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História A Cabana By B. L. Miller - Parte 4


Escrita por: HiHiYumi

Capítulo 4 - Parte 4


Gabrielle descansou de barriga para cima, olhando o teto. Xena, satisfeita, dormia a seu lado. Os pensamentos da barda reproduziam uma e outra vez o que acabava de ocorrer. Havia sido divertido, mas ainda sentia que faltava algo. Era agradável, sentimental, embriagador. Não era isso o que havia querido? Havia querido que Xena a amasse, que possuísse seu corpo e que fizesse amor com ela uma e outra vez, e assim havia sido. Então o que faltava? Gabrielle analisou suas próprias fantasias eróticas, aquelas que tinha antes de fazer amor com Xena. Um sorriso se abriu em seu rosto ao encontrar a resposta. Xena estava sendo cuidadosa demais, muito delicada. Pela primeira vez se viu atraída pelo seu lado escuro de Xena. Havia observado sua paixão no calor da batalha muitas vezes. Deu-se conta que era essa paixão que necessitava ver naquela cama. Colocou-se de lado e beijou Xena no rosto.

-Ummm-sussurrou a guerreira levantando os braços e envolvendo com eles sua amante. As mãos de Gabrielle desciam cobrindo seus seios, ressuscitando o desejo no interior de Xena. – Gabrielle...- gemeu. A narradora levou seus lábios até o ouvido de Xena. Falou com uma suave voz, quebrantada, repleta de desejo e necessidade.

-Xena, preciso de você. Quero que me possua...Preciso sentir sua paixão...Seu desejo...Quero me perder com você.Deixe de ser cautelosa...- disse estas últimas palavras num tom mais autoritário, um tom que Xena encontrou dificuldade em resistir. A guerreira empurrou Gabrielle sobre a cama e a olhou nos olhos.

-Que está me pedindo? – perguntou Xena em voz baixa. Seus sentidos estavam já a pleno rendimento devido às palavras de Gabrielle, mas a guerreira precisava estar segura de que era exatamente o que queria sua amante. – Gabrielle, não...Não quero lhe causar nenhum mal. Não quero ser muito...Brusca. – Porém era exatamente assim como queria ser nesse momento. Queria consumir o corpo e a alma da barda. Queria estimular Gabrielle até que lhe suplicasse que acabasse com ela, uma e outra vez. Xena não se deu conta de que estava pressionando suas cadeiras contra Gabrielle, percorrendo fortemente seu cabelo com seus dedos, expressando assim seus subconscientes desejos.

-Não vai me fazer nenhum mal...- A voz de Gabrielle se fez novamente rouca pelo desejo-...Eu quero...Fúria. Toma-me, Xena...Toma-me como só você sabe fazer...Faça-me sua. – A mão de Gabrielle pegou o pulso de Xena e a obrigou a entrar em contato com seu já encharcado sexo. Xena gemeu quando seus dedos encontraram o fluxo e levou sua boca contra a de Gabrielle. Nem se quer esperou que se lhe permitisse entrar ali, simplesmente fez por sua conta. A mão que tinha livre atacou violentamente o seio de Gabrielle, apertando seu mamilo entre o indicador e o polegar. As mãos da barda ancoraram freneticamente ao redor as costas de Xena, aproximando-a mais para si. O dedo de Xena vagava ligeiramente sobre seu clitóris, provocando que suas cadeiras se elevassem involuntariamente com cada movimento. A guerreira afastou sua boca, beijando e mordendo toda a superfície da pele do queixo até alcançar sua orelha. Lambeu e chupou o lóbulo enquanto sua amante se retorcia debaixo de seu corpo. A voz que chegou ao ouvido da barda foi pouco mais que grunhido animal.

-Vou possuí-la, Gabrielle. – Seus dedos se moviam até pressionar ligeiramente a entrada de Gabrielle, causando mais gemidos e suspiros a excitada barda. – Sim...- Mordeu a sensível zona do pescoço de Gabrielle. – Isso é o que queria, verdade?...Diga, minha barda.- Deslocou seus dedos até embaixo tocando com força o endurecido clitóris enquanto com a outra mão se dedicava a trabalhar agora sobre o outro mamilo. Os beliscou com força, sorrindo quando Gabrielle inclinou as costas e incrementou o volume de sua voz. – Diga, Gabrielle,...Diga o que quer. – Xena mantinha sua paixão sob controle a duras penas. Ameaçava consumi-la rapidamente. Suas palavras surtiram o efeito desejado em Gabrielle.

-Q..Quero...Oh...- Tentou articular as palavras, mas a atividade sobre seu seio e seu clitóris arrebatava qualquer demonstração de pensamento racional.

-Emudeceu, barda? – a provou Xena levando sua boca até cobrir com ela todo o endurecido mamilo. O capturou entre seus dentes e devolveu os dedos a entrada de Gabrielle. Logo começou a acariciar com a língua o que seus dentes mantinham presos, uma e outra vez.

-Xena, por favor...Ummm... Oh...

-Diga.

-Toma-me...Penetre-me...Agora. A sussurrada súplica de Gabrielle caiu sobre Xena como uma ordem. Deslizou profundamente dois dedos em Gabrielle, apagando qualquer vestígio de virgindade. A barda gritou diante daquela leve dor, mas o som foi silenciado em seguida pela faminta boca de Xena, que clamava pela sua. Manteve dentro seus dedos, esperando que Gabrielle lhe indicasse se poderia seguir adiante, estimulando enquanto seu inchado clitóris em o dedo polegar. Depois de alguns segundos, Xena sentiu que Gabrielle respondia a seu beijo e começava a marcar o ritmo das cadeiras. A guerreira curvou os dedos no interior até encontrar uma zona suave e macia, contra a qual começou a deslizar seus dedos, cima para baixo. Imitou esses movimentos também no exterior. Sentiu sua própria umidade acrescentar-se, queimando-a, pedindo para ser liberada. Ignorando a dor de sua perna, se lançou contra a coxa de Gabrielle e começou a mover-se sobre ela. Os tremores de Gabrielle superam o ritmo que ela marcava e começaram a marcar um novo, mais rápido, mas só um momento, já que Xena notou e se acomodou nela. Não podia crer na quantidade de fluxo que a barda estava escorrendo. O corpo de Gabrielle se moveu por instinto, buscando selvagemente uma liberação que só Xena podia lhe dar. – Arggh...Xena...Mais...- gemeu entre dentes.

Xena extraiu seus dedos e girou o movimento do dedo polegar para baixo. Introduziu um terceiro dedo, só até a primeira falange, gemendo diante da suave pressão que a rodeou. Introduziu e tirou os dedos, incrementando a profundidade com cada invasão. Xena notou que o interior de Gabrielle estava dilatado ao máximo, que era a primeira pessoa a tocar naquela parte de seu corpo, em fazê-la sentir aquilo, em possuí-la. Gabrielle se uniu a ela, golpe a golpe, absorvendo tudo que a guerreira era capaz de lhe dar. Seu contato contra a coxa da barda estava ficando frenético. A enorme umidade que banhava a mão e o atrito contra ela a levou ao limite. Lançou sua cabeça para trás e emitiu um grunhido animal quando o orgasmo a invadiu. - Gabrielle...Oh...Ummm...Oh deuses...GABRIELLE...- O corpo de Xena se sacudiu e tremeu.

Gabrielle já não tinha controle sobre seu corpo. Suas cadeiras se moviam com intensidade, respirava ofegante de prazer, seus braços rodeavam Xena, sustentando-a com força enquanto o corpo da guerreira tremia. Arqueou completamente pela última vez quando Xena empregou toda sua força para levá-la até ao final. O doce néctar emanou sobre sua mão enquanto seus dedos eram acariciados por aqueles firmes músculos internos. Uma exclamação final e depois Xena ouviu a barda gritar seu nome com mais força que nunca.

Momentos depois, Xena tirou os dedos devagar e abraçou a barda tremendo ainda. Beijou a testa de Gabrielle, seu rosto e seus lábios, sem deixar de acariciá-la.

-Wow. – Suspirou Gabrielle ainda com os olhos fechados.

-Sem palavras outra vez? - brincou Xena com voz profunda. Gabrielle abriu os olhos lentamente e olhou a guerreira. Logo levantou sua mão e acariciou o rosto da guerreira.

-Eu...Nunca...

-Eu sei, meu amor. Shhii. – Xena a abraçou com mais força, desejando que aquele momento não acabasse nunca. Ambas caíram em um sono feliz pouco depois.

 

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O resto do mês passaram curando suas mentes além de seus corpos. Embora Xena ainda não se sentisse toda cômoda expressando seus sentimentos, não encontrava dificuldade alguma em repetir diariamente a barda o muito que a amava. Gabrielle por sua parte estava se ajustando a nova profundidade de sua relação, e não podia ser mais feliz. Seu antigo medo a que Xena a abandonasse se apagava mais e mais a cada toque, beijo e palavra de amor entre elas.

 

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Gabrielle estava de costas para Xena, colocando a camisa, quando sentiu suas fortes mãos sobre seus ombros e depois baixando por suas costas. – Vão ficar cicatrizes. – disse Xena em voz baixa percorrendo algumas marcas mais visíveis com seus dedos. Uma vez mais, havia sido para ela uma recordação constante de como havia falhado em protegê-la. Agora o que recordava era o amor e a devoção da barda. Esta mudança não havia surgido de Xena. Gabrielle a havia obrigado a falar daquelas profundas feridas e seu significado. Até então, Xena estava convencida de que era um castigo por ter deixado que Gabrielle sofresse. Foram necessárias muitas horas para que a fizesse mudar de opinião. Voltou ao presente quando a barda girou entre seus braços para olhá-la.

-Te amo, Xena. – falava aquelas palavras muitas vezes, sabendo o muito que significavam para Xena e o quanto necessitava escutá-las. Obrigou-se a se contentar com as ocasionais respostas que recebia. Dava-se conta do muito que custava para Xena expressar seus sentimentos, sem importar-se com a força que estes tinham.

-Te amo. Por Deus, não tivesse que sofrer por causa desse amor. – elevou uma mão até o rosto de Gabrielle. Era esse rosto com o qual queria despertar cada manhã e dormir cada noite. Era o rosto da outra metade de sua alma.

-Só sofreria se me afastasse de você. – disse Gabrielle com sinceridade. Aproximaram-se, preparando-se para selar seu amor com um beijo.

-Sim, demoraram. – Ambas mulheres se viraram em busca da fonte daquela suave voz. Um resplendor deixou passo à graça e a beleza da deusa Atena.

-Atena. – disse Gabrielle em voz baixa se colocando de joelhos. Xena por sua parte conteve um sorriso céptico e permaneceu de pé.

-Levante-se, criança. – disse Atena indicando o mesmo com sua mão. Gabrielle o fez e colocou um braço ao redor da cintura de Xena, em parte por conforto e por inconforto diante da presença de uma deusa.

-Que podemos fazer por você, Atena? – perguntou Xena com um tom o mais civilizado possível. Odiava quando os deuses fosse quem fosse, interferiam em suas vidas. Quase sempre significava problemas, e estava certa de que desta vez não ia ser uma exceção.

-Sempre tão desconfiada, minha pequena guerreira. - soou a forte voz de Atena. – Essa pergunta deveria fazer eu, especialmente depois de haver escutado meu nome em seus lábios tantas vezes de um tempo para cá. – Um sorriso cruzou a cara de Atena ao ver o rubor que cobria o rosto de Xena.

-Não estava lhe chamando. Estava...- Xena se deteve ao dar-se conta que só conseguia acrescentar mais lenha ao fogo. Gabrielle não foi capaz de segurar o riso. Xena lhe disparou um olhar antes de voltar-se para deusa. – Dá no mesmo.

Bem, me alegra ver que finalmente abriu seu coração a alguém, Xena. – disse Atena com um tom que a orgulhosa guerreira não esperava. Antes de poder seguir falando, um segundo resplendor surgiu junto à deusa da sabedoria. – Ah, parece que temos companhia.

-Genial. Que é isso? Uma convenção? – grunhiu Xena, recebendo um golpe carinhoso no estômago por parte de Gabrielle, que ainda se sentia intimidada pela presença de um deus, e agora mais ainda diante da chegada de um segundo.

-Quem é? – sussurrou Gabrielle a guerreira.

-Ah, minha querida Gabrielle. – A silhueta de Afrodite se materializou entre a fumaça. Um resplendor rodeou seu coração. - Seu amor é puro e inquebrantável. Não tem nem idéia da benção que isso supõe. – Gabrielle sorriu e olhou para o chão ao escutar semelhante elogio da deusa do Amor.

-Vai... Obrigada. – gaguejou Gabrielle.

-E você...- Afrodite disse aproximando e encarando Xena, - você luta contra a verdade que há em você. Teme que seu lado escuro regresse e ultrapasse seu amor. Essa é uma dura batalha, Xena. Compartilhe com quem lhe ajudaria de bem grado. A única coisa que tem de fazer é pedir. Ainda tem que descobrir a profundidade de seu amor por você, ou do seu por ela. – Um sorriso travesso aflorou nos lábios da deusa. – Por outro lado, me agrada que se lembre de mim de vez em quando. – Ao dar-se conta do que ela se referia, Xena sorriu novamente. Uma coruja branca desceu pela chaminé e voou até se situar entre Atena e Gabrielle.

-Sei positivamente, que seu nome não disse. – protestou Xena quando a coruja se transformou na deusa Ártemis.

-Estamos um pouco sensíveis hoje, não é mesmo? – brincou Artemisa. Depois olhou para Gabrielle. – Minha rainha, pensei que a essas alturas já teria acabado com todo seu excesso de energia.

-Eu... – Gabrielle não soube que tipo de resposta dar a deusa. – estou tentando. – disse olhando de novo para o chão. – As três deidades começaram dar barulhentas gargalhadas. Gabrielle se uniu a elas em seguida e Xena desejou um segundo depois estar em qualquer lugar do mundo exceto naquela cabana.

-Há alguma razão para esta visita além de me envergonhar? - perguntou Xena com um tom aborrecido. As outras mulheres voltaram pouco a pouco a ficarem sérias.

-Algum dia terá que aprender a nos respeitar, mortal. – grunhiu Artemisa, embora soubesse que nunca faria mal a Xena e tampouco permitiria que outro deus o fizesse. A dor que isso causaria a sua querida Rainha Amazona seria grande demais. – Mas este não é o momento de falar disso. – Se virou e colocou suas mãos sobre os braços de Gabrielle. Um tênue brilho invadiu a barda, curando todas suas feridas, aliviando toda a dor. Quando Artemisa a soltou, Gabrielle balançou um pouco até que os fortes braços de Xena a sustentaram. A jovem a olhou para lhe agradecer e logo se virou para Deusa da Lua. – Gabrielle, um grande perigo ameaça as minhas amazonas. Preciso que as guie neste momento. Sem você, temo que vão perecer. Curei suas feridas. É um presente para que empreenda essa nova missão.

-E se ela não quiser ir? Se há problemas, poderia ser ferida. – protestou Xena.

-Não tenho que responder a isso, guerreira, mas farei assim mesmo. Ela aceitou o titulo de rainha. Como tal aceitou também certas responsabilidades. – O tom de Artemisa adquiriu um timbre de ira.

-Mas não se entregar à morte! – contra-atacou Xena.

-Sim, aceitei. – disse Gabrielle com firmeza. – Aceito qualquer coisa que essa posição implique. – Seu olhar foi direto a Xena, informando-lhe sem palavras que aquele tema não admitia discussão.

-Por que veio as três entregarem essa mensagem? – perguntou Xena devolvendo sua atenção até as outras duas deusas.

-São muitas perguntas para alguém que não era capaz de pronunciar três palavras seguidas tão somente em uma lua. – zombou Afrodite. – Estava começando a duvidar de meus poderes como Deusa do Amor.

-Na verdade, esta é a cabana de Hercules. – disse Gabrielle timidamente. – Foi coisa sua nos deixar aqui.

-Gabrielle, você está discutindo com uma deusa. – lhe lembrou Xena se inclinando até ela. A boca da barda emudeceu de repente e novamente baixou o olhar para o chão.

-Sinto muito.

-Você é tão inocente. – disse Afrodite sorrindo. – Entendo porque é uma de suas favoritas, Atena. – acrescentou, virando-se depois para a Deusa da Lua, e sua escolhida. – Girou para descobrir uma expressão de assombro na normalmente cara fechada de Xena. – Ah, sim, guerreira, sua pequena barda conta com o favor de mais deuses do que vê aqui. Está abençoada por muitos. Faria bem lembrar o quanto ela é especial na verdade.

-Tudo bem. Chega de conversa inútil. – a interrompeu Atena. Esta não estava gostando muito daquela conversa por parte de Afrodita. A deusa havia tentado em muitas ocasiões fazer de Gabrielle uma de suas virgens. A única coisa que a havia feito desistir era a consciência que sem ela Xena não sobreviveria a sua luta pela redenção. Agora que Gabrielle havia se entregado a guerreira, lhe invadia uma derrota que não sentia a eras.

-Precisam de você na aldeia amazona. – disse Artemisa olhando para Gabrielle. – E o quanto antes, Xena. – suas feições se endureceram diante da alta guerreira. – Admita que irá onde ela for.

-Sempre! – respondeu Xena com veemência.

-Bem. – Artemisa sorriu satisfeita. – Estou certa que suas habilidades serão de muita utilidade.

-Desculpem-me. – interrompeu Gabrielle timidamente. – Estou mais que disposta a voltar à aldeia amazona e ajudar no que puder, mas ainda não entendo por que vieram as três para me dizer isso. – disse retomando a anterior pergunta de Xena.

-Eu vim, por certo, porque você é uma rainha amazona e tinha que lhe dar o presente da cura. – respondeu Artemisa.

-Obrigada. – disse Gabrielle.

-De fato, eu vim por você, Xena. – disse Atena se aproximando da confusa guerreira. – Não será de muita utilidade a Gabrielle, se ainda estiver se curando de suas feridas. Mostrou uma grande persistência e progresso na sua busca de redenção. Esta batalha requererá toda sua força e poderia escurecer sua razão. Seja forte, Xena. Esta poderá ser sua batalha mais difícil. – Apoiou suas mãos nos ombros de Xena e repetiu o processo de cura que Artemisa havia dado a Gabrielle. Xena elevou uma sombracelha e olhou para Afrodite, esperando que a Deusa do Amor respondesse a seguir.

-Eu vim porque a força do amor que há entre vocês é algo especial e deve ser salvaguardado. Simplesmente queria ver por mim mesma. Abençôo o amor de vocês. Que ele seja a força que guia suas vidas. – Ambas mortais sorriram e mostraram que aceitavam a benção da poderosa deidade. Já não havia mais maneira de negar seu amor, posto que havia sido reconhecido pela Deusa do Amor em pessoa.

-Haverá um degelo prematuro dentro de quatro dias. Devem então, irem e se dirigirem para a aldeia. – disse Atena.

-Como saberemos qual é o problema? – perguntou Gabrielle.

-Saberemos. – disse Xena com segurança.

-Lembrem, quatro dias. – disse Artemisa desmaterializando e recuperando a forma animal. Xena e Gabrielle viram a coruja subir pela lareira. Ao se virarem, descobriram que as outras duas deusas também já haviam ido.

-Xena, você sabe a que se referia Afrodite? – perguntou sentando-se de frente a mesa.

-Sobre o que? – Xena odiava a mania dos deuses de fazer rodeios para tudo. Sempre provocavam dor de cabeça. Como que se antecipando a uma, começou a massagear as têmporas.

-Sobre que gozo dos favores de mais deuses.

-Que isso não lhe suba a cabeça, Gabrielle. – suspirou Xena. – Aprendi que muitos dos favores que os deuses concedem não são em absoluto, senão mais maldição do que bem. – Xena se estremeceu involuntariamente ao se lembrar de sua relação com o Deus da Guerra. Somente a fé de Gabrielle nela a havia feito se desligar da intoxicante presença de Ares. Gabrielle pôde adivinhar o que Xena estava pensando. Colocou sua mão firmemente sobre o ombro da guerreira devolvendo-a a realidade.

-Não tema isso. Ainda assim, acho que é um bom sinal que Afrodite nos tenha abençoado. – Percorreu com um dedo a mandíbula de Xena, parando em seu queixo. – Ainda não ouvi nada de mal sobre ela. Vou tomar isso como algo positivo. – sorriu, triunfante com sua decisão.

-Acho que o fato de terem vindo às três é um sinal de que seja o que for que nos espera, vai ser difícil. – Suas bocas emudeceram enquanto se olhavam nos olhos. Desde a primeira noite em que haviam feito amor, um silencioso medo à perda havia aberto caminho em seus corações e a certeza de que uma batalha estava próxima puxou esse medo para a superfície. Incapaz de manter suas emoções controladas por mais tempo, Gabrielle deixou que as lágrimas riscassem seu rosto. Sem uma palavra, Xena a prendeu em um forte abraço e a consolou. Logo a levou até a cama e a sustentou junto a ela, deixando que a barda deixasse sair todos os soluços e as lágrimas que expressavam seus temores. A guerreira perdeu seu olhar na lareira vazia, acariciando distraidamente o cabelo de Gabrielle. A barda não podia ver as lágrimas que encheram os olhos azuis da guerreira. Ficaram deitadas ali, em silencio envolvidas por seus próprios pensamentos, até cair em um sono profundo e inquieto.



Como esperavam, a temperatura se elevou junto ao sol há quatro dias. Desceram a montanha apressadamente, com cuidado nas zonas ainda geladas do caminho. Ambas iam a pé, utilizando a força de Argo para transportar mais comida e provisões costumeiras. Gastariam boa parte da semana para chegar à aldeia amazona e não queriam perder tempo nas pousadas. Paravam somente para almoçar, viajavam depressa e descansavam somente quando escurecia e se fazia impossível seguir adiante. Xena odiava viajar a noite. Era muito difícil evitar emboscadas e outros contra-tempos. Depois de levantar e recolher suas coisas se colocavam novamente a caminho, tomavam café enquanto caminhavam. Gabrielle ocupou seu tempo recitando seu interminável repertório de histórias e prosas. Xena tentava escutar cada palavra, mas sua mente evadia uma e outra vez, lembrando as advertências de Atena. Gabrielle sentia que esta não a escutava, mas em lugar de se aborrecer, compreendeu que Xena tinha algo importante na cabeça. Seguiam avançando em silêncio um bom tempo antes que Xena percebesse que a barda havia deixado de falar. Consciente de que lhe havia surpreendido, a guerreira olhou sua amante com um sorriso envergonhado. – Perdoe-me, Gabrielle. Acho que estou com a cabeça em outro lugar. – Levantou uma mão e acariciou o rosto da barda. – Sabe que te amo. – Foi mais uma pergunta que uma afirmação. Gabrielle respondeu puxando a guerreira para perto de si e a beijando.

-Eu sei. Fica tranqüila eu lhe entendo. – Os olhos verde-azulados de Gabrielle brilhavam com força. Caminharam fazendo-se companhia com seu silêncio mútuo o resto do dia.




Chegaram aos limites da aldeia amazona antes do anoitecer do quarto dia. Xena pensou em acampar essa noite e entrar quando já tivesse amanhecido, mas a idéia de ter carne em abundância e uma cama quente lhes deu a força necessária para continuar. Foram recebidas na entrada por Ephiny e a guarda real. Enquanto entravam no palácio, Xena explicou brevemente o ataque que haviam sofrido de Drax e que haviam estado se recuperando na cabana de Hércules quando apareceram as três deusas e lhes disseram para partirem para a aldeia amazona. Ephiny escutou a história com atenção, visivelmente agitada ao ouvir a parte do chicote contra as costas de Gabrielle.

-Farei com que preparem comida e um banho quente. – disse Ephiny. – Rainha Gabrielle, seu aposento esta tal e como o deixou. Direi a uma das serventes que prepare um quarto para você, Xena.

-Isso não será necessário. – disse rapidamente Gabrielle. As três trocaram olhares até que Ephiny compreendeu o motivo.

-Está bem, como desejar, minha rainha. – O tom de Ephiny foi correto, educado. A amazona escondeu perfeitamente seus próprios sentimentos. Embora Gabrielle não tenha percebido a ligeira mudança de atitude da amazona, esta não passou desapercebida a guerreira, e tampouco o olhar que lhe dirigiu um segundo antes de ir-se.

-Xena, por que Ephiny disse que não houve nenhum problema desde a última vez que estivemos aqui. Por que acha que Artemisa quis que voltássemos? – Se dirigiram até a cabana de provisões, na qual haviam organizado um banquete em honra da rainha e seu retorno. As amazonas eram conscientes do feroz apetite de sua rainha e haviam se empenhado ao máximo para preparar uma grande quantidade e variedade de comida. Xena não pôde evitar rir quando viu os olhos de Gabrielle se arregalarem diante do que via a sua frente.

-Tente deixar algo para as outras. – brincou Xena. A resposta que recebeu foi um afetuoso cutucão nas costelas. – Os olhos de Xena estavam fixos em Ephiny, que se mantinha de pé do outro lado do aposento. – Gabrielle, você fica bem por um tempo? Tenho que ir falar com alguém.

-Claro. Acha que poderia me meter em algum problema aqui? – perguntou Gabrielle inocentemente antes de começar a rir. Xena riu também e colocou uma de suas mãos no ombro da barda.

-Procure não se meter em nenhum. Voltarei em alguns minutos. – Dito isso, se virou e saiu dali, sabendo que Ephiny a seguiria.

Xena caminhou até a fonte e esperou. Segundos depois ouviu os passos de Ephiny. Virou-se para se encarar com a impressionante amazona.

-Entregou-lhe seu coração. – A dor e a pena estavam mais que claros na voz de Ephiny. Xena simplesmente concordou. Incapaz de controlar seus sentimentos de raiva e frustração, a amazona se aproximou mais dela e sussurrou em seu ouvido. – Ela merece algo melhor do que você. Merece um lar, um lugar em que as pessoas a amem e a respeitem. Merece que a protejam da dor, não ser atirada ao chão pelo seu desejo de redimir-se. Quanto tempo acha que passará até que alguém decida fazer com ela o mesmo que você fez tantas vezes com as pessoas inocentes? Até que alguém decida fazer ela pagar por seus crimes? Até que perda sua inocência de sangue? Ela pertence a esse lugar, Xena. Deve estar com as amazonas.

-E com você? – interrompeu Xena.

-Sim, com... – A amazona calou-se de repente. – Com as amazonas. Ela tomou a decisão errada.

-Ela escolheu. – contra-atacou a guerreira quase com um grito. Ephiny suspirou e olhou para o céu noturno. Ambas permaneceram em silêncio uns segundos.

-Ela é tão linda. – disse a amazona com ar sonhador. – Não tem nem idéia de quantos corações é capaz de tocar.

-Tenho sim. – afirmou Xena com voz baixa. Ephiny deu meia volta e olhou a guerreira.

-Isso é somente uma conquista a mais para... – as palavras ficaram afogadas em sua garganta quando as mãos de Xena agarraram seu pescoço e sua perna esquerda derrubou o apoio da amazona levando seu corpo contra o chão.

-Não... Volte... A dizer... Isso! – sussurrou Xena através de seus dentes, olhando a furiosa amazona. Com um grunhido saiu de cima desta e retrocedeu uns passos. Logo passou os dedos pelos cabelos com frustração. Ephiny se levantou devagar, tentando manter uma posição defensiva diante da irada guerreira. Xena se manteve de costas para a amazona. – Sabe que é mais que isso. – disse em um dado momento.

-Sei. – admitiu Ephiny. – Compreende que daria qualquer coisa para tê-la em minha vida? – E suspirou. – Xena, sinto muito. Quando descobri... Bem... É duro ver morrer um sonho. – Aquelas palavras comoveram Xena. Então se virou para olhar a amazona.

-Eu sei. – Foi até ela e colocou sua mão sobre seu ombro. – Juro que farei tudo o que esteja em minhas mãos para protegê-la. Mas é sua vida. Foi sua decisão. – Ephiny começou a andar, mas parou mais uma vez e encarou Xena.

-Se algum dia lhe fizer mal, juro que lhe perseguirei e a matarei. – Não era uma ameaça, era uma promessa. Ephiny se colocou tensa, esperando outra reação física por parte da guerreira.

-Ephiny, se alguma vez fizer algum mal a ela de propósito, espero que faça isso. – Xena deu meia volta e dirigiu-se aos estábulos. Ephiny a viu ir embora e logo se dirigiu a seu quarto no palácio, invadida pela dor da perda.

De volta ao palácio, Gabrielle se encontrou com um grupo de mulheres jovens reunidas ao redor do fogo. Riam e brincavam passando um odre de vinho. – Posso me unir a vocês? – perguntou se aproximando delas. Várias a reconheceram imediatamente e se levantaram com a intenção de ir embora. – Não, por favor, fiquem. Só quero me sentar um pouco com vocês.

-Certo, seja bem-vinda. – Uma jovem não muito mais jovem que Gabrielle se colocou de pé e lhe indicou que se sentasse junto a ela, em um tronco que ocupava.

-Minha rainha... – protestou a escolta.

-Oh, podem voltar ao palácio se quiserem. Aqui estarei bem. – disse Gabrielle agarrando rapidamente o odre que estava em pleno vôo. Estava bastante cheio, assim tomou vários goles antes de passá-lo. Franziu o cenho ao ver que a mulher que a acompanhava não havia se movido um centímetro. – Voltem ao palácio. – Incapaz de desobedecer a uma ordem direta da rainha, a escolta concordou mansamente e foi embora, esperando não serem castigada com seis luas de serviço no muro sul por terem deixado a rainha sozinha.

Gabrielle se acomodou de novo e entrou na conversa, assim como na bebida. Várias amazonas passaram junto ao grupo, sorrindo diante do esforço das seis jovens tentando falar todas de uma só vez.

-Então cavalga com Xena?

-Como é?

-Sendo a rainha, pode escolher que tarefas fazer?

-Sabe dar aquele grito que ela dá? Já sabe qual, o de yi, yi, yi, yi...

-Oooooh! – Gabrielle levantou as mãos para deter ao alvoroço de perguntas. O odre de vinho foi colocado em sua frente novamente. Tomou um gole e ouviu duas das jovens cochichar perto da costureira e da ferreira. – O que ouviram falar? – perguntou Gabrielle de forma conspiradora.

-Bem... – disse Dyna se aproximando do fogo. As outras a imitaram, desejando saber sobre aquele último cochicho.



Xena cruzou a aldeia de novo e se encontrou com um grupo de risonhas jovens ao redor de uma fogueira praticamente acabada. A julgar pelo odre de vinho que passava de mão em mão, deduziu rápido o motivo de tanta alegria.

-Não! Em uma sela de montar? Não seria isso um pouco... Bem... Incômodo? – Xena grunhiu diante da familiaridade daquela voz enquanto o grupo caia de novo em gargalhadas.

-Gabrielle. – retumbo a voz de Xena enquanto se aproximava com longas passadas. Escutou várias risadas afogadas e um "Shiiii" que seu ouvido identificou como sendo da barda. – Gabrielle, sei que está ai. Faça o favor de sair. – Aquilo causou outra onda de risos.

-Um.. Gabrielle não está aqui. – disse a barda, contagiando com seu riso a todas. No entanto, esta se deteve ao sentir os seis pés de altura da guerreira sobre ela. – Uh oh. – As outras jovens se calaram no mesmo instante, admirando e temendo Xena ao mesmo tempo. Gabrielle girou a cabeça e olhou para cima. – uh... Oi Xena.

-Oi. – disse Xena brevemente contendo um sorriso. Além de bêbeda, Gabrielle estava encantadora.

-Emmmm... Só estávamos conversando.

-Sim, conversando. – disse Dyna, olhando depois o odre que tinha na mão e levantando-o orgulhosamente. – E bebendo. – O grupo riu incontrolavelmente. Gabrielle se recostou contra as pernas de Xena sacudida pelo riso. A guerreira a olhou com desespero.

-Sim, e bebendo. – repetiu Gabrielle. – Mas só um pouquinho. – Indicou a quantidade medindo com seus dedos indicador e polegar.

-Sim, claro! – brincou Dyna dando uma cotovelada na rainha. Nesse momento, várias amazonas de aspecto irritado entraram em cena.

-Dyna! Aris! O que estão fazendo aqui fora tão tarde? – Dyna passou rapidamente o odre a Gabrielle. A barda tentou tomar um trago, mas as rápidas mãos da guerreira a impediram.

-Mãe! – Dyna se levantou, balançando ligeiramente antes de recuperar o equilíbrio. Aris e as outras duas jovens a imitaram ao ver suas mães dirigirem-se até ali. – Só estávamos nos divertindo um pouco.

-Espero que não tenham entrando escondido no armazém particular de sua tia. – disse a mãe de Dyna apontando com o dedo sua encolhida filha.

-Bom, Gabrielle. Acho que é hora de você também ir dormir. – disse Xena inclinando-se e tomando a barda em seus braços. A barda levantou o olhar ao ouvir a expressão de assombro de uma das mães.

-Oh, pelos deuses. É a rainha em pessoa. – disse a mãe de Dyna, atônita. – Sinto que minha filha tenha lhe deixado nesse estado. – Acertou um ligeiro golpe na jovem na parte detrás da cabeça

-Não se preocupe. – disse Xena sorrindo. – Gabrielle não precisa de ajuda de ninguém para se meter em problemas. – A mãe concordou com a cabeça e foi embora, escoltando sua filha durante todo o caminho. Xena olhou para baixo rapidamente ao sentir a mão de Gabrielle sobre seu peito.

-Oi Xena. – repetiu a rainha sedutoramente, arrastando as palavras.

-Oi.

-Estou bêbeda. – acrescentou em tom informativo.

-Sim, parece. – corroborou Xena beijando-a na testa. Apesar da paquera e da brincadeira, Xena sabia que Gabrielle fecharia os olhos logo que caísse sobre a cama. E assim aconteceu.




A manhã encontrou Gabrielle tentando desesperadamente deter as palpitações de sua cabeça. – Nunca mais voltarei a beber tanto. – grunhiu enquanto entrava no refeitório. Xena olhou a seu redor e descobriu uma tresnoitedora Dyna sentada frente a uma longa mesa e sustentando a cabeça entre as mãos.

-Acho que sua nova amiga deve estar pensando o mesmo. – brincou a guerreira. – Gabrielle viu Dyna e a cumprimentou com a cabeça. Dyna lhe devolveu o gesto, feliz de que a rainha não estivesse aborrecida com ela por embebedá-la na noite anterior. – O que quer comer?

-Algo que não me faça vomitar. – respondeu Gabrielle passando longe de uma bandeja de carne com creme de algo. O fraco som de um chifre de alarme capturou sua atenção junto com a do resto do lugar. Sem uma palavra, Xena e Gabrielle saíram correndo até a entrada da aldeia.

Chegaram a tempo de ver uma jovem guerreira amazona pendurada no pescoço de seu cavalo, com o braço esquerdo ensangüentado. Duas mulheres foram até ela e a ajudaram a desmontar. Graças as suas longas pernas, Xena alcançou a mulher antes da rainha. – O que houve? – perguntou ao mesmo tempo que começava a verificar se tinha mais ferimentos.

-Invasores. Vieram até aqui. São pelo menos cem homens. – O alarme soou com mais rapidez por toda a aldeia. Xena se virou até sua amante.

-Gabrielle, tem que voltar ao palácio. Ephiny ficará com você.

-Xena, está tentando me deixar à margem outra vez? Porque se for assim, acho que já falamos sobre isso. – Gabrielle tentou esconder a frustração em sua voz, mas falhou. Xena suspirou. Só por uma vez desejaria que a barda a escutasse sem discutir.

-Não é outro de meus intentos de protegê-la. Você é a rainha das amazonas. Precisam de você aqui, na aldeia. Deixe que suas guerreiras e arqueiras se ocupem disto, estão treinadas para isso. – Fez uma pausa. – Gabrielle, por favor.

-Não gosto. – disso Gabrielle visivelmente aborrecida. Odiava quando Xena tinha razão.

-Não há tempo para discutir. – disse Xena rapidamente ao ver formado os grupos de guerreiras encaminhando-se para o portão do norte. – Irei ajudá-las em tudo o que puder. – Começou a andar, mas Gabrielle a deteve agarrando-a pelo braço.

-Creio que é esta a batalha sobre a qual nos advertiu Atena. – Olhou nos olhos azuis que tanto amava. – Xena, tenha cuidado. Não quero converter-me em uma viúva pela segunda vez. – Apoiou sua cabeça contra o peito da guerreira, escutando o forte batimento do coração de sua alma gêmea. Xena colocou sua mão no queixo de Gabrielle, obrigando-a a olhá-la de novo.

-Juro-lhe que terei cuidado. – disse antes de depositar um último beijo em seus lábios e seguir com as guerreiras amazonas. Gabrielle secou os olhos e logo voltou abnegadamente ao palácio.



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