História A Beautiful Mistake | Larry Stylinson - Puzzle Pieces

Cap 26 – Puzzle Pieces

[POV Harry]

- Você fez o que!? Você ficou louco!? – Louis andava de um lado para o outro, incrédulo, assim também estava minha irmã. Estávamos em uma sala afastada a sós e desde que cheguei os dois me interrogavam como se eu fosse um criminoso.

- Harry, você percebe o que você fez? Vai botar todos nós em perigo! E se o Simon resolve fazer alguma coisa?

- “Se” não, ele vai fazer alguma coisa, pode esperar, fez por tão menos, por que não faria agora?

- Ok, vocês falam como se eu tivesse que ficar parado, chorando. Eu não sei se vocês sabem mas a minha filha foi sequestrada!  E eu ainda fui bonzinho porque por mim, eu teria matado aquele desgraçado sem dó.

- Em primeiro lugar ela é nossa filha. Em segundo lugar: eu entendo sua raiva, eu também quero quebrar a cara dele mas eu pensei em nós, eu pensei nas consequências, no que isso poderia afetar a gente e a nossa família. Já parou para pensar que ele pode estar com ela? Que ele pode fazer alguma maldade? Você ao menos pensou nela!? – A consciência me atingiu como um soco no estomago, não podia fazer nada além de concordar com Louis.

- Por mais que tenhamos 99% de certeza não temos provas de nada, você mesmo disse que a câmera de segurança estava quebrada, pode ter sido ele como pode ter sido um caso isolado sem qualquer relação – Completou Gemma. – Mas agora já está feito, e torça pra que ele não taque fogo na casa de vocês.

A agora loira ouviu alguém a chamando e saiu da sala, nos deixando á sós. Louis ainda me olhava bravo e eu tentando esconder meu arrependimento.

- Eu não sei onde estava com a cabeça, eu só... Queria defender vocês. Mas agora se algo acontecer a culpa vai ser minha. – Abaixei a cabeça, tentando não chorar e quando senti que não podia mais segurar me levantei.

Mas Louis me deteve.

- Harry, vem aqui – Tentei me desprender mas me puxou para o seu abraço, aquele abraço tão quente, tão acolhedor, tão “Louis” – Pode chorar, chora tudo o que você tiver que chorar, eu sei que você está precisando.

E foi o que eu fiz, chorei até soluçar, até descontar toda minha frustração em lágrimas.

- Lou, será que... Será que vai acontecer alguma coisa com a nossa filhinha?

- Sinceramente? Não sei, Simon é imprevisível, ele pode não usar isso contra nós agora, mas num futuro próximo, se é que foi ele mesmo. Mas seja como for a culpa não é sua, você fez que todo mundo está afim de fazer – eu inclusive – mesmo não sendo o momento mais apropriado. Pra falar a verdade, uma parte de mim quer te esganar mas a outra está orgulhosa de você. – Ele me beijou no topo da cabeça, se esforçando para ficar na ponta dos pés e me fazendo soltar uma risadinha fraca.

- Olha, você pode até ser menor que eu mas definitivamente você muito mais forte do que eu um dia sonho em ser.

- Eu já disse que você me faz forte, só precisa me deixar fazer o mesmo por você e parar de querer carregar o mundo nas costas e sofrer em silêncio. Afinal eu sou ou não seu futuro marido e seu Superman?

- Não acredito que você lembrou disso! – Me sentia ridículo ao recordar da frase que eu escrevi na cartinha que mandei a ele no X Factor em um dos dias de bootycamp. E ele sempre usava aquela frase pra me zoar.

- Você sabe que eu adoro essa frase, foi a coisa mais fofa que alguém já me escreveu. Vamos, repita.

- Eu não vou... – Ele ameaçou a me beliscar – Tá bom tá bom! “Você é meu futuro marido e meu Superman”, tá feliz agora?

- Agora estou. E me prometa me deixar cuidar de você ok? – Acenei positivamente e voltei a abraçá-lo, como forma de selar minha promessa.

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[POV Niall]

Nunca tinha me sentindo tão revigorado como naquela época. Depois de passar o natal com a minha família e o ano novo com alguns amigos músicos e de infância, resolvi montar uma lista de resoluções para o próximo ano que viria, como uma forma de aproveitar aquela pausa e ainda assim me manter em movimento. Primeiro tirei quase 1 mês de férias e fiz um mochilão na Ásia, sem celular e sem qualquer tipo de tecnologia para me atrapalhar, apenas uma câmera para registrar as paisagens e as festas; queria conhecer mais desses lugares já que mal parávamos em uma cidade quando estávamos em turnê.

Assim que voltei para Europa fiquei sabendo do nascimento de Olivia e Freddie e estava ansioso para conhecê-los, entretanto Louis disse que ela ainda estava na UTI e ele em LA com a mãe então achei melhor visitá-los quando estivessem todos juntos. Nesse período fui para França, Holanda e Bélgica, ficando mais tempo nesse último país por causa das ótimas cervejas, dos festivais de música e por conhecer algumas garotas.

Na verdade uma em especial.

Mas infelizmente tive que voltar para LA para trabalhar em um projeto solo, tinha inspirações suficientes para meu mais novo álbum. Aproveitei também para visitar Louis que estava na cidade para cuidar do filho e me botar a par do tudo que tinha acontecido enquanto estava fora.

E depois de ter ouvido tudo fiz uma anotação mental: “Nunca mais vou sair de férias!”

-... E agora a gente tá nessa inercia com o Simon, faz tempos que ele não dá as caras mas ainda assim tememos o pior. Enquanto isso, contratamos um detetive particular e os médicos também estão colaborando com a gente mas até agora não tivemos nenhuma reposta.

- Mas como alguém sequestra um bebê e ninguém fica sabendo? Não tem câmeras de segurança naquele lugar? – Falei consternado.

- Sim mas naquele dia justo a câmera do berçário estava quebrada então não se registrou nada. Achamos que alguém ou facilitou a entrada ou os enfermeiros foram enganados, talvez alguém tenha se passado por um enfermeiro e roubado-a. Sabemos que tinha três enfermeiras de plantão naquela noite: uma estava na cafeteria, a outra ajudando uma paciente e a terceira na recepção e nenhuma delas viu nada! – Soltou a ultima frase um tanto irritado – O problema é que não temos provas, nenhum rastro ou testemunha, é quase como um crime perfeito.

Era visível seu cansaço e desapontamento, ouvir tudo aquilo dele já me doía, imagina ser quem passa por isso?

- E como você está? Como anda sua rotina?

- Na mesma, tenho ficado mais tempo aqui em LA para cuidar do Freddie. E sabe, tem sido melhor assim, ele alegra meu dia, brincamos e estamos finalmente criando um laço de pai e filho, minha família me ajuda e me apoia muito, todos gostam dele, ele é tudo que tenho agora. – Disse olhando ternamente ele no carrinho.

- Bom, você e sua família ainda tem uma criança pra cuidar, pior deve estar sendo com a família do Harry.

- Nem me fale, ele passou aqui uns dias e cuidou do Freddie comigo mas eu sabia que ele estava triste por pensar na Olivia. E minha família também não está bem, uma criança não anula outra. Sabe como me dói ouvir os gêmeos perguntando do meu “nenê”? Das garotas falando o quanto queriam embonecar ela? Meus pais tristes por não ter os dois netos deles pra tirar foto um no braço de cada um? Eles também não estão muito diferentes.

- Droga, se eu soubesse eu teria voltado mais cedo! Por que também não me falaram nada? – Bufei.

- E atrapalhar sua viagem? Claro que não! Até porque você estava cada dia em um lugar diferente e sem celular, como a gente ia avisar?

- Sei lá, mandava mensagem de fumaça, qualquer coisa, poxa, eu pensei que eu era seu amigo né?

- E você é Nialler, mas é tanta coisa pra pensar, tanto pra resolver... Minha cabeça está cheia, não tenho uma noite de sono decente desde dia do sequestro.

- Tudo bem, eu entendo, não fique assim bro – O abracei, me sentindo péssimo por ser tão egoísta numa hora como aquela – Eu estou aqui para te ajudar ok? No que for preciso.

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[POV Louis]

Estava sentindo falta do loiro, aquela tarde foi maravilhosa para matar minhas saudades e ter com quem conversar. Às vezes me sentia sozinho naquela mansão enorme, mesmo quando minha família, Harry ou os meninos vinham me visitar não era toda hora e as únicas pessoas mais próximas eram os Junghwith que eu não podia contar por motivos óbvios. Era apenas Freddie e eu, além de uma diarista que passava de 3 em 3 dias.

Ás vezes, entrava no quarto da Liv, que estava decorado em tons amarelos e lilases, percorria meu olhar em todos os moveis, no berço com o mosqueteiro e o móbile de bichinhos e estrelas, abria a gaveta e tirava algumas roupinhas, cheirava e abraçava, pedindo por minha filhinha ali em meus braços preenchendo a roupa. Eu sabia que era masoquismo mas era a forma que tinha encontrado de nunca perder a ligação com ela.

Passava horas ali, chorando baixinho, implorando que Simon ou quem quer que fosse não fizesse nenhum mal á ela, que ela não estivesse passando frio ou fome, que não sofresse dor, ainda que tivesse pesadelos constantes com ela sob estas condições.

- Oh Olivia, onde você está?

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- Tá Briana, eu já estou levando ele... Tá bom droga, não dá para esperar meia hora? Ah tá, tchau! – A loira tinha voltado ao seu modo usual de “menina mimada e chata”, nem parecia que tinha se tornado mãe. – Ah meu filho, como você aguenta essa mulher hein? – Perguntei retoricamente ao serzinho que insistia em tirar os sapatinhos da Adidas que tinha comprado – Vamos nos arrumar bem bonito pro médico?

Resolvi trocar seu body por um esverdeado com desenhos de mini guarda-chuvas (presente de Harry) e aproveitei para trocar a fralda. Mas quando terminei percebi uma coisa diferente.

Nas costas de Freddie havia uma mancha marrom clara com um formato engraçado que parecia um elefante, um sinal de nascença. Nunca tinha me dado conta daquela mancha até então mas aquilo despertou minha atenção.

Macha.

Costas.

Formato de elefante.

E uma luz se acendeu em minha mente.

“Não pode ser...”

Arrumei o bebê, pegando a bolsinha com suas coisas (já que depois da consulta ele iria voltar para a casa da Briana) e saímos.

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[POV Zayn]

- Gigi, você tem certeza disso?

- E você ainda duvida? Zayn tudo se encaixa! A gente precisa contar para eles!

- Amor, não! É melhor a gente não dá falsas esperanças, eles já estão sofrendo demais.

- E vão continuar sofrendo se não contarmos. – Ela se segurou em minhas mãos em suplica – Por favor, você disse que queria voltar a amizade com eles e que iria ajuda-los em qualquer coisa, você prometeu Zayn!

Me mantive pensativo por um momento.

- Ok, vamos contar, afinal o que custa né? – Ela se levantou toda alegre e eu mandei uma mensagem a Louis dizendo se não podíamos nos encontrar em sua casa.

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[POV Gigi]

- Bom, o que vocês tem de tão bom para contar? – Louis se animou nos convidando a sentar.

- Espere, o Harry está aqui? Acho que ele também precisa saber.

- Sim, ele está no quarto, vou chama-lo. – Logo depois os dois apareceram e se sentaram – Será que vocês podem nos contar agora? – Ele estava se remoendo de curiosidade e Harry olhava tudo sem entender.

- Tudo bem, mas preciso que vocês tenham calma e só levem em conta que é uma hipótese, não temos provas concretas ok? – Zayn explicou – Nós... Achamos que sabemos onde sua filha está.

Suas feições mudaram para total surpresa, principalmente Louis, cujo coração sentia disparar de longe.

- Espere... Como vocês sabem? ME CONTEM AGORA POR FAVOR EU PRECISO SABER!

- Amor, se acalme, deixe eles explicarem – Harry tentava acalmar o baixinho, embora estivesse em situação semelhante.

- Bom na verdade quem sabe melhor é a Gigi.

- Sim, eu recebi uma ligação ontem...

[FLASHBACK – 1 dia atrás]

- Alô?

- Kendall, quanto tempo amiga! Como vai?

- Eu estou bem, acabei de chegar aqui em Florença para aquele ensaio fotográfico lembra?

- Sim, eu lembro de você ter comentado! E como está ai?

- Maravilhoso, é uma cidade muito bonita mas... É que... Não sei, aconteceu um negócio estranho comigo...

- O que? – Disse preocupada.

- Bom, é que eu encontrei uma coisa no avião... Um sapatinho de criança.

...

- Como será o plano, Sr. Cowell?

- Seguinte, Angelica irá entrar de madrugada no hospital, está tudo armado, ela subornou a tal da Kelly, a secretaria do médico que cuida da criança, para facilitar a entrada.

- Como você fez isso? – Paul indagou.

- Bom, não foi muito difícil, disse que tinha os contatos da família dela e que eu poderia fazer uma rápida “visita” caso ela não concordasse com o plano. Além de ter molhado a mão dela muito bem. Na verdade ela é muito mais medrosa do que eu pensava. – Gargalhou.

- Continuando, vocês vão direto ao aeroporto pegar o voo e deixarão a criança nesse endereço aqui – Ele entregou o papel – Qualquer coisa se perguntarem, vocês são um casal que precisam visitar um parente muito doente com urgência e não tem como deixar a criança com alguém, sei lá. Só sejam discretos.

...

- O que tem esse sapatinho?

- É que eu fui por um voo pago pela gestão do Harry sabe? Por causa do stunt, eles me ofereciam esses jatinhos particulares e como a Kim estava usando o da família revolvi aproveitar, ainda está dentro do contrato. Enfim, eu estava sentada na poltrona e vi um sapatinho de bebê, branco com bolinhas coloridas, bem escondidinho entre as poltronas, achei uma graça. Perguntei a aeromoça de quem era e ela disse que provavelmente era da filha do casal que tinha voado há um tempinho atrás.

...

- PELO AMOR DE DEUS FAZ ESSA CRIANÇA PARAR DE CHORAR! – Paul estava estressado.

- Estou tentando merda! – A mulher sacolejava a pequena desajeitadamente, fazendo ela chorar ainda mais alto.

- A senhora quer ajuda? – Perguntou a aeromoça calmamente.

- NÃO! – Angelica disse rude e a mulher voltou á cabine.

...

- Mas o que tem a ver?

- É ai que a história fica mais estranha. A aeromoça me contou sobre esse casal, disse que eles eram amigos do Simon Cowell que precisavam de um voo rápido para cá para visitar um parente doente, mas ela comentou que eles nem pareciam um casal, eram muito frios um com o outro e a mulher não tinha o menor trejeito de mãe, a menina ficou praticamente a viagem toda chorando no colo dela e a mulher estressada. E ela ouviu uma conversa esquisita dos dois sobre “deixar a criança num orfanato”, como era o nome... Girolamo Emiliani, algo assim.

- Espera, você disse que eles eram amigos do Simon? – Tentei ligar os pontos, na esperança de achar alguma prova.

- Sim, ai que tá, quando a aeromoça começou a descrever eles, que a mulher era bem alta e parecia da Rússia ou de algo país do Leste Europeu e que o homem era muito feio e narigudo, eu pensei “Ué, parecem com os agentes da Modest, mas eles nem são casados” e então perguntei o nome deles e adivinhe? Era Angelica e Paul! Os mesmos agentes! História estranha não? Quero dizer, por que eles se passaram por um casal com uma criança que sabe-se lá de onde eles tiraram? E ainda falaram sobre esse orfanato...

- Oh... – Fiquei atônita, mal podia acreditar que a resposta estava bem na nossa cara esse tempo todo.

- Alô? Gigi?

- Ah, sim... Kendall, vo-você ainda está com o sapatinho?

- Sim, queria levá-lo, não sei por quê tive essa vontade e a aeromoça disse que podia ficar se quisesse. Por que?

- Me mande uma foto dele por favor.

x-LS-x

- E aqui está! – Mostrei a foto e Louis quase caiu para trás.

- É... É o sapatinho dela! É ele sim! – Disse chorando de emoção. – Esse foi o sapatinho que minha mãe me deu de natal, era meu quando criança e ela passou para mim. Meu Deus!

- Então, minha filha está na Itália!?

- Bom, segundo o que eu pesquisei, esse orfanato fica em Florença, bem perto de onde a Kendall está. – Falou Zayn.

- MEU DEUS NÓS PRECISAMOS IR PARA LÁ! EU PRECISO PEGAR MINHA FILHA! – Harry se exaltava.

- Eu não posso – Louis soltou de repente, sério.

- Por que não? Louis, e se nossa filha estiver mesmo lá?

- Primeiro que daria muito na cara se fossemos assim sem mais nem menos para a Itália; segundo que eu estou com um outro plano em mente.

- Qual? – Nós três interrogamos.

- Eu vou pegar a guarda do Freddie.