História A choice - Cap 35

PoV’s Josie

Não acredito que conseguimos pegar esse cartão – comento enquanto balançava o mesmo em minhas mãos

- Você quer dizer, como eu peguei o cartão certo? – Hope me olhou divertida pegando o cartão de minhas mãos e abrindo mais uma porta

Ela vai jogar isso na minha cara pra sempre – penso fazendo um biquinho enquanto a seguia para dentro da sala

Flashback On

Estávamos a alguns minutos andando pelo corredor tentando abrir alguma das portas o que era em vão já que todas estavam devidamente trancadas e cobertas por uma magia que era impossível de ser drenada, porém, quando estávamos chegando em outro corredor acabamos achando uma sala que estava aberta, de começo fiquei um pouco receosa de entrarmos lá, poderia ser uma armadilha ou coisa pior. Olho para o lado e vejo Hope empurrar mais a porta e entrando, fico alguns segundos a olhando incrédula o que fez a mesma parar e me olhar confusa

-O que foi? Porque está me olhando assim?

-Você... você não pode sair entrando com tudo nos lugares, pode ter pessoas e... -Paro de falar quando vejo o quanto ela estava se divertindo com meu desespero – qual a graça? – faço um beicinho enquanto ouvia sua risada

-Primeiro...eu verifiquei antes de entrar, e segundo isso aqui é a dispensa – apontou para dentro da sala e rapidamente me aproximo pra ver de perto e realmente era uma dispensa, e era extremamente pequena, continha apenas algumas vassouras e produtos de limpeza. Senti meu rosto corar e me viro em sua direção

-Eu já sabia... só queria te alertar para não abrir sem antes ver o que tem dentro.... – Minto, o que pelo visto não adiantou muito já que ela começou a rir mais ainda

-Você anda vendo muitos filmes de terror baby – zomba, mas antes que eu possa falar algo ouvimos passos e algumas vozes e acabo entrando em pânico

-E agora – sussurro olhando para os lados vendo que os passos estavam se aproximando. Sinto a mão de Hope me puxar para dentro da sala e fechar a porta

Estávamos extremamente perto uma da outra, ao ponto de Hope ter que colocar sua cabeça no meu pescoço enquanto abraçava minha cintura

Seria muito errado eu dizer que estava ficando excitada com sua aproximação?

-Amor.... – Tentei chama-la, minha voz estava baixa e carregava uma excitação que nem eu sabia que podia ter

 Infelizmente ela não percebeu meu desespero e colocou seu dedo em meus lábios, fiquei confusa e paranoica, mas não iria deixar isso transparecer não agora, já que os passos que até então estavam longe foram se aproximando e parando provavelmente na outra porta que havia aqui perto

-Não entendo porque trouxeram aquele homem... precisamos do sangue da garota tri hibrida e não de um homem que é apenas um humano qualquer – A fala da mulher me fez congelar assim como Hope, então eles realmente precisam do sangue dela

-Shii...Fale baixo, você sabe o que acontece com quem desrespeita as ordens do superior – Outra mulher se intrometeu na fala, enquanto abriam a porta – vamos precisamos terminar logo essa pesquisa, estou louca para dar uns pegas com a guarda noturna, já viu o tamanho daqueles peitos? – completou tentando fazer uma voz sexy, seguro a risada assim como Hope e logo ouvimos o barulho da porta se fechando, provavelmente tinham entrado

respiro aliviada e abro a porta sendo seguida por Hope que estava com uma feição indecifrável, diferente de alguns segundos atras – Você está bem amor? – me aproximo e a mesma concorda dessa vez me olhando

-Sim... só que você ouviu o que elas falaram... eles precisam de mim, precisam do meu sangue para... para... – ela não conseguia terminar sua frase, podia sentir que ela estava prestes a chorar então a puxo para um abraço apertado

-Eles não irão encostar um dedo em você, eu prometo – sussurro e sinto seu rosto se afastar para logo me dar um beijo rápido porem sincero – agora vamos

-Espera... olha – a olho confusa e volto meu olhar para onde ela estava apontando e logo vimos um cartão colocado em um recipiente do lado da porta, provavelmente esqueceram ele ali, me aproximo da porta ouvindo as conversas baixas do lado de dentro, me viro novamente para o pequeno recipiente e tento pegar o cartão porem era impossível, solto um suspiro – Não tem como pegar, a não ser que tenha a chave para abrir essa... essa coisa... – me afasto frustrada e Hope se aproxima analisando a caixa

-A magia nesse recipiente... – diz enquanto tocava o objeto, Hope começa a murmurar algo e me aproximo confusa

-O que.... – Iria falar porem ela logo se vira com o cartão em suas mãos e um sorriso enorme – como?

-Drenei a magia e usei a minha para tirar o cartão – deu de ombros enquanto voltava a andar – você não vem? – me olha divertida e aceno a seguindo.

Como não pensei nisso antes – me repreendo a seguindo para o outro corredor

Flashback Off

Abrimos diversas portas, porem estava realmente difícil de achar qualquer pista que nos levasse a meu pai, Clarke tentava a todos custos achar a sala pelas câmeras ou pelo menos alguma coisa suspeita

-Essa é a última sala – a voz de Hope me tirou do meu transe e olhei para a porta que era igual as outras, suspiro concordando e logo Hope coloca o cartão liberando a porta. Entramos sendo cautelosas assim como fomos com as outras salas e realmente não havia nada lá dentro, além de uma mesa e porta retratos

-Não a nada aqui.... só fotos e.... – paro de falar olhando mais para a foto na mesa – amor... – chamo Hope que estava um pouco afastada tentando achar algo entre as prateleiras

-O que foi? – pergunta confusa enquanto se aproximava ficando do meu lado

-Olha isso... esse não é o – aponto para a foto e percebo Hope se assustar assim como eu

-Felix..., mas porque – pego a foto e nela havia uma mulher, dois homens e dois garotinhos, provavelmente Felix era algum daqueles dois garotos, já que eram super parecidos com ele – olha... esse não é o chefe da triad, o que o seu pai matou – comenta apontando para o homem de terno que estava com um semblante sério

-E ele mesmo– fico chocada, reparando na cicatriz que ele tinha no olho esquerdo era a mesma cicatriz do homem que invadiu a escola – Mas porquê... Felix é parente dele? – olho para Hope confusa e a mesma balança a cabeça sem saber

-Só pode ser... olha – vira a foto e atrás havia uma mensagem

“Família Greasley”

-Espera... essa mulher e a Veronica Greasley ela é a chefe da Triad junto com seu marido – me lembrava perfeitamente dessa mulher, antes de meu pai matar seu marido, nós sabíamos que ela junto dele, lideravam a Triad a anos e sempre capturavam sobrenaturais para seus experimentos científicos

-Talvez seja por isso que pegaram seu pai – Olho para minha namorada que estava pensativa, porem logo seus olhos se encontraram com os meus – seu pai matou o chefe da Triad, provavelmente eles querem vingança – Fazia muito sentido, e fez mais ainda olhando para Felix na foto

-Felix deve ser sobrinho ou filho..., mas não entendo porque Felix levou um tiro – comento me recordando do dia que fomos baleados pelos agentes da Triad

-Talvez era parte do plano deles... eu realmente não sei, mas precisamos avisar Clarke e o resto do pessoal – Hope começou a se afastar da sala e começo a segui-la porem paro assim que vejo um frasco suspeito, me aproximo da prateleira e vejo uma pequena ampulheta negra

-Isso é magia negra – sussurro e sinto uma sensação estranha, como se o que estivesse dentro dessa ampulheta pudesse falar comigo, pego o pequeno objeto e escuto a voz de Hope me chamando

-Já estou indo –Talvez isso seja muito útil futuramente, com esse pensamento resolvo guardar o objeto em minha jaqueta e corro para fora da sala.

-O que estava fazendo? – Hope me fitou curiosa e apenas dei de ombros

- Estava dando uma olhada no local e achei uma ampulheta com magia dentro, achei melhor pegar, não seria legal deixar aquilo com a Triad – sinto Hope me repreender com o olhar

-Cuidado... Magia, principalmente a magia negra são coisas que não devemos brincar amor - Comentou repreensiva e apenas concordo

-Prometo tomar cuidado..., mas então, conseguiu falar com Clarke? – mudo de assunto e a mesma suspira concordando

-Ele não ficou muito surpreso com a notícia – a olho confusa – ele viu Felix sair de uma sala junto com outro homem, e é pra lá que devemos ir, pelo que parece eles estavam... bem... com a mão cheia de sangue... – sussurrou a última parte, porem pude ouvir perfeitamente graças a super audição

-Eles... eles provavelmente o machucaram – sinto minha raiva dominar só de imaginar o que fizeram com meu pai

-Se acalme meu bem – sinto seus dedos nos meus e logo começo a relaxar, Hope tinha um efeito imenso em mim e eu não sabia o porquê, mas devo admitir que era muito bom – vamos achar seu pai e sair daqui ok... – concordo voltando a caminhar com ela em direção ao corredor que Clarke orientou

(...)

Estávamos quase chegando no local que Clarke indicou quando vejo uma movimentação estranha mais a frente, puxo Hope em direção a um pilar que havia por perto

-O que houve?

-Tem alguém vindo – sussurro, e percebo os passos ficarem mais nítidos e seguro Hope ainda mais contra meu corpo

Os passos estavam cada vez mais perto, sentia o medo percorrer meu corpo só de imaginar se eles nos encontrassem, principalmente se vissem Hope. Os passos continuavam se aproximando fazendo com que um barulho de salto ficasse cada vez mais alto, porem por algum motivo eles pararam deixando só o silencio do local reinar olho de relance para Hope e a mesma estava confusa, ninguém dizia nada e nem mesmo andavam

Me arrisco a olhar e quando olho para frente não havia ninguém ali, aquilo me fez franzir o cenho confusa

-Eu juro que ouvi passos – sussurro intrigada, Hope saiu de trás do pilar e olhou para a mesma direção

-Eu também ouvi... estranho – ia falar algo, porem sinto uma mão em meu ombro o que me faz dar um pulo para frente assustada, olho para o dono da mão e logo fico irritada

-Lizzie..., mas que merda – estavam todos ali, pelo visto Clarke avisou o resto do pessoal sobre onde meu pai poderia estar

-Vocês que são fáceis de assustar, porque diabos vocês estão paradas no meio do corredor? Sabia que é perigoso – minha irmã tinha um tão reprovador em sua voz e a olho ofendida

-Foram vocês que nos assustaram, não sei porque está de salto... – olho para os pês de Lizzie percebendo que ela estava de tênis

-Salto? Olha.... eu amo saltos, mas não sou idiota de vim com eles pra cá – olho para os pês de Penelope e a mesma estava de tênis assim como Freya

-Espera... vocês apareceram atras de nós... por acaso vocês vinham da mesma direção que nós?  – Volto meu olhar para Lizzie preocupada e percebo o olhar estranho dos demais para mim

-Viemos do mesmo caminho que vocês...– percebendo minha cara confusa, Penelope se aproximou e tocou em meu braço -O que ouve?

-Escutamos passos vindo da mesma direção da sala que nosso pai está – volto meu olhar para todos – se não foram vocês... significa que tem mais pessoas aqui perto

-Isso é ruim – Kol se pronuncio pela primeira vez – Marcel vamos dar uma olhada em volta para ter certeza que estamos sozinhos aqui – Marcel concordou prontamente e os dois começaram a se afastar

-Ok... vamos ter cuidado a partir de agora, se o pai de vocês estiverem lá dentro pode haver armadilhas – Freya tomou a frente indo em direção a porta, Hope foi em direção a sua tia entregando o cartão – Prontos? – perguntou olhando para todos nos e concordamos, Freya colocou o cartão liberando a passagem e logo a porta foi aberta, começamos a entrar fazendo o mínimo de barulho possível, era uma sala enorme, muito maior que as anteriores

-Não a nada aqui – falo confusa olhando em volta

-Esperem... a alguma coisa aqui – Lizzie estava olhando para trás de uma prateleira, me aproximo e ajudo Lizzie a empurra-la revelando uma escadaria que dava mais para baixo – Ual... isso realmente parece como nos filmes de terror – completou olhando a imensidão escura

-Então vamos dar uma de protagonistas burros e entrar – Penelope tomou a frente e começou a descer as escadas, usando sua magia como luz, me apreso a segurar a mão de Hope e Lizzie as arrastando para dentro

As paredes eram úmidas e a escada era extremamente grande, ficamos andando por alguns segundos ate chegarmos no subsolo, começamos a olhar em volta e uma porta me chamou atenção, ela era velha e completamente escura e só era desbloqueada pelo mesmo cartão que usamos nas outras portas

-Eii amor... coloque o cartão aqui – aponto para o objeto do lado da porta onde inseria o cartão e Hope prontamente colocou, a porta começou a ser aberta dando visão do que tinha dentro, sinto minhas lagrimas começarem a descer

-Pa... pai... – Lizzie gaguejou e correu em direção a nosso pai o abraçando, já eu estava petrificada, não conseguia me mexer. Ele estava coberto de sangue seu rosto era irreconhecível, começo a andar em direção aos dois e logo abraço o mesmo apertado, sinto seus dedos em minhas costas

-Minhas meninas... pensei que eles tinham feito algo com vocês -sua voz era fraca e mal conseguia ficar em pé já que Lizzie conseguiu quebrar o feitiço das amarras e o soltou, dou um pouco do meu sangue para ele para ajudar em sua recuperação

-Desculpe.... desculpe a demora pai... – chorávamos abraçados, eu sentia como se um peso tivesse saído de minhas costas, meu pai estava vivo e era isso que importava

-Não queria interromper..., mas precisamos sair daqui – Kol e Marcel apareceram com suas velocidades e continham alguns cortes pelo corpo

-O que houve com vocês? – Freya se aproximou deles olhando para os cortes que começaram a se curarem

-Josie tinha razão, a mais pessoas aqui e eles sabiam que viríamos, conseguimos despista-los, mas acho melhor nos apresarmos – Marcel se aproximou de meu pai e o colocou em suas costas, já que meu pai não conseguia nem parar em pé. Lizzie tocou em meu ombro e a olho de relance

-Ele está bem...  não temos tempo para a raiva e a sede de vingança, não agora – Eu e Lizzie tínhamos uma ligação extremamente forte, tudo pelo fato de sermos gêmeas, Lizzie sentia tudo que eu sentia, assim como eu sentia seus medos e alegrias. Quando crianças compartilhamos essa descoberta com nossos pais e eles prontamente começaram a nos treinar para que essa ligação de gêmeas não prejudicasse nenhuma das duas, já que havia noites em que Lizzie sonhava que morria e acordava assustada e por conta dessa ligação eu acabava acordando também sentindo os mesmos sentimentos de medo que minha irmã sentia quando tinha esses tipos de pesadelos. Hoje em dia conseguimos controlar bem e nunca mais dividimos sonhos, sempre que acordava ofegante depois de ter um pesadelo eu olhava para Lizzie e a via dormindo tranquilamente, era realmente um alivio

-Preci...sa...mos... sair... daqui... eles sabem... que estão... aqui... – meu pai se pronunciou com uma voz fraca

-OK... vamos dar o fora agora – Kol tomou a frente sendo seguido por Freya junto de Penelope e Lizzie, já Marcel foi logo atras carregando meu pai

Começo a andar, mas sinto Hope me parar me fazendo a olhar confusa – o que foi? – Hope ficou alguns segundos em silencio, parecia querer buscar as palavras

-Eu... eu quero que esteja preparada para tudo ok – falou por fim

-O que foi amor? – me aproximo de si, colocando minhas mãos em seu rosto fazendo seus olhos se encontrarem com os meus – você sabe que pode me falar tudo

-E que... essas sensações que ando sentindo está cada vez mais forte... estou com medo... medo de que algo aconteça com você ou com minha família – vejo uma lagrima descer por seus lindos olhos e logo trato de limpá-las

-Amor o que eu te disse antes... eu não irei deixar você e ainda tenho a promessa que fiz a seu pai, não posso decepcionar o sogrão – brinquei tentado arrancar algum sorriso de seu rosto, e sorri aliviada quando o mesmo apareceu

-Qual promessa seria essa? – lhe dou um beijo apaixonado e logo me afasto

-Você só irá saber no momento certo – pisco um olho e Hope levanta uma de suas sobrancelhas, aquele simples ato mostrava quão curiosa estava e acabo rindo

-Vai me deixar curiosa mesmo?

-Sim – falo por fim a puxando em direção as escadas para que pudéssemos sair logo dessa ilha. Resolvemos ir todos juntos, para não ter perigo de sermos pegos separados e devo dizer que estava tudo muito estranho, não havia pessoas em lugar algum

-Isso está muito estranho – Penelope se pronunciou assustada e a olho concordando, porem acabo soltando um pequeno sorriso vendo seus dedos entrelaçados com os de Lizzie

Lerdas – penso olhando o quanto aquelas duas podiam ser tão tapadas de não perceberem que se gostam

-Clarke... está na escuta? – Freya quebrou o silencio colocando uma mão em seu comunicador e logo a voz de Clarke com interferência se fez presente

-Finalmente... consegui falar... com vocês – falou afobado do outro lado – A Triad usou o satélite para bloquear o sinal e não conseguia falar com vocês.... vocês precisam... sair dai agora, eles sabem que estão aí.... saiam.... agor.... daí...- O comunicador começou a chiar fazendo com que todos tivessem que tirar do ouvido

-Merda... vamos logo – Kol começou a correr com sua velocidade, concordo segurando Hope em um braço e Lizzie no outro as levando comigo, já Freya usou sua velocidade para levar Penelope enquanto Marcel levava meu pai

Isso foi muito fácil – comento assim que chegamos do lado de fora do galpão, não havia ninguém ali, a não ser diversas arvores e matos – tem algo errad...- Escuto um barulho vindo do meio da floresta e puxo Hope contra mim – CUIDADO – grito me afastando do pessoal e logo um tiro e dado acertando a perna de Kol

-Merda... – O vejo se apoiar na parede atrás de si e logo Freya o puxou o salvando de mais um tiro que provavelmente pegaria em sua cabeça – que balas são essas... não está curando – olho para sua perna

-Malivore... são balas feitas da lama de Malivore, merda... pelo visto só Hope é imune – olho para Freya apavorada – o que faremos agora? – sussurro voltando meu olhar para o lugar que antes era só mato e arvores, sendo preenchidos por diversos agentes da Triad, incluindo Felix que estava com uma Sniper em suas mãos e um enorme sorriso em seus lábios.

Desgraçado!