Konoha, 1739
Hinata havia crescido e se tornou uma linda moça, sendo motivo de orgulho para a família Sarutobi, por sua bondade e inteligência, sendo considerada uma prodígio por aprender a ler e a calcular sozinha, visto que nessa época era proibido o estudo para mulheres, mas isso não a impedia de focar em seu sonho que era ser professora do orfanato local. A jovem sempre soube que havia sido adotada, porém, em seu coração sua verdadeira família era aquela que a acolheu, nunca foi em busca de suas origens.
Sua mãe acabou morrendo de tuberculose quando a tinha 15 anos, desde então cuidava da família e de seu pai que entrou em depressão após a morte da esposa, assim dedicando todo seu tempo ao trabalho fazendo a fortuna da família crescer em menos de dois anos com grandes mercadorias em três navios cargueiros, principalmente carregado de joias e tecidos.
A bela jovem era querida por todos que a conheciam em Konoha, pela sua simpatia e suas boas ações para com os mais necessitados, por sua beleza espiritual e física ficou conhecida no reino como Bela. As únicas que não gostavam da moça eram suas irmãs que não a aceitavam por conta da atenção dada a caçula pelos irmãos/pai, ao fato da mesma ser adotada e principalmente por sempre ser cortejada pelos bons partidos, no entanto, sempre os dispensando com educação. Algo inaceitável para as irmãs que queriam acima de tudo, um bom casamento, mas com Hinata chamando atenção era impossível, despertando a fúria das duas que sempre tratavam mal a mais nova, contudo, essa sempre era gentil apesar de ficar chateada pela recusa das irmãs, entretanto seus irmãos e seu pai a amavam muito.
Tudo estava indo bem para a família Sarutobi, quando após um terrível temporal, os navios de Asuma acabaram sendo abatidos e afundados pelo forte aguaceiro causando um prejuízo não só de mercadorias, mas também de vidas....
—Senhor Sarutobi, sinto muito, toda a mercadoria foi perdida e muitos empregados morreram – dizia o administrador interino do porto;
—Não acredito – fala desolado- toda minha mercadoria, vidas perdidas...e agora? Estava contando com esse dinheiro para pagar o resto da conta de minha casa, sem esse dinheiro vão me tomar o lugar – expressa entristecido.
—Desculpe senhor, até mais – pronuncia saindo em direção ao seu posto, deixando Asuma sozinho e pensando no que fazer.
—O que eu faço? – estando pensativo – já sei, vou falar com o vendedor da casa, ele vai entender e me dá mais um prazo – fala esperançoso indo em direção ao vendedor
Minutos depois
—Não há o que fazer,Asuma, sem dinheiro não dá, e digamos que eu tenha muitas propostas para a casa de compradores que com certeza vão me pagar – explica entediado – logo, se não me pagar até amanhã, acho melhor começar a fazer suas malas.
—Mas eu não como pagar até amanhã, em nome da nossa amizade peço mais tempo – emite implorando
—Tenho a proposta de um homem muito poderoso que vai pagar à vista, então acho melhor você fazer as malas, a não ser que....- dá um sorriso malicioso – você me dê a mão de sua caçula para desposá-la, então eu esqueço a dívida
—Nunca, minha filha não vai casar por um acordo forçado – expõe revoltado
—Então sinto muito, trate de se organizar e ir embora da mansão – expressa indiferente – agora se me der licença tenho outros compromissos, adeus Asuma – retirando-se sem deixar o mais velho dar resposta.
—Ora...seu...ahh, não tem jeito, estou perdido, preciso comunicar aos meus filhos – entristecendo-se
Na casa dos Sarutobi
—Ino porca, eu vou te mataaaaar, devolva-me – fala correndo pelos corredores da casa atrás da irmã
—Não devolvo...sua testuda – diz sorrindo sarcástica e dando voltas ao redor do sofá da sala
—Devolva a minha joia agora e eu não sou testuda, sua horrorosa – repreende continuando atrás de Ino
—Parem já, as duas – Asuma chega, calando-as – Ino devolva o colar da sua irmã e chamem o resto dos seus irmãos, precisamos ter uma conversa séria.
—Tudo bem – respondem as duas de cabeça baixa e se retirando para chamar os irmãos, após alguns minutos todos se reúnem na sala e Asuma relata o ocorrido.
—Bom, como todos devem ter ouvido boatos, houve uma terrível tempestade e infelizmente nossas mercadorias foram perdidas, assim como muitos dos nossos morreram, então basicamente perdemos toda nossa fortuna e não tenho condições de pagar essa casa que estamos – deixando os filhos chocados- então precisaremos nos mudar até amanhã.
—Mas pai, para onde vamos? – indaga Shikamaru
—Vamos morar naquela casa de campo, naquele povoado próximo daqui, que eu e sua mãe compramos para descansar
—São dois dias de viagem, pai, como vai ficar nossa vida aqui – diz Ino em desespero
—Sinto muito, querida, é o jeito..... vamos fazer nossa vida lá e quem sabe vocês não possam voltar no futuro, por enquanto esse é o veredito, quem quiser ficar pode, mas longe da minha responsabilidade – expressa firmemente
—E-então quer dizer que estamos po-po-pobres, papai – fala Sakura quase chorando e nervosa
—Aqui na vila sim, querida, no campo temos como sobreviver com o pastoreio e os meninos podem arrumar algum trabalho para ajudar nas despesas – expõe esperançoso - então vocês estão de acordo?
—Sim, papai, eu estou de acordo – Hinata é a primeira a se pronunciar, levantando-se e pegando a mão de seu pai, enquanto os outros estão pensativos – vamos, pessoal, não vai ser tão ruim, podemos ser felizes com a vida no campo, será temporário até que nos restabeleçamos e voltemos para a vila, somos uma família, precisamos nos manter unidos – relata engajada
—Como se você fizesse parte dela – indaga Ino desdenhosa, fazendo a moça fechar o sorriso
—Ino, Hinata pertence a essa família tanto quanto você, quanto todos aliás – expressa o pai exaltado.
—Hinata tem razão – fala Shino – somos uma família e vamos ficar juntos até o fim – levantando em seguida para abraçar o pai, sendo acompanhado de Shikamaru e Sakura
—Vamos Ino – chama Asuma
—Tudo bem – revirando os olhos e se unindo ao abraço coletivo.
No outro dia
A família Sarotobi se mudou no dia seguinte aos protestos das irmãs que não se conformavam em perder a fortuna, restando apenas poucas joias, pois a maioria foi vendida para manter a família nos próximos meses. Assim entraram na carruagem e foram em direção ao povoado que ficava a dois dias da vila principal, todos estavam angustiados, menos Hinata que acreditava esse ser um bom momento para descansar e viver uma vida simples, seu único lamento era não ver mais as crianças do orfanato que sempre visitava em Konoha, mas ela tentaria ocupar a mente com outras coisas.
Chegando lá, a casa era em cima de uma montanha, simples, no entanto, espaçosa, rodeada por algumas ovelhas e havia um jardim na parte de trás, além de uma horta que estava inutilizada, o povoado ficava abaixo da montanha. Todos estranharam menos Hinata que achou tudo gracioso e seu pai que gostava da vida no campo.
—Chegamos meninos – expõe Asuma animado
—Nossa, finalmente, não aguentava mais ficar nessa carruagem, estou toda amassada – diz Sakura saindo do transporte e ajeitando a roupa, sendo acompanhada pelos outros
—Ai, meu Deus, pisei na lama – Ino reclama- droga de fim de mundo.
—Controle-se Ino, é nossa realidade agora – exclama Shikamaru irritado
—Tá,tá- aceita rendida
—Vamos meninos tragam as bagagens e meninas tratem de decidir onde vão dormir, estabeleçam-se a casa é nossa – expressa animado
Assim, a família tomou conta dos moveis e espaços da casa, a mesma tinha três quartos, logo as meninas teriam que dividir o quarto com Hinata, não gostando muito mas tendo que aceitar. Com o tempo tudo foi se encaixando os dois rapazes arrumaram trabalhos braçais e passavam o dia fora, Asuma conseguiu um emprego de contador em uma pequena loja por ser bom com números e Bela se tornou pastora de ovelhas, além de tentar botar ordem na casa; pedia ajuda das irmãs mas essas faziam nada e quando faziam era de má vontade.
Além de ser a cozinheira oficial da casa já que era a única que gostava do ofício, ela aproveitava o tempo livre para conhecer melhor o povoado, principalmente frequentando a biblioteca e ficando horas lá, assim chamando a atenção dos moradores, pois era muito raro uma mulher saber ler. Em três meses conseguiu a simpatia dos habitantes do pequeno local e alguns pretendentes para casamento, mas sempre recusando e os rapazes entendiam, menos um jovem que era insistente e perturbava a moça. Sabaku no Gaara era um conde muito bonito, apesar da sua riqueza, era um caçador nato e não aceitava não como resposta, viu-se encantado pela pequena moça de olhos perolados e decidiu que essa seria dele, porém, ela sentia nada pelo rapaz, deixando bem claro que o máximo que iria conseguir era sua amizade, assim o chateando, todavia, esse aceitou apenas ser amigo dela, claro, até ela se apaixonar por ele.
Certo dia, no Inverno, Asuma recebeu uma carta dizendo que haviam encontrado um dos navios afundados, ficou feliz pois provavelmente haveria riquezas dentro do barco, a chance para voltar a antiga vida, assim tomando a decisão de voltar a vila para resolver isso. No dia seguinte ao recebimento da carta, despediu-se de seus filhos.
—Estou saindo meus filhos – diz animado – se Deus quiser com a nossa fortuna
—Ainda bem, papai, não aguento mais essa vida – dramatiza Sakura
—Então vão querer que eu traga alguma coisa de viagem?
—Eu quero um vestido novo – pede Sakura
—E eu uma joia bem bonita, de preferência com rubis – fala Ino
—Nós não vamos querer nada, pai – pronuncia Shikamaru, respondendo pelo seu irmão
—E você querida? – direcionando-se sorrindo a Bela que estava em silêncio
—Quero que volte bem, meu pai – fala o abraçando – a viagem é longa e perigosa, tome cuidado, por favor – saindo dos braços de Asuma
—Ninguém merece, a santinha não quer nada – afirma Sakura desdenhando da irmã.
—Cale-se Sakura – interrompe a garota, o patriarca – Vamos Bela, diga-me para trazer algo
—Tudo bem, já que insiste....- pensa um pouco- quero uma rosa, isso, uma rosa - expõe empolgada
—Uma rosa? Você está de brincadeira né Hinata? – expressa Ino entediada
—Não estou brincando, quero uma rosa, pois estou cuidando do jardim e aqui não há rosas, sinto falta de ver uma – relata alegremente
—Típico – rebate Sakura.
—Deixem sua irmã em paz – repreende Asuma - tudo bem querida, eu trago sua rosa, a mais bonita delas – ajeitando-se em cima do cavalo e saindo em seguida– até logo – distanciando-se
—Até, meu pai – despede-se Hinata em um sussurro
Dois dias depois
Asuma tinha acabado de chegar a vila, mais precisamente ao porto para visualizar seu navio encontrado, entretanto, ao chegar, se deparou com uma catástrofe, sua mercadoria restante havia sido roubada apesar de não ser muita coisa, decepcionando o senhor, sem perspectiva passou o dia na vila e resolveu voltar para o povoado durante à noite, subiu em seu cavalo foi em direção ao seu caminho, apesar do inverno rigoroso, achou melhor voltar logo para casa.
Triste, cabisbaixo e distraído acabou se perdendo no caminho, pegando outra trilha, quando percebeu estava sendo perseguido por lobos selvagens, saindo em disparada para se salvar, após certa distância acabou caindo numa ribanceira com seu cavalo que terminou por quebrar a pata. Cansado e coberto de neve, despediu-se do cavalo para pedir ajuda, caminhou um pouco para o desconhecido e acabou encontrando um castelo enorme abandonado, achou esquisito, mas era sua única saída.
Bateu na grande porta mas não foi atendido, porém essa se abriu sozinha, assustando Asuma que mesmo assim entrou;
—Boa noite, sou Asuma Sarutobi e me perdi na floresta, peço ao dono desse castelo que me ajude dando abrigo e mandando alguém salvar meu cavalo que está aqui perto, por favor. – emite mais alto para alguém ouvi-lo mas não escuta resposta, apenas um clarão que mostra uma mesa repleta de alimento.
Intrigado, porém, cansado e morrendo de fome, acabou por comer a comida que estava disponível, depois de satisfeito resolveu dormir numa poltrona bem confortável em frente a lareira, não sendo impedido por ninguém pegou no sono, acordando apenas no dia seguinte, vendo que o tempo estava melhor resolveu ir embora, agradecendo em voz alta ao seu anfitrião desconhecido, ainda sim, não recebendo resposta.
Qual não foi sua surpresa ao encontrar seu cavalo saudável na entrada do castelo, além disso reparou que em volta do castelo haviam lindas rosas, logo pensando em sua filha. “Vou levar para Bela, essa daqui” , assim retirando a flor do seu local, ao fazer isso toma um susto ao encontrar do seu lado um ser enorme em forma de raposa com muitas caldas, não dando tempo de superar o susto é erguido pelo pescoço ;
—Como ousa, deixei dormir em meu castelo, comer da minha comida, dei abrigo e me recompensa roubando um de meus bens mais preciosos – fala o ser com uma voz gutural e assustadora
—Si-sinto muito senhor – diz Asuma, ficando sem ar – é apenas uma rosa, um presente, me perdoe, por favor.
—Não é apenas uma rosa, seu insolente, é uma vida e uma vida tem que ser paga com outra – afirma raivoso – você está condenado a morte
—Não, não, por favor, e-eu tenho uma família - implora assustado – tenha misericórdia
—NÃO, você morrerá, como não sou tão ruim deixo que se despeça da sua família, mas esteja aqui depois de amanhã sem falta. Não adianta fugir porque eu vou te encontrar, tenho meios para isso – expressa jogando o senhor no chão
—Tenha piedade – pede massageando o pescoço – por favor
—Pare de reclamar, ainda estou sendo bom, deixando-o se despedir de seus parentes.....agora SUMA DAQUI E VOLTE EM DOIS DIAS, o cavalo saberá o caminho – decreta gritando e saindo do local, deixando Asuma paralisado pelo que acabou de acontecer e com a rosa na mão.
—E agora meu Deus? O que eu faço? – lamenta, ajoelhando-se e chorando.
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