História A casa dos lobos - Capítulo dois:

Chanyeol permanecia com a mão na cintura, apenas observando o lobo que lhe encarava receoso. Estava acordado desde o momento que Baekhyun se levantou para ir falar com seus pais, fez um esforço tremendo para não abrir os olhos e ir acabar com o teatro do garoto. Mas no mesmo instante que desejava levantar, queria saber até onde ele poderia ir e no momento que sua mãe lhe convidou para morar consigo quase caiu para trás – teria acontecido de fato, caso não tivesse fingindo dormir.

— Não tem como você morar em casa! — Chanyeol disse, vendo Baekhyun se afastar o suficiente para se aproximar do sofá, o garoto andou até o mesmo e lhe encarou nos olhos — Será impossível, como posso confiar em você? É um mero desconhecido, não posso colocar minha família em risco por você.

— Sua mãe me convidou, eu não tenho para onde ir... Não se preocupe, não irei te perturbar! — Deu sua palavra, mas no mesmo instante sentia seu interior se remoer com medo — Nunca que sua família ficaria em perigo, eu sou inofensivo. — Assentiu com a cabeça diversas vezes, deixando um sorriso leve escapar.

— Me desculpe, mas eu não posso. Pelo pouco tempo que passei com você, já sei o seu tipo. Se faz de bonzinho para conseguir conquistar as pessoas, igual fez com meus pais. — Jogou na cara de Baekhyun, fazendo o garoto abaixar a cabeça pelo modo que Chanyeol falava de si.

— Eu faço isso para sobreviver. Eu gostei dos seus pais, eles são boas pessoas e eu irei ficar com eles sim, caso contrário vá reclamar com eles. — Cruzou os braços, ouvindo uma risada alta de Chanyeol.

— Você é uma figura — Murmurou. — Se quer ficar, vamos ver quanto tempo irá aguentar. — Ao terminar de falar, caminhou em direção ao banheiro e bateu a porta com força fazendo Baekhyun se encolher no sofá.

— Eu irei aguentar bastante, mas não se preocupe ouviu? — Baekhyun gritou para Chanyeol poder ouvir do outro lado da porta.

Chanyeol se escorou na madeira da porta e se deixou deslizar pela mesma, soltando o ar que havia prendido. Não conseguia acreditar que sua mãe realmente havia acreditado na conversa do lobo sobre eles serem amigo, Baekhyun era bonito e inteligente pelo que pudera notar, mas ainda... ainda tinha algo que não se encaixava.

Mas não conseguia dizer exatamente o que era e talvez não conseguisse aceitar aquilo por ele ser um ser sobrenatural e, não saber nada além de seu nome e o por quê ele estava na floresta na noite anterior.

Andou até a pia do banheiro, lavando o rosto diversas vezes na tentativa de tirar o fato de seus pais acharem que Baekhyun poderia ser algo além de amigo, já que havia escutado algo sobre “eles estão nesse tipo de relacionamento.”

[...]

— Não dá para nós ficarmos nesse clima. — Baekhyun cansou de ficar encarando a parede e ouvindo a respiração pesada de Chanyeol na cama, sabia que não era tão “de casa”, mas queria ao menos tentar se tornar amigo do garoto — Podemos tentar conversar por um tempo? Já que eu irei ficar aqui, é bom se conhecermos mais.

Chanyeol encarou Baekhyun por um momento e voltou a olhar para o celular, porém em pouco tempo se levantou e andou até a poltrona ao lado do sofá, soltando todo o ar do pulmão e o sugando novamente.

— Então, comece você. — Franziu o cenho, vendo o lobo afirmar com a cabeça.

— Byun Baekhyun, vinte e dois anos. Tenho dois melhores amigos, Jongin e Lu Han e eu vivia numa aldeia um pouco afastada da cidade, não sou acostumado viver no caos da cidade grande... Porém eu irei me acostumar. — Comentou com um sorriso no rosto — E você?

— Park Chanyeol, vinte e um... Também tenho dois amigos, Kyungsoo e Jongdae. Ah! Baekhyun, eu realmente não consigo falar diretamente com você. — Se levantou da poltrona, indo em direção a porta, mas Baekhyun foi mais rápido ao segurar o maior pelo pulso o virando de frente para si.

— O que aconteceu?

— Eu não consigo aceitar isso, você nem ao menos conhece a minha família, mas ainda sim quer se juntar a ela. — Disse rapidamente — Você seria igual a um intruso, não conseguiria nem ao menos dormir direito sabendo que coloquei um estranho dentro de casa.

— Entendo... Mas sabe, quando estamos em uma situação crítica, não vemos alternativa a não ser procurar a opção que irá nos tirar do fundo do poço. Me entende? — Baekhyun disse num tom choroso, era difícil também. Não é como se estivesse adorando estar praticamente se humilhando para ter um teto, mas não dava para morar na rua... Estava fora de cogitação, então preferia perder um pouco do seu orgulho para conseguir um lar.

— Entendo Baekhyun... Mas ainda é difícil, você não tem nenhum outro parente? — Indagou.

— Não, se eu tivesse nem ao menos estaria aqui. Eu quero ser seu amigo, você aceita? Podemos nos conhecer com calma, não irei invadir seu espaço pessoal... Tudo no seu tempo, certo? — Indagou rapidamente, vendo Chanyeol afirmar com a cabeça ressentido.

E com esse pedido, Baekhyun havia conseguido ao menos se aproximar um pouco mais de Chanyeol, que até mesmo lhe apresentou pelo celular para os amigos do garoto, tinha conhecido Jongdae e Kyungsoo eram boas pessoas por mais que fossem extrovertidos demais.

[...]

Não queria ser um invasor, então saberia os momentos de se portar por mais que a família Park fizesse de tudo para lhe deixar entrosado com tudo.

Igual quando foi tomar café da manhã com Minsu, ela apresentou-o como um terceiro filho para uma das senhoras que estavam servindo e isso lhe deixou bem feliz, porque não tinha ninguém além dos tios. Talvez ter se tornado um “fugitivo” da sua alcatéia não tenha sido tão ruim assim.

[...]

— Chanyeol, tem como você ir buscar um pouco de comida para nós? — Sehun pediu para o irmão, que revirou os olhos pela folga do outro.

— Sou seu empregado, por acaso? — Indagou curioso, recebendo uma almofada em sua direção.

— Eu posso ir. — Baekhyun levantou-se rapidamente do sofá, sentindo os olhares sobre si.

— Vá com ele, Chanyeol. — Sehun praticamente o obrigou, e isso porque era o mais novo, seus pais haviam ido ter um momento a sós e o sol estava prestes a se pôr para poder ir andar pela mata.

Baekhyun saiu do quarto e passou a andar calmamente, ouvindo os batimento cardíaco de Chanyeol que andava chutando pedrinhas, tantas que quase foi de bunda no chão se não fosse pelo impulso do Byun lhe segurar pela cintura, impedindo-o de um futuro machucado.

— O-obrigado. — Chanyeol murmurou envergonhado, olhando para os lados e vendo duas garotas os encarando.

Baekhyun permaneceu segurando Chanyeol por um tempo, o suficiente para conseguir observar toda fisionomia do seu rosto um tanto assustado e lhe vendo daquela forma até parecia que não era um garoto um tanto confuso.

Chanyeol era de lua, tinha seus momentos bons e ruins. Claro que Baekhyun preferia quando o maior era gentil consigo, por mais que ele lhe tratasse com grosseira em algumas situações, como quando pegou uma camisa emprestada sem ao menos pedir permissão.

Não tinha roupas, então a única solução era pegar emprestada.

— Baekhyun, tem garotas nos olhando. — Chanyeol tentou se soltar.

— Me chame de hyung. — Pediu, encarando rapidamente o garoto que riu com aquele pedido.

— Nunca.

— Eu sou o mais velho, tem que me respeitar e me chamar de hyung. — Baekhyun insistiu novamente, vendo o outro revirar os olhos.

— Desculpa ai, senhor de meia idade — riu ao falar. — Eu irei começar te chamar de ahjushi se não me soltar agora.

— Você venceu. — Revirou os olhos, soltando Chanyeol pouco a pouco. Tentando ignorar o quão alto estavam os batimentos cardíacos do maior.

Aproveitaram que as duas garotas estavam prestes a sair sorrateiramente pelos chalés, andaram até elas e perguntaram aonde podiam conseguir comida já que quando os pais de Chanyeol fizeram o pacote de férias, tudo vinha incluso, o que facilitava as coisas.

[...]

Chanyeol observava Baekhyun conversando animadamente com seu irmão, eles falavam coisas desconexas para si, mas ficou com uma sensação estranha por estar encarando o lobo. Ainda tinha medo de ele se transformar diante a sua família e até mesmo sua alcatéia lhe encontrar e depois lhe matar o dilacerando por completo.

Chegava a se arrepiar por ter umas idéias dessas.

— Baekhyun, eu marquei de me encontrar com uma garota do chalé ao lado. Depois a gente conversa mais, tudo bem? — Sehun falava se levantando, Chanyeol desviou o olhar e fingiu estar vendo algo bem importante no celular.

— Sim, se divirta. — Baekhyun foi gentil ao falar, se levantando rapidamente. Indo em direção a janela do chalé e a abrindo por um momento, fechou os olhos apenas sentindo o vento bater em seu rosto.

Sentiu uma presença atrás de si, o fazendo abrir os olhos com tudo e se virar sem ao menos pensar duas vezes – se desequilibrando o suficiente para quase cair para fora da janela, se Chanyeol não tivesse lhe segurado.

— Isso está acontecendo frequentemente. — Chanyeol murmurou próximo ao rosto de Baekhyun, este que ficou sem qualquer reação. Sua respiração havia ficado ofegante e ao mesmo tempo seu rosto esquentou de vergonha.

— A-ah, sim... — Respondeu nervoso, engoliu o seco e tentou desviar o olhar por ainda estar nos braços de Chanyeol.

“Ele é bonito.”

Foi a única coisa que Baekhyun conseguiu pensar no momento que olhou diretamente para o maior, relaxando seu corpo o suficiente para segurá-lo pelo braço e abrir um sorriso radiante, fazendo até mesmo Chanyeol se desconcertar com tal atitude.

— Chan... — Baekhyun murmurou baixinho, aquele contato todo estava sendo perigoso demais, principalmente por estar tão próximo do garoto que lhe encarava como se tivesse em outra realidade.

Não muito diferente da sua, pois se a mãe de Chanyeol não tivesse chegado naquele momento algo realmente poderia ter acontecido. Baekhyun estava com o rosto corado por ter agido daquela forma, nunca havia tido tanto contato físico com uma pessoa então para si aquela sensação era gostosa.

Por mais que não devesse.

— Não é nada disso que a senhora está pensando. — Baekhyun falou rapidamente, ouvindo um riso baixo da mulher que encarava os dois que estavam realmente nervosos diante de si.

— Me pergunto se eu tivesse demorado aparecer, estariam fazendo o que? — Indagou com a mão na cintura.

— Nada! E não irá se repetir. Desculpe!!! — Se curvou rapidamente, apenas ouvindo um murmúrio da mulher.

— Chanyeol, vamos conversar por um momento? — Ela falou, vendo o filho afirmar receoso com a cabeça.

No momento que os dois se retiraram do quarto, foi até a cama de Chanyeol onde se deixou cair cansado e com medo. No mesmo tempo em que queria ouvir a conversa dos dois, sabia que não podia usar seus dons para fazer algo do tipo, se ela lhe chamou para conversar a sós, não tinha o porquê de ser enxerido.

Sua confusão interna acabou rapidamente, principalmente quando Sehun saiu do banheiro apenas com a toalha enrolada na cintura.

[...]

— Sente-se — a mulher falou Chanyeol a fitou por um momento e suspirou cansado — Seja sincero comigo, qual sua relação com o Baek? — Ela perguntou curiosa.

— Somos apenas... — mordeu os lábios quando estava prestes a falar ‘desconhecidos’ mas o que Baekhyun tinha dito para si sobre sobrevivência havia tocado em seu coração — amigos.

— Não parece, principalmente pela cena que eu presenciei... — Foi sincera ao falar — Chanyeol, eu sou sua mãe e te apoiarei em tudo. Não precisa ter vergonha de assumir que está namorando com o Baekhyun, ele é um garoto bom. Eu e seu pai aprovamos! — Segurou a mão do filho que respirou fundo, estava se cansando daquilo.

— Mãe, eu e ele não temos nada. — Disse, recebendo um olhar de reprovação — É sério, não tem o porquê de eu mentir.

— Vou fingir que acredito, quando sentir-se seguro para me falar, apenas diga tudo de uma vez ok?

— Certo. — Abaixou a cabeça cansado, não sabia por que sua mãe insistia em pensar que Baekhyun tinha algo consigo...

[...]

Passaram mais dois dias no chalé, antes de voltarem para a cidade onde viviam, e Baekhyun ainda estava com medo de como seria recebido na casa dos Park’s, por mais que na semana que havia passado junto a eles no chalé já tivesse sido coisa de outro mundo. Eram receptivos e em nenhum momento lhe excluíam das brincadeiras e dos carinhos que eles davam para os filhos, realmente era como um terceiro filho e agradecia incansavelmente pela atitude gentil deles.

A viagem de volta estava sendo animada, os Park cantavam loucamente e até mesmo pararam para fazer uma boquinha no posto da estrada.

Baekhyun estava sentindo-se da casa, literalmente.

E foi assim quando chegou na residência dos Park. A casa era aconchegante o suficiente para lhe deixar sorrindo por cinco minutos apenas por estar no lugar.

— A casa é simples, mas quero que se sinta em casa. Ok? — Minsu falou, colocando suas mãos no ombro de Baekhyun e o massageando por um momento — Se precisar de alguma coisa, pode me chamar.

— A casa é perfeita, eu realmente estou muito agradecido por ter permitido eu passar um tempo por aqui. — Curvou a cabeça minimamente e suspirou aliviado, mas seus ombros ficaram tensos quando Chanyeol subiu rapidamente as escadas.

— A única coisa que eu te peço é, faça o Chan feliz. Ok? Ele nunca namorou então é difícil para ele, mas tenha paciência. — Sorriu ao falar, fazendo Baekhyun abaixar a cabeça com aquilo.

Ainda não entendia o porquê insistiam em pensar que estavam namorando.

— Os quartos do Sehun e do Chanyeol é lá em cima, o nosso é aqui embaixo. Qualquer coisa pode vir correndo me chamar, e eu irei providenciar roupas para você. — A mulher falou sorridente, fazendo Baekhyun assentir com a cabeça com certa timidez e olhar para a própria roupa, onde usava um blusão do Chanyeol que deixava seus braços desaparecidos por conta do tamanho.

Quando chegou no espaço para os quartos, mordeu os lábios rapidamente – apertando os punhos, estava com medo de qual seria a reação de Chanyeol já que estariam na cidade agora.

Criou coragem e entrou no quarto que estava com a porta entre aberta, engolindo o seco ao ver Chanyeol sem camisa e com a toalha em seu ombro esquerdo. Virou uma estátua na frente do rapaz que lhe fitava tentando entender o porquê de estar sendo ‘secado.’

— Vai ficar me olhando por quanto tempo? — Perguntou Chanyeol, se aproximando de si.

— J-já parei — Murmurou envergonhado. — Me desculpe! Você apenas tem um bom corpo. — Foi sincero ao falar, vendo o rosto de Chanyeol corar com tal elogio, mas após aquilo saiu rapidamente do quarto – fazendo Baekhyun se virar e observar ele entrando em outro recinto o qual julgou ser o banheiro.

Sentia-se imensamente agradecido por ter sido acolhido pela família de Chanyeol, dessa forma daria o seu melhor para conviver pacificamente com o maior e até mesmo com Sehun. Sabia que não seria uma tarefa difícil já que quando estava todos reunidos na mesa, não tinha qualquer sentimento de inferioridade como sentia quando estava com as pessoas de sua alcatéia.

Os mais jovens sempre riam de si por trás e até mesmo falavam coisas que lhe magoavam sempre que ouvia, tendo apoio apenas de Luhan e Jongin. Mas as coisas que falavam o machucavam ainda mais era quando citavam o fato de que o alfa da alcatéia iria fazer um bom aproveito do seu cio. Isso lhe deixava assustado sempre que ouvia tais boatos.

Estava com saudades dos seus amigos, tanto que quando começou a andar pelo quarto de Chanyeol e ver os porta retratos em cima da cômoda lembrou dos momentos bons que havia passado ao lado dos amigos.

“Como eles estão?”

Se perguntou enquanto deslizava as costas ao lado da cômoda, se deixando ficar encolhido – abraçou as próprias pernas e pousou a cabeça sobre os joelhos. Não sabia se expressar direito, tanto que começou a sentir o aperto dentro do seu peito rapidamente, mordendo os lábios para evitar que o choro viesse, mas foi quase impossível.

Era tarde demais, e Baekhyun se via chorando por tudo. Sentindo saudades dos amigos, a tristeza de ter que viver com outras pessoas que pensavam uma coisa de si que não era total verdade – pensando também no que iria fazer, não poderia viver na casa dos Park’s para sempre.

[...]

Baekhyun caminhava em direção a sala, após ir à cozinha e pegar um copo de água, só não estava contando com a presença repentina de Sehun lhe fazendo quase se engasgar com a água tomada.

— Deseja algo? — Indagou receoso, observando o rosto inexpressivo de Sehun que o analisou por um momento.

— Eu não queria perguntar nada antes, mas já que somos os únicos aqui na sala... — Sehun começou a falar fazendo Baekhyun assentir com a cabeça – rezando mentalmente para que Chanyeol aparecesse na sala e lhe salvasse de responder perguntas. — Você conhece meu irmão há muito tempo? Ele nunca me falou de você. — Foi sincero ao falar, levando uma de suas mãos à cintura.

— Não faz muito tempo... — Coçou o pescoço receoso, bebendo um gole de água para evitar mais perguntas. — Mas por que está interessado? — Perguntou curioso.

— É estranho. Você apareceu de repente e nem os amigos do meu irmão lhe conheciam, tenho que proteger aquele bobão.

— Não fale assim dele, a gente não era tão próximo a ponto de sair com os outros amigos por isso pedi para ele não falar nada de mim. Causaria ciúmes, entende? — Fez uma expressão descolada, vendo Sehun arquear as sobrancelhas e respirar fundo.

— Você é realmente incrível, Baekhyun. Não leve tudo a sério!!! — Sorriu para o menor e tomou a água de sua mão rapidamente, quando estava prestes a se afastar notaram a presença de Chanyeol.

— Do que estão falando? — Indagou.

— De você, Sehun estava curioso do porque você nunca ter me apresentado aos seus amigos. — Sorriu amarelo ao dizer aquilo, fazendo Chanyeol morder os lábios e suspirar receoso.

— Olhe, eu não serei igual a minha mãe. Vocês estão juntos? — Perguntou rapidamente, fazendo Baekhyun se engasgar com a própria saliva.

— Chanyeol, por que todo mundo pensa que estamos namorando? — Baekhyun se virou em direção ao maior que ergueu os ombros como se também não soubesse a resposta para aquilo.

— Vocês são bonitos juntos, é por isso — Sehun respondeu brevemente. — Se vocês estiverem escondendo algo, eu irei descobrir.  — Sorriu ao falar, fazendo Chanyeol revirar os olhos.

— Eu sou apenas amigo dele. — Respondeu ao irmão.

— Então, se eu flertasse com ele... Você não se importaria, não é? — Sehun perguntou se aproximando do irmão que o fitou de forma estranha. — Você está livre, Baekhyun?

— Acho que sim — respondeu confuso, não sabia exatamente se podia dizer que estava livre, pois o medo ainda corria por suas veias, mas naquele momento sentia-se seguro suficiente para dizer tal coisa.

— Então vamos sair amanhã? Podemos ir ao cinema ou comer uma pizza. — Sehun convidou, Baekhyun olhou um momento para Chanyeol e o outro para Sehun.

— Eu quero comer pizza. — Sorriu animado com o pedido, mas seu sorriso foi morrendo aos poucos. Principalmente quando encarou Chanyeol que estava com uma feição nada agradável.

— Vá para o seu quarto, Sehun! — Chanyeol falou usando seu tom rouco, fazendo Sehun lhe encarar confuso.

— O que aconteceu? Está me tratando assim, por quê? — Indagou nervoso, odiava quando levantavam a voz para si, ainda mais quando não tinha aprontado nada.

— Quero conversar a sós com Baekhyun — sorriu para o irmão. — Ou eu terei que levá-lo a outro lugar? — Indagou se aproximando do lobo, segurando-o pela mão e lhe encarando com um sorriso nos lábios.

Baekhyun queria rir daquela cena, tentando tirar aquela ideia absurda da cabeça. Não podia ser o que estava pensando, claramente não.

— Vocês estão agindo pior do que a minha alcatéia — Disse sem ao menos pensar, rindo ao lembrar-se do escândalo que faziam quando tinham que ir caçar. — Eles discutiam sempre, para ver quem podia ter mais voz ali. — Terminou de falar com a mão na barriga, lembrando-se do momento em que Jongin e Luhan se pegaram aos socos pelo fato do Kai não ter tido coragem de matar um filhote de coelho.

“Você é um fraco, ainda quer ser melhor do que eu. Bunny” Baekhyun se lembrou da fala de Luhan para Jongin, este que não aguentou o provocamento e partiu para cima do amigo.

Porém quando se tocou do que estava falando e relembrando, tampou a boca e sentiu suas orelhas queimarem ao ter os olhares dos irmãos sobre si.

— Você está se drogando, Baekhyun? — Sehun perguntou confuso. — Lobo, alcatéia, caça... A droga deve ser da pesada, ein? — Se deixou rir ao terminar de falar, mas continuou balançando a cabeça negativamente enquanto se retirava da sala, aquele assunto não era para si.

— Você ficou louco de falar essas coisas para ele? — Chanyeol indagou bravo, tentando evitar olhar para Baekhyun.

— Desculpe, eu me empolguei. — Sorriu brevemente, curvando um pouco a cabeça num pedido de desculpas mudo. Após ter se lembrado dos amigos, sua expressão havia se tornado triste por não poder tê-los perto de si.

— Por que está com essa cara triste? — Chanyeol indagou Baekhyun, este que respirou fundo e voltou a encará-lo.

— Estava me lembrando de umas coisas... — murmurou cabisbaixo. — Estou com saudades dos meus amigos e dos meus tios eu até queria dizer da minha alcatéia, mas tinha pessoas lá que não valem o que comem.

Chanyeol não soube muito bem o porquê de ter agido daquela maneira, mas quando se deixou levar, estava com os braços em volta de Baekhyun o abraçando apertado, deixando-o chorar em seu ombro.

— Enquanto você estiver aqui, não irá acontecer nada de ruim. Tudo bem? — Chanyeol sussurrou no ouvido de Baekhyun, enquanto acariciava seu cabelo macio.

— Obrigado, Chan. — Baekhyun sorriu largamente ao ter os braços de Chanyeol envolto ao seu corpo, retribuindo o ato da mesma forma.

— Por que está sorrindo tanto? — Indagou Chanyeol, soltando-se do abraço pouco a pouco.

— É porque não sou acostumado com tanto contato físico — disse sorrindo. — Eu quero mais! — Balançou o rosto, agindo de forma fofa tanto que quando se aproximou de Chanyeol o outro lhe achou esquisito.

— Isso é estranho, e não faça aegyo perto de mim. — Riu quando falou aquilo, mas sua expressão se fechou quando Baekhyun fechou os olhos com o rosto bem próximo ao seu.

— Só um. Ok? — Baekhyun murmurou, enquanto Chanyeol revirava os olhos entendendo o que o outro queria dizer, por um momento pensou em deixá-lo sozinho... Mas ele estava tão bonito que quase não se conteve ao aproximar seus lábios da bochecha dele, mas seria fácil demais caso Baekhyun não virasse o rosto rapidamente, selando seus lábios ao do maior – na tentativa de beijar o garoto.