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História A base de mentiras - Quantas vezes você irá machucar meu coração? - Parte dois



Notas do Autor


Olá galeraaaa! Como estão?!

Quatro horas fazendo um trabalho em grupo... E depois de muita comida, conversas estranhas, mentiras e descobertas chocantes nós não fizemos nada do trabalho :')

Boa leitura!

Capítulo 304 - Quantas vezes você irá machucar meu coração? - Parte dois


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Quantas vezes você irá machucar meu coração? - Parte dois

Aoi

 

Do sonho à realidade ou, talvez, do paraíso ao inferno em questão de segundos. Minhas lágrimas congelam e... E ele para o beijo, se afasta na velocidade de um piscar de olhos. Se fosse só isso... Eu entenderia, é normal essa reação, é chocante.

Mas ele não apenas parou o beijo, tenha sido de propósito ou não, o Hibiki me derrubou para fora do seu colo, fazendo toda a minha felicidade se esvair juntamente com o contato entre nossos corpos.

Eu deveria parar de ser burro, isso já está ficando repetitivo e óbvio. Nunca o terei por inteiro, porque eu nunca vou poder lhe oferecer tudo que minha prima pode lhe dar. Não posso dar filhos para ele, não posso... Não podemos sair por aí de mãos dadas sem medo, eu posso causar uma catástrofe na sua vida se o beijasse no meio da rua.

Só que eu não consigo aceitar isso, eu queria ser seu único e primeiro amor, queria ser o mesmo que ele é para mim. E talvez... Talvez um dia eu consiga superá-lo, seguir em frente, esquecê-lo... Mas eu nunca vou conseguir nada disso se continuar caindo, cedendo a esse sentimento.

Eu... Eu nunca vou seguir em frente se ele não parar de me dar essas falsas esperanças, de me beijar de repente e, apenas com ações, ficar me prometendo tudo que eu mais desejo, a eternidade ao seu lado. Nunca pensaria isso do Hibiki, mas... O que ele faz chega a ser cruel, é como se o Hibiki estivesse brincando com os meus sentimentos e... E testando de quantas formas consegue machucar meu coração.

Começo a escutar gritos e eles não fazem muito sentido, é como se falassem tudo e nada ao mesmo tempo. Não entendo nada, mas reconheço as vozes. Berrando numa altura ensurdecedora, estão as vozes do Hibiki e da Gina. Em um tom mais baixo, quase sumindo diante das outra vozes, está a voz do Nagisa.

Eu quero levantar, porém me parece tão difícil, até respirar está sendo uma tarefa difícil demais, imagine levantar desse chão escorregadio. Mas é estranho que, ainda com os gritos, uma mão aparece diante dos meus olhos. Ela parece estar estendida na minha direção, porém eu fico imóvel, sem saber quem é e o que quer.

- Você está bem? – Uma pessoa que eu não conheço pergunta, e eu acho que é o dono dessa mão. Balanço positivamente a cabeça, ficaria inacreditável se eu confirmasse em voz alta, minha voz tremeria tanto que nem eu mesmo acreditaria. – Mas você não parece bem.

Levanto um pouco a cabeça, só o suficiente para ver de relance o rosto dessa pessoa, desse garoto. Ele tem olhos vermelhos igual ao Hibiki, o cabelo dele é mais escuro que o do Hibiki, é preto... Ele me é familiar, é como se já o tivesse visto, mas... Mas não lembro.

É engraçado um estranho reparar em mim, sendo que estamos cercados por um belo evento inexplicável e por uma discussão capaz de acordar um prédio. Tantas coisas para reparar, para ver, para admirar, para se preocupar... Por que olhar justamente para mim?

- Não posso te puxar para cima, vamos nós dois cair se eu fizer isso. – Ele fala e... E percebo que acabei por segurar em sua mão estendida, eu nem tinha percebido. – Pode se levantar sozinho?

Sei que não posso ficar largado no chão eternamente, por isso junto os meus caquinhos e reúno forças de algum lugar desconhecido e me levanto. Nisso, vejo a porta da cela caída no chão de gelo, o metal tomado por branco e parecendo também congelado. A porta deve ter caído do mesmo jeito da parede, foi assim que esse garoto entrou aqui.

- Preciso te pedir desculpas sobre hoje mais cedo, sabe, por eu ter derrubado vocês e tacado o terror. – Ele diz, e eu levanto a cabeça rapidamente para encará-lo novamente. Sim, ele é o garoto de mais cedo, aquele que me fez tremer dos pés à cabeça com a possibilidade daquilo acontecer novamente, daquilo acontecer ao Hibiki. – Por acaso você... Você está assim por conta daquilo? Se for, pode ficar tranquilo que eu não vou fazer nada com você nem ninguém, aquilo foi só um mau entend...

Não espero ele terminar de falar e me jogo em seus braços, finalmente conseguindo chorar. Sei que é ridículo abraçar um estranho, até embaraçoso, e ainda chorar em cima dele, porém é mais reconfortante que chorar para o nada. Chorar sozinho só trás uma sensação de vazio e eu preciso de qualquer coisa menos isso, eu só quero aliviar de alguma forma esse sentimento de solidão e... E abandono.

Apesar deu ter simplesmente me tacado em seus braços, pensei que eu seria empurrado para longe, talvez eu quisesse ser empurrado para ver se consigo ter um choque de realidade. Mas ele faz justamente o contrário do que eu esperava, ele... Ele me abraça.

A constatação de que ele está devolvendo meu abraço faz com que eu chore com ainda mais intensidade, porém eu estou gostando do abraço, é uma boa sensação, e boas sensações me fazem querer chorar mais.

- Deixa comigo Hoshi... Aoi? – Dessa vez, é o Nagisa que fala comigo, sinto uma mão mexendo no meu cabelo e tenho certeza que é meu primo. Ele não está mais gritando, mas os outros dois continuam, o Nagisa deve ter parado de tentar conciliá-los. – Aoi, me escuta, a Gina estar grávida não significa na...

Se eu tivesse forças para tirar meus braços de cima do garoto e cobrir minhas orelhas, eu teria feito isso. Não quero ouvir isso de novo, não quero ouvir o Nagisa mentindo dizendo que não significa nada, porque uma criança significa muita coisa. Mas meu primo para de falar do nada e eu fico contente por isso, fico contente em meio as lágrimas sem fim.

O carinho do Nagisa também era reconfortante, não tanto quanto o abraço, mas ele para com o cafuné na minha cabeça. Afundo mais o rosto no garoto a minha frente, a pele dele está muito fria.

Ele dá um passo para trás, e eu dou um trêmulo e bambo para a frente, porque não quero me separar dele, não quero novamente sair de um abraço e cair no mundo frio. Ele continua dando passos para trás, cada vez mais rápidos, e eu chego a pensar que quer que eu o solte, mas seus braços ainda me seguram com força.

- Você gosta daquele garoto? – Ele me pergunta, fazendo minhas costas se recostarem na parede. Afasto um pouco meu rosto dele e observo rapidamente nosso redor, estamos do lado de fora da cela. Não encaro-o e dou um aceno positivo com a cabeça, soluçando. – E ele também é o seu melhor amigo?

Confirmo novamente, agora atônito, não entendo como conseguiu deduzir tanta coisa. Eu só lhe abracei e chorei, não disse ou fiz nada que expressasse o... O quanto o Hibiki significa para mim.

- Não fica assim por conta disso, eu sei como dói... Sei que é difícil, mas você não pode ficar assim. – Ele nega, porém duvido que entenda o quanto está doendo, preferia estar sentindo qualquer outra coisa, menos essa dor sufocante e esmagadora que não tem remédio, tratamento e nem cura. – O amor nem sempre é belo como deveria, bom como deveria ser... Mas ele também não é um sentimento que deveria... Destruir uma pessoa.

Eu pensava o mesmo que ele, na verdade, eu acreditava que o amor não podia ser nada além de belo. Como eu estava errado, agora o amor mais parece um parasita que eu queria ser capaz de arrancar fora junto com o meu coração.

- Então pare de chorar, levante o rosto e viva. – Ele quase manda, mas seu tom é delicado demais para uma ordem, sua voz não parece aquela de hoje de manhã, que me trouxe calafrios. – A luta não acaba até que você escute da boca da pessoa amada que ela não tem interesse algum. Antes disso, você põe um sorriso trêmulo no rosto e continua lutando até o fim, entendido?

Eu quase, quase, sorrio com suas palavras, ouvir de outra pessoa que ainda existem esperanças é mais encorajador, mais convincente. Respiro fundo e levanto o rosto, finalmente o encarando.

Confesso que fico extremamente surpreso e quase recuo, só não faço isso por estar encostado na parede, quando ele toca um dedo em meu rosto. Ele repete o delicado movimento várias e várias vezes, limpando todas as lágrimas de meu rosto até deixá-lo quase seco.

- Pronto para voltar? – Ele indaga, me mostrando seus dentes em um enorme sorriso, mal consigo dar um trêmulo sorriso em resposta. – Está indo bem.

Dou um aceno positivo e me descolo da parede, hesitando um pouco antes de andar. Ele fica parado ao meu lado, me esperando e me passando uma confiança que faz com que eu me sinta bem, muito bem na verdade.

- Obrigado. – Agradeço, sem saber como consegui falar sem minha voz tremer, limpo rapidamente a solitária lágrima que escorre e... E não sei dizer porque fiz isso, não sei porque não deixei as lágrimas se acumularem novamente.

Um passo depois do outro, caminho até a cela, sem saber se estou com pressa ou com vontade de fugir daquele lugar. Hesito, por um momento, ao lado da entrada da cela, porém eu sei que não posso dar as costas para todo mundo e me virar sozinho, preciso encarar a realidade.

Porém, assim que eu entro, nunca pensei que essa seria a realidade. Se tinha alguma parte minha que estava intacta, ou ao menos começando a se juntar, tudo desmorona de vez. Levo minhas mãos a boca e abafo um soluço, já as lágrimas eu não faço nada para prendê-las, é impossível prendê-las.

Eu estava determinado a ser forte, mas não com isso, isso eu não aguento. Como eu posso ficar bem vendo-o beijando-a, logo depois dele me beijar?! Isso prova o quão insignificante eu sou, o quão insignificante ele considera os meus sentimentos, e o quão mentirosas foram aquelas suas palavras. Se eu estava machucado antes, nem sei dizer como estou agora.

 

Nagisa

 

Minha mente está dividida entre o Aoi, o quão péssimo ele parecia estar reagindo a isso, e entre a obrigação de tentar acalmar essa discussão entre a Gina e o Hibiki. E acontece, que no meio dessa briga, o Hibiki pega a Gina pela cintura e a beija, sem mais nem menos.

Apesar deu não ter esperado essa atitude do Hibiki, a Gina consegue ser ainda mais surpreende, acertando um tapa estalado no rosto dele. Óbvio que ele para o beijo e a solta imediatamente, antes que ela tivesse a chance de lhe dar o segundo tapa, não sei identificar a expressão da Gina.

- Onde você estava com a cabeça?! – Ela exclama, tocando seus lábios com os dedos, quase como se estivesse revoltada. – Me beijar do nada durante uma discussão?! Não é assim que as coisas devem ser!

É algo quase imperceptível, mas a mão dela está tremendo de leve, muito de leve. E isso me faz compreender sua atitude diante do beijo inesperado, ela não está estável o suficiente para receber um beijo sem perder a cabeça, sem lembrar.

O Hibiki não a responde e também não a encara, não sei dizer se está envergonhado pelo que fez ou desconfortável com a bronca. Seja o que for, nenhum dos dois me parecem bem.

Mas a Gina se destaca, porque ela fica mais pálida que a neve que nos cerca e se apoia na parede, descendo lentamente pela mesma conforme os pés vão deslizando no chão. Porém tanto eu como o Hibiki parecemos ficar verdadeiramente preocupados quando os olhos dela quase fecham, assim que ela se senta no chão provavelmente gelado.

- Gina? – Chamo-a, e os olhos dela se abrem rapidamente e se focam em mim. – Está tudo bem?

- Tô, só uma tontura e... E tudo ficou preto de repente. – Ela explica, sacudindo a cabeça de um lado ao outro. – Mas já tá tudo bem.

Relaxo com isso, principalmente quando ela se põe de pé, não sei explicar como faz isso de uma forma tão rápida em um chão escorregadio. Visto que eu não tenho o que falar, e surpreendentemente o beijo surpresa parece ter acabado com a discussão dos dois, ao menos por agora, consigo escutar o som baixo de soluços.

Viro a cabeça e me deparo com o Aoi nos braços do Hoshi, suas costas tremendo demais. Quando foco meus olhos no meu amigo, vejo os lábios do Hoshi se moverem, dizendo a seguinte frase sem som: ele viu.


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Onii-san... Eu... Eu nunca tive uma família, não uma de verdade, e eu queria muito, muito mesmo, morar com vocês. Mas... Mas eu não posso.
- Não entendo. Você mesmo me disse que eles não se importam com você, então... Por que não vir morar com a gente?
- Sabe o que é... Vocês moram em outro país, eu até sei falar francês, mas a França fica muito longe e... E tem uma garota aqui... E-Essa garota...

- Senhora Kaede, preciso que assine aqui.
- O que é isso?
- A permissão para o transplante.

A palavra de hj é "Glofitunca"
KIssus!


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