1. Spirit Fanfics >
  2. A Caixa >
  3. [Originais]A Caixa

História A Caixa - [Originais]A Caixa


Escrita por: GuardiaoR

Capítulo 1 - [Originais]A Caixa


Fanfic / Fanfiction A Caixa - [Originais]A Caixa

Songfic
Hello - Evanescence


Ele ainda segurava, atônito, a caixinha preta em suas mãos enquanto a fitava se distanciando. Ela chegou sem dizer nada, o rosto oculto. Dera-lhe a caixa e virou as costas em seu vestido branco, vagando para longe sem explicações.

Sem mover um músculo, ele a observava se afastar. Num estado de profundo torpor e incompreensão, ele ainda estava parado quando ela se virou e olhou para trás.

Ele não pôde ver seus olhos.


Playground school bell rings... again...
(O sinal do recreio da escola toca... De novo...)

Assustado, fitou-a no rosto, buscando os olhos da moça. Não podia vê-los. Porque não podia vê-los?!

Antes que pudesse absorver por completo os fatos, ela se virou determinada e recomeçou a andar, deixando atrás de si uma trilha de água.

Ele seguia a trilha de líquido com a inocência de uma criança, a caixinha firmemente apertada nos dedos.

Em meio a sua pressa, esqueceu-se de abrir a caixa.

A moça virava ruas e mais ruas, sem nunca olhar novamente para trás. Sem nunca lhe dar a oportunidade de avaliar novamente o rosto, em busca de seus olhos. Ao tentar chamar-lhe a atenção, ele gritou o nome da dama.

Curiosamente, ele sabia seu nome. Ouviu a própria voz infantil ecoar pelas ruas.

Ela pára.


Rain clouds come to play... again.
(Nuvens chuvosas vêm para brincar... De novo)


Aliviado e contente, ele se aproxima da moça. Toca-lhe o rosto, oferecendo-lhe a caixa.

De repente, uma mão fria toca seu pulso. O pequeno escuta uma voz merencória em seus ouvidos.


Has no one told you she's not breathing?
(Ninguem te contou que ela não está respirando?)


Com um impacto assombroso, ele pisca. Vendo pela primeira vez a realidade.

A dama tinha o vestido tingido de vermelho pelo corte profundo em seu peito. Uma gota de sangue deslizava pelo canto dos seus lábios, contrastando com a palidez cadavérica de sua pele. A água no chão, era sangue.

Ao sentir algo molhar sua mão, ele abaixa os olhos trêmulos e lacrimosos.

Fiapos de sangue escapavam pelas bordas da caixinha preta.

Ela recomeçou a correr, enquanto o garoto a fitava assustado. A voz ainda sussurrando em seus ouvidos.



Hello, I'm your mind... giving you someone to talk to... Hello
(Olá, eu sou a sua mente... Dando a você alguem para conversar... olá.)


Libertou-se da mão que o prendia e recomeçou sua perseguição. Comprimiu a caixinha contra o peito, abraçando-a apertado, sentindo o calor que trocavam.

Gritou novamente, chamou por ela. Ela não ouvia.

If I smile and don't believe
(Se eu sorrir e não acreditar)
Soon, I know, I'll wake from this dream
(Logo, eu sei, acordarei deste sonho)

Cada novo passo da dama é mais lento que o anterior. Ao notar isso, o garoto correu mais rápido, na esperança de alcançá-la dessa forma.

Suas pernas curtas faziam o máximo que podiam, mas seus pés encontraram um obstáculo.

Don't try to fix me, I'm not broken...
(Não tente me consertar, eu não estou quebrado...)

Ele tombou, sentindo o ferro inundar sua boca ao bater contra o chão. Sua mãozinha trêmula estendida tentava alcançar a caixinha que tombara de seus braços.

A mão agarrou seu pulso novamente.


Hello. I'm the lie. Living for you so you can hide... Don't cry...
(Olá. Eu sou a mentira. Vivendo por você, para que você possa se esconder... Não chore...)


As lágrimas desciam-lhe pelo rosto. Não por ter arrebentado a boca numa queda violenta, e sim por sentir a caixinha quente se resfriando em contato com o chão e o vento frio.

Desvencilhou-se da mão e agarrou a caixinha. Levantou-se de um salto e recomeçou sua corrida, desesperado ao ver que a dama quase desaparecia no horizonte.

Para sua surpresa, a dama parou de correr. Muito suavemente, como cai uma folha, caiu seu corpo. O vestido branco sofrendo os maus tratos da poça de sangue.

Ele a alcança, seus olhos largos de terror. Desvia seu olhar do rosto sem olhos da moça para a caixinha em suas mãos.

Os dedos tremem numa convulsão nervosa, puxando a tampinha negra da caixa.

Ele olha.

Um coração.


Suddenly, I know I'm not sleeping.
(De repente, eu sei que não estou dormindo.)


Ao ver o órgão ensangüentado, ele se torna estranhamente ciente do próprio, pulsando em seu peito quente.

A mão o toca novamente. O garoto percorre a extensão do braço com o olhar, chegando ao rosto, dono da misteriosa mão.

Viu uma versão distorcida e torturada de si mesmo, gritando suas palavras.


Hello... I'm still here...
(Olá... Eu ainda estou aqui...)
All that's left of yesterday...
(Tudo que sobrou de ontem...)


O garoto de repente já tem algo quente na mão. Duas caixas. Ele se aproxima da moça, colocando sua própria caixinha nas mãos dela, alheio ao vento que não conseguia esfriar-lhe o buraco ensangüentado no peito.

Os olhos da moça surgiram em seu rosto, tranqüilos e gratos.
Satisfeito, ele se embrenhou nos braços dela, mergulhando no mais profundo sono de sua vida.

Nas mãos, ele segurava ternamente a caixinha que lhe fora dada pela moça.



Você tem a minha caixinha, Sakura-chan
Você não está sozinha.
Estou com você.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...