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História A Busca pelos Presentes - Notícias de Cair Paravel


Escrita por: Anna_Itako

Capítulo 10 - Notícias de Cair Paravel


A noite não tinha parado naquele primeiro beijo. Edmundo e Nina pareciam incapazes de se desgrudarem e apesar de ainda terem coisas para dizer, sabiam que teriam tempo para isso à luz do sol durante a viagem do dia seguinte.

Beijos de todos os tipos e intensidades foram trocados e não tinha ar suficiente no mundo para deixá-los menos ofegantes.

 

Quando decidiram que era melhor dormirem, pois o amanhã seria longo e precisavam de energia, ambos sorriram.

 

- Não sei bem o que dizer agora - falou Nina corada ainda tentando recuperar o fôlego.

- Seu lábios são mais doces do que eu imaginava.

- Tinha pensado nisso antes?

- Algumas vezes - disse Edmundo sem deixar de sorrir e a beijando mais uma vez - Você não tinha pensado que algo assim poderia acontecer entre nós?

- Digamos que eu não sabia se era certo deixar minha imaginação ter tanta liberdade.

- Eu achei bem certo o que acabou de acontecer.

 

Nina riu e ambos se deitaram. Ela encostando a cabeça no peitoral dele.

 

- Foi realmente muito bom. Eu nunca… tinha… - e sem querer ela ouviu o batimento do coração de Edmundo acelerar ainda mais.

- Ah… eu…

- Não se preocupe. Eu sei que já teve uma mulher em sua vida. É claro que já havia beijado antes. Talvez feito ainda mais…

- Não! Quero dizer, beijos sim, mas só isso! Eu também nunca… passei disso.

 

Aquele tópico deixou os dois um pouco desconfortável, mas Ed queria dizer o que realmente sentia antes de dormirem, e aproveitou que Nina estava deitava e não o encarava diretamente para criar coragem.

 

- Eu não sei como e nem o motivo. Mas me sinto mais à vontade com você do que com a minha antiga companheira. Mesmo que tenha sido só por algumas semanas, eu… não consigo imaginar minha vida sem você.

 

Nina sorriu e continuou ouvindo os batimentos de Edmundo, que pareciam acelerar a cada segundo.

 

- Obrigada por ter sido honesta e se aberto comigo - continuou Ed - Obrigado por confiar em mim.

 

Nina concordou, mas sentiu seu próprio coração pesar. Ela não tinha mentido para Edmundo sobre nada que tinha dito, mas… as partes de sua história que tinha omitido estavam consumindo a felicidade que ela queria sentir naquele momento.

 

Eles ficaram em silêncio e Nina só conseguia pensar em como diria o que precisava dizer. E se ele se sentisse traído? E se retirasse todas as lindas palavras que tinha acabado de dizer? E se… ele pensasse que ela estava apenas o usando?

Nina nunca tinha sentido algo tão forte quanto o que sentia por Edmundo, mas não conseguia deixar de pensar no que Aslan havia dito anos atrás.

Lentamente Nina olhou para cima e viu que Edmundo tinha adormecido. Ela riu silenciosamente ao ver um pouco de baba escorrendo pelo canto de sua boca. E tentando não pensar mais no assunto que a importunava, se aproximou ainda mais do garoto e dormiu o abraçando.

 

-

 

O dia seguinte parecia mais bonito do que o anterior. Edmundo e Nina foram até o povoado, comeram e conversaram com algumas pessoas.

 

- Mas você não parece velho.

- Querida!

- Tudo bem - disse Edmundo - Fico feliz que não pareço ter quase dois mil anos.

- Você gosta de ser rei?

- Gosto sim. Significa que eu posso cuidar de todos aqui em Nárnia.

- Mas você foi embora.

- Ah… Eu…

- Não queria cuidar da gente?

 

Edmundo travou e a mãe da pequena menina se desculpou novamente.

 

- Às vezes - começou Nina - reis e rainhas precisam sair do país para cuidar de alguns problemas. Por isso que ficamos sem nos ver por algum tempo. Mas nós estamos sempre pensando no que podemos fazer pelo nosso povo.

 

A menininha sorriu, abraçou Nina e saiu correndo para brincar do quintal.

 

- Desculpe mesmo, Majestades.

- Não se preocupe, Ágata.

- A relação que eu e meus irmãos temos com Nárnia sempre foi um tanto… misteriosa. Até nós temos dúvidas. É normal que os narnianos também as tenham. De qualquer forma, agradecemos sua hospitalidade!

- Sim, obrigada pela deliciosa comida!

 

Os dois se despediram e voltaram ao caminho que seguiam para achar o terceiro e último presente.

 

- Acho que deveríamos pensar onde exatamente ir, não concorda?

- Concordo - respondeu Ed - Estamos quase na costa leste. Onde você acha que Caspian esconderia o tesouro de Lúcia?

- Imagino que no lugar que mais de relacionasse ao seu título.

- Ele poderia ter jogado no mar e pronto - Edmundo disse brincando, mas com certa preocupação interna de que aquilo não fosse impossível.

- Não - falou Nina fazendo Edmundo soltar um suspiro de alívio - Pelo que entendo, a ideia de Caspian era fazer com que os tesouros fossem possíveis de resgatar. Não faria sentido jogar no mar. Isso exigiria contato com seres das profundezas e não acho que até mesmo o Rei Caspian tivesse tamanha intimidade com eles.

 

Edmundo concordou e depois de pensar um pouco, lembrou-se da última aventura que tivera em Nárnia.

 

- As Ilhas! Seria um bom lugar, não acha? Completamente cercado de água, é o território que pertence à Nárnia mais ao leste que existe e eu e Lúcia fomos lá com ele.

- É possível e faria sentido.

 

Ambos se sentiram encorajados com um destino mais concreto.

 

- Mas… Existem dez ilhas no litoral de Nárnia.

- Tudo bem, é melhor do que procurar por toda a costa, não acha? - disse Ed - Podemos ir até o porto mais ao Norte e descer até a última, assim no final estaremos mais perto do caminho mais rápido até Cair Paravel. O que acha?

- Perfeito - Nina disse um tanto maravilhada com o rápido pensamento de Edmundo.

 

Os dois andaram o dia todo e, para não repetir a quase nula refeição que tiveram na noite anterior e a pouca comodidade na hora de dormir, decidiram parar em uma pequena fazenda que avistaram.

Comeram, e pouco antes de se deitarem, uma corrente de folhas e flores começaram a rodeá-los.

 

- Uma mensagem? - perguntou Ed.

- Ravi deve ter chegado em Cair Paravel.

 

“Nina, a situação não é boa.”

 

Sendo aquele o início da mensagem, sem “minha rainha” sem delongas ou rodeios. Nina e Edmundo ficaram apreensivos.

 

“Aparentemente quando mandou a primeira mensagem Quírion e alguns outros em Cair Paravel apenas se sentiam indispostos. Mas agora a situação está muito ruim. Quírion não é mais capaz de ficar em pé e precisa de constante auxílio já que está tendo delírios pela febre que não abaixa. E, claro, ele não é o único. Essa doença saiu dos muros do castelo e mais narnianos estão aparecendo clamando por ajuda. Nossos curandeiros já não sabem mais o que fazer. Os humanos apresentam sintomas específicos como bolas de água em diversas partes do corpo.

Eu sinto informar que tivemos mortes entre nós nos últimos dois dias e acreditamos que serão apenas as primeiras de muitas se algo não for feito.

 

Eu estou bem, por enquanto. Acreditamos que a doença demora alguns dias para se revelar.

Infelizmente não tenho nenhuma notícia sobre uma possível cura. O que quer que façamos?

 

Aguardamos suas ordens e recomendações medicinais.”

 

Nina não teve reação e Edmundo não sabia o que dizer. Por sorte ele nunca teve muito contato com doenças.

 

- Vou retornar - disse Nina se levantando.

- Espere.

- Meu povo está morrendo!

- Eu sei! Eu ouvi! Mas voltar sem um plano não vai salvar a vida de ninguém.

- Eu posso tentar salvá-los.

- Como?

- Já disse. Não sou humana, se lembra?

- Lembro, mas a menos que possa curar os feridos com um toque… - Edmundo então se lembrou do que estavam procurando no primeiro lugar - Curar. É isso, Nina!

- Olha, eu tenho habilidades de cura maiores do que os humanos.

- Eu sei, mas e se você pegar essa doença quando voltar? Ela está atacando narnianos, esqueceu?

- Não me afetará.

 

Edmundo ficou bravo com a teimosia da ruiva.

 

- Quer parar com isso? Esqueceu que o presente de Lúcia é capaz de curar basicamente qualquer coisa? O tônico feito do suco de uma flor de fogo que cresce nas montanhas do sol é o maior elixir da vida que pode existir. Você acha que seu poder, seja lá qual for, é maior que isso?

 

Nina negou com a cabeça.

 

- Mas temos dez ilhas para procurar! Mesmo se passarmos apenas um dia procurando em cada uma, o que é quase impossível, quantos narnianos podem morrer até lá?

- É nossa melhor chance.

- Eu odeio isso.

- Vamos fazer assim. Eu vou passar a noite pensando em um jeito de diminuir nossa área de busca e vou pensar em qual ilha é mais provável que Caspian tenha escondido o tônico. Enquanto isso você manda uma mensagem detalhando o que fazer com os feridos. Ravi falou de febre e bolhas de líquido, sabe o que pode ser feito?

- Talvez. Mas seria melhor se eu as visse pessoalmente.

- Então, vamos ser práticos. Eu vou continuar a busca. Você deve voltar, mas terá que se cuidar e…

- Não.

- Mas você acabou de dizer que seria melhor se as visse pessoalmente! - falou Edmundo já impaciente.

- É, mas eu tenho que continuar.

- Por quê? Não confia em mim?

- Não é isso.

- Então o que é?

 

Nina hesitou.

 

- O que não está me dizendo? - perguntou Edmundo finalmente entendendo a situação - O que não me contou?


Notas Finais


Obrigada pelos comentários <3


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