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História A base de mentiras - O circo vai pegar fogo



Notas do Autor


Oiii pessoal! Como vão?!

Faltam só um mês e dez dias para as minhas aulas acabarem! :D

Boa leitura!

Capítulo 334 - O circo vai pegar fogo


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - O circo vai pegar fogo

Nagisa

 

- Bem-vindos a minha casa. – A Gina diz, abrindo a porta da sua casa e nos permitindo entrar. Hesito, porque estou com um pouco de medo, e posso explicar o motivo. Devemos ter andado pela cidade inteira até chegarmos aqui, além de termos subido até o topo de uma colina, porque a casa da Gina fica justamente no ponto mais alto. E as casas que eu vi, pelo caminho, não eram das mais bonitas.

O Karma acaba entrando antes de mim, e eu o sigo. A sala não é grande, mas a ausência de móveis faz com que ela pareça enorme. Tudo que tem aqui é um sofá pequeno, uma pequena mesinha onde, sobre ela, está uma televisão de cubo.

Sinto-me na obrigação de falar algo, comentar, mas eu realmente não sei que tipo de comentário positivo eu posso fazer sobre essa sala, nem mesmo sobre a casa. Para a minha sorte, a atenção de todos se volta para um celular tocando, o que me livra de dar uma resposta.

A Kamiko atende o celular que toca, afinal é o celular dela que toca. Todos prestam atenção no que ela fala, porém eu não entendo nada do que diz ao telefone, tenho certeza que não está falando em japonês, está falando em outra liga. Após poucos segundos, ela tira o celular da orelha.

- É pra você. – Ela diz, em japonês, estendendo o celular para o Karma, que parece se surpreender.

- Pra mim?

- Sim, e parece ser da França, porque estão falando em francês. – Ela conta, o ruivo pega o celular meio receoso e começa a falar, não sabia que o Karma fica tão sexy falando em francês, eu preciso aprender essa língua pra poder conversar com ele só em francês.

Todos nós ficamos observando, mas acho que quase ninguém entende o que está sendo dito, tudo que vejo são os olhos do Karma se arregalarem. Quando ele desliga, praticamente taca o celular pra Kamiko e sai da sala, ou melhor, da casa. O ruivo anda tão depressa que só consigo alcançá-lo do lado de fora, preciso agarrar em seu braço para fazê-lo parar.

- O que foi Karma?! – Exclamo, minha fraca irritação se esvai quando observo seu rosto, ele não parece bem. – O que aconteceu?

- A ligação... – Ele começa a falar, mas para, enquanto suas mãos ficam passando freneticamente pelo cabelo, bagunçando-o. – Me pediram para reconhecer quatro corpos.

- Deve ter sido engano. – Afirmo, somos japoneses, não faz sentido a polícia da França ou sabe se lá o que pedir para ele conhecer um corpo.

- Não, não foi engano.

- Por que não?

- Porque disseram que encontraram um celular, e as últimas mensagens e ligações feitas por esse celular foram pra esse número. – Ele conta, e isso me deixa confuso, não é com o Karma que devem falar.

- Mas o celular é da Kamiko. Ela esteve morando na França, pode ser alguém que ela conhece, é com ela que devem falar.

- Eles pediram exatamente para falar comigo porque as mensagens chamavam pelo meu nome, Karma. E a única, a única pessoa que mandaria mensagem pro celular da Kamiko, tentando falar comigo, é a Kimi. – Ele explica, todo o sangue do meu rosto simplesmente some, devo estar mais branco que uma folha de papel.

- Meu Deus, a Kimi morreu?! – Exclamo, as piores possibilidades passando pela minha cabeça. – Ela vai nos assombrar novamente?! Vai tentar me matar?!

- Você está preocupado com isso?! – Ele devolve a pergunta, de uma forma tão grossa que até engulo em seco, sem saber o que falei de errado. – Quatro corpos. A Tomiko estava com ela, minha filha estava com ela.

Novamente, a informação me atinge em um choque, mas eu não tenho mais sangue algum para sumir. Em vez disso, minhas pernas tremulam com a constatação. Tomiko, a filha do Karma, também está morta. De novo, Tomiko está morta de novo.

- Karma, eu... – Não consigo finalizar, iria dizer que sinto muito, mas minha voz falha antes disso.

- Eu tenho que ir pra França, agora. – Ele afirma, abaixo a cabeça e dou um aceno positivo, recuando até a porta da casa, num sinal de que é para ele ir. O Karma não perde tempo, ele sai correndo até desaparecer da minha vista, espero que consiga ir o mais rápido possível para a França.

 

Naoto

 

Saio do quarto, nem me lembro mais do que eu vim fazer, mas eu consegui pelo menos realizar um dos meus objetivos. Porém, para meu susto, eu saio do quarto da azulada e me deparo com um Raiden, que parece ter estado ali o tempo todo e escutou tudo.

- Você ouviu. – Digo, mas não em tom acusatório, e sim como um aviso. – Fadas mágicas do jardim, não se atreva a desmentir, deu muito trabalho fazê-la acreditar que foram fadinhas que a deixaram grávida.

Pensei que, a essa altura, o Raiden já teria um sorriso de escárnio no rosto e zoaria de cada palavra minha, porque as coisas que eu falei foram realmente dignas de piadas por toda a eternidade, mas ele está sério.

- Eu acredito em você.

- O que?! – Exclamo, ficando completamente confuso com a ideia que me passa pela cabeça, o Raiden não pode estar acreditando que fadinhas imaginárias criam bebês, isso seria muita insanidade da parte dele.

- O que você falou hoje, no café da manhã... Quer dizer, acredito até um certo ponto.

- Acredita? – Indago, completamente surpreso. De todas as pessoas que poderiam acreditar em mim, a última que eu pensei que faria isso seria o Raiden. – Acredita mesmo?

- Olha, eu sei que aconteceu alguma coisa ontem, alguma coisa muito estranha. Porque eu dormi no meu ateliê e acordei na minha cama, significa que tem algo de muito errado nisso tudo. – Ele afirma, me lembrando de quando eu e Kohaku fomos atrás dele no ateliê, onde o encontramos adormecido sobre uma escrivaninha. E, quando lembro disso, uma imagem estranha me vem a mente.

- Quem era a garota que estava com você? – Pergunto, foi muito estranho, mas tudo ontem foi estranho. Acho que algumas coisas podem realmente ter sido invenção da minha cabeça, como o cabelo da azulada estar pegando fogo, porém tem outras que tenho certeza que foram reais.

- Quê?

- Ontem, ontem eu fui acordar você, e tinha uma garota sentada na cadeira ao lado da sua. – Relembro, acho que no momento pensei que tivesse sido coisa da minha cabeça, mas eu realmente vi uma garota. – Mas... Mas ela sumiu pouco depois que a vi, simplesmente desapareceu... Do nada.

Os olhos do Raiden se arregalam, e eu começo a pensar que não deveria ter dito isso, porque soou louco demais. Se ele acreditava em mim, agora ele também irá pensar que estou maluco.

- Cabelo preto e olhos azuis?!

- É... É, é. – Confirmo, ela era exatamente assim, cabelo preto e olhos azuis. – Espera, realmente tinha uma garota com você?!

- Não vamos entrar em detalhes, senão você vai me chamar de maluco. – Ele responde, agitado. – Pode me contar tudo, agora eu acredito em cada palavra que sair da sua boca, me conta o que aconteceu na noite passada.

Fico cético, sem entender porque, do nada, o Raiden está dizendo que acreditará em cada palavra minha, só porque eu disse ter visto uma garota que eu não faço a mínima ideia de quem seja e nem mesmo sei se aquilo foi real.

- Eu não sei nem por onde começar.

 

Aoi

 

Eu fui arrastado até aqui contra a minha vontade, e agora estou sendo novamente arrastado para fora da casa contra a minha vontade. Só que, dessa vez, não é apenas o Hoshi que me arrasta. Pelo que eu entendi, precisamos arrancar uma informação do Hoshi, e ele não pode sair sozinho porque pode fugir de nós.

Só que todo mundo concordou que ele desse uma volta, porque a menina idêntica a ele, sua irmã gêmea, também está na casa. Todos olharam pro Nagisa, afinal ele e o Nagisa eram amigos de infância, isso tornava meu primo a pessoa perfeita para vigiá-lo. Mas o Nagisa recusou e falou para eu ir e vigiá-lo, então todo mundo praticamente me expulsou da casa e eu estou sendo obrigado a acompanhá-lo.

- Você vai tentar fugir? – Interrogo, porque minha atenção está completamente desfocada, minha cabeça gira com várias prioridades diferentes e, no final, eu não presto atenção em nada.

- Por que eu tentaria fugir? Estou bem com vocês. – Ele responde, isso é bom, assim não corre o risco dele sumir num momento de distração minha, a culpa cairia toda em cima de mim se isso acontecesse.

- O que você vai fazer? – Indago, porque terei que acompanhá-lo para todo lugar, então quero saber para onde iremos. Se me perguntassem o que eu queria fazer agora, responderia que gostaria de me enfiar debaixo de um cobertor e não sairia lá debaixo até amanhã, não, até mês que vem.

- Não sei.

- Você me arrastou até aqui para dizer que não sabe o que vai fazer? – Interrogo, cético de que está realmente falando sério, significa que eu poderia estar debaixo do cobertor ao invés de estar aqui.

- Eu passei quatro anos presos, não tenho muita ideia do que fazer... O que você gosta?

Abro a boca, porém fecho-a com sua pergunta, porque eu não tenho uma resposta. Passei nove anos da minha vida focando em sobreviver, agora que eu estou de volta a sociedade e nem mesmo me lembro do que eu gosto de fazer.

- Não sei.

- Não sabe do que você gosta? Como assim? – Ele questiona, e é quase uma zombaria, porém não chega a ser.

- Eu não sei, nove anos é muito mais tempo do que eu pensava...

- O que quer dizer com isso? – Ele pergunta, me fazendo perceber que eu não apenas pensei, como também falei em voz alta aquela frase. Agora, terei que explicar para ele pelo menos parte da história, se bem que ele acabaria descobrindo de qualquer jeito.

- Eu vivi durante nove anos perdido numa floresta, desde que eu tinha dez anos. – Conto, pensar que eu entrei lá como uma criança e sai como adulto é assustador, pensar em tudo que eu perdi é aterrorizante. – Eu não sei o que eu gosto, nem o que eu vou fazer da minha vida quando tudo isso acabar...

Não gosto de pensar nisso, porque tudo que enxergo é um cenário completamente nebuloso. Sem dúvidas, depois de tantos anos, devemos ter sido dados como mortos. Todo o dinheiro do meu pai deve ter sido distribuído entre seus parentes, os parentes que não gostavam da minha mãe e nem de mim. Esse dinheiro é impossível de reaver, nenhum parente meu vai sequer se preocupar com o meu futuro ou o dos meus irmãos, só vão alegar que somos uma fraude e que os verdadeiros filhos dos meus pais estão mortos.

- Bem, agora faz sentido o seu cabelo. – Ele comenta, fico sem entender nada.

- O que tem o meu cabelo? – Questiono, passando minha mão pelo meu cabelo, tentando entender o que quis dizer com aquele comentário.

- Está muito mal cortado, as pontas não estão nem um pouco alinhadas. – Afirma, fico vermelho quando escuto o que diz, deve estar realmente muito ruim para ele ter notado. Eu cortava o cabelo de qualquer jeito com a primeira coisa afiada que encontrasse, só para meu cabelo não crescer até as minhas costas. – Já sei o que vamos fazer, vamos dar um jeito nesse seu cabelo.

 

Gina

 

Mesmo aqui em casa não sendo grande, coube todo mundo e já estão todos dormindo, pelo menos é isso que eu acho devido ao silêncio massacrante. Mas, nesse quarto, só tem eu, a Cho, o Shiro, Arisu, Takeshi, Chiyo e Toshi.

Apoio minhas mãos no peitoral da janela, encarando o lado de fora, o escuro. O vento que vem lá de fora me traz uma sensação boa, não resisto e salto silenciosamente pela janela, saindo da casa que estava me sufocando.

Começo a correr, corro até não avistar mais nenhuma casa, até sumir no meio da selva. Acelero, corro ainda mais rápido e sem destino algum, apenas corro. Teria me transformado nessa altura do campeonato, para me esgueirar entre os galhos das árvores e prosseguir minha corrida lá de cima, mas acho melhor não arriscar e continuo correndo na minha forma humana.

Não tenho a mínima ideia da distância que percorri ou onde estou, porém paro e me recosto no tronco de uma árvore, preciso respirar um pouco antes de continuar. Geralmente eu aguento por mais tempo, tenho certeza que essa redução é por causa da gravidez, não existe nenhum outro motivo.

Observo ao redor, não vejo nada além da floresta, mas eu sinto que não estou sozinha. Desencosto da árvore e caminho, passeando por entre as árvores e vendo atrás de cada uma delas, procurando por alguém que não encontro.

Não estou louca, tem alguém aqui, e eu tenho certeza disso. Giro no mesmo lugar, me virando, e finalmente me deparo com alguém. Os olhos laranja cortam a escuridão, me lembram chamas, são intimidadores. Porém, o que realmente me faz perceber que não possuí boas intenções é o seu sorriso.

Posso estar desarmada e, sinceramente, não me sinto muito bem, mas não sou do tipo que implora. Se ele quiser arranjar briga, eu vou brigar.

- Parece tão fraca. – Ele afirma, sorrio com o comentário, irá quebrar a cara se continuar pensando dessa forma em relação à mim. – Não aparenta ser quem é.

- E quem é você para dizer quem eu sou ou deixo de ser? – Indago, do jeito que falou, parece até que sabe que sou a líder dos serpentes. Mas isso é impossível, apenas eu, o Shiro e, agora, o Hoshi sabem disso.

- Até onde eu descobri, sou seu pai, e quero muito saber se você faz jus ao meu nome antes de lhe matar.  


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Você também é inteligente.
- Sou, mas não sou eu que tenho diversas médias cem no boletim.
- Co-Como... Como você sabe disso?!

- É um testamento... Caramba, ele é tão rico assim para ter um testamento desse tamanho?
- É realmente muito grande... Por que será que papai mantêm o testamento trancado?
- Não faço ideia... Raiden? O que foi?

A base de verdades por Fudanshi_Capri:

Nagisa: *Tentando tirar a corrente*

Karma: *Tentando cuspir a mordaça*

Akiko: Quem mandou gritar com "Eles"?! Perdeu a noção do perigo?! *Tá quase soltando fogo pela venta*

Kayano: Calma Akiko, se começarmos a gritar, eles desconfiarão mais ainda *Tentando ficar calma*

Nagisa: Talvez nós possamos pedir uma ligação.

Karma: *Desistiu de tirar a mordaça*

Akiko: Mas nós pediríamos ajuda para quem?

Nagisa: Eu não queria chamar ela... Mas, pelo visto, será necessário

Kayano: Vc realmente tá engolindo o orgulho? *Deboche/sarcasmo*

Akiko: Kay, agora não é hora de brincadeira.

Nagisa: Sim, eu irei chamar ela.

Nagisa: Irei chamar à: K - A - M - I - K - O *soletrando*

Karma: '-'

A palavra de hoje é "Jocaemllu"
Kissus!


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