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História A base de mentiras - Família quebrada - Parte três



Notas do Autor


Oiii galeraaaaaaa! Como vão?!

Então, tecnicamente falando, esse capítulo não está sendo postado na data errada. Agora os capítulos serão postados há cada três dias porque meus pais estão me obrigando , eles acham que eu não dava conta de postar um capítulo há cada dois dias :')

Boa leitura!

Capítulo 413 - Família quebrada - Parte três


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Família quebrada - Parte três

Raiden

 

Eu realmente fiquei completamente sem reação em um primeiro momento, mas agora estou confuso sobre o motivo do Kaede estar sendo tão benevolente. Não pode ser apenas porque sou o filho de um amigo seu, até porque, se fosse por sua amizade com meu pai, ele não iria contra a vontade do meu pai.

- Você recusou a cirurgia. – Ele diz aleatoriamente, algo que não tem nada a ver com minha faculdade. Eu sei de que cirurgia fala e, apesar de ter tudo a ver com ele, não foi disso que perguntei. – Por quê?

Posso fugir dessa pergunta, assim como ele fugiu da minha, mas assim só estaríamos entrando em um círculo interminável de perguntas perigosas. Pensei durante muito tempo quando Fuyu me informou sobre a cirurgia, passei muito tempo tentando entender minha decisão, mas não consegui encontrar a resposta perfeita, apenas o que considero como minha verdade.

- A cirurgia devolveria minha visão? – Indago, mesmo sabendo que a resposta será negativa. Mesmo se inventassem uma forma revolucionária de restaurar nervos danificados, no meu caso nervos destruídos, acredito que, no mínimo, seria necessário a pessoa ainda ter o globo ocular, coisa que eu não tenho.

- Infelizmente não. – Ele nega, eu já estou acostumado a viver com apenas metade da visão de uma pessoa normal, porém, mesmo assim, seria uma proposta irrecusável ter 100% de visão. – Mas consertaria seu rosto. Por que recusou?

- Não quero que meu rosto seja consertado. – Afirmo, o termo usado soou extremamente pejorativo aos meus ouvidos. Algo que precisa ser consertado é algo defeituoso e, pelo bem da minha autoestima, eu odeio esse termo. É claro que é horrível, feio, um defeito, mas é o rosto que tenho há treze anos. – Estou acostumado a me ver dessa forma.

Uma cirurgia capaz de recuperar minha aparência foi algo que desejei por muito tempo e, agora que é possível, não me é nem um pouco interessante. Miya não pode danificar meu rosto mais do que já danificou e, se eu fizesse essa cirurgia, eu acabaria dando à possibilidade dela me causar a mesma dor novamente. Meu rosto queimado também afasta grande parte das pessoas falsas, percebi isso pouco depois de sair do hospital e ver-me completamente sozinho com cinco anos. E, por último, a máscara de porcelana que sempre uso já é praticamente uma parte de mim, uma lembrança de Annelise.

A única coisa que me deixou balançado, quase me fez aceitar a cirurgia, foi o fato de que eu logo serei pai. Nunca consigo me aproximar de bebês sem fazê-los começarem a chorar, sempre os assusto e, definitivamente, não gostaria que minha filha começasse a chorar toda vez que me visse. Mas minha futura filha é Annelise, a menina que esteve comigo antes e depois do meu rosto ser queimado, ela nunca teve medo de mim e nunca me viu como um monstro. Então, mesmo que Annelise se esqueça de tudo quando nascer, eu acredito que uma parte dela ainda estará intacta e, por isso, não se assustará com meu rosto.

- O dinheiro que eu gastaria com a sua cirurgia, estou convertendo para pagar sua faculdade já que não quer a operação. – Ele revela, respondendo a minha primeira pergunta, só que isso gera ainda mais perguntas em minha mente.

- Por que está gastando tanto dinheiro comigo e com minha irmã? – Questiono, nosso aniversário nem mesmo está perto para o Kaede resolver fazer tudo isso. Eu conheço sua reputação e sei bem que o Kaede não faz nada sem receber algo em troca, então estou tentando descobrir o que ele quer de nós ou o que está ganhando com essa situação. – Precisa de nossa ajuda para algo?

- É só um presente que quis dar. – Ele garante e, mesmo tendo sérias dúvidas sobre o quão sincera foram suas palavras, prossigo com meu plano original de trancar-me em meu quarto. – Sua mira melhorou?

- O que? – Pergunto, parando de andar para saber do que o Kaede está falando agora.

- Sua mira com armas, está conseguindo atirar melhor?

Sei usar pistolas, revolveres, espingardas e qualquer outra arma de fogo que se possa imaginar, mas acertar meu alvo com qualquer uma delas era e ainda é uma grande dificuldade. Tendo em vista que só tenho menos da metade da visão de uma pessoa normal, minha mira sempre foi horrível, sempre fiquei em último lugar em qualquer brincadeira que precisasse mirar.

- Um pouco melhor. – Respondo, mas é literalmente um pouco, nada além disso. Ainda lembro-me da vergonha que passei quando tinha onze anos e estava na casa do Kaede, eu e o filho dele, Karma, nos desentendemos e nossos pais sugeriram que resolvêssemos a briga com uma competição. Perdi muito feio no arco e flecha para o filho do Kaede, um garoto dois anos mais novo que eu. Foram poucas às vezes em que consegui ao menos acertar no alvo.

 

Nix

 

Hades e eu não trocamos palavra alguma depois que expliquei, da forma mais breve e escondendo o máximo de detalhes possível, sobre Annelise. Eu sei que mereço, sei que errei com Annelise, com Nagisa e com Selíni, mereço muito mais que apenas o silêncio de Hades. Fico feliz dele ter se contentado em ficar calado, seria trágico se começássemos a discutir e Jezebel acabasse descobrindo da existência de Annelise.

- Que tal começarmos com a parte mais simples do que eu quero?

- A parte mais simples? – Repito, impressionada com sua ousadia, não faço a mínima ideia do que se passa na cabeça de Jezebel. Ela quer algo de nós e, certamente, não é só uma coisa.

- Sim, a parte que vocês me respondem algumas perguntas, acho que ninguém irá morrer por conta disso... Quer dizer, talvez morra se vocês não me responderem. – Ela ameaça, sorrindo despretensiosamente, como se não estivesse tentando nos pressionar. – Eu sei que também não cumpriu essa parte de nosso acordo, mas vamos lá Nix, como meu irmão morreu?

Fico calada e até mesmo Hades passa a me encarar, ele não deve entender direito do que Jezebel está falando, mas eu sei. Uma das promessas que fiz a família Roza foi de dar uma morte rápida e indolor ao único membro da família que continuava vivo, elas queriam evitar que ele sofresse como elas sofreram ao serem queimadas vivas. Eu não cumpri essa promessa.

- Como meu irmão morreu? – Jezebel repete a pergunta, mais impaciente que antes. Eu sei como ele morreu, só não sei de que forma é possível amenizar o modo horrendo como ele morreu.

- Foi assassinado. – Respondo, optando pelo mínimo de informação possível, falando dessa forma até parece que foi algo rápido e indolor, só parece mesmo. – Não me lembro dos detalhes.

- Quantos anos ele tinha?

- Não lembro. – Minto, ele tinha entre oito e nove anos, ao mesmo tempo em que era muito novo, também já tinha vivido por muito tempo sozinho. – O que você quer com a gente?

- Quero que uma vez na vida seja sincera e honre com o que nos prometeu! – Jezebel se exalta, fazendo tudo sobre a mesa sacudir, respiro fundo para não perder minha calma e deixar-nos numa situação pior ainda. – Há pouco tempo eu consegui invocar meu irmão, ele se recusou a me dizer como morreu, então você vai me contar o que aconteceu com ele.

Não quero tacar ainda mais fogo na ira de Jezebel e, contar sobre seu irmão, é querer que ela exploda com essa lanchonete de quinta categoria. Não posso ficar calada e muito menos responder, tenho que desviar do assunto. Bruxas não são unidas, nem mesmo as que têm ligação sanguínea, talvez contar o que acabei de descobrir seja uma boa ideia para desviar sua atenção da morte do irmão.

- Já parou para se perguntar do paradeiro de seu pai?

 

Jezebel

 

- Meu pai? – Repito, sem conseguir conter a risada, definitivamente Nix está muito desespera. – De que me importa meu pai? O que ele tem a ver com o que estou te perguntando?

Não vejo meu pai há muito tempo, antes mesmo de cair já tínhamos nos distanciado. Diferente de minha mãe, de mim e de minhas irmãs, meu pai foi contra ajudarmos Jayden por ser contra as regras do céu. Foi o único da nossa família que não tentou ajudar Jayden e, consequentemente, foi o único de nós que não caiu. Papai deve ser um anjo até os dias de hoje.

- Pra você pode não importar, mas, pelo visto, para sua mãe importa. – Nix retruca, uma possibilidade passa pela minha cabeça, mas ela é, simplesmente, impossível. – Maryah Roza é Arai Miya, não é? Nunca se perguntou por que ela se casou com um humano?

- Isso é impossível. – Nego, compreendendo o raciocínio de Nix. – Não tem como...

- Claro que tem, seu pai reencarnou, e reencarnou justamente como Arai Ishin. – Ela afirma, começando a rir enquanto ainda processo a notícia com um pouco de choque, mesmo fazendo sentido. Minha mãe foi traída por ele e não o matou, continuo com ele, eu nunca consegui entender porque tamanha devoção com um humano. Ela sabe, sempre soube, que Arai Ishin era meu pai. – Tão previsível, deveria ter imaginado isso antes, passei séculos sem ter a mínima ideia de onde estava Maryah quando, na verdade, ela sempre esteve no lugar mais óbvio.

- Está irritada que descobri sobre sua filha e quer jogar na minha cara que também sabe muita coisa sobre minha família? – Interrogo, sem perder a pose, Nix não irá me derrubar com uma informação dessas. Apesar deu, realmente, ter me surpreendido, tenho coisas mais importantes para me preocupar do que a localização do meu pai. – Quer que eu comece a dizer todas as coisas que sei sobre você, coisas que, provavelmente, nem ele sabe?

Aponto para Hades quando faço minha pergunta final, o passado de Nix é realmente interessante e, até hoje, cheio de buracos. Sei coisas sobre Nix como sei coisas sobre Hades, ou melhor, deduções que quero saber se são verdade ou não.

- Interrompemos a programação normal para relatar uma tragédia que acabou de acontecer. – A televisão da lanchonete interrompe minha linha de raciocínio, a voz da jornalista se tornando cada vez mais alta. – No litoral do Brasil acabou de ocorrer um tsunami com, aproximadamente, 600 metros de altura. Imagens de satélite do país mostram que, após o tsunami, dois estados do Brasil, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ficaram submersos. Ainda não há relato dos danos causados além das imagens conseguidas pelos satélites, mas acredita-se que o número de mortos seja superior a cinco milhões. Geólogos estão dizendo que esse foi o pior tsunami de toda a história e, devido ao posicionamento do Brasil na placa tectônica, estão considerando a possibilidade de uma grande ruptura na placa Sul-Americana. Voltaremos mais tarde com mais informações, agora fiquem com a programação normal.

- Cinco milhões. – Repito, encarando Nix, é realmente um número bem grande de mortos para um único evento. Deve ter mobilizado uma grande força-tarefa de anjos da morte, além da própria assistência de Nix para um evento de tamanha magnitude. – Um número admirável, como conseguiu fazer isso daqui?

- Eu não fiz nada. – Ela fala, seu olhar não está em mim, ainda está na televisão que, antes, anunciava a notícia da catástrofe. – Eu nem estava sabendo disso.

- A última vez que uma placa tectônica se rompeu foi na época da Pangeia, antes da existência dos continentes como conhecemos hoje. – Hades informa, se não me engano, Gaia foi a responsável pela divisão dos continentes como conhecemos hoje, mas isso, definitivamente, não é obra de Gaia, não com esse número de mortos. – Certeza que não foi você?

- Claro que eu tenho certeza Hades, eu não consigo estalar os dedos e quebrar uma placa tectônica como se fosse papel e, ainda por cima, causar um tsunami e matar cinco milhões nessa brincadeirinha, isso é algo que precisa de muito planejamento. – Ela afirma, além de planejamento, certamente, precisa dela para fazer algo desse tipo acontecer. Se Nix não estava sabendo disso, só tem uma pessoa que pode ter sido a responsável.

- E não é que a garotinha é mesmo poderosa? Agora estou curiosa para saber o que a fez ter uma reação tão violenta.


Notas Finais


Pra quem não lê as notas iniciais, os capítulos agora serão postados há cada três dias T-T

A palavra de hoje é "Ankutisa"
Kissus!


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