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História A base de mentiras - O que fizemos?!



Notas do Autor


Oi povo, tudo bem com vocês? Eu tô ótima ótima :3
Capítulo está aqui, boa leitura ^-^

Capítulo 119 - O que fizemos?!


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - O que fizemos?!

Nagisa

 

Bocejo sem abrir os olhos, um fecho de luz vem direto no meu olho.

- Que droga, vou ter que levantar. – Resmungo, abrindo os olhos. A primeira coisa que vejo é o rosto do Hibiki, que ainda dorme. Caio no chão quando percebo, em um susto, que dormi em cima dele. Ele acorda com o barulho, virando-se para mim.

- Bom d... – Sua voz some quando ele se virá para me ver, não entendo o problema. Olho para mim, coro no instante que dou-me conta de que estou completamente nu. Tem um lençol jogado ao meu lado no chão, pego-o e o jogo sobre meu corpo.

- P-Por que e-eu e-estou n-nu?! – Gaguejo, sem entender nada. Meus olhos descem de seu rosto para o seu corpo, agora estou desesperado. – P-Por q-que v-você está n-nu?!

Ele fica tão vermelho quanto eu e joga três travesseiros sobre o seu corpo, cobrindo-se. Nós ficamos nos encarando em silêncio, acho que estamos tentando nos recordar do que aconteceu.

- Eu não lembro do que aconteceu, m-mas não devemos tirar conclusões precipitadas. – Ele afirma, com a voz trêmula. Não encontro coragem o suficiente para encará-lo, só agora a ficha está caindo.

- O que nós fizemos?! – Exclamo, puxando partes do meu cabelo, isso só pode ser um pesadelo. Tento me levantar, mas falho miseravelmente e caio de bunda no chão. Dou um grito por causa da dor, muito grande para um simples tombo.

- V-Você está bem? – Ele indaga, escuto o barulho da cama rangendo, o Hibiki deve ter se levantado.

- N-Não chega perto de mim! – Falo, virando meus olhos para a porta. Tenho que fixar meus pensamentos em outra coisa, senão vou enlouquecer com a possibilidade do que deve ter acontecido. Noto que, entre a cama e o chão, tem um espaço. Fico de quatro e engatinho até lá, pego um travesseiro da cama e enfio-me embaixo da cama.

 

Hibiki

 

Ignoro a atitude estranha do Nagisa, não estou em posição de discutir. Não quero acreditar na possibilidade de termos transado, mas todo o quarto prova o contrário. O lençol estava no chão, os quadros estão caídos, a cortina foi rasgada, o colchão está torto, a cômoda está caída e as nossas roupas... Bom, elas estão no lustre. Tenho que recuperar as roupas e me vestir, esse é um bom começo.

 

# Quebra de tempo #

 

Visto a minha roupa, mesmo sabendo que eu preciso de um banho. Eu consegui recuperar as roupas do Nagisa, mas ele não vai poder usá-la porque estão rasgadas. Penso em avisar que vou sair, porém não sei como voltar a falar com ele, então, simplesmente, saio do quarto. Desço as escadas e já escuto a voz dos outros.

- Calma, uma coisa de cada vez! – Pede o Kouno, levantando-se de uma das bancadas da cozinha. Seus olhos param em mim, na mesma hora seu sorriso some. – Tive uma ideia, por que vocês não vão pegar flores para a mamãe?

- Pode ser. – Fala a Ava, dando de ombros. – Vamos!

Os três saem da casa, deixando-me a sós com o moreno.

- Aqui é uma casa de família. – Ele afirma, andando até mim. – Meus irmãos acabaram de completar nove anos e, como nós vivemos isolados no meio do nada, nunca vi a necessidade de ensinar para eles o conceito de sexo.

- E-Eu... – Tento explicar-me, mas ele não deixa eu falar.

- Eles sobem para dormir no quarto que fica ao lado do de vocês. – Ele conta, dando ênfase no “ao lado”. – Pouco tempo depois, eles descem e reclamam de um barulho estranho. Eu subo e vou investigar, adivinha o que eu descubro? Que tem duas pessoas transando, e bem alto por sinal. Como eu explico isso para crianças de nove anos, que pensam que os bebês são criados através dos beijos?!

- V-Você viu alguma coisa? – Questiono, extremamente vermelho, acho que nunca senti tanta vergonha.

- Ver eu não vi, mas, pelo barulho, vocês devem ter quebrado o quarto inteiro! – Ele exclama, dando uma risada seca. – Sabia que aquele era o quarto dos meus pais? Eu sempre o mantive todas as coisas no lugar, mesmo depois da morte deles.

Agora estou me sentindo ainda pior que antes. O pior é que, não importa para onde eu olhe, lembro da Gina. Ela deve estar desesperada, e nem deve imaginar o que aconteceu na noite passada... Como eu pude fazer isso com ela? Com o primo dela?

Algo não está certo. Eu gosto muito do Nagisa, mas nunca o vi de uma forma amorosa, no máximo um irmão... Porém nada além disso.

- Eu sinto muito pelo ocorrido. – Afirmo, minhas palavras não podiam ser mais sinceras. – Mas, por favor, não nos expulse. E-Eu não sei o que aconteceu. O Nagisa é, praticamente, um irmão para mim e eu namoro a prima dele. Nós não conseguimos nos lembrar de nada, mas, pode ter certeza, que nós dois nos arrependemos.

- Espera aí. – Ele pede, ficando pensativo. – Ele é quase seu irmão, você namora a prima dele e, mesmo assim, vocês se pegaram? E não se lembram de nada?

- Sei que deve ser difícil de acreditar, mas é a verdade. – Confirmo a história, ainda não parece verdade, eu tinha que estar muito fora de mim para fazer o que fiz.

- Vocês foram picados por algum tipo de inseto, mais especificamente, uma aranha? – Indaga o Kouno, demoro para lembrar, ainda não estou nos eixos.

- Acho que sim. – Conto, lembrando do escândalo que o Nagisa fez por causa da aranha.

- Se um de vocês tivesse me dito isso, eu teria interferido ontem à noite. – Ele afirma, para mim sua fala não tem nenhum sentido. – Tem uma aranha venenosa que, quando ela te pica, é como se te botasse numa espécie de cio. Você acaba transando com a primeira pessoa que vê. O veneno demora um pouco para agir, não é imediato.

- Como você sabe sobre isso? – Pergunto, no colégio nunca ensinaram sobre um veneno que cause isso, mas essa é a melhor explicação até agora.

- Eu tinha um cachorro e um gato. – Ele começa a explicar, jogando-se no sofá atrás de si. – Um dia o cachorro tentou transar com o gato, quando eu vi isso eu separei os dois. O cachorro morreu menos de um dia depois, o que eu achei estranho. Dois dias depois eu ouvi um grito vindo do quarto dos meus irmãos, que é o que vocês dormiram. – Ele dá uma pausa e coloca as mãos atrás da cabeça, parece desconfortável. – Eu entrei no quarto e encontrei o Ayato tentando abusar da Ava. Nenhum dos três sabem o que é sexo, mas o ser humano é um animal, nós também temos instintos naturais. Mesmo sem saberem o que o meu irmão estava tentando fazer, elas gritaram por ajuda, agindo por instinto, assim como o Ayato. Tranquei ele em outro quarto e, no dia seguinte, ele não se lembrava do que tinha tentado fazer. Acabei ligando o comportamento dele com o do nosso cachorro morto e, quando fui investigar, descobri que os dois tinham sido picados por aranha. Presumi que os dois estivessem sob o efeito de algum veneno, que é letal para animais de porte médio, como o meu antigo cachorro.

- Por isso que eu e o Nagisa não nos lembramos de nada. – Digo, dando um suspiro de alivio. Sei que isso não muda o que fizemos, mas podemos nos consolar com o fato de não estarmos com o controle sobre nossos próprios corpos e mentes.

- Falando nele, cadê ele? – Pergunta o Kouno, virando a cabeça para ver a escada. – Ainda dormindo?

- Não, ele já acordou. – Respondo, voltando a ficar constrangido. – O problema é que a roupa dele está rasgada.

- Acho que tenho algo que vai caber nele no porão.

 

# Quebra de tempo #

 

Ele abre um baú empoeirado, começo a tossir por conta da poeira.

- Esse vestido está quase novo, minha irmã raramente o usava. – Ele conta, retirando um vestido vermelho tomara que caia, com uma pequena camada de tule vermelho.

- Você não teria outra coisa? – Questiono, estou tentando manter a educação, mas ele só pode estar brincando. – Esse vestido não vai segurar no Nagisa já que ele não tem peitos, afinal ele é um homem.

- Vai segurar sim, minha irmã também não tinha peitos. – Ele explica, fechando o baú. – Esse vestido foi um presente da mãe dela, que mandou fazer o vestido sob medida, porque os vestidos tomara que caia sempre caiam na minha irmã.

- Por que ela não usou muito esse vestido? – Interrogo, tirando o vestido de suas mãos.

- Porque foi um presente da mãe dela. – Ele responde, não entendo nada. – A mãe dela largou ela com o nosso pai e sumiu, as duas só mantinham contato pelo celular. Ela vivia enviando presentes para a minha irmã no aniversário dela, mas a desgraçada nunca se dignou a aparecer em nenhum deles.

- Por que você fala “mãe dela”? – Questiono, talvez ele também não goste da mãe.

- Porque a mãe é só dela. – Ele afirma, como se fosse óbvio. – Nós só éramos irmãos por parte de pai, mas foi a minha mãe que criou ela.

 

# Quebra de tempo #

 

- Nagisa, sai daí debaixo. – Imploro, ele não quer sair por nada nesse mundo.

- Não adianta, ele não quer sair. – Fala o Kouno, desencostando da parede e vindo pro meu lado. – Ele está, realmente, parecendo uma gata assustada.

- Assustado por que?! – Exclamo, sentando na cama, ao lado do vestido vermelho.

- Como eu vou saber? Eu conheci vocês ontem! – Ele brinca, mesmo num momento sério como esse.

- Você pode, por favor, ficar sério? Eu estou preocupado com o Nagisa. – Conto, sei que o Nagisa está assim por culpa minha.

- Tudo bem. – Ele responde, tirando o risinho do rosto. – Ele era virgem?

- Meu deus! – Exclamo, a situação é pior do que eu tinha julgado. – Eu acho que era.

 

Karma

 

- Antes de nos deixar sozinhos, diga qual é o problema com o bebê. – Peço, quero muito ouvir as explicações da Gina, mas, no momento, minha preocupação está no bebê.

- Encontramos uma substância tóxica no seu organismo, o que afetou o feto. Já estou administrando um remédio, mas você terá que ficar alguns dias internada aqui, para termos certeza de que o remédio está funcionando. – Ele conta e se retira, viro para a Gina.

- Eu só quero saber uma coisa. – Afirmo, antes que ela comece a falar. – Por que você tomou veneno para tentar abortar?

- Eu só tenho quinze anos! – Ela quase grita, ainda deitada. – Eu tenho quinze anos, sou fugitiva de uma máfia, não tenho dinheiro, estou enfrentando uma gravidez de risco e nem ao menos sei quem é o pai dessa criança!

Realmente, se eu for parar para analisar do ponto de vista dela, A Gina tem todos os motivos do mundo para não querer essa criança. Além do mais, as leis daqui permitem o aborto se a gravidez for de risco para a mãe, se for originada de um estupro ou se a mãe não tiver condições financeiras ou psicológicas de criar a criança, e a Gina se encaixa em todos.

- Não posso impedir você de abortar, porque, se fizer do jeito certo, isso é um direito seu. – Afirmo, não sou hipócrita, mas também não sou a favor dela abortar. – Mas, só quero te lembrar, que a criança não tem nada a ver com o que você passou. Ela é inocente e merece o direito de viver. Mesmo que você não queira criá-lo, pelo menos, lhe dê o direito de nascer. Existem tantas pessoas, tantos homens, mulheres e casais que não podem ter filhos biológicos e que amariam criar seu filho.

Ela fica em silêncio, só ouvindo. Espero que ela leve em consideração o que eu falei.

- Seja lá com for sua decisão, eu vou te apoiar. – Digo, voltando a me sentar na poltrona ao lado da dela. – E tenho certeza de que, quando a Nagisa e o Hibiki voltarem, eles concordarão e respeitarão sua decisão.

- Não. Eles não podem saber sobre isso. – Ela fala, quase que implorando, mas é injusto ela esconder isso deles.

- Eles precisam saber. É a sua prima e o seu namorado. – Rebato, resolvo dar-lhe um aviso. – Se você não contar, eu conto.

A Gina volta a ficar calada, mas não por muito tempo. Ela se senta na cama, é visível o seu esforço. Ela vira, apenas a cabeça, para a minha direção.

- Sabe uma coisa que eu me dei conta há muito tempo? – Ela indaga, sem me dar tempo de responder. – É que todas as pessoas guardam, no mínimo, um segredo. – Penso que ela acabou de falar, mas ela prossegue. – Meu jogo favorito sempre foi descobrir os segredos mais obscuros das pessoas que me cercam, essa era a minha maneira de me proteger, é a minha garantia. Certas pessoas fazem de tudo para manter algumas verdades escondidas.

- Isso é uma ameaça? – Interrogo, bastante surpreso por suas palavras.

- Não, isso é um aviso. – Ela responde, com um sorriso estranho no rosto. – Quando se cresce numa máfia, principalmente uma tão grande quanto as serpentes, é necessário você saber reconhecer todos os líderes das outras máfias e, também, os seus herdeiros. Tenho certeza que você sabe muito bem disso, não é Kaede Karma?


Notas Finais


Karma: Você nunca iria me trair, não é Nagi? :3

Nagisa: Eu nunca irei, mas é uma pena que você não possa falar o mesmo

Karma: Poxa Nagi... Você é cruel

Nagisa: Não sou cruel darling, sou realista ^-^

Karma: Nagisa do mau ;-;

Nagisa: *Suspira e abraça Karma*

Karma: Nagisa boazinha ^-^

Nagisa: É óbvio que sou ^-^

Karma: :3

Co-autora: E foi isso meu povo!
Se não souber o que comentar, comente "Flopy"
Kissuuus


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