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História A base de mentiras - Impossível



Notas do Autor


Olá galeraaa! Como estão?!

As provas já vão começar novamente... Que triste :(

Boa leitura!

Capítulo 248 - Impossível


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Impossível

Nagisa

 

- Seu primo me contou o que aconteceu.

Me encolho na cama, ainda com os resquícios daquela sensação, não consegui me recuperar completamente, apesar de estar um pouco melhor.

- Ei Nagisa, fala comigo. – Ele pede, logo sinto a cama balançar, deve estar ao meu lado. – Eu estou preocupado.

- Preocupado que eu esteja enlouquecendo? – Sussurro, sem encontrar outra explicação para aquilo. -  Eu sempre fui maluco.

- Estou preocupado com o seu bem-estar. – Ele responde, envolvendo minha cintura, virando-me na sua direção. – O que aconteceu?

- Não sei. – Confesso-lhe, com meus olhos se enchendo de lágrimas novamente, apenas a lembrança me é sufocante. – Eu só... Não se-sei, re-realmente não sei.

- Independente do que for, saiba que eu estou aqui. – Ele afirma, puxando-me contra si, o Karma se deita ao meu lado. – Divorciado e completamente apaixonado por você.

Dou um mínimo sorriso ao ouvir a primeira característica, os dois já devem ter assinado os papeis, o que torna o Karma somente meu.

- Por que está chorando novamente? – Ele interroga, se remexendo ao meu lado.

- Felicidade. – Digo, dessa vez as lágrimas não são de tristeza, é a mais pura alegria, mesmo que esteja difícil expressar. – Finalmente, tenho alguém na minha vida que me faça feliz.

- Dessa vez, eu vou fazer as coisas de forma certa. – Ele conta, passando a mão pelo meu cabelo, fazendo-me fechar os olhos e soltar um baixo suspiro, completamente relaxado. – Vou perguntar a sua mãe se posso namorar com você.

Dou um salto da cama, sentando-me em seguida, suas palavras me levaram do relaxamento a tensão em um piscar de olhos.

- De jeito nenhum. – Nego na mesma hora, sacudindo veemente minha cabeça. – Você e minha mãe são duas palavras que não se encaixam numa mesma frase, muito menos em um mesmo cômodo.

- Me deixe tentar.

- Ela vai descontar tudo em mim assim que você for embora. – Afirmo, tendo que forçar as palavras para saírem, ainda é estranho falar abertamente com ele sobre esse assunto.

- Eu não vou te deixar, porque você vai morar comigo, ela querendo ou não.

- Então para que falar com ela? – Suspiro, sem entender o motivo de tudo, o Karma já tomou sua decisão, independente do que minha mãe disser.

- Quero tentar estabelecer uma trégua entre você e sua mãe.

- E o que te faz pensar que conseguirá? – Interrogo, o Karma não tem noção do tipo de pessoa que é minha mãe, nem eu mesmo sei direito. Por isso prefiro não arriscar, sabe se lá o que ela fará se descobrir que estou namorando com um garoto.

- Eu não vou resolver, mas posso dar um empurrãozinho para que vocês consigam se entender. – Ele responde, dando de ombros. – Precisa admitir que você mudou nesse tempo, não é mais o garoto que sua mãe conhece, e essa mudança pode ter sido boa.

- Não importa o quanto eu mude, nunca serei quem minha mãe quer que eu seja. – Falo, com uma pitada de amargura na voz. – Ela quer que eu seja a minha irmã, e isso é algo que eu nunca poderei ser.

- Talvez você não possa ser a garota que ela tanto deseja, mas, agora, tem uma filha com a Kamiko, está dando uma neta para e...

- Minha mãe não irá chegar perto da minha filha. – Interrompo-o, essa é uma ideia fora de cogitação. – Posso ter medo dela, e não ter coragem suficiente para desafiá-la de frente, mas perto da minha filha ela não chega. Se depender de mim, ela nunca conhecerá a neta.

- Não está pegando pesado demais?

- Deixaria o pai da Kayano conhecer sua filha? – Pergunto, calando-o na mesma hora, claro que não faria essa loucura. – É a mesma coisa, nós não queremos que nossos pais abusivos conheçam nossos filhos, porque temos medo do que eles possam fazer.

Ficamos os dois encarando o teto, em um silêncio que eu não sei como definir, porém acabo por decidir acabar com isso, perguntando a primeira dúvida que me vem à mente.

- Você e a Kimi já chegaram em um acordo sobre a Tomiko?

- Sim... – Ele confirma, alongando a palavra, deixando-me na expectativa. – Vou deixar a Kimi levá-la para a França.

- O que?! – Exclamo, verdadeiramente surpreso, nunca imaginei que o Karma tomaria essa atitude. – Por que?!

- Não consegui. – Ele suspira, dizendo uma frase sem sentido. – Eu não sei como é ser pai, eu queria tentar com a Tomiko... Mas, a verdade, é que só um de nós dois pode criá-la. Eu não vou sair do Japão e ela não pode ficar, também não dá para envolver a justiça... Eu não consigo arrancar a Tomiko dela, todas as minhas ameaças foram vazias... Eu não consigo tirar um bebê da mãe.

- Mas isso significa não vê-la. – Afirmo, me pondo no lugar dele, o que não é tão difícil levando em consideração que também tenho uma filha que eu não vi por dois anos. – Seria exatamente como foi comigo e com a Kamiko, eu perdi dois anos da vida da minha filha e você pode perder muito mais!

- Não necessariamente. – Ele fala, acredito que saiba que está mentindo, o Karma deve estar tentando se enganar. – Eu tenho dinheiro, posso ir visitá-la na França de vez em quando.

- Sim, você pode. – Concordo, tornando minha voz incrivelmente fria. – Aí, você chega para visitá-la e ela te chama de Karma, enquanto chama o outro de papai.

- Eu sei, mas...

- Mas? – Pressiono, visto que parou de falar. – Você não tem um motivo.

- Estou fazendo o que acho ser o certo. – Ele afirma, porém ainda não consigo entender o Karma, ainda mais depois de tudo que a Kimi fez contra nós. – Mesmo que isso signifique abrir mão da minha filha.

Logo após suas palavras, a campainha toca, encerrando nossa discussão. Meu cérebro demora um pouco para adivinhar quem é, mas só pode ser uma única pessoa.

- É a Kamiko. – Penso em voz alta, saindo correndo da cama e me dirigindo a sala que, impressionantemente, está vazia. Destranco a porta rapidamente e abro a porta, deparando-me com ela. – Você voltou.

- Por que não voltaria? – Ela questiona de forma confusa, confesso que, depois daquela ligação, fiquei com medo dela fazer alguma loucura.

- Porque... – Começo, mas detenho-me ao focar-me em outra pessoa, em um par de olhos bicolor. – Aki?

- Oi. – A garotinha responde, com a cabeça totalmente virada na minha direção. – Quem é você?

- Eu sou... – Começo, mas a Kamiko começa a negar com a cabeça, além de movimentar a boca falando um não sem som. – Um amigo da sua mãe.

- Como o Laiden e o Yukki?

- Quem? – A rosada pergunta, olhando para a menina em seu colo.

- Laiden e Yukki mama. – Ela repete, o primeiro nome é um pouco esquisito, acho que está pronunciando-o de forma errada. – Seus amigos.

- Não tenho amigos com esses nomes.

- Claro que tem! – A pequena exclama, cruzando os bracinhos e ficando emburrada, a cena quase me faz rir, ela ficou extremamente fofa assim. – São meus papais postiços.

- De onde está tirando tudo isso? Você nunca teve pai postiço.

- Você é a pequena Aki?! – O Karma surge, do nada, ao meu lado, em seguida pega-a no colo, tirando-a dos braços da Kamiko. – Eu sou o titio Karma.

- Kalma...

- É Karma. – Ele conserta-a, aparentemente ela troca o R pelo L, é capaz daquele nome ser Raiden, e não Laiden.

- Kalma! – Ela repete, só que, dessa vez, foi para provocar. – Kalma, Kalma, Kalma!

- Está bem. – Ele fala, fazendo-a parar de provocá-lo. – Vocês ouviram a mocinha, agora meu nome é Kalma.

- Kalma é englaçado. – Ela conta rindo, se dando incrivelmente bem com o Karma, acredito que seja uma boa coisa.

- Que tal nós irmos brincar? – Ele propõe, botando um enorme sorriso no rosto dela.

- De que?!

- Podemos ver o que tem no seu quarto.

- Eu tenho um qualto?! – Ela dá um pequeno gritinho, bem ao pé do ouvido do Karma, não sei como ele continua mantendo o sorriso no rosto depois da Aki tê-lo quase o deixado surdo.

- Sim, você tem um quarto bem bonito.

- Eu quelo vê! – Ela pede, sacudindo as pernas sem parar.

- Então vamos. – Ele concorda, saindo da sala com ela, só depois noto o quão estranha foi toda a interação.

- O que acabou de dar no Karma?

- Acho que ele percebeu, diferente de você... – Ela murmura, tão baixo que mal escuto-a.

- Não percebi o que?

- Isso. – A Kamiko mostra, levantando uma sacola plástica, consigo ver parcialmente seu conteúdo, mas não identifico porque ela está balançando-a, impedindo-me de ler o que está escrito em uma caixa ali dentro. – Bem... Vamos começar.

Dito isso, ela coloca a mão dentro da sacola, tirando de lá uma caixa.

- Positivo. – Ela revela, botando-a sobre a mesa e pegando outra, do mesmo tamanho da anterior, porém diferente. – Negativo. Positivo. Positivo. Positivo.

No fim, tem cinco caixas sobre a mesa, e eu ainda não consegui conectar elas com suas palavras.

- Que?

- Positivo, negativo, positivo, positivo e positivo. – Ela repete, apontando para cada caixinha, uma de cada vez. – Esses foram os resultados.

- Resultados do q... – Paro de falar, finalmente compreendendo. – Resultado dos testes de gravidez.

- De acordo com esses resultados... – Ela começa, olhando para qualquer lugar, menos para mim. – Existe 80% de chance deu estar grávida e 20% deu não estar.

- Testes de farmácia não são confiáveis.

- Por que acha que eu fiz cinco?

- Mesmo assim, não é o suficiente. – Nego, me agarrando nesses 20%, a porcentagem é baixa, mas pode mudar se fizermos um exame direito. – Temos que ir pro hospital.

- Não, não vou para nenhum hospital.

- Dai-lhe me paciência com essas grávidas que se recusam a se cuidar... – Murmuro, tão baixo que quase não me escuto, muito menos ela. – Se estiver mesmo grávida, precisará de cuidados médicos.

- Não. – Ela rebate, nunca tinha percebido como ela e minha prima são parecidas. – Sobrevivi muito bem a gravidez da Aki sem ter ido para hospital... Só fui uma vez, quando caí das escadas.

- Como ela nasceu?! – Exclamo, pelo que a Kamiko disse, significa que nem o parto foi feito no hospital.

- Em casa.

- Como?

- É... – Ela abre a boca e a fecha, fica me encarando durante um tempo até voltar a falar. – Não sei.

- Não sabe? – Repito, sem entender como alguém esquece como teve a própria filha. – Isso é impossível.

- Foi parto normal, isso eu tenho certeza. – Ela garante, parecendo pensar profundamente. – Alguém fez o parto... Mas eu não lembro quem foi.

- Que?

- Não foram meus pais, eles eram cientistas, não médicos... – Ela pensa em voz alta, esquecendo-se de mim. – Então... Quem fez o parto?

- Realmente não lembra?

 

Karma

 

- Parece que ela gostou da outra. – Comentam atrás de mim, viro-me rapidamente e dou de cara com a Iza. – De onde elas surgiram?

- A mais nova é a minha filha, a outra é a filha do Nagisa. – Conto, supervisionando as duas meninas, a Aki parece realmente entretida fazendo a Tomiko rir com os bichinhos de pelúcia. – É bom elas se darem bem, afinal são quase irmãs e...

- E?

- Como me achou? – Pergunto, dando-me conta que não tenho a mínima ideia de como Izanami me encontrou. – Eu poderia ter sido adotado por qualquer família, estar em qualquer parte do mundo.

- Claro que não. – Ela nega, rindo como se eu tivesse dito alo engraçado. – Sabia exatamente em qual família estava, e descobrir o endereço não foi tão difícil assim, a família Kaede é muito conhecida.

- Como poderia saber? – Insisto, sem conseguir ver o que para ela parece óbvio. – Nunca mais te vi depois que minha mãe morreu, nem vi os seus pais. Era impossível você saber onde eu estava.

- Ele não... Te contou? – Ela questiona, seus olhos se arregalam quando não dou nenhuma resposta, porque não sei o que dizer. – Você não sabe.

- Não sei o que?

- Ele deveria ter te contado. – Ela afirma, sem me responder. – Quer dizer, ela que deveria ter te contado, mas como ela não contou... Ele deveria ter contado, era responsabilidade dele depois que sua mãe morreu.

- Quem tinha que ter me contado o que? – Interrogo de forma dura, esse suspense está me deixando extremamente preocupado, visto o nervosismo dela.

- Isso não vai ser fácil de ouvir... – A Iza começa, enrolando demais. – Sua mãe... Previu o que ia acontecer, e ela não poderia deixá-los desamparados... Então conseguiu arranjar um lugar para vocês ficarem, sinceramente não sei porque o processo de adoção demorou tanto se ele tinha um papel assinado por sua mãe que dava a guarda dos dois para ele, ma...

- Espera aí. – Interrompo-a, querendo me certificar que ouvi bem. – Minha mãe, sabendo que ia morrer, deu a minha guarda e a da Akiko para Kaede Noburo?!

- É, e...

- Por que diabos minha mãe faria isso?! – Estouro, quase gritando. – Ela nem o conhecia! Nunca faria isso!

- É isso que estou tentando te dizer Karma. – Ela diz, de forma curta e fria, cessando meu ataque. – Sinto muito ter que te contar dessa forma, mas... Eles se conheciam, eram amantes há anos, antes mesmo de você ou a Akiko nascerem.

Suas palavras me atingem com força, deixando-me completamente desnorteado. Sinto como se tivessem pego meu passado, o quebrado e o remontado de forma completamente errada, fazendo as peças não se encaixarem e formando um cenário grotesco.

- Repita. – Peço, com uma calma que, claramente, não possuo. – Repita.

- Sinto muito por te contar assim Karma, mas sua mãe traía seu pai.

- Não. – Nego, sem distinguir o que é mais surreal, minha mãe ter traído meu pai ou ter tido um caso justamente com ele. – Minha mãe amava meu pai, eu lembro... E-Ela ficou arrasada com a morte dele! Fi-Ficou de luto! É im-impossível!

- Nunca disse que o relacionamento de seus pais foi uma mentira. – Ela explica, mas, ao dizer que minha mãe pulou a cerca, é o mesmo que dizer que todas as minhas poucas memórias de um casal feliz e apaixonado são mentiras. – Seu pai amava demais sua mãe, e ela idem... Mas ela também o amava, amava os dois da mesma forma.

Iria seguir com essa linha de discussão, é impossível se amar duas pessoas, você ama uma delas ou não ama nenhuma, porém algo muito pior surge na minha mente.

- Antes deu e da Akiko nascermos... – Repito, absorvendo bem essa informação, ou ao menos tentando. – Minha mãe... Minha mãe sabia quem era o pai?

- Seu pai é o seu pai. – Ela garante, porém não sei se acredito mais nisso. – Sua mãe pensou que alguém te contaria antes e, caso você não acreditasse, providenciou de guardar dentro de um banco, ao qual eu sei onde fica e tenho a senha, o resultado do exame de DNA que ela fez com a Akiko quando a mesma nasceu, Akabane Akiko é mesmo filha de Akabane Chion.

- E eu?

- O que tem você?

- Minha mãe só fez exame de DNA da Akiko? – Pergunto, não recebendo nenhuma resposta da Iza, o que aumenta meu pânico. – Ela não fez um exame de DNA comigo?!

- Ela não tinha dúvidas sobre a sua paternidade, somente a da Akiko.

- E o que isso significa? – Interrogo, escorando-me na parede. – Significa que minha mãe tinha certeza que eu sou filho do meu pai ou tinha certeza que eu sou filho dele?


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- NÃO SE FAÇA DE CÍNICO! ESTOU FALANDO DA ÚNICA MÃE QUE EU JÁ TIVE! AKABANE KASAI, A MULHER COM QUE VOCÊ TINHA UM CASO!
- Então, você descobriu?
- É verdade. Você e minha mãe... Não.

- Você está usando nossa antiga geladeira para guardar corpos?!
- Impressionante, meu recorde de corpos guardados em uma geladeira é três, mas você conseguiu guardar quatro.
- É o desespero. No porão, deve ter uns vintes ou mais corpos guardados em frigobares, eu não tenho mais lugar para escondê-los.

A palavra de hoje é "Norlomaku"
Kissus


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