais nova.

 

— Isso foi antes de você crescer — disse com simplicidade. Em seguida: —Fiz você ficar vermelha.

Ignorei aquilo. — Se isso é verdade, por que você me disse que eu era como uma irmã para você?

Noah desviou o olhar. — Você não me queria do mesmo jeito que eu queria você. Não sou o tipo de pessoa que conta a outra exatamente o que está sentindo. Você sabe disso. Sabia que toda esta conversa é uma tortura para mim?

Abri um leve sorriso maroto e soltei a bomba: — Eu queria você. Pode acreditar.

A expressão no rosto de Noah foi como se ele houvesse acabado de ganhar um milhão de dólares ou algo assim. Inclinou a cabeça para que seus lábios roçassem nos meus. — Mas... mas eu não... não quero que você pense que estou interessado em uma única coisa aqui, está bem? Não estou. Não. Essa é uma das coisas que eu gosto em você. Você é doce e inocente. Diferente. Você é fofa.

— Você me acha fofa também? — Ergui uma sobrancelha, e ele abriu um sorriso torto contra meus lábios. — E eu que pensava que era somente a melhor amiga irritante do seu irmão mais novo.

— Bom, isso também.

Ri e deslizei o dedo por seu peito.

Em seguida, ele disse de novo: — Não estou interessado em você somente por causa daquilo, está bem?

— Se estivesse, iria questionar seu gosto — murmurei, fazendo-o rir. Mas, subitamente, senti um calor por dentro.

Ele colocou o dedo sob o meu queixo, erguendo meu rosto. A expressão em seu rosto, a linha de expressão em sua testa... ele parecia estar mais cauteloso do que outra coisa.

 

Eu não queria pensar nele como o irmão de Josh ou como o cafajeste que agia de maneira superprotetora em relação a mim. Recusava-me a deixar que todas as repercussões horríveis daquilo entrassem na minha mente — haveria tempo suficiente para isso mais tarde.

Naquele exato momento, ele era apenas Noah. E me aproximei para beijá- lo. E naturalmente, pela minha inexperiência, meus dentes se chocaram com os dele. Nunca achei que isso acontecesse realmente com as pessoas. Achei que conseguiria evitar. — Desculpe — murmurei, mordendo a bochecha.

Seus lábios se retorceram contra os meus. Senti o peito de Noah reverberar com risadas contidas por baixo da minha mão.

— A prática leva à perfeição.

Dessa vez, nossos dentes não se chocaram.

FICAMOS NOS BEIJANDO NA CAMA DELE POR UMA ETERNIDADE.

Conversamos um pouco sobre a escola, sobre onde ele gostaria de fazer faculdade (estava pensando em ir a San Diego, porque era a cidade mais próxima) e tivemos uma pequena discussão sobre como All Time Low era muito melhor do que Linkin Park. (Noah era um grande fã das músicas mais novas do Linkin Park, embora eu as odiasse.) Descobri que estava gostando de estar com Noah, mesmo quando não estávamos nos beijando. Realmente gostava da companhia dele — mesmo quando batíamos boca por causa de música.

Mas não conversávamos por mais de alguns minutos de cada vez antes que ele começasse a me beijar de novo. E, quando isso acontecia, me esquecia do que estávamos conversando antes; esquecia que realmente já devia ter ido embora àquela hora. Simplesmente me deixava levar pela maneira como seus beijos enchiam meu estômago de borboletas.

 

Era somente pelo fato de ele saber beijar tão bem, disse a mim mesma. Não era como se tivéssemos alguma espécie de ligação nem nada. Éramos diferentes demais para que isso acontecesse. Não havia garantias de que ele ainda ia querer estar comigo dali a uma semana, já que nunca havia estado em um relacionamento longo.

— Então, o que é que estamos fazendo aqui, exatamente? — disse ele após algum tempo, jogando os cotovelos atrás da cabeça e me olhando nos olhos.

— Não vou simplesmente passar a noite com você — respondi com firmeza.

— Eu já lhe disse não estou interessado apenas nisso — suspirou, tocando meu joelho.

Eu não devia gostar dele. Não podia gostar dele. Éramos diferentes demais;

aquilo era errado demais. Sem mencionar o fato de que não conseguiria encarar Lee e dizer a ele que estava com o irmão dele.

Mas... Eu gostava de ficar assim com ele. Gostava da sensação de beijá-lo;

de sentir seus braços ao meu redor; o sorriso em seus olhos quando discutíamos por causa do som das bandas. Era agradável estar assim com Noah. Como se fosse algo natural.

Mas será que valia a pena magoar Josh por causa daquilo? Não poderia fazer uma coisa dessas com ele, não é mesmo? Ele já havia deixado claro que acharia aquilo esquisito, que tinha o potencial de estragar a nossa amizade. E nada poderia fazer isso valer a pena. Certo?

— Eu... eu não sei — admiti após algum tempo. — Mas é que... nós não deveríamos fazer isso, e... e Josh...

 

— Entendo. — Noah ficou em silêncio por um momento. Ele desenhou círculos com a ponta do dedo no meu joelho e eu observei o movimento, esperando.

Ele falou de maneira hesitante. — Bem... talvez Josh não precise saber.

Deixei aquela frase pairando no ar por um momento. — Você está dizendo que eu devia mentir para ele?

— Talvez não lhe dizer toda a verdade... — A boca de Noah se retorceu um pouco, como se ele estivesse com dificuldades para enunciar a frase corretamente. — Até decidirmos o que vamos fazer.

Concordei com um aceno de cabeça. Se Josh não soubesse a verdade, ela não poderia atingi-lo. Se as coisas não dessem certo entre nós, então ele não teria que sofrer à toa. E se as coisas dessem certo... Então teria de conversar com Josh, quando e se isso acontecesse.

Ouvi Noah suspirar e olhei para cima, encarando o teto. Ele deu um sorriso fraco. — Eu disse que as garotas não querem ficar com um cara que tem um histórico de socar as coisas.

Empurrei levemente seu braço. — Não é isso. E eu sei que você nunca encostaria um dedo em uma garota. Você não é assim.

E, antes que pudesse pensar mais naquilo, disse: — Tudo bem.

— Tudo bem?

— Mas me prometa apenas que você não vai deixar que Josh descubra.

Noah concordou com a cabeça. — É claro que não vou deixar. — Em seguida, ele ergueu o corpo até estar sentado na cama e se inclinou para beijar o meu nariz. Senti seus lábios se curvarem contra os meus, e, quando nos afastamos, vi aquela covinha na bochecha

 

esquerda que só aparecia quando ele sorria.

E foi então que olhei atrás dele e vi o horário, me encarando com os números vermelhos do seu despertador. Soltei um gemido exasperado; tinha que estar em casa para o jantar dali a vinte minutos. O que havia acontecido com a tarde?

— Preciso ir embora — disse, com urgência.

— Ah... — Se eu não o conhecesse tão bem, talvez pensasse que ele estava decepcionado. — Precisa que eu a leve para casa?

Virei-me para encará-lo com as sobrancelhas erguidas. — Posso ir andando. Tenho pernas. Duas, para ser mais exata.

Vi um sorriso torto se formar no seu rosto. — Faça como quiser, então.

Estava apenas tentando ser gentil...

— Não se preocupe. Sério. — Queria espairecer um pouco a cabeça, e isso não iria acontecer se Noah estivesse comigo. — Você fica muito fofo desse jeito — disse a ele, indicando a expressão em seu rosto.

Ele fez uma careta. — Não me chame de fofo. Por favor.

— Ah, que fofinho — provoquei, rindo. Empurrei seu ombro em tom de brincadeira, um gesto que ele devolveu revirando os olhos.

Fui pegar meu celular que estava na cômoda ao lado da sua cama e deixei sair a pergunta antes que pudesse me conter.

— Por que você detesta que as pessoas o chamem de Noah?

— Noah não é o nome mais legal que existe. É impossível imaginar um cara correndo aterrorizado ao ouvir o nome Noah. Urrea

é...

— Urrea combina com você.

 

— Exatamente. Então, por que você sempre me chama pelo meu primeiro nome?

— Porque eu cresci com você. Depois, fazia isso só para irritá-lo. Mas até que é sexy.

As palavras saíram antes que eu me desse conta do que estava dizendo.

Minha boca se fechou abruptamente e minhas bochechas queimaram enquanto eu a cobria com a mão. Eu não conseguia acreditar que havia acabado de dizer aquilo! Bem, eu realmente achava que Noah era um nome sensual — talvez não em todas as pessoas, mas Noah Flynn conseguia fazer com que fosse.

Nele, o nome era sexy. Não conseguia acreditar que havia dito isso a ele!

Ele abriu aquele sorriso malandro, tirando a minha mão da frente do meu rosto que, sem dúvida, já devia estar da cor de uma beterraba.

— Bem, quando você fala desse jeito, até que não parece tão ruim.

Soltei uma risada envergonhada e ele me deu um rápido selinho nos lábios antes de soltar minha mão.

Precisava mesmo ir. E, se alguém chegasse em casa inesperadamente, provavelmente ia ser mais do que um pouco suspeito o fato de eu estar ali com Noah. Dificilmente acreditariam que estávamos “apenas conversando”.

Fui até a cozinha antes de sair para pegar minha bolsa e o jogo de videogame para Belinha.

Quando virei para trás e vi Noah encostado no batente da porta aberta, levei um susto. Ele não havia feito um único som; eu não fazia a menor ideia de que ele estava ali.

— Você vai estar livre amanhã? — perguntou.

 

— Acho que não... tenho uma tonelada de lição de casa para fazer...

Foi somente depois de responder que pensei que talvez devesse ter tentado ser mais misteriosa — perguntar o que ele tinha em mente, dizer que eu poderia estar livre ou não. Mas afastei aquela ideia imediatamente. Eu jamais conseguiria agir assim.

— Que droga.

Esperei que ele estendesse o comentário, mas Noah ficou em silêncio.

Simplesmente me encarou com aquele sorriso torto que era sua marca registrada, e seus olhos brilhantes quase perfuraram os meus. Fiquei imaginando se isso significava que ele queria se encontrar comigo. Mas ele não disse mais nada.

— Ah — eu disse, em voz baixa.

Ele sorriu. — Vou encontrar um lugar escondido para que possamos nos ver, não se preocupe.

Sorri em resposta. Em um único dia, tinha deixado de ser uma pessoa sem vida amorosa para o que só poderia ser chamado de me encontrar às escondidas com o cara mais gostoso de toda a escola, tudo por causa daquela maldita barraca do beijo.

— Tchau — disse em voz baixa, me esfregando discretamente nele enquanto ia para a porta da frente.

— Ei, espere um pouco — disse ele, puxando-me para trás por uma das alças do cinto do meu short. — Eu quero meu beijo de despedida.

— Hmmm, não.

Uau, talvez esse tenha sido o maior flerte que eu já disse durante o dia inteiro. Sou o máximo.

 

— Não? — Ele ergueu as sobrancelhas escuras em tom de desafio.

Ele se aproximou para me beijar assim mesmo, e eu ia corresponder à carícia — mas ele se afastou depois de simplesmente roçar os lábios nos meus. Encarou-me então com uma expressão inocente, e revirei os olhos.

— Tchau, Elly — disse ele quando eu já estava de saída, me provocando.

— Tchau, Noah — respondi no mesmo tom, sorrindo para mim mesma.

 

 

 

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