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História A base de mentiras - Sugestão



Notas do Autor


Olá galeraaaa! Como estão?

Vou fazer exame de sangue amanhã, tô com medo :')

Boa leitura!

Capítulo 276 - Sugestão


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Sugestão

Izumi

 

Vou em busca de Afrodite, e não é difícil encontrá-la, até porque somos ligadas, ela é a Deusa a quem devo servir.

- Eu não entendo. – Conto, talvez ela consiga explicar, porque meu cérebro já deu um nó tentando entender.

- E o que eu tenho a ver com isso? – Ela interroga, sendo fria ao extremo, de um jeito que nunca foi comigo.

- Não é porque eu sei que você não tem sentimentos que pode me tratar assim. – Digo, na verdade ela pode, afinal sou apenas um anjo diante de uma Deusa. – Prefiro que continue fingindo.

- Prefere que eu minta?

- Sim, eu prefiro. – Respondo, nem sempre a verdade é a melhor escolha, na maioria das vezes a mentira é muito mais atrativa.

- Qual o problema Izumi? – Ela indaga, mudando da água para o vinho em um piscar de olhos. Sua voz e expressão mudam tão radicalmente que, por um momento, realmente me engano por ela, mas não posso esquecer que isso não passa de um teatro de Afrodite, uma mentira que eu pedi para ela contar, uma simples manipulação.

- Nossa filha. – Deixo escapar, não queria falar dessa forma, afinal ela já provou não sentir nada pela Gina, o que não a faz merecer o título de mãe. – Eu não entendo a Gina.

- Eu entendo-a bem demais... O que exatamente você não entende nela?

- Quase tudo, porém algo não faz sentido... – Murmuro, novamente me esforçando para montar o quebra cabeça na minha mente, acabo fracassando miseravelmente. – Quero que me explique.

- Ajudaria saber do que fala.

- Como ela consegue fazer o que faz? – Questiono, procurando as palavras certas para ser mais especifica. – Ela nunca frequentou uma escola, mas manuseia venenos e cria combinações ainda mais letais, até criar armas químicas e uma nuclear ela criou! É trabalho digno de uma cientista, uma grande cientista que estudou a vida inteira, não de uma adolescente que nunca teve uma aula de química na vida!

- É bem simples. – Ela fala, não me parece assim tão simples, me parece complexo em todos os sentidos. – É tudo por conta do que ela é.

- Como assim?

- Por causa dos pais dela. – Ela muda suas palavras, porém continua sem fazer sentido.

- Como pode ser por conta dos pais? Você é a verdadeira mãe dela, e você é a Deusa do Amor, isso não tem nada a ver com esse talento dela. – Afirmo, amor e armas não tem nada a ver, por ser filha de Afrodite ela não deveria mexer com armas.

- Sim, ela é minha filha, a filha da Deusa do Amor, mas também é filha de Ares, o Deus da Guerra. – Afrodite conta, fazendo-me perceber que o que falou tem o mínimo de sentido. – Diria que ela puxou mais a Ares do que a mim, um resultado incomum considerando os níveis de DNA, mas isso é confirmado por esse talento que ela tem com as armas. Talvez seu poder não esteja ligado diretamente ao de Ares, porém pequenos dons a Gina puxou dele.

- Faz sentido. – Penso em voz alta, tinha esquecido completamente do fato de Ares ser o pai deles. – Se a Gina puxou o Ares, então o Shiro puxou você.

- É, eu diria que ele tem mais a cara de um Deus do Amor do que ela. – Ela concorda, porém sorri de um jeito meio perverso. – Mas ela também pode ser muito bem uma Deusa do Amor, basta olhar pra mim. Uma Deusa do Amor que não sente nada, essa é a prova que a personalidade de um Deus não é definida por seu poder. Outro caso claro disso é a Nagasaki, onde uma Deusa da Morte valorizaria a vida e temeria a morte? As vezes recebemos poderes completamente contrários à nossa natureza, sortudos são os que conseguem combinar personalidade com magia.

- Prefiro que ambos puxem você do que Ares. – Sussurro, não quero que meus filhos sejam Deuses da Guerra, ou qualquer outra coisa relacionada com violência, morte e sangue.

- Independente do que forem, irão servir. – Ela fala, e do jeito que fala parece que são simples armas para alcançar um objetivo, mas é assim mesmo que Afrodite os vê. – Eles estão me dando uma oportunidade de colocar a Nix contra a parede... Mencionando isso, preciso falar com a Nix, e você vai comigo.

 

Nix

 

Não sei o que deu nele, do nada o Skiá voltou a me servir, ou quase isso. Ainda não o mandei fazer nada, mas o mesmo fica me seguindo de um lado ao outro, exatamente como uma sombra.

- Precisamos conversar Nix! – Escuto a voz da pessoa que quero matar, a Deusa do Amor mais fingida que existe, pois até eu tenho mais amor que ela.

- O que eu preciso é esganá-la. – Retruco, ficando cara a cara com ela, que veio acompanhada da Izumi. – O que querem aqui?

- Por que não nos sentamos e conversamos amigavelmente?

- Primeiro porque você não é bem-vinda, e segundo que eu nunca vou ter uma conversa amigável com você. – Respondo, mantendo meus olhos fixos em Afrodite, para Izumi entender que essas palavras são dirigidas somente para Afrodite, e não a ela.

- Mas é um assunto de extrema importância, principalmente para você. – Ela conta, dando um sorriso de lado. – E envolve seus filhos.

Fecho a boca no instante que ia expulsá-la, processando suas palavras em meu cérebro. Meus filhos, ela quer falar sobre meus filhos, e meu pressentimento diz que não é nada bom.

- O que você fez?! – Exclamo, erguendo sem perceber meu tom de voz, mas não chego a gritar. – Afrodite, se você tiver feito mais alguma coisa com eles...

- Eu não fiz nada, vim aqui para te alertar sobre algo, um conselho que irá ajudar. – Ela se defende, até parece que ela me ajuda em alguma coisa, está na cara que tem muito mais. – Está desequilibrado.

- O que?

- A balança desequilibrou. – Repetiu, porém não consigo lembrar do que fala, só que esse termo não me é estranho. – Os números não se combinam mais, e não existe mais o equilíbrio entre os gêneros, tem uma garota a mais.

Entendo do que fala, e é realmente algo sério. Não foi fácil criar Deuses, tivemos que seguir tudo com muito cuidado, tudo teve que ser ritualístico. Os números combinando, metade de cada gênero, a data de nascimento, o espaço entre os aniversários, os signos, como os astros estavam alinhados... Tudo foi pensado com cuidado, cada um desses critérios foi necessário para que nascessem Deuses, foi um trabalho que precisou de tempo e cuidado, qualquer fator errado faria com que nenhum deles tivesse poderes, pois todos eles estão interligados.

- É, graças a você. – Afirmo de forma irritada, estava tudo direito até a Gina engravidar e a minha filha também, as duas gravidezes foram causadas por ela.

- Veja bem, está faltando um garoto. – Ela continua, ignorando completamente o que eu disse. – Contando que você irá salvar suas filhas, não deixando nenhuma das duas morrer no parto. Então, isso deixa Artêmis com quatro herdeiros, eu com quatro herdeiros, contando com os gêmeos que estão na barriga da Gina, e você com três... Meus dois herdeiros e seus dois herdeiros davam quatro, o número de herdeiros de Artêmis, então os números tinham ligações entre si... Mas quatro e três não tem nada em comum, são combinações que não dão certo. Precisamos de um garoto para isso dar certo, e também precisamos igualar os números, então você precisa de mais um herdeiro.

- Impossível. – Falo, o que ela diz faz sentido, infelizmente está certa. – Hiromi já engravidou de Deuses duas vezes, o máximo que uma humana consegue. Não dá para fazê-la ter mais um.

- E quem disse que tem que ser pela Hiromi? Izumi morreu e, mesmo assim, consegui mais dois herdeiros sem virem dela. – Ela conta, e eu preciso me conter para não dar um tapa na cara dela, pois entendi muito bem o que acabou de insinuar.

- Caso não tenha percebido, nossas situações são bem diferentes. – Conto pausadamente, quase rangendo os dentes. – A Gina é uma garota de dezesseis anos que sai dando para quem aparece na frente. Meu herdeiro mais velho tem quinze anos e é gay, o que descarta a possibilidade dele ter filhos biológicos. Eu não tenho como ter mais um herdeiro.

- Você pode não estar vendo uma solução, mas eu vejo e estou disposta a te mostrar. – Ela diz, e eu paro para ouvir, mesmo sabendo que posso me arrepender. – Se você conseguir mantê-las vivas, tem duas garotas que podem ter um filho.

Não hesito em lhe dar um tapa, arrancando uma exclamação da Izumi e, por incrível que pareça, do Skiá. Eu não pensei, o sangue simplesmente ferveu em mim quando entendi sua sugestão.

- A SELÍNI TEM DOZE ANOS E A ANNELISE AINDA NEM NASCEU, COMO VOCÊ PODE SER A FAVOR DA GRAVIDEZ DE UMA DESSAS DUAS CRIANÇAS?! SÃO CRIANÇAS AFRODITE! – Berro, no auge do meu descontrole. – SABE O QUE SÃO CRIANÇAS?! CRIANÇA É UM SER INOCENTE QUE TEM QUE BRINCAR E SER FELIZ, NÃO ENGRAVIDAR!

- Calma, eu não disse que precisa ser agora. – Ela diz, tentando sobrepor meus gritos. – Ainda temos tempo! Pode esperá-las crescerem.

- Você só pode estar de brincadeira. – Falo, tenho certeza que se tivesse sentimentos estaria rindo da sua sugestão cruel, tanto a primeira quando essa segunda. – No ritmo que as coisas estão indo, ela vai ser uma escrava até o fim dos seus dias, ou seja, ela só engravida se for de um estupro. E Annelise deve nascer com paralisia cerebral novamente, se engravidar também será por estupro! Não importa quanto tempo eu espere, nada mudará! Um herdeiro meu só pode nascer através de um estupro.

- Então você já tem sua resposta.

- Claro que não! -  Nego, cada vez que abre a boca fica pior. – Eu não vou fazer isso!

- Não é questão de escolha. Como você mesma diz, temos que fazer o necessário pelo plano.

- FAÇA O NAGISA SE APAIXONAR POR UMA GAROTA! DÊ UM JEITO DE PÔR OUTRA CRIANÇA JUNTO A ANNELISE NA BARRIGA DELA! – Berra, o chão debaixo dos meus pés começando a tremer, fazendo os candelabros tilintarem. – MAS EU NÃO VOU FAZER NENHUMA DAS DUAS SEREM ESTUPRADAS! EU NÃO VOU FAZER ISSO!

- Não vou mover um dedo para lhe ajudar, a única coisa que irei fazer é criar o garoto, mas você que dará um jeito dele nascer. – Ela responde calma, mesmo com tudo sacudindo, nunca fiquei tão irada a esse ponto. – Sabe, seguindo a lógica, você deveria fazer com que a Nagasaki seja estuprada, afinal ela já passou por isso uma vez e sabe como é ficar grávida. Enquanto para a Annelise será como se fosse a primeira vez, ela nem mesmo vai entender o que está acontecendo se tiver paralisia cerebral... E eu tenho certeza que a Nagasaki prefere passar por isso no lugar da filha.

- SAIA DAQUI! – Ordeno, atingindo meu limite com Afrodite, ela realmente passou dos limites. – MANDEI IR EMBORA!

No instante que grito, os lustres sacodem violentamente e despencam, sendo um deles sobre Afrodite. Assim que o nota, ela some em uma nuvem de poeira vermelha junto com Izumi, fazendo o lustre cair inutilmente no chão.

- Ela vai me pagar. – Sussurro, me recusando a aceitar que está certa, eu não aceito isso. Tem outro jeito, precisa existir outro jeito. – Acha que pode me provocar apenas porque não posso te matar...  Afrodite, você vai pagar caro.

- O que pretende fazer? – Skiá pergunta, não sou boba de confiar nele, mas também não é necessário esconder.

- Vou ir até Hades e irei visitar o inferno. – Afirmo convicta, desviando dos cacos espalhados pelo chão e me dirigindo a saída, quanto antes melhor. – Ela quer que minhas filhas sejam estupradas, então talvez ela mereça relembrar... Ela mereça relembrar o que é isso, e mesmo que ela não tenha sentimentos... Duvido que não sentirá medo, com ou sem coração e alma, quando rever o demônio com quem, tecnicamente, ainda é casada. Quando ficar cara a cara com o demônio que a aprisionou e a fez de escrava sexual.


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Nix, essa é minha filha Katharí, ela tem sete anos... Filha, está tudo bem, ela é amiga, é a sobrinha do papai.
- Então ela é minha prima?
- Sim, e também é a nossa Deusa protetora. E é sua Deusa protetora também.

- Eu prefiro que ela explique depois que você veja, senão você não vai acreditar. Só tenha cuidado com sua reação e suas palavras, muito cuidado.
- Por que?
- A mãe dela morreu, ela é a única filha que tive com aquela mulher, ou seja, ela só tem meios-irmãos... Então ela nunca conseguiu se encaixar, sempre ficou a margem de tudo por ser, digamos que... Diferente. E, depois que tentaram matá-la, ela começou a se achar uma aberração, falar coisas como que ela é um erro e não deveria existir. A Katharí não é nada disso, ela é um milagre, não uma aberração, porém ela não acreditava quando eu falava isso... Mas quando eu contei sobre você, a nossa Deusa protetora, ela... Você é a protetora dos demônios e das bruxas, então acho que ela se sentiu melhor quando soube que uma Deusa olharia para ela como para qualquer demônio ou bruxa, como se ela fosse igual aos outros. Você é a pessoa que a faz aceitar quem é, você é uma verdadeira heroína para ela... Por isso cuidado com a sua reação, não quero que ela volte a se sentir uma aberração.

A palavra de hoje é "Sangue"
Kissus


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