Noah soltou um longo suspiro, apoiando a cabeça no volante do carro, exasperado, antes de endireitar o corpo e se virar para me olhar nos olhos.
Parecia estar muito mais calmo agora, embora um pouco frustrado.
— E você realmente achou que ele quis dizer que vocês dois iam sair para tomar ar fresco?
— No começo, sim.
— Elly, isso é exatamente o que eu venho tentando lhe dizer. Você é ingênua demais em relação aos homens.
— E quem é o culpado por isso? — retruquei, retorcendo-me no meu
Assento para encará-lo com uma expressão irritada. — Se você não fosse tão superprotetor e deixasse que os garotos me convidassem para sair, eu não seria tão ingênua e inocente, nem tão gentil! Você é o maior hipócrita do mundo, Noah Urrea.
Noah me encarou por um breve instante antes que seus lábios viessem tocar os meus. Foi somente um beijo rápido, e ele foi o primeiro a se afastar.
— Bem, essa é uma maneira de ganhar uma discussão — disse ele com um sorriso torto.
— Não é justo. Você trapaceou. E não ganhou.
— Ah, é mesmo? — Ele olhou os espelhos antes de dar a partida no carro e sair dali. Eu detestava a maneira que Noah dirigia, sempre bem perto do limite de velocidade. Ele não dirigia, simplesmente; forçava o carro até o limite máximo com o qual conseguiria sair impune.
— Sim, é sério. Não foi nada justo.
— Então vá em frente e conclua seu argumento, Elly. Fique à vontade.
Abri a boca, pronta para soltar os cachorros sobre ele outra vez, mas...
fiquei em silêncio. O que era mesmo que eu estava dizendo? Seus beijos eram inebriantes demais. Não conseguia recuperar minha linha de raciocínio.
Ele abriu aquele sorriso torto outra vez. — Ganhei.
— Você não perde por esperar, Noah — resmunguei. — Ainda vou descontar essa.
— Estou ansioso por isso. — Percebeu que eu o estava olhando e piscou para mim. Senti a vermelhidão começar a tomar conta das minhas bochechas, e esperei que estivesse escuro demais para ele conseguir notar.
Ficamos rodando por cerca de vinte minutos. Minha janela estava baixada, e eu sentia a brisa fria da noite no meu rosto. Nenhum de nós dizia nada, mas não era um silêncio daqueles que causam uma sensação ruim.
Quando ele finalmente parou o carro, desafivelei o cinto e saí do carro.
Tive que olhar duas vezes quando percebi que ele não havia me levado de volta para a minha casa.
— Por que estamos aqui? — perguntei, olhando ao redor, e vi que ele saía do carro também.
Ele deu de ombros. — A festa ainda não acabou, Elly.
A maneira como ele disse aquilo me fez corar outra vez, e tentei agitar a cabeça para espairecer as ideias. — Mas... mas onde estão seus pais?
— Eles têm um seminário em outra cidade amanhã, e resolveram ir esta noite para não correrem o risco de se atrasarem viajando de manhã.
Pensei por um momento que talvez eu devesse simplesmente ir para a minha própria casa, mas o clima estava bem frio. E a noite estava escura. Podia haver todo tipo de gente mal-intencionada pelas rua àquela hora da noite.
Pelo menos foi isso que eu disse a mim mesma enquanto o seguia para dentro.
Mas será mesmo?
Só queria ficar com Noah por mais algum tempo.
Mas, primeiro, fui até a cozinha para beber algo, sentindo-me ressecada por dentro.
— Você está bem? — perguntou ele sob o vão da porta enquanto eu colocava o copo vazio sobre a pia. Concordei com a cabeça, esfregando o rosto. — Não está com vontade de vomitar nem nada do tipo?
— Eu não bebi, se quer saber. Depois da última festa, achei que seria melhor pegar leve por um tempo.
— Ah. — De repente, os braços dele estavam ao meu redor, e ele me beijou no alto da cabeça. — Certo, talvez não seja preciso que eu esteja por perto para tomar conta de você o tempo todo.
Eu ri. — Até que gosto de saber que você ficava tomando conta de mim. O que eu não gosto é quando você age como um idiota por causa disso.
Ele riu discretamente, beijando minha cabeça de novo, seus dedos brincando com o meu rabo de cavalo. — Você quer ir para casa?
Encostei a cabeça no ombro de Noah, e depois olhei em seus olhos.
— Prefiro ficar mais algum tempo por aqui.
— Você pode ficar no quarto de hóspedes, se quiser. Se não quiser voltar para casa.
Dei de ombros, sem saber ao certo o que fazer. Dependia do quanto o tempo voava quando eu estava com Noah.
Em seguida, estávamos nos beijando de novo, e subindo as escadas aos tropeções. Depois de um tempo, eu já estava puxando a camisa dele, e antes que pudesse pensar no que estava fazendo, puxando a minha para tirá-la também.
Suas mãos seguraram as minhas, mantendo-me imóvel. Ele interrompeu o beijo mas não se afastou. Sua testa estava encostada na minha, nossos narizes pressionados um contra o outro. Eu podia até mesmo sentir as saliências em seu nariz, nos lugares em que ele havia sido quebrado. Olhei para aqueles olhos de um azul-elétrico, incrivelmente brilhantes em meio à escuridão.
— Any Gabrielly — disse ele, em voz baixa. — Não precisamos fazer isso. Podemos esperar. Eu posso esperar.
Quaisquer dúvidas que eu tivesse a respeito desapareceram completamente quando ele disse aquelas palavras. Não havia planejado que isso acontecesse, especialmente não tão rápido; sempre pensei que só aconteceria quando eu estivesse em um relacionamento estável com um rapaz que amasse.
A sensação era tão boa, tudo parecia tão perfeito com Noah, que eu não me importava.
E talvez eu não fosse até o fim se ele não tivesse me dito, com aquela voz suave, que podia esperar. Mas foi o que bastou. Eu sabia que ele se importava.
E então respondi, numa voz tão baixa quanto a dele. — Sei disso. Mas eu quero.
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Curto pq vem maratona ae.....
XOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXO
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